Syren
– Motordevil (2015)
(Shinigami
Records – Nacional)
01. Rebellion
02. Fighter
03. The Power of Something
04. Eyes of Anger
05. Stitched
06. Motordevil
07. Long Road
08. My Shadow, My Dear Friend
09. You're Gonna Die
10. The Prophecy of Marduk
O Rio de Janeiro sempre deu excelentes
bandas à cena do Metal nacional e exemplos para isso não faltam no passado.
Dorsal Atlântica, Taurus, Azul Limão Metalmorphose, dentre outros, estão ai
para comprovar tal fala. Obstante um período um tanto quanto obscuro (onde
ainda gerou alguns bons nomes), de uns tempos para cá a linha de produção
carioca começou a funcionar em ritmo incessante, revelando bandas de qualidade
aos montes e em diversas vertentes do Metal. Unindo veteranos com sangue novo,
nomes como Confronto, Tellus Terror, Lacerated and Carbonized, Hatefulmurder,
Statik Majik, The Black Rook, Readquarter, Left Hand, Dreadnox, Unearthly,
Agressor, Saint Spirit, Mutran, dentre outros, mostram a diversidade desta que
é uma das melhores cenas undergrounds do Brasil.
Apesar de não citada acima, o Syren faz
parte desta lista desde o lançamento de seu bom debut, Heavy Metal (11), e após um hiato de 4 anos chega a seu segundo
trabalho de estúdio. Bem, o que era bom, aqui se tornou ainda melhor, já que
nesse período de tempo, além de ter passado por uma profunda reformulação (tendo
restado apenas o vocalista Luiz Syren da formação que gravou o álbum anterior),
sua música passou por um processo de amadurecimento e evolução muito positivos.
O Heavy Metal apresentado em Motordevil
mantêm uma pegada mais tradicional, mas soa moderno, tanto pela opção de uma
afinação mais baixa como também pela ótima produção. Traçando um paralelo como
referência, as dez faixas aqui presentes se aproximam muito do que foi feito
por Bruce Dickinson em sua carreira solo, mais precisamente em Accident Of Birth (97) e Chemical Wedding (98). Convenhamos, uma
ótima referência. Por falar no vocalista do Iron Maiden, ele exerce forte
influência sobre Luiz (em alguns momentos você pode jurar que Bruce está
cantando), que mostra possuir uma voz poderosa, podendo ser colocado entre as
melhores do Metal nacional. A parte rítmica do Syren, composta por Bruno Coe
(baixo) e Julio Martins (bateria) brilha durante toda a audição, esbanjando
técnica e peso, segurando o tranco com folga. Já o guitarrista Guilherme De
Siervi, que infelizmente saiu da banda no início de 2015, despeja ótimos riffs
e bases, além de solos melodiosos e de muita categoria, mostrando que o fato da
banda possuir apenas um guitarrista não afeta em nada a sonoridade de sua
música. Destaques aqui para a incrível sequência inicial, com “Rebellion”, “Fighter”, “The Power of
Something” e “Eyes of Anger”,
além da excelente faixa título e de “My
Shadow, My Dear Friend”, que ganhou um lyric vídeo.
A produção, como já dito, é ótima e
conseguiu deixar tudo limpo, audível, mas com muito peso e agressividade, além
de um ar moderno, tendo sido realizada por Guilherme, Julio e Bruno
(responsável também pela mixagem e masterização). Já a capa é uma bela obra de
Antonio César, da Not A Pipe. Demonstrando grande evolução, maturidade e
principalmente, competência e criatividade, o Syren lançou um dos melhores
trabalhos de Metal Tradicional de 2015, se credenciando a assumir uma posição
entre os grandes nomes de nossa cena. Um trabalho empolgante, cheio de energia
e que vai te fazer sair pela sala batendo cabeça e tocando sua air guitar.
NOTA:
8,5
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