sábado, 27 de fevereiro de 2016

Fast Review – Resenhas rápidas para consumo imediato!

Blazon Stone – No Sign Of Glory (2015)
(StormSpell Records – Importado)


O projeto do sueco Cederik Forsberg (Rocka Rollas), que faz praticamente tudo aqui, exceto os vocais que ficaram a cargo de Georgy Peichev, chega a seu segundo trabalho. E bem, o nome da banda já deixa muito claro qual a maior influência do Blazon Stone. No sucessor de Return to Port Royal (13), você irá se deparar com aquele Heavy/Power que sempre caracterizou a carreira do Running Wild e vai agradar em cheio aos fãs desta. Ótimos riffs e coros, musicas rápidas e de ótima qualidade, ou seja, tudo que você espera de um trabalho do Running Wi....ops, do Blazon Stone. Se curtiu o debut, vá sem medo. (8,0)


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The Night Flight Orchestra – Skyline Whispers (2015)
(Coroner Records – Importado)


Aos que não conhecem, esse é um projeto que reúne membros do Soilwork, o vocalista Bjorn “Speed” Strid e o guitarrista David Andersson e o baixista Sharlee D’Angelo (Arch Enemy, Spiritual Beggars, Mercyful Fate, Witchery) e que chega a seu segundo CD. Ao contrario do que muitos podem imaginar, a sonoridade do TNFO passa longe do extremismo, pois trafega entre aquele Hard setentista mais melódico e o AOR/Rock de Arena típico dos anos 80. As referências aqui seriam bandas como Deep Purple, Europe, Journey, Kiss, Eagles, Foreigner, dentre outras. E para quem se acostumou com os vocais de Bjorn em sua banda principal, prepare-se para a surpresa, pois aqui o cara canta de uma forma magnífica, não deixando nada a dever a qualquer grande vocalista do estilo. (9,0)


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Heartlay – Remedy (2015) (EP)
(Independente – Importado)


O grupo francês, que já se fez presente nessa sessão meses atrás com seu EP de estréia, retorna agora com um novo trabalho, mostrando aquela mesma mescla de Metal Alternativo e Industrial, só que mais agressiva e obscura que antes, em uma clara evolução com relação ao antecessor de Remedy. Intenso, carregado de boas melodias e muita força, vai agradar em cheio aos fãs de sonoridades mais modernas. E para completar, mais uma vez o trabalho se encontra disponível para download gratuito no Bandcamp do Heartlay. (8,0)


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Black Tusk – Pillars of Ash (2016)
(Relapse Records – Importado)


Em Novembro de 2014 o Black Tusk sofreu um duro golpe, com o falecimento de Jonathan Athon (Baixo/Vocal), durante o processo de gravação de Pillars of Ash. Como o mesmo já havia gravado boa parte dos seus vocais, a banda optou por seguir em frente, como uma forma de homenagear o velho amigo, com Corey Barhorst (ex-Kylesa) assumindo a vaga. E para os fãs que estavam preocupados, saibam que os caras não aliviaram em nada e continuam apresentando um Sludge Metal cru, pesado, brutal, veloz, obscuro e raivoso. Por todas as circunstâncias que cercaram o mesmo, esse é certamente seu trabalho mais forte e impactante. (8,5)


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Ape Cave – Pillars of Evolution (2016)
(Independente– Importado)


Esse quarteto americano chega a seu primeiro álbum completo apresentando uma sonoridade que mescla Sludge, Stoner e Doom, com toques bem interessantes de psicodelismo aqui e ali. Isso acaba por gerar uma música de inegável qualidade, bem diversificada e dinâmica, além de claro, possuir uma rara personalidade para uma banda tão nova. Definitivamente um trabalho surpreendente! (8,5)


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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Arandu Arakuaa - Wdê Nnãkrda (2015)


Arandu Arakuaa - Wdê Nnãkrda (2015)
(Independente – Nacional)

