segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Abysmal Grief - Reveal Nothing (2016)


Abysmal Grief - Reveal Nothing (2016)
(Terror From Hell Records - Importado)


01. Cursed Be The Rite (Bonus Track – recorded in 2016)
02. Exsequia Occulta (2000 – Exsequia Occulta MCD)
03. Sepulchre Of Misfortune(2000 – Exsequia Occulta MCD)
04. Hearse (2002 – Hearse 7”EP)
05. Borgo Pass (2002 – Hearse 7”EP)
06. Creatures From The Grave (2004 – Split W/Tony Tears 7”EP)
07. Brides Of The Goat (2009 – Split W/Denial Of God 7”EP)
08. The Samhain Feast (2009 – The Samhain Feast 7”EP)
09. Grimorium Verum (2009 – The Samhain Feast 7”EP)
10. Celebrate What They Fear (2012 – Celebrate What They Fear 7”EP)
11. Chains Of Death (2012 – Celebrate What They Fear 7”EP)

E lá se vão 20 anos de bons serviços prestados ao Doom Metal pelos italianos do Abysmal Grief. Mas nesse aniversário, quem ganha o presente são os fãs da banda, através de um belíssimo box feito em madeira intitulado 20th Anniversary Box. Nele, encontramos o CD Reveal Nothing, a fita cassete de Mors te Audit, segunda demo dos italianos, que foi lançada em 1999 e limitada na época a 13 cópias, uma camisa e um poster exclusivos, um pin de metal, um certificado assinado pela banda e, o item mais curioso de todos, incluso na versão europeia do mesmo, um saco de veludo contendo terra de cemitério. Na versão para o restante do mundo, esse item é substituído por um incenso. Que presentão, hein?

Mas vamos ao que interessa, que é o CD Reveal Nothing. Nele encontramos faixas raras ou fora de catálogo, que saíram entre os anos de 2000 e 2012 em singles, 7”EP’s e splits com outras bandas. Além disso, ele conta com uma faixa inédita, gravada com a atual formação, que curiosamente é a original (excetuando-se pela ausência do vocalista Garian), e que, após idas e vindas de alguns dos membros, voltou a se reunir a partir de 2013. E bem, quem conhece o trabalho dos italianos, sabe exatamente com o que irá se deparar, ou seja, canções fortes, sombrias, com levadas hipnóticas e densas, de uma “tristeza abismal”.

É indiscutível a capacidade que a música do Abysmal Grief possui de cativar o ouvinte. Os vocais de Labes C. Necrothytus seguem, na maior parte do tempo, aquela linha gótica, com poucos momentos mais agressivos, encaixados cuidadosamente quando necessários. Além disso, seus teclados dão um toque especialmente sinistro ao instrumental. Regen Graves mostra uma capacidade ímpar de criar ritmos quase ritualísticos com sua guitarra, gerando assim uma atmosfera para lá de opressiva. Ambos são muitíssimo bem acompanhados por Lord Alastair (baixo) e Lord of Fog (bateria), que formam uma parte rítmica de respeito, pesada, variada, técnica e com coesão de sobra.


O CD abre justamente com a faixa inédita, “Cursed Be The Rite”, que possui melodias realmente inspiradas, além de um uso brilhante do sintetizador. É dessas realmente grudentas. Em seguida, as duas músicas do primeiro single da banda, de 2000, “Exsequia Occulta”, um épico monstruoso de mais de 13 minutos e  “Sepulchre Of Misfortune”, onde os vocais sombrios se destacam. “Hearse” e “Borgo Pass”, do 7”EP Hearse (02), se destacam pelo clima gótico e pendem para o Occult Rock, com algumas ótimas melodias. “Creatures From The Grave” faz parte do split de mesmo nome lançando em conjunto com Tony Tears (que tocou baixo no Abysmal entre 99 e 2000) e tem uma levada um pouco mais rápida que as demais. Já  “Brides Of The Goat”, do split com o dinamarquês Denial Of God, possui uma atmosfera bem escura. Retiradas do 7”EP  The Samhain Feast, temos a faixa título e Grimorium Verum, sendo a primeira carregada de energia e a segunda, se destacando pelos ótimos sintetizadores. Encerrando os trabalhos, “Celebrate What They Fear” e “Chains Of Death” (cover do Death SS), ambas do 7”EP Celebrate What They Fear e que mantêm o altíssimo nível do trabalho. Ficaram de fora algumas faixas inéditas lançadas em splits pós 2012, assim como as que saíram na compilação We Lead the Procession (limitada a 500 cópias), dentre elas, um cover do Bathory e outro do Death SS. Quem sabe no aniversário de 30 anos!

Ao final da audição, mesmo após 78 minutos de (boa) música, fica aquela sensação de que tudo passou em um piscar de olhos. E ai, lá vai você colocar o álbum no repeat. Com atmosferas densas, sombrias e pesadas, o Abysmal Grief dá à nova geração uma verdadeira aula de como mesclar Doom, Occult e Gothic com perfeição. Um trabalho verdadeiramente hipnotizante.

NOTA: 8,5

OBS: Resenha originalmente publicada na October Doom Magazine nº 65. O link para leitura online e/ou download se encontra logo abaixo.

Download e leitura: https://goo.gl/csZQEL

Abysmal Grief é:
- Labes C. Necrothytus (vocal/teclado);
- Regen Graves (guitarra);
- Lord Alastair (baixo);
- Lord of Fog (bateria).

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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Beyond the Black - Lost In Forever (Tour Edition) (2017)


Beyond the Black - Lost In Forever (Tour Edition) (2017)
(Hellion Records - Nacional)


01. Lost In Forever
02. Beautiful Lies
03. Written In Blood
04. Against The World
05. Beyond The Mirror
06. Halo Of The Dark
07. Dies Irae
08. Forget My Name
09. Burning In Flames
10. Nevermore
11. Shine And Shade
12. Heaven In Hell
13. Love's A Burden
14. The Other Side
15. Dim The Spotlight
16. Our Little Time
17. Rage Before The Storm

Não dá para negar que a cena do Metal Sinfônico estagnou nos últimos anos e, salvo raras exceções, a maior parte dos trabalhos é comum e repete os mesmos clichês de sempre do estilo. Sendo assim, não deixa de ser uma surpresa que uma banda novata, como a alemã Beyond the Black, possa estar fazendo um relativo barulho desde o lançamento de seu debut, Songs of Love and Death (15). E por que digo isso? Elementar, meu caro Watson (sim, temos um Xeroque Holmes aqui), isso se dá porque não apresentam absolutamente nada de novo em matéria de sonoridade.

O Beyond the Black, se aproveitando dos bons resultados obtidos por seu álbum de estreia, não quis perder muito tempo, já partindo quase que imediatamente para estúdio, soltando assim já no início do ano passado o seu segundo trabalho, Lost In Forever, que ganhou agora uma Tour Edition, com 4 faixas bônus e que está sendo lançado no Brasil pela Hellion. Nele, seguiram quase à risca aquele ditado do “não se mexe em time que está ganhando”, já que pouca coisa mudou em relação a Songs of Love and Death. Efetivamente, as únicas diferenças aqui se dão pela participação de Rick Altzi (At Vance, Masterplan), que divide os vocais com Jennifer Haben em “Beautiful Lies” e por uma maior quantidade de vocais masculinos agressivos, se aproximando um pouco nesse sentido do que faz, por exemplo, o Epica.

