Black
Oil – Resist to Exist (2015)
(Sliptrick
Records – Importado)
01. Rise Up
02. Justified
03. Callate
04. Exoskeleton
05. Combustion
06. Revolution
07. Stand Against Everything
08. Paperslave
Bem, estou nessa vida de fã de Metal há
26 anos e não nego, adoro escutar aquelas bandas dos anos 80 e 90 responsáveis
pelo meu caso de amor pelo estilo. Mas isso não significa que eu tenha parado
meu gosto musical no tempo. Por isso nada me irrita mais do que esse povo que
denigre sonoridades mais modernas e bate no peito afirmando que só escuta as
“bandas das antigas”, pois só essas possuem qualidades. Ok, concordo que
ninguém é obrigado a curtir tudo e todos possuem direito a ter suas
preferências, mas vai uma distância imensa entre isso e o ódio puro e simples por
qualquer banda que não pratique aquele mesmo som de 20, 30 anos atrás. O fato
de uma banda não praticar o som do seu agrado não significa que a mesma não
possua qualidades inerentes. Se não curte, não escute e o problema esta
resolvido.
O Black Oil vem da Califórnia e em seu
segundo trabalho continua apostando em uma mescla muitíssimo interessante de
Death, Groove, Thrash e música étnica, cortesia do talentosíssimo guitarrista
brasileiro Adassi Addasi, um estudioso no que tange a música em todas as suas
vertentes. O resultado disso é uma sonoridade moderna que surge como uma lufada
de ar fresco no meio do Metal. Uma prova dessa abrangência são as participações
especiais de nomes totalmente externos ao meio do Metal, mais precisamente dos
brasileiros Silvério Pessoa (ex-Cascabulho, um gênio no que tange a fusão de
ritmos nordestinos com outras sonoridades e um desses nomes injustamente mais
respeitados no exterior do que por aqui. Quem tiver cabeça aberta, vale a pena
conhecer seu trabalho) e Ricardo Vignini (grande violeiro e produtor musical),
o boliviano Hector Guerra (expert em ritmos latinos) e Zero, que faz parte do
trio de Hip Hop El Vuh. Já na parte especializada, temos as participações do
baixista Tony Campos (Fear Factory, Ministry, Asesino ex-Prong, ex-Soufly), do
baterista Aaron Rossi (Ministry, ex-Prong) e do igualmente baterista Raymond
Herrera (ex-Fear Factory, ex-Asesino e ex-Brujeria).
Musicalmente, em cerca de 30 minutos o
Black Oil despeja em nossos ouvidos um som absurdamente agressivo e pesado, com
ótimos riffs de Adassi, vocais brutais de Mike Black e uma parte rítmica
absurdamente técnica e variada. O que mais chama a atenção aqui é tudo soa
muito natural, apesar do amplo espectro de estilos abordados na musica dos
californianos. Isso só mostra o grande talento de todos os envolvidos, pois
quando se trabalha uma sonoridade dessa forma, sempre se corre o risco de
algumas misturas soarem forçadas. Chama a atenção também os ótimos refrões aqui
presentes, desses forjados para grudar na cabeça como chiclete no cabelo.
Destaques aqui para “Rise Up”, “Callate”,
“Combustion”, “Revolution” e “Stand
Against Everything”.
A produção da maior parte das músicas
ficou a cargo de Cristian Machado, do Ill Niño, mas também contou com a
participação de Logan Mader (ex-Machine Head, ex-Soufly) e Erik Reichers. O
resultado é um trabalho que deixou o som da banda claro e cristalino, mas
também absurdamente brutal e pesado. Coisa realmente fina! Já a capa é mais uma
bela obra do paulistano Will Ferreira (Project46).
Pesado, brutal, agressivo, caótico e
moderno. Mostrando muita técnica, criatividade e intensidade, o Black Oil presenteou
a todos com um trabalho de inegável qualidade e que vai agradar em cheio todos
aqueles fãs de sonoridades mais modernas. Já turma do mimimi citada no início
da resenha, bem, esses terão mais combustível para seu choro. Interessou-se?
Fique atento, pois em breve Resist to
Exist irá ganhar uma versão nacional.
NOTA:
8,5
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