01. Watô Akwẽ
02. Nhandugûasu
03. Hêwaka Waktû
04. Dasihâzumze
05. Padi
06. Wawã
07. Ĩwapru
08. Nhanderú
09. Ĩpredu
10. Sumarã
11. Povo Vermelho

Há 20 anos o Sepultura lançava Roots, um álbum que misturava Metal com elementos regionalistas típicos de nosso país. Obstante ser um trabalho que desperta paixões para o bem e para o mal, foi de imensa importância para o cenário do Metal em todo mundo. Mas porque falar da banda mineira na resenha sobre os brasilienses do Arandu Arakuaa? Simples, caro leitor, pelo fato de que aqui temos uma evolução natural do que foi feito duas décadas atrás.

O Arandu já havia despertado a atenção em seu trabalho de estreia, Kó Yby Oré (13), com sua sonoridade bem particular, que mistura Metal e elementos regionalistas e indígenas. Em Wdê Nnãkrda, resolveram aprofundar em tal fórmula, como esses elementos se fazendo ainda mais presentes, mas sem abrir mão em momento algum do peso em suas canções. Além dos instrumentos tradicionais para qualquer banda de Metal, você irá se deparar com violas caipiras, maracás, chocalhos, flautas e corais típicos da cultura indígena, inclusive com as músicas sendo cantadas em diversas línguas diferentes, o que acaba por dar ao trabalho uma riqueza impressionante. Isso pode gerar algumas dificuldades de assimilação para aqueles que não estão acostumados com tal proposta, mas os que se permitirem mergulhar de cabeça na música do Arandu, não irão se arrepender em momento algum.

A capacidade que possuem de equilibrar com perfeição momentos mais agressivos com outros mais amenos e atmosféricos é algo ímpar e nada aqui se encontra fora de lugar. Variações rítmicas se sucedem e funcionam bem, enquanto os vocais, tanto os limpos quanto os agressivos, estão muito bons. Ótimos riffs e uma parte rítmica técnica, pesada e variada também fazem parte do cardápio. Dentre as faixas presentes, destaco “Nhandugûasu”, “Hêwaka Waktû”, “Padi”, “Ĩwapru”, “Nhanderú”e “Sumarã”.

A ótima produção ficou a cargo de Caio Duarte, do Dynahead (outra banda de Brasília que pratica um som incrível) e a bela capa, por conta de Natalie e Bianca Duarte. Com uma sonoridade única, rica e diversificada, o Arandu Arakuaa mostra merecer estar muito acima do que se encontra nesse momento em matéria de qualidade. Fico pensando com meus botões aqui. Se Roots causou tanto estardalhaço pelo mundo 20 anos atrás, devido à mistura de Metal com elementos típicos de nossa cultura, imagine como os gringos ficariam chapados ao escutar Wdê Nnãkrda.

E por mais que existam hoje algumas bandas se utilizando desses mesmos elementos em suas músicas, a verdade é que o Arandu Arakuaa é hoje uma banda única, pois ninguém se assemelha com sua sonoridade. E sem exageros, lançaram um álbum igualmente único.

NOTA: 9,0

Arandu Arakuaa é:
- NáJila Cristina (Vocais/Maracá)
- Zândhio Aquino (Guitarra/Viola Caipira/Vocais/Teclado/Instrumentos Indígenas)
- Saulo Lucena (Contrabaixo/Vocais de Apoio/Maracá)
- Adriano Ferreira (Bateria/Percussão)



quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Desbrava – A Cidade Pulsa (2014)


Desbrava – A Cidade Pulsa (2014)
(Alternative Music – Nacional)

01. Trinta
02. Fantoches
03. Última Carta
04. Becca
05. Entre o Céu e Você
06. Humores Passageiros
07. Notícia Alguma Acalma
08. Vazio Metal
09. Daquilo que Eu Vou Perder
10. Noite em Claro
11. Nada
12. Notas no Ar

Nem tudo na vida é música pesada e em alguns momentos, os ouvidos podem apenas pedir por um bom Pop/Rock. Mas infelizmente hoje em dia tal estilo passa por uma seca de novos nomes no Brasil, ao menos no que diz respeito a popularidade, já que raros são os novos nomes que marcam presença em rádios ou programas de TV.

