Eyes
of Gaia - The Power of Existence (2015)
(Independente
– Nacional)
01. Nightmare's Beginning
02. Heart Never Lies
03. Until the Days Go Blind
04. Hidden From the Light
05. Rage of the Storm
06. Wake Up Call
07. Darker Wings
08. Full Power
09. Running Out of Time
10. Stand Up Again
Essa geração mais nova pode não saber, mas lá pela
segunda metade dos anos 90, o Power Metal Melódico viveu um boom de
popularidade tanto na Europa quanto aqui pelo Brasil. Uma enxurrada de bandas
do estilo invadiu o mercado, algumas de inegável qualidade, outras totalmente
genéricas (infelizmente a maioria delas). Nomes como Rhapsody, Angra, Edguy,
Gamma Ray, Helloween e Stratovarius eram figurinhas carimbadas em capas de
revistas especializadas, rendendo até piadas, tamanha a exposição e repetição
das mesmas (normalmente alternavam com o Iron Maiden e o Nightwish).
Apesar de o estilo andar um tanto em baixa nos dias
de hoje, muito por falta de capacidade das bandas de fazer algo criativo ou que
ao menos não seja burocrático, convenhamos, ainda surgem aqui e ali algumas
bandas que apostam no estilo. E o Eyes Of Gaia é um desses nomes. Surgida em
2009, a banda aposta nesse Power Melódico, com alguns toques Prog, que esteve
em voga a quase 20 anos. Demérito? Mas de forma alguma, já que apresentam um
elemento importantíssimo aqui, chamado paixão. É visível que os caras fazem sua
música com gosto e isso é algo que no final da equação musical, sempre irá
fazer muita diferença.
“Ah, mas a banda se utiliza de todos os clichês do
estilo!”. “Juro que já escutei isso em algum álbum do Angra, Edguy ou do
Helloween!”. Certamente os mimizentos que não curtem tal estilo de música irão
se utilizar desse argumento. Tá, ok, concordo com tudo isso, mas e daí? Esse
sentimento do qual falei acaba fazendo grande diferença no resultado final, já
que evita que sua música se torne maçante, repetitiva e cansativa, como ocorre
com grande parte das bandas do estilo hoje em dia. Mario Kohn se mostra um
ótimo vocalista, não abusando daqueles falsetes irritantes que se tornaram
marca do estilo lá nos anos 90, o que acaba por ser um ponto absurdamente
positivo aqui. Bruno Tourinho e Paulo Virtuoso (ótimo sobrenome para um
guitarrista) formam uma belíssima dupla e presenteiam a todos com ótimos riffs e
melodias absurdamente cativantes, fora os solos de muito bom gosto. Já Rodolfo
Liberato (baixo) e Betto Cardoso (bateria) formam uma parte rítmica afiada e
que consegue dar variedade as músicas. E os refrões, como de praxe no estilo,
são grudentos e fatalmente o ouvinte já os estará cantando antes mesmo da
música acabar. Destaques inegáveis para “Heart
Never Lies” (esse refrão só pode ter sido forjado pelo Tobias Sammet, de
tão grudento), “Hidden From the Light”
(vai te remeter aos melhores momentos do Helloween), “Rage of the Storm” (Angra???), a bela “Wake Up Call” e “Stand Up
Again”.
A produção aqui ficou nada mais, nada menos, que a
cargo de Edu Falaschi (Almah, ex-Angra), que cada vez mais se mostra um
produtor de primeira linha. Simplesmente irrepreensível e não fica nada a dever
em matéria de qualidade aos trabalhos vindos lá de fora. Já a caba é mais um
belo trabalho do mestre Gustavo Sazes, responsável por algumas das capas mais
belas da atualidade. Você é desses que acha que o Power Metal morreu e que as
bandas que andam por ai na verdade são zumbis que poderiam estar em algum
episódio de The Walking Dead? Sinto muito informar, mas você está um pouco
enganado. The Power of Existence é um
dos melhores álbuns do estilo que vai escutar em 2015, então se faz parte da
turma que curte um Metal Melódico de qualidade, corra atrás sem medo.
NOTA:
8,0
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