Basicamente, são canções que seguem a fórmula padrão do Metal Sinfônico, com boas partes melódicas, bom trabalho de guitarra, em canções claramente orientadas para os refrões fortes e de fácil assimilação e principalmente, para a ótima Jennifer Haben, que já pode ser colocada sim entre as principais vozes femininas do Metal. Tudo isso acaba dando uma boa dose de acessibilidade à sonoridade do Beyond the Black (e que pode incomodar um pouco no início), mesmo que não abram mão do peso na maior parte do tempo. Para que a audição não se torne cansativa, optaram por alternar canções mais “épicas” com (semi) baladas, o que ajuda muito no final, já que sem isso, as chances do trabalho se tornar maçante seriam grandes.


Na maior parte do tempo, você fica com aquela sensação do “já ouvi isso antes”, já que boa parte das canções soa familiar aos ouvidos mais acostumados com o estilo. “Lost In Forever” é uma boa faixa de abertura, graças às partes sinfônicas, que ficaram muito boas, e ao refrão para lá de grudento. O bom equilíbrio entre as orquestrações e o lado Metal dão o tom em “Beautiful Lies”, que conta com a já citada participação de Rick Altzi, que acaba dando um bom diferencial à canção. Já “Written In Blood”, além de possuir peso, tem um refrão que empolga. A sequência composta pelas ótimas “Halo Of The Dark” e “Dies Irae” é outro destaque aqui, pela energia que passam. Outra que vale a pena citar é “Heaven In Hell”, que se destaca não só pelo seu peso, como por possuir uma boa dose de agressividade. Já entre as 4 canções que vieram de bônus, os destaques ficam por conta da bela balada “The Other Side” e principalmente “Rage Before The Storm”, divertida e com um refrão daqueles forjado sobre medida para todos cantarem nos shows da banda.

Falta identidade ao Beyond the Black? Sim, já que durante toda a audição, nomes como Nightwish, Epica, After Forever e Withim Temptation virão à sua cabeça. Isso se torna um grande problema? No final das contas, nem tanto, e por dois motivos simples: a honestidade com a qual tocam e, principalmente, a energia que imprimem em suas canções. Isso acaba por compensar a já citada sensação do “já ouvi isso antes” que perdura por toda a audição de Lost In Forever. Um fato curioso é que, após o lançamento do trabalho no ano passado, a banda passou por uma reformulação radical, só ficando Jennifer da formação que gravou esse álbum.

O Beyond the Black possui um potencial razoável de crescimento e pode se tornar tão grande quanto um Epica, por exemplo. Basta ter mais calma e no próximo lançamento, trabalhar um pouco mais as canções, sem a correria para lançar um novo álbum em um curto espaço de tempo. E claro, ousar um pouco mais, já que ter uma identidade própria não mata ninguém.

NOTA: 7,0

Beyond the Black (gravação):
- Jennifer Haben (vocal);
- Nils Lesser (guitarra);
- Christopher Hummels (guitarra/vocal);
- Erwin Schmidt (baixo);
- Tobias Derer (bateria);
- Michael Hauser (teclado).

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terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Stratovarius - Destiny (1998/2016)


Stratovarius - Destiny (1998/2016)
(Shinigami Records/earMUSIC - Nacional)


CD1
01. Destiny
02. S.O.S.
03. No Turning Back
04. 4000 Rainy Nights
05. Rebel
06. Years Go By
07. Playing With Fire
08. Venus In The Morning
09. Anthem Of The World
Bonus Tracks
10. Cold Winter Nights (European Edition Bonus Track)
11. Dream With Me (Japanese Edition Bonus Track)
12. Blackout (US Edition bonus track)

CD2 – Visions Of Destiny
01. Destiny
02. Paradise
03. Speed Of Light
04. S.O.S.
05. Anthem Of The World
06. Forever Free
07. Black Diamond
08. The Kiss Of Judas
09. Distant Skies
10. Forever

Definitivamente, a alemã earMusic vêm prestando um grande serviços aos amantes do Power Metal Melódico. Primeiro, vieram os relançamentos do Gamma Ray, remasterizados e recheados de materiais extras relevantes. Agora, chegou a vez de colocar no mercado todo o catálogo do Stratovarius, igualmente acompanhado de bônus e nova masterização. E bem, nada melhor do que começar isso lançando um dos grandes trabalhos do grupo finlandês, um álbum que fecha a sua era de ouro.

No período compreendido entre 1995 e 1998, o Stratovarius lançou 4 verdadeiras joias que marcaram seu auge criativo, Fourth Dimension (95), Episode (96), Visions (97) e Destiny (98). É justamente esse último que agora está sendo relançado, acompanhado do bootleg Visions Of Destiny, gravado na turnê de 1999 e que capta toda a força da banda naquele momento ímpar de sua carreira. Não soa como exagero dizer que também marca o fim de uma era. Por mais que Timo Kotipelto (vocal), Timo Tolkki (guitarra), Jari Kainulainen (baixo), Jörg Michael (bateria) e Jens Johansson (teclado) (os dois últimos não tocaram em Fourth Dimension, já que seus postos eram ocupados respectivamente por Tuomo Lassila e Antti Ikonen) ainda tenham gravado mais alguns álbuns juntos posteriormente a esse, algo já havia se quebrado, como em um prenúncio da crise que se abateria sobre os finlandeses anos depois e que quase decretou o fim da banda.

Destiny é um trabalho que chega perto da perfeição em matéria de Metal Melódico, tamanha sua qualidade. E só não a alcança por dois motivos, ter vindo depois de Visions, o auge criativo do Stratovarius, e exagerar no número de baladas presentes. Sim, porque por mais que o quinteto soubesse compor uma balada como poucos, acaba soando um pouco exagerado ter 3 delas em um álbum com 9 músicas. Ainda assim, aqui temos uma verdadeira aula de como mesclar Power Metal, passagens Prog, elementos sinfônicos, melodias grudentas e refrões marcantes.

Em sua versão original, Destiny possuía faixas verdadeiramente épicas em seu início e final. De cara, a faixa título, uma das composições mais fortes da história do Stratovarius. Um épico progressivo de mais de 10 minutos, com ótimos riffs e duetos da guitarra de Tolkki com o teclado de Johansson, elementos neoclássicos e um refrão marcante. Encerrando, tínhamos “Anthem Of The World”, com boas mudanças de andamento, melodias abundantes e um trabalho primoroso de Jens e seu instrumento. No quesito faixas rápidas, também não ficam devendo. “S.O.S.” possui riffs fortes, melodias cativantes, refrão marcante e um certo apelo pop. Já “No Turning Back” consegue ser quase tão boa quanto a clássica “Speed Of Light”, sendo possível traçar um paralelo entre as duas. Destaque para a bateria de Jörg Michael, que soa poderosa. Essas características também se fazem presentes em “Rebel” e suas ótimas melodias e duelos entre Tolkki e Johansson. A última da categoria “faixas rápidas” é “Playing With Fire”, enérgica, cativante e com uma pegada rocker.