Mas isso não impede o surgimento de bons nomes, como é o caso do Desbrava, quarteto oriundo de São Paulo. Os caras apostam em um Rock cantado em português, com letras de qualidade, influências de Ska e Reggae aqui e ali. Ruggero se mostra um vocalista acima da média do que vemos dentro do estilo, com um timbre de voz muito agradável, além de se mostrar muito bom letrista. A guitarra de Cezar despeja boas melodias enquanto a parte rítmica, composta pelo baixista Eric e o baterista Alemão se mostra bem firme e imprime diversidade as canções.

Entre as 12 boas composições aqui presentes, os principais destaques ficam por conta de “Trinta”, “Fantoches”, “Entre o Céu e Você”, “Daquilo que Eu Vou Perder” e “Nada”.

Apresentando uma sonoridade sólida e coesa, com peso, mas sem perder a acessibilidade, o Desbrava vai agradar em cheio os apreciadores de um Rock Nacional de qualidade. Se você tem a cabeça mais aberta e não é afeito a radicalismos, pode apreciar sem moderação.

NOTA: 8,0

Desbrava (Gravação):
- Ruggero (Vocal)
- Cézar (Guitarra)
- Eric (Baixo)
- Alemão (Bateria)

Desbrava é:
- Ruggero (Vocal)
- Yuri Bertozzi (Guitarra)
- Rafles Bass (Baixo)
- Igor Oliveira (Bateria)


quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Jäilbäit – Who da Fuck are you? (2014)


Jäilbäit – Who da Fuck are you? (2014)
(Independente – Nacional)

01. We are Jäilbäit
02. Going To Wacken
03. Take it Easy
04. Jailbait Squad
05. Just a Boy
06. Do you wanna be a rockstar?
07. Otaro (Sucker)
08. Born to Win
09. Lone Wolf
10. Bäit Blues

Para quem acompanha o A Música Continua a Mesma, tal afirmativa já não é mais novidade. Hoje o Nordeste brasileiro é o maior celeiro da atualidade de bons nomes da cena Metal brasileira.  Surgida no ano de 2013, a Jäilbäit já no ano seguinte soltou seu debut, Who da Fuck are you?, ao qual tecerei algumas considerações aqui.

A primeira coisa a me chamar a atenção é que o quarteto alagoano não possui como principal influência o Metal praticado nos anos 80 (algo bem comum no Brasil), já que a aposta é em uma sonoridade mais setentista. E nesse aspecto é que acaba por surgir à segunda surpresa. Na maioria das vezes, quando falamos de bandas que enveredam por esses caminhos, já imaginamos influências latentes de Black Sabbath, Led Zeppelin ou Deep Purple, mas isso não se aplica ao Jäilbäit, pois ao colocar Who da Fuck are you?, o primeiro nome que vem a cabeça é o Motörhead, principalmente no que tange aos seus primeiros álbuns.

Aquela agradável mescla de Blues, Rock and Roll e Metal que o saudoso Lemmy fazia muitíssimo bem a frente de sua banda é a praia dos alagoanos. Então tome aquele baixão distorcido, ótimas bases e riffs e uma parte rítmica bem sólida, coesa e direta. Nesse ponto você deve estar perguntando o que faz com que o Jäilbäit não seja uma simples cópia do Motörhead. Bem, lhes digo que o que impede tal fato é a grande diversidade apresentada pelo quarteto e os vocais de Zenitilde Neto, que se diferem dos de “Deus”, o que acaba dando certa personalidade à música aqui apresentada.

Por falar em música, em um trabalho muito heterogêneo, onde não tempo nenhuma grande variação de qualidade entre as músicas, sendo essas niveladas por cima. Aponto como minhas preferidas “We are Jäilbäit”, “Going To Wacken”, “Take it Easy”, “Just a Boy”, “Born to Win”, “Lone Wolf” e “Bäit Blues”.