O trabalho é complementado originalmente por mais 3 baladas. Ok, o Stratovarius sempre teve o dom para as mesmas, mas em um trabalho de 9 músicas, 33% das mesmas serem baladas soa um pouco exagerado. Ainda assim, é impossível questionar a qualidade de uma canção como “4000 Rainy Nights”, com um clima pomposo, uma ótima melodia e um refrão para lá de marcante. Uma das melhores de toda a carreira dos finlandeses. “Years Go By” é a faixa que eu tiraria de Destiny. Não, ela não é ruim, até possui um bom trabalho de guitarra, mas é indiscutivelmente a mais fraca das 3 baladas aqui presentes. Ainda temos “Venus In The Morning”, mais delicada, com um bom apelo progressivo e boa utilização de elementos sinfônicos.

Agora vamos ao material extra aqui presentes. No primeiro Cd, temos 3 canções que saíram de bônus respectivamente nas versões europeia, japonesa e americana. Dessas, “Cold Winter Nights” é certamente a melhor de todas. Rápida, melódica e cheia de energia, deveria ter entrado na versão padrão de Destiny, no lugar de “Years Go By”. “Dream With Me” é mais uma balada de qualidade, com destaque para sua bela linha de piano. Encerrando, temos uma versão para a clássica “Blackout”, do Scorpions, que ficou muito legal. Já no segundo Cd, temos o raro (até então) bootleg Visions Of Destiny, gravado no ano de 1999 durante a turnê de Destiny. Aqui temos uma mescla perfeita entre antigos clássicos, como “Paradise”, “Speed Of Light”, “Forever Free” ou “Black Diamond” e ótimas músicas presentes no álbum. Nele, podemos ouvir o Stratovarius em seu auge.

Felizmente a Shinigami nos presenteou com uma versão nacional desse clássico. A remasterização (realizada por Mika Jussila, o mesmo que masterizou o material original) fez muito bem ao álbum, o deixando ainda mais vibrante, e além de uma nova capa, o encarte ainda conta com notas abordando o período e muitas fotos. Em suma, um material imperdível, não só para os fãs da banda, como para qualquer um que aprecie Power Metal de qualidade. Realmente obrigatório!

NOTA: 9,0

Stratovarius (gravação):
- Timo Kotipelto (vocal);
- Timo Tolkki (guitarra);
- Jari Kainulainen (baixo);
- Jörg Michael (bateria);
- Jens Johansson (teclado).

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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

The Dead Daisies - Make Some Noise (2016)


The Dead Daisies - Make Some Noise (2016)
(Shinigami Records - Nacional)


01. Long Way To Go
02. We All Fall Down
03. Song and a Prayer
04. Mainline
05. Make Some Noise
06. Fortunate Son (Creedence Clearwater Revival cover)
07. Last Time I Saw the Sun
08. Mine All Mine
09. How Does it Feel
10. Freedom
11. All the Same
12. Join Together (The Who cover)

Chamar o The Dead Daisies de supergrupo não me soa muito justo. Fundado em 2012, pelas mãos do guitarrista David Lowy e do vocalista Jon Stevens (INXS), talvez o mais correto seja os chamar de um supercoletivo. Além de sua formação atual, que conta com John Corabi (vocal, ex-Mötley Crüe), Lowy (guitarra), Doug Aldrich (guitarra, ex-Dio, ex-Whitesnake, ex-Foreigner), Marco Mendoza (baixo, ex-Blue Murder, ex-John Sykes, ex-Ted Nugent, ex-Whitesnake) e Brian Tichy (bateria, ex-Billy Idol, ex-Foreigner, ex-Whitesnake, ex-Glenn Hughes, ex-Ozzy Osbourne), já passaram em algum momento pela banda músicos do calibre de Richard Fortus (Guns N' Roses), Darryl Jones (The Rolling Stones), Dizzy Reed (Guns N' Roses), Charley Drayton (The Cult), John Tempesta (The Cult), Frank Ferrer (Guns N' Roses), Alex Carapetis (Nine Inch Nails), Tommy Clufetos (Ozzy Osbourne, Black Sabbath), Damon Johnson (Alice Cooper, Thin Lizzy), dentre alguns outros.

Outro fato curioso e que vale a pena citar, é que o The Dead Daisies foi a primeira banda ocidental de Rock a tocar em Cuba, depois que Barack Obama reestabeleceu relações diplomáticas com a ilha. Através de um convite do Ministério da Cultura cubano, do Instituto Cubano de Música e da Agência Cubana de Rock, passaram uma semana no país, fizeram um show para 6 mil pessoas e gravaram um documentário, que foi lançado posteriormente. Além disso, Make Some Noise é seu 3º álbum completo de estúdio, além de já terem soltado mais 2 EP’s, 9 singles e estarem preparando seu primeiro trabalho ao vivo. Em suma, os caras são incansáveis.


Make Some Noise pode e deve ser definido de uma forma bem simples: uma celebração ao Rock and Roll. Apostando em um Hard Rock simples, que transita entre o Classic Rock, o Hard e o Sleaze, sem invenções e carregado de energia, acabaram forjando canções que são perfeitas para serem tocadas ao vivo, verdadeiras odes ao estilo. O trabalho vocal de Corabi é excelente e em alguns momentos, vai te remeter a Steven Tyler. Já Lowy e Aldrich se saem muito bem, despejando ótimos riffs e soando como uma mescla de AC/DC com Aerosmith. Certamente deixaram Angus Young e Joe Perry muito felizes. Já na parte rítmica, Marco Mendoza e Brian Tichy brilham com a categoria que lhes é esperada, em um trabalho bem sólido, pesado e diversificado.

Lembra da mescla de AC/DC com Aerosmith citada logo acima? Bem, ela fica evidente já na primeira música, “Long Way To Go”. Crua, enérgica, é um dos destaques aqui. As influências de Tyler & cia voltam a dar as caras em ótimas faixas, como “We All Fall Down” (com seu refrão grudento), “Mainline” (com um pé no punk), “Last Time I Saw the Sun” e “All the Same”. Nos covers para  “Fortunate Son”, do Creedence Clearwater Revival, e “Join Together”, do The Who, optaram corretamente por não inventar, colocando apenas mais peso nas canções. Ponto para eles. Mas o grande destaque aqui fica realmente com “Make Some Noise”, grudenta e moldada para ser tocada em grandes arenas, levantando todo o público. É difícil não se empolgar com a mesma.

Em tempos nos quais a música parece ficar cada vez mais complexa, com artistas buscando expandir cada vez os limites de seus trabalhos, é bom demais se deparar com um álbum como Make Some Noise. Talvez aqui esteja a prova cabal de que sim, o sentido do Rock está na simplicidade. Uma verdadeira celebração ao estilo.

NOTA: 9,0

The Dead Daisies é:
- John Corabi (vocal);
- David Lowy (guitarra);
- Doug Aldrich (guitarra);
- Marco Mendoza (baixo);
- Brian Tichy (bateria)

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Axel Rudi Pell - Game of Sins (2016)

 
Axel Rudi Pell - Game of Sins (2016)
(Shinigami Records - Nacional)


01. Lenta Fortuna (Intro)
02. Fire
03. Sons in the Night
04. Game of Sins
05. Falling Star
06. Lost in Love
07. The King of Fools
08. Till the World Says Goodbye
09. Breaking the Rules
10. Forever Free
11. All Along the Watchtower (Bob Dylan cover)

Existem alguns músicos que, apesar de absurdamente talentosos, recebem menos atenção do que deveriam por esses lados de cá. Axel Rudi Pell me parece um deles. Guitarrista e compositor de talento, o alemão consolidou sua carreira a partir de 1989, com alguns trabalhos simplesmente clássicos, como Nasty Reputation (91), Black Moon Pyramid (96), Magic (97), The Masquerade Ball (00) e mais recentemente, Circle of the Oath (12).

Game of Sins é nada mais, nada menos, do que seu 17º trabalho de estúdio e aqui, como de praxe, ele não inventa. O ouvinte encontrará aquela velha fórmula de canções um pouco mais longas, com raiz no Heavy Tradicional, e que trafegam com uma naturalidade impressionante entre o Power Metal e o Hard Rock. Além disso, temos os ótimos vocais de Johnny Gioeli, uma parte rítmica coesa e firme, com seu fiel escudeiro desde os tempos de Steeler, Volker Krawczak (baixo) e o experiente Bobby Rondinelli (bateria, com passagens por Black Sabbath, Warlock, Doro, Rainbow, Quiet Riot e Blue Öyster Cult) e complementando, os teclados sempre muito bem encaixados de Ferdy Doernberg.

Curiosamente, a maior virtude de Game of Sins, também acaba sendo seu calcanhar de aquiles. Por apostar em uma fórmula já mais que conhecida, muitas canções aqui presentes acabam por nos remeter a material de seu passado e as vezes, até mesmo a outras presentes no mesmo trabalho. Um exemplo são as semelhanças entre a faixa-título e “Till the World Says Goodbye”. Se por um lado, entrega aos seus fãs exatamente o que eles esperam, por outro o resultado soa um pouco repetitivo e burocrático. Me chamou a atenção também o fato de os solos estarem mais contidos, apesar de ainda possuírem uma qualidade inquestionável.


“Fire”, que verdadeiramente abre o trabalho, é uma típica faixa de abertura dos trabalhos de Axel. Bom peso, melodias que remetem ao Power Metal, além de riffs e refrão bem familiares. Já a faixa seguinte, “Sons in the Night”, tem aquele apelo mais Hard, com bons riffs e refrão grudento, daqueles que você já sai cantando na primeira audição. A faixa título tem uma pegada mais épica e soa bem diversificada, agradando muito. Mas é isso. O restante do álbum vai seguindo essa fórmula, o que depois de algum tempo, começa a soar um pouco cansativo. Claro, temos alguns momentos muito bons, como a pesada e poderosa “Falling Star”, a cativante e grudenta “The King of Fools” e a balada “Forever Free” (Axel tem o dom para as mesmas, isso é indiscutível), mas fica aquela sensação que faltou algo a mais. Vale dizer que a versão nacional vem com uma faixa bônus, “All Along the Watchtower”, cover de Bob Dylan que saiu apenas em edições limitadas na Europa, e que ficou bem legal.

A produção, como sempre feita por Axel, é de ótima qualidade. A mixagem ficou por conta do mestre Charlie Bauerfeind (Helloween, Blind Guardian, Angra, Hammerfall, Gamma Ray, Saxon, Rage) e a masterização, como ocorre desde Eternal Prisoner (92), foi realizada por Ulf Horbelt (Arch Enemy, Moonspell, Dark Tranquillity, Sodom, Paradise Lost, Krisiun). Já a bela capa, mais uma vez foi obra do ilustrador inglês Martin McKenna (vale a pena uma visita a seu site).

Ao final, Game of Sins é uma faca de dois gumes. Se por um lado, entrega exatamente o que seu público deseja, por outro acaba soando um pouco cansativo por repetir sempre a mesma fórmula. Quando a inspiração está em dia, isso pouco incomoda, mas como faltou a mesma em alguns momentos aqui, o trabalho perdeu um pouco de sua força. Admito, mesmo com tais falhas, que esse é um álbum que possui qualidade, pois apesar de tudo, consegue cativar o ouvinte com suas ótimas melodias e com o talento inquestionável de Axel Rudi Pell. No fundo, talvez o seu verdadeiro problema seja estar inserido em uma discografia que é praticamente impecável.

NOTA: 7,5

Axel Rudi Pell é:
- Johnny Gioeli (vocal);
- Axel Rudi Pell (guitarra);
- Volker Krawczak (baixo)
- Bobby Rondinelli (bateria)
- Ferdy Doernberg (teclado)

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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Arkona – Vozrozhdenie (2004/2016)


Arkona – Vozrozhdenie (2004/2016)
(Shinigami Records - Nacional)


01. Kolyada (Kolyada)
02. Maslenitsa (Maslenitsa)
03. K domu Svaroga (To the House of Svarog)
04. Chernye vorony (Black Ravens)
05. Vozrozhdenie (Revival)
06. Rus’ (Rus)
07. Brate slavyane (Brothers Slavs)
08. Solntsevorot (Solstice)
09. Pod mechami (Under the Swords)
10. Po zverinym tropam (On the Animals’ Paths)
11. Zalozhny (Pledged)
12. Zov predkov (Call of Ancestors)

O Arkona é sem dúvida alguma, um dos principais nomes do Pagan/Folk Metal da atualidade. Mesclando elementos de Pagan, Thrash, Black e até mesmo Metal Tradicional, além de, claro, elementos folclóricos da cultura eslava, se caracterizaram por fugir completamente daquele estilo “Folk Metal feliz” que boa parte das bandas emprega por ai. Sua música é mais sombria, escura. Além disso, conta com o diferencial da voz de Masha "Scream" Arkhipova, já que tanto seus vocais limpos quanto os urrados são excelentes.

Após lançar um álbum onde procuraram inovar um pouco seu som, o ambicioso Yav (14), o Arkona resolveu dar “um passo atrás” e se voltar ao passado, regravando seu debut, Vozrozhdenie. Normalmente não sou fã desse tipo de trabalho, já que muitas vezes tal opção advém de crises criativas, mas confesso que estava curioso para ouvir o resultado final. Me perguntava o que poderiam vir a acrescentar de novo, que justificasse tal regravação. E bem, depois de algumas audições, tal pergunta de certa forma continuou em aberto para mim.