A produção de Edu Silva conseguiu deixar tudo 100% audível, mas com aquela dose de sujeira que a música do Jäilbäit pede. Com uma música enérgica, visceral, pesada e divertida, o quarteto alagoano vai fazer a felicidade de todos os saudosos pelo Motörhead. É para abrir uma cerveja, colocar o volume no máximo e aproveitar cada momento com intensidade, afinal é assim que a vida e a música devem ser vividas.

NOTA: 8,0

Jäilbäit é:
- Zenitilde Neto (Vocal)
- Adailton Junior (Guitarra)
- Wilson Santos (Baixo)
- Cleyton Alves (Bateria)



terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Avantasia – Ghostlights (2016)


Avantasia – Ghostlights (2016)
(Voice Music – Nacional)

01. Mystery of a Blood Red Rose (Tobias Sammet)
02. Let the Storm Descend Upon You (Tobias, Jorn Lande, Ronnie Atkins, Robert Mason)
03. The Haunting (Dee Snider, Tobias)
04. Seduction of Decay (Geoff Tate, Tobias)
05. Ghostlights (Michael Kiske, Tobias, Jorn Lande)
06. Draconian Love (Herbie Langhans, Tobias)
07. Master of the Pendulum (Marco Hieatala, Tobias)
08. Isle Of Evermore (Sharon Den Adel, Tobias)
09. Babylon Vampyres (Tobias, Robert Mason)
10. Lucifer (Jorn Lande, Tobias)
11. Unchain The Light (Tobias, Ronnie Atkins, Michael Kiske)
12. A Restless Heart and Obsidian Skies (Bob Catley, Tobias)

Tenho lá minhas dúvidas se Tobias Sammet imaginou a proporção que o Avantasia tomaria quando do lançamento de seu primeiro trabalho, The Metal Opera, em 2001. De lá pra cá, se seguiram mais 6 trabalhos (contando com Ghostlights) e o Avantasia, que começou como um simples projeto, tomou ares de uma das maiores bandas da história do Power Metal.

Bem, já vou deixando claro a todos, meu parâmetro de qualidade para comparação são os dois The Metal Opera, mas não pelo estilo de música praticado nos mesmos, mas sim pela qualidade das composições presentes em ambos. E bem, posso começar dizendo que se você estiver esperando por um típico trabalho de Power Metal, que remeta em matéria de sonoridade os dois primeiros álbuns, vai se decepcionar um pouco.

Claro que os momentos tipicamente Power se fazem presentes aqui, isso é algo inevitável, mas os elementos Sinfônicos, Progressivos e até mesmo uma ou outra passagem mais puxada para o Hard são encontradas nas canções. O grande problema é que a fórmula adotada por Tobias já está esgotada e em poucas vezes funciona de verdade. Apesar de termos boas melodias, não chegam ser marcantes e os riffs aqui presentes acabam soando um tanto requentados. Os refrões também não estão tão impactantes como em trabalhos anteriores. Tobias se arrisca pouco a sair da receita de bolo criada por ele para o Avantasia.

Um outro pecado foi a grande quantidade de vocalistas, o que impediu que alguns fossem melhores explorados, caso por exemplo de Herbie Langhans, do Sinbreed, que se destaca em um dos momentos no qual Sammet arrisca a sair de sua zona de conforto. Dois nomes aqui se destacam dos demais, Michael Kiske e Jørn Lande. Já no campo oposto, acabam mal aproveitados músicos do quilate de Sharon den Adel (em uma balada insossa) e Bob Catley (faltou um refrão de impacto aqui). Ainda atuaram como convidados, Bruce Kulick e Oliver Hartmann (ex-At Vance), tocando guitarras em algumas faixas e o baterista do Edguy, Feliz Bohnke.