Substancialmente falando, não tivemos grandes mudanças que realmente pudessem servir de motivação para a regravação de seu primeiro álbum. Claro que algumas alterações ocorreram aqui e ali, mas nada drástico. O grande e único avanço se deu realmente nos quesitos gravação e produção. Nesse sentido, o resultado final é muito positivo, já que o som do Arkona soa mais polido e equilibrado, com as guitarras soando mais limpas. Tudo é mais audível, o que permite observar melhor certas nuances da música praticada pelos russos. Mas como tudo tem dois lados, o grande charme que era justamente a crueza, a aspereza que o trabalho possuía em 2004, aquele clima mais bruto, se esvaiu em grande parte e não seria exagero afirmar que senti falta de um pouco mais de peso nessa nova versão.


Então isso significa que o trabalho é ruim? Mas de forma alguma. O que temos são representações da mesma banda em épocas diferentes, e as pequenas alterações que ocorrem aqui e ali, denotam o amadurecimento pelo qual passaram no período de 12 anos. Um exemplo é a faixa de abertura, “Kolyada”, que aqui soa mais autêntica e forte que a original, sendo um dos destaques do trabalho. Já  “K domu Svaroga” conta com mais elementos folclóricos e o desempenho de Masha como ponto alto. “Rus’” foi outra que passou por pequenas mudanças e tem como principal destaque, as ótimas melodias vocais. Se por um lado as guitarras mais limpas fizeram o trabalho perder aquele clima bruto já citado, por outro fez muito bem a “Solntsevorot”. No caso de  “Zalozhny”, os teclados perderam um pouco da proeminência, com as guitarras ocupando um papel de mais destaque, o que acabou fazendo muito bem à mesma.

Ao final, o que temos é um trabalho sólido, enérgico e maduro, com melodias folclóricas de altíssimo nível e que vai agradar em cheio não só os fãs da banda, como também os de Folk Metal em geral. E vale frisar que a versão nacional está saindo em um digipack lindíssimo, com um dos projetos gráficos mais bonitos que já vi por aqui. Mais um motivo que torna a aquisição do mesmo imperdível.

NOTA: 8,0

Arkona é:
- Masha “Scream” Arkhipova - (vocal, teclado, percussão, tamborim, komuz, violão, bateria xamânica)
- Sergey “Lazar” Atrashkevich - (guitarra, balalaika, komuz, yakut, harpa judia, backing vocal)
- Vladimir “Wolf” Reshetnikov – (flauta, gaita de fole, gaita, galega, flauta doce, backing vocal)
- Ruslan “Kniaz” – Baixo
- Andrey Ischenko – Bateria

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Freedom Call - Master of Light (2016)


Freedom Call - Master of Light (2016)
(Shinigami Records - Nacional)


01. Metal Is for Everyone
02. Hammer of the Gods
03. A World Beyond
04. Masters of Light
05. Kings Rise and Fall
06. Cradle of Angels
07. Emerald Skies
08. Hail the Legend
09. Ghost Ballet
10. Rock the Nation
11. Riders in the Sky
12. High Up

Houve um momento na segunda metade dos anos 90, que toda banda que surgia parecia apostar no Power Metal Melódico. Impulsionado por grandes lançamentos de bandas como Stratovarius, Blind Guardian, Gamma Ray, Hammerfall, Rhapsody e Iced Earth, dentre outras, o estilo recuperou o brilho que tinha nos anos 80, quando surgiu e cresceu através de nomes seminais como Helloween, Running Wild, Grave Digger, na Europa, ou Savatage, Jag Panzer, Attacker e Manilla Road nos Estados Unidos.

Foi mais precisamente em 1998 que os amigos de velha data Chris Bay e Dan Zimmermann (Gamma Ray, que saiu da banda em 2010) resolveram unir forças em um projeto no qual voltariam a tocar juntos. Surgiu aí o Freedom Call. Vieram em seguida 3 dos melhores trabalhos desse período, os ótimos Stairway to Fairyland (99), Crystal Empire (01) e Eternity (02), que elevaram a banda alemã ao primeiro time do Power Metal Melódico. Após isso, veio um momento um tanto questionável, onde dentro de um estilo já saturado, procuraram novas saídas para sua música (mas sem fugir do Power), mas com resultados que dividiram os fãs. A partir de 2012, as coisas começaram a voltar aos trilhos, com a banda voltando às suas origens e lançando dois bons trabalhos, Land of the Crimson Dawn (12) e Beyond (14).

Acho que todos conhecem o ditado “não julguem um livro pela capa”, não é? Isso pode se aplicar a Master of Light, 9º trabalho de estúdio do Freedom Call. Ok, os caras sempre prezaram por passar mensagens mais positivas em suas letras, além do bom humor, mas sinceramente, acho que erraram a mão dessa vez. Não é dessas que empolga e te faz pensar que o material contido no CD não possui qualidade. Mas felizmente, depois que ele começa a rodar no som, essa impressão se desfaz por completo, graças à alta qualidade do que nos é apresentado.

Poderia dizer, sem exageros, que Master of Light é o trabalho que deveria ter sido lançado na sequência de Eternity, pois soa como sua continuação natural. Aqui temos todos aqueles elementos que sempre marcaram a carreira do grupo alemão, ou seja, músicas rápidas, mas sem exagerar na velocidade, peso (sem perder a acessibilidade), melodias “a dar com o pau”, ótimo trabalho vocal, bons riffs e solos, parte rítmica consistente, teclados e elementos sinfônicos utilizados de forma bem equilibrada, clima épico e grandioso e claro, aqueles refrões grudentos que nunca podem faltar, e que ficam por dias na sua cabeça. É ou não é tudo que um fã do Freedom Call espera de um álbum da banda?


Já de cara, temos a ótima “Metal Is for Everyone”, com melodias marcantes e refrão para cantar junto. Ok, a letra é clichê, palavras como metal, steel, law, strong, victory, dragons, kings, glory e power surgem por toda canção (sério, não tem um verso que não tenha no mínimo uma delas), mas e daí? As letras nunca foram o forte da banda mesmo e, acima de tudo, a canção diverte e empolga, e isso sim é importante. Já a faixa seguinte, “Hammer of the Gods”, não esconde a influência de Helloween (mais precisamente, I Want Out), soando bem enérgica, melódica e com aquele refrão fácil, extremamente fácil, para você, e eu e todo mundo cantar junto. Fechando com chave de outro a ótima sequência inicial, temos “A World Beyond”, com um clima épico, bons elementos sinfônicos e algumas mudanças de tempo, que a deixam ainda mais interessante.

Mas apesar do ponto alto do trabalho estar justamente em seu início, isso não significa que o restante do mesmo não possua grande qualidade. Justamente o contrário. A veloz “Riders in the Sky” soa como um Dragonforce que sabe o que está fazendo (e não só tocando rápido) e vai agradar em cheio aos fãs de Helloween e Gamma Ray, que também irão se empolgar com a ótima “Kings Rise and Fall”. “Emerald Skies” é aquele típico Power Metal europeu, com elementos sinfônicos sendo muito bem utilizados, enquanto as boas melodias de “High Up” remetem invariavelmente ao Stratovarius. Aqueles que gostam de um “baladinha”, certamente aprovarão “Cradle of Angels”.

Como nos dois álbuns anteriores, a produção ficou por conta de Chris Bay e Stephan Ernst, que também foi o responsável pela mixagem e masterização do trabalho. Talvez tenhamos aqui o melhor resultado já obtido em um álbum dos alemães. Retornando às suas raízes, o Freedom Call pode até não apresentar nada de novo e abusar daqueles clichês típicos do estilo, mas fazem isso com tanta competência que fica impossível não gostar do resultado final. Sem dúvida, Master of Light é daqueles álbuns altamente indicados para qualquer fã de Power Metal melódico que deseje viajar ao passado, aos tempos de glória do estilo.

NOTA: 8,5

Freedom Call é:
- Chris Bay (vocal/guitarra);
- Lars Rettkowitz (guitarra);
- Ilker Ersin (baixo);
- Ramy Ali (bateria).

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Bloodred - Nemesis (2016)


Bloodred - Nemesis (2016)
(Independente - Importado)


01. Fell Voices on the Wind    
02. Tragedien i Svenskehuset
03. Nemesis
04. The Hail-Storm
05. Collateral Murder    
06. The Lost Ones
07. Spirits of the Dead   
08. Im kalten Licht der Ewigkeit

Com o tempo, a música extrema se dividiu em tantas ramificações, em tantos subestilos, que as vezes esquecemos de como o básico, o simples, pode ser muito bom. O Bloodred é uma one man band surgida na Alemanha, pelas mãos de Ron Merz, que só não toca bateria nas gravações. O projeto surgiu em 2009, mas só lançou seu primeiro registro, um EP intitulado The Lost Ones, em 2014. Finalmente em 2016, lançou seu primeiro álbum completo, Nemesis.

Basicamente, o que temos aqui é um trabalho que navega pelos mares do Blackned Death Metal, com vocais agressivos, que pendem para o Death Metal, riffs de qualidade puxados para o Black e uma bateria simplesmente furiosa, tocada pelo baterista do Atrocity, Joris Nijenhuis. Por sinal, a produção ficou por conta de Alexander Krull. Ainda assim, algumas boas melodias, que remetem àquele Death Metal tipicamente sueco podem ser notadas em muitos momentos e a variação entre passagens mais lentas e outras mais velozes dão a diversidade necessária ao Bloodred para que sua música não soe repetitiva.


Após uma breve instrumental, já temos de cara um dos destaques do álbum, a agressiva “Tragedien i Svenskehuset”, que possui um certo ar obscuro. O Black dá as caras já na faixa seguinte, a épica “Nemesis”, onde a guitarra consegue imprimir melodias bem interessantes. Essas características também podem ser notadas em outras faixas, como a pesada “The Hail-Storm” e a agressiva “Spirits of the Dead”. “Im kalten Licht der Ewigkeit” tem uma queda para aquele Black Metal mais atmosférico, com sua guitarra soando bem sombria, enquanto o lado Death Metal pode ser claramente notado na violenta “Collateral Murder”, enquanto “The Lost Ones” possui uma influência maior de Thrash.

A produção, como já citado mais acima, ficou por conta de Alexander Krull (Atrocity, Leaves’ Eyes) e soa condizente com a proposta musical apresentada. Os instrumentos estão audíveis, mas sem tirar aquela dose se sujeira e agressividade mais do que necessárias para o estilo. Já a capa é obra de Stefan Heilemann, que já trabalhou com nomes como Epica, Kreator, Pain, Kamelot, Xandria, Atrocity e muitos outros. Se você curte um Black/Death sem invenções, direto, agressivo e muito pesado, mas ainda não conhece o trabalho do Bloodred, está mais do que na hora de corrigir essa falha.

NOTA: 8,0

Bloodred é:
- Ron Merz (vocal, guitarra e baixo)

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domingo, 5 de fevereiro de 2017

Melhores álbuns – Janeiro de 2017


No primeiro domingo de cada mês o A Música Continua a Mesma fará uma lista com os melhores álbuns do mês anterior. Nela, respeitaremos as datas oficiais de cada lançamento, então sendo assim, não contaremos a data que os mesmos vazaram na internet, mas sim quando efetivamente foi lançado.

Sendo assim, ai vão os melhores lançamentos de janeiro na opinião do A Música Continua a Mesma.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Mickey Junkies - Since You’ve Been Gone (2016)


Mickey Junkies - Since You’ve Been Gone (2016)
(Sinigami Records - Nacional)


01. Nothing to Say
02. Something About Destruction
03. Since You’ve Been Gone
04. Use Me (to Move On)
05. Stoned
06. Tryin’ to Resist
07. Sweet Flower
08. Big Bad Wolves
09. Alguma Coisa
10. A Tired Vampire

O legal de se escutar Rock/Metal há quase 3 décadas e de não ter sido, na maior parte do tempo, um radical de cabeça fechada, é que acabei escutando de tudo um pouco do que passou pela cena nos últimos 28 anos. Me lembro que em idos de 93/94, já morava no interior de Minas e nem sempre tinha acesso a informações, então qualquer revista do estilo que aparecesse por aqui, eu comprava sem titubear. Em uma dessas, peguei uma edição da Dynamite, na qual tinha a cobertura do Festival “Juntatribo”, que havia ocorrido em Campinas/SP e reuniu o que podemos chamar de “a nata” do Rock Alternativo brasileiro de meados da década de 90 (foram duas edições, uma em 93 e a outra em 94).

Nesse momento, tive contato com toda uma gama de bandas para lá de interessantes. Okotô, Garage Fuzz, Pin Ups, Second Come, Lethal Charge, Anarchy Solid Sound, Killing Chainsaw e Mickey Junkies se tornaram familiares para mim, já que aos poucos fui procurando conhecer cada uma delas. O Grunge havia estourado nos Estados Unidos, o Rock Alternativo havia crescido por aqueles lados de lá e isso refletiu diretamente aqui. Um exemplo é que a maior parte das bandas cantava em inglês, o que talvez tenha atrapalhado bastante as mesmas, pois curiosamente, as duas únicas dessa geração que realmente vingaram e fizeram grande sucesso, cantavam em português: Raimundos e Planet Hemp (curiosamente, cada uma cantou em uma das edições do Juntatribo).

Dessas, o Mickey Junkies, surgida no ano de 1991, sempre se destacou como uma banda diferenciada. Após algumas demos e elogios de nomes do porte de Jello Biafra e Dave Grohl (na época, ainda baterista do Nirvana), finalmente conseguiram lançar seu álbum de estreia, “Stoned”, em 1995. Infelizmente, não era um período fácil e algum tempo depois, a banda encerrou as atividades. Poderiam ter caído no limbo em que muitas de suas contemporâneas caíram, sendo relembrada por alguns poucos, mas eis que em 2007, 10 anos após seu fim, sua formação clássica, com Rodrigo Carneiro (crooner), Érico Birds (guitarra), André Satoshi (baixo), Ricardo Mix (bateria) resolveu voltar à ativa, fazendo shows e relançando seu debut, com algumas bônus.