Isso quer dizer que Ghostlights é uma verdadeira arma de destruição em massa de tão ruim e óbvio? De forma alguma, pois Tobias Sammet, mesmo passando a maior parte do tempo acomodado, consegue acertar a mão quando se permite arriscar ou a inspiração está em dia. Vide por exemplo, a já citada participação de Herbie Langhans em “Draconian Love” com momentos tipicamente góticos ou os mais de 12 minutos de “Let the Storm Descend Upon You”, com vocais divididos entre Tobias, Jorn, Ronnie Atkins (Pretty Maids) e Robert Mason (Warrant) e onde ele consegue evitar qualquer tipo de exagero, o que resulta em uma música simplesmente épica. “Master of the Pendulum”, com participação de Marco Hietala (Nightwish), também é outra que se destaca bastante pela agressividade. Já “Mystery of a Blood Red Rose”, única que Tobias canta sozinho, mostra que quando ele quer criar um refrão grudento, poucos conseguem superá-lo, enquanto “Ghostlights” (com Jørn e Kiske) e “Unchain The Light” (Kiske e Atkins) provam que ele não perdeu a mão para compor Power Metal, já que ambas vão empolgar os amantes do estilo.

Ao final, nem 8 e nem 80, mas apenas um álbum do Avantasia que agradará em cheio os fãs da banda e fornecerá mais motivos para os que não curtem denegrirem a mesma (o que julgo injusto). Se você anseia por escutar um novo The Metal Opera, o conselho que te dou é que vá lá na sua estante de CDs, pegue os títulos em questão e os coloque para tocar no som, porque isso não ocorrerá novamente. Sammet não precisa compor novamente esses álbuns, pois já o fez a 15 e 14 anos atrás e a vida seguiu seu curso evolutivo natural. A nota que vou dar pouco importa aqui (ela vai refletir em parte o meu gosto musical), pois se você for realmente for fã da banda, vai aprovar com louvor Ghostlights.

Só lembrando que o álbum está saindo em uma primeira prensagem nacional limitada a 1000 cópias, dupla, embalada em um digipack lindo e numerada a mão. Então corram porque certamente vai vender igual água no Deserto do Saara.

NOTA: 7,5

Avantasia é:
- Tobias Sammet (Vocal/Teclado/Baixo)
- Sascha Paeth (Guitarra/Teclado/Baixo)
- Miro (Teclado/Orquestrações)

Convidados:
- Felix Bohnke (Edguy) (Bateria)
- Herbie Langhans (Sinbreed) (Vocal)
- Robert Mason (Warrant) (Vocal)
- Bruce Kulick (Grand Funk Railroad/Ex-Kiss) (Guitarra)
- Oliver Hartmann (ex-At Vance) (Guitarra)
- Dee Snider (Twisted Sister) (Vocal)
- Geoff Tate (Operation:Mindcrime/ex-Queensrÿche) (Vocal)
- Marco Hietala (Nightwish) (Vocal)
- Sharon den Adel (Within Temptation) (Vocal)
- Michael Kiske (Kiske Somerville/Place Vendome/Unisonic/ex-Helloween) (Vocal)
- Ronnie Atkins (Pretty Maids) (Vocal)
- Bob Catley (Magnum) (Vocal)
- Jørn Lande (Allen-Land/ex-Masterplan)


Para comprar:


sábado, 20 de fevereiro de 2016

Literatura, Classic Rock e Heavy Metal

Literatura, Classic Rock e Heavy Metal
Por Leandro Vianna


Nos últimos anos, o mercado literário voltado para o Rock e o Metal em geral cresceu muito, com o lançamento de diversas biografias e livros que abordam a história dos estilos. Em meio a tantas opções, algumas ótimas ou boas e outras discutíveis, fica até mesmo difícil para o fã de Metal se situar meio a tal avalanche literária. É normal nos depararmos com um livro que trata de nosso artista favorito e bater aquela dúvida se a compra vale ou não a pena.

Sendo assim, o A Música Continua a Mesma irá publicara a cada 15 dias, uma matéria abordando o assunto, com indicações de livros e uma rápida análise de cada um. Devido à grande quantidade de material no mercado, optamos por dividir as matérias por bandas, sendo que para dar o pontapé inicial, escolhemos três verdadeiras lendas: Black Sabbath, Metallica e Iron Maiden. E para facilitar ainda mais, ao final de cada análise, disponibilizaremos links de onde comprar os livros, caso o leitor venha a se interessas pelas obras em questão.

Tem alguma sugestão ou pedido de livros ou bandas que gostariam de ver nas próximas matérias? É só entrar em contato através do e-mail amusicacontinuaamesma@gmail.com

Então coloque um cd, para rodar, bote o volume no talo e boa leitura.

BLACK SABBATH


Black Sabbath: Destruição Desencadeada (Martin Popoff) Darkside Books


Martin Popoff é sem sombra de dúvidas, o maior especialista em biografias da atualidade. Em Black Sabbath: Destruição Desencadeada, ele trata da história dos pais do Metal com uma riqueza de detalhes impressionante, trazendo inclusive diversas informações até então inéditas. Com introdução escrita por Andreas Kisser e um trabalho gráfico impecável, esse é um desses livros indicados não só para fãs da banda, como de Metal em geral.


Black Sabbath: A Biografia (Mick Wall) Globo Livros


Mick Wall é outra estrela do mercado de biografias, já tendo escrito livros sobre artistas como Metallica, Led Zeppelin, AC/DC, dentre muitos outros, além de ter passado por nomes como Kerrang!, Clasic Rock, dentre outras. Ainda trabalhou de assessor de imprensa para o próprio Sabbath, Ozzy Osbourne e Dio. Sendo assim, aqui o leitor se depara com farto material, que aborda toda a carreira da banda com uma riqueza impar de detalhes e sem aliviar em nada, contando absolutamente tudo. Certamente outro trabalho mais que essencial para fãs da banda.


Sabbath Bloody Sabbath (Joel McIver) Madras


Eis outro nome com o qual você irá se deparar muito nas próximas semanas, Joel McIver. Tendo seus capítulos divididos por ordem cronológica, aborda a vida e carreira dos 4 integrantes originais da banda, indo desde o nascimento dos mesmos até o período da formação do Heaven and Hell e a morte de Dio. Apesar de uma abordagem um tanto excessiva da carreira e Ozzy, ao tratar do período entre 1993 e 2006, temos aqui um belo material, com direito aos álbuns da banda comentados faixa-a-faixa.


Iron Man: Minha Jornada com o Black Sabbath (Tony Iommi e T.J. Lammers) Editora Planeta


A autobiografia de Tony Iommi é um desses livros obrigatórios para qualquer fã de Black Sabbath. Abordando desde sua infância até o ano de 2010, absolutamente nada fica de fora dessa obra. Ou seja, aqui você vai ler tanto sobre os bons momentos, quanto os ruins, como vicio em drogas, escândalos e confusões envolvendo a banda. Com uma grande quantidade de detalhes interessantes sobre sua vida e o Sabbath (afinal, os dois se misturam), sua leitura é agradabilíssima.


Eu Sou Ozzy (Ozzy Osbourne e Chris Ayres) Editora Benvirá


Imaginem um livro agradável de ler, divertido e que vai te arrancar risadas em diversos momentos. Abordando desde sua infância e indo até o estouro da (discutível para alguns) série The Osbournes, tudo se faz presente aqui, ou ao menos o que a memória de Ozzy conseguiu recordar. Tudo é tratado de forma incrivelmente aberta e o  leitor em muitas passagens irá se deparar com momentos absolutamente surreais vividos por Ozzy. Leitura mais que obrigatória.


METALLICA


Metallica – A Biografia (Mick Wall) Globo Livros


Aproveitando a relação de amizade com a banda, principalmente com Lars Ulrich, Mick Wall escreveu aquela que para muitos é a principal biografia sobre o Metallica. Através da vida de James e Lars, a história da banda é passada a limpo, abordando todos os episódios da mesma, como a