E bem, demorou, mas o segundo trabalho do Mickey Junkies finalmente foi lançado. Since You’ve Been Gone mostra uma banda mais madura e que não ficou parada no tempo, sabendo se adaptar com perfeição ao cenário alternativo atual, mas sem perder as suas raízes. Sua música mescla com perfeição elementos de Rock setentista, Blues, Punk, Grunge e boas doses de Psicodelia, gerando assim uma sonoridade para lá de agradável e com grande dose de personalidade. A voz de Rodrigo remete diretamente à de Glenn Danzig, enquanto Érico Birds despeja alguns dos riffs mais legais que escutei nos últimos tempos vindos de uma banda de Rock brasileira. Peso, groove e psicodelia muito bem equilibrados. Já a parte rítmica, com André Satoshi e Ricardo Mix é um show à parte, já além de esbanjarem técnica, conseguem imprimir grande variedade às canções.

Sobre estas, nada aqui soa dispensável e o resultado final é ótimo. Parte das canções aqui presentes data dos anos 90, apesar de serem inéditas em CD, e as demais foram compostas após o retorno. Entre minhas preferidas, destaco a dobradinha que abre o CD, “Nothing to Say” e “Something About Destruction”, ambas pesadas, com bom groove e certa lisergia, “Stoned”, com uma pegada bem Stoner Rock, o Blues Rock psicodélico “Sweet Flower” (faixa presente na primeira demo da banda), a enérgica e “hendrixiana” “Big Bad Wolves” e a pós-punk “Alguma Coisa”, um cover do De Falla e a única cantada em português aqui.

A produção ficou por conta de Michel Kuaker, que conseguiu deixar tudo audível, mas com aquela sujeira e crueza que a música pede. Mostrando maturidade, energia e provando que ainda tem muita lenha para queimar e muita coisa boa a oferecer para nosso cenário, só podemos esperar que o Mickey Junkies engate uma quinta marcha, siga em frente a toda velocidade e nos presenteie com muitos outros trabalhos de qualidade!

NOTA: 8,5

Mickey Junkies é:
- Rodrigo Carneiro (crooner);
- Érico Birds (guitarra);
- André Satoshi (baixo);
- Ricardo Mix (bateria).

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Eduardo Lira - The First Concept Project (2016)


Eduardo Lira - The First Concept Project (2016)
(Alternative Music - Nacional)


01. The Edge – Introitus
02. The Edge part 2 – A Path To Enlightenment
03. Sunrise
04. Catharsis
05. Enjoyment
06. Requiem For A Dream
07. Kaleidoscope
08. Imaginarium
09. Intention Divine
10. Raining Day

Nunca escondi que discos solos de guitarristas não estão entre minhas preferências. Se forem instrumentais então, ai é que procuro passar longe mesmo. E antes que me acusem de má vontade, tenho lá meus motivos. Na grande maioria das vezes, não passam de trabalhos masturbatórios, onde os ditos cujos se preocupam apenas em mostrar como conseguem tocar 2564 notas em apenas um segundo, deixando qualquer traço de musicalidade de lado. Mas, felizmente, existem aqueles raros casos em que a música é colocada em primeiro lugar.

Esse é o caso do primeiro álbum solo do guitarrista Eduardo Lira, The First Concept Project. Claro, a guitarra possui um papel central nas canções, nem poderia ser diferente, mas em momento algum a musicalidade é deixada de lado, até porque os demais instrumentos também possuem espaço para aparecer. Pesa a favor também o fato de não apelar para a velocidade na maior parte do tempo. Isso com certeza ajuda em muito no resultado final positivo obtido.

Mas, realmente, a maior qualidade do trabalho de Eduardo Lira é a objetividade. Descontando-se a introdução, são 9 músicas, com 5 ficando abaixo dos 3 minutos de duração. Das que sobram, apenas uma ultrapassa a casa dos 4 minutos. É tudo muito direto, sem exibições desnecessárias de habilidade. Trafegando com naturalidade entre o Rock, o Jazz e o Fusion, consegue forjar músicas bem variadas, com boas bases e riffs interessantes. Dentre os destaques aqui, aponto “The Edge part 2 – A Path To Enlightenment”, veloz e bem técnica, as versáteis “Enjoyment” e “Requiem For A Dream” e “Intention Divine”.

Gravado no ELStudio (RJ), o álbum teve a produção de David Cid, Alexandre Oliveira e Eduardo Lira, com mixagem e masterização feitas por David. O resultado final é muito positivo. Já a capa e o design ficaram por conta do renomado Gustavo Sazes, acompanhando o nível de qualidade do trabalho, que ainda contou com algumas ótimas participações especiais, como Felipe Andreoli e Andria Busic. Uma aula de técnica e boa música.

NOTA: 8,0

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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Voiceless - Time Is Now (2016)


Voiceless - Time Is Now (2016)
(Independente - Nacional)


01 - Burning Soul
02 - A New Life
03 - Verse of Freedom
04 - Wrath
05 - I Am The Death
06 - Chasing Time
07 - Homecoming
08 - Crowns No More
09 - Alright
10 - Night Thrill

Surgida no Maranhão em setembro de 2015, e tendo em sua formação músicos como o guitarrista Chris Wiesen (da banda de Hard Rock Purpura Ink) e Filipe Stress (na época ainda baterista do JackDevil), o Voiceless surpreendeu a muitos, não só por já lançar no final daquele mesmo ano seu debut, Senseless (resenha aqui), como pela sonoridade na qual apostaram, o Metalcore/Modern Metal. Sua música, pesada, variada e agressiva, agradou em cheio a aqueles que apreciavam uma sonoridade mais atual.

Eis que, mostrando não gostar de perder tempo, o Voiceless retornou pouco mais de 1 ano depois, com seu segundo trabalho de estúdio, Time Is Now, mostrando evolução em relação ao seu debut. Sua música soa um pouco mais acessível e melódica, mas, ao mesmo tempo, se mostra mais variada. É possível observarmos passagens aqui que remetem a estilos como Hard Rock, Thrash Metal e Melodic Death Metal, algo não tão audível em Senseless e que só agrega ao estilo da banda.


Um dos maiores trunfos do Voiceless, a presença de dois vocalistas, um cantando de forma mais extrema (Arthur Tribuzi) e outro cantando limpo/melódico (Alexandre Tanabe, que também tocou baixo), continua se fazendo presente. É algo que deixa suas canções mais dinâmicas. Esse artifício funciona muito bem em canções como as modernas e pesadas “Burning Soul” e “A New Life”. As influências de Hard Rock dão as caras nas baladas “Verse of Freedom” e “Homecoming”, ambas com ótimas melodias e bem acessíveis. Já e pesada e bruta “Wrath”, não nega sua influência de Melodic Death Metal, enquanto “Crows No More” tem um dos seus pés bem fincados no Thrash Metal. “I Am The Death” pende mais para o New Metal e tem uma utilização muito boa de efeitos eletrônicos.

Gravado no Acústica Studio, Time Is Now teve produção, mixagem e masterização feitos por Filipe Stress, obtendo um ótimo resultado, já que deixou o som limpo, claro, mas sem perder o peso e a agressividade. A ótima parte gráfica foi obra de Arthur Tribuzi, mostrando que se trata de uma banda de talento em todos os sentidos. Confirmando todo o potencial demonstrado em seu CD de estreia, o Voiceless se coloca entre os principais nomes do cenário Modern Metal nacional e, sinceramente, não fica devendo nada a boa parte das bandas que vêm lá de fora.

NOTA: 8,5

Voiceless é (gravação):
- Arthur Tribuzi (vocal);
- Alexandre Tanabe (vocal/baixo);
- Chris Wiesen (guitarra),
- Filipe Stress (bateria).

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Svoid - Storming Voices of Inner Devotion (2016)


Svoid - Storming Voices of Inner Devotion (2016)
(Sun & Moon Records - Importado)


01. Through the Horizon
02. Crown of Doom
03. Never to Redeem
04. Death, Holy End
05. Eternal
06. A Mind in Chains
07. Lefelé a setét mélységbe
08. Forlorn Heart
09. Bloodline
10. Long I've Gone (Where All Sinks)
11. In Damnation Vast

Eventualmente, alguém chega até mim e me pergunta o porquê de manter um blog que não dá nenhum retorno financeiro, além de consumir uma parte razoável do meu tempo livre. O primeiro motivo é a realização pessoal. Gosto do que faço e vejo o A Música Continua a Mesma como uma ferramenta de divulgação e fortalecimento do underground metálico. Já o segundo motivo é sem dúvida, ter chance de conhecer algumas bandas muito legais, às quais eu certamente não teria acesso de outra forma.

Confesso que desconhecia completamente os húngaros do Svoid até algumas semanas atrás, quando tive acesso ao seu material. Surgidos em 2009, soltaram um EP no ano de 2011, Ars Kha e estrearam com um trabalho completo 2 anos depois, intitulado To Never Return. Após 3 anos de hiato, no ano passado lançaram seu segundo CD, Storming Voices of Inner Devotion. Musicalmente, definem seu estilo como sendo Anti-Cosmic Metal, mas que podemos traduzir sem medo como sendo Post Black Metal.

Aqui, atmosferas típicas do estilo são mescladas com elementos de Pós-punk e Indie Rock, gerando assim um som bem variado e interessante, com letras que versam sobre o vazio, caos anticósmico e ocultismo. É como se o Watain estivesse fazendo uma jam com o Coven, o Siouxsie & the Banshees e mais alguma banda de Indie Rock inglesa. Falando assim, pode parecer bem estranho, mas a verdade é que o resultado final é bem diferente e dá uma cara própria ao Svoid. Os vocais, na maior parte do tempo soam bem ásperos, agressivos, enquanto as guitarras despejam riffs limpos, ao mesmo tempo que criam um clima bem escuro. Tudo isso é complementado com boas melodias, passagens atmosféricas e certo clima ritualístico.


A faixa de abertura, “Through the Horizon”, retrata bem o que encontraremos durante toda a audição. Riffs com boas melodias, alguns momentos atmosféricos e vocais puxando mais para o Black. As boas melodias se repetem na ótima “Crown of Doom” e em “Never to Redeem”, enérgica, crua e com muito de Indie Rock. Já “Eternal” começa leve, com alguns vocais limpos (que retornam no refrão) e vai crescendo aos poucos, se tornando cada vez mais pesada, com um belo trabalho de bateria. Outros grandes momentos ocorrem em “Forlorn Heart”, com uma boa mescla de Pós-Punk e Gótico e em “Bloodline”, com suas belas melodias e vocais sombrios. As demais faixas mantêm o bom nível do trabalho.

Procurando não ser “só mais uma banda” de Post Black em um cenário que já apresenta certa saturação, o Svoid surpreende com uma música variada, que se destaca principalmente pelas boas melodias e por possuir um clima escuro que a permeia. E com o potencial de crescimento que demonstram aqui, é inevitável ficarmos ansiosos por seus trabalhos futuros.

NOTA: 8,0

Svoid é:
- S (baixo/vocal);
- Gergo (guitarra);
- Dániel (bateria).

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4drive - Recycle (2016)


4drive - Recycle (2016)
(Independente - Nacional)


01. Something There
02. Madman
03. Fading Memories
04. In the Game
05. Spacetime Theory
06. Voiceless
07. Owe You
08. Catch Fire (Interlude)
09. Rain
10. Highlander

Ao ler as influências da banda no press kit enviado e a página da mesma no Facebook, você se depara com nomes díspares como Pantera, Metallica, Iron Maiden, Led Zeppelin, The Beatles, Lynyrd Skynyrd, Mr.Big, Silverchair, 30 Seconds to Mars, Alice In Chains, Korn, Red Hot Chili Peppers, dentre diversos outros. São tantos nomes de estilos diversos, que você fica até surpreso de não se deparar com o Raça Negra e o Molejão ali.

Mas, brincadeiras à parte, o 4drive surgiu no ano de 2001, na cidade de Americana/SP e, apesar da miscelânea citada acima, aposta em algo muito, mais muito mais simples. Sabe aquele Pop/Rock Alternativo de bandas como Incubus, Nickelback, Creed, Hoobastank, Puddle Of Mudd, Three Days Grace, Bush, Seether e toda aquela geração pós-grunge que se popularizou mundo afora e que tomaram as rádios rock brasileiras de assalto na segunda metade dos anos 90 e primeira dos anos 2000? Então, é isso que você vai escutar em Recycle.

Então sim, o som do 4drive é datadíssimo e te remete o tempo todo a esse período. E pior, apesar dos 15 anos de estrada, soa na maior parte do tempo sem muita personalidade, já que durante toda a audição, você vai se recordar de algum dos nomes citados, ou mesmo de outros que esqueci. Mas calma, isso não faz de Recycle um trabalho ruim, até porque Du Zabani (vocal), Gabriel Falcade e Vião (guitarras), Guilherme Falcade (baixo), Daniel Carrara (bateria) e Konishi (sampler) se mostram músicos para lá de competentes.


Acima de tudo, as canções aqui presentes são muito bem feitas. E dai se “Something There”, “Madman” e “Spacetime Theory” parecem faixas perdidas de bandas como Nickelback, Crazy Horse ou Incubus, ou se “Fading Memories” te lembra Creed. Du tem um timbre vocal agradável, Gabriel e Vião fazem um bom trabalho de guitarras, dando peso à música, sem claro, perder a acessibilidade e Guilherme e Daniel fazem bem o seu serviço na parte rítmica. Já os samplers de Konishi são muito bem encaixados, sem exageros.

Produzido por Guilherme Malosso e pela banda, com mixagem e masterização feitas pelo próprio Guilherme em parceira com Yuri Camargo, Recycle obteve bons resultados nesse sentido, já que o som ficou limpo, claro, mas com certo peso. A capa foi obra de Pedro Konishi. Apostando em um som datado, mas bem feito, o 4drive mostra muito potencial para crescer eobter grandes resultados nos próximos trabalhos. Basta imprimir um pouco mais de personalidade à sua música.

NOTA: 7,0

4drive é:
- Eduardo Zabani (vocal);
- Gabriel Falcade (guitarra);
- Otaviano Costa Jr. (guitarra);
- Guilherme Forti (baixo);
- Daniel Carrara (bateria);
- Pedro Konishi (samplers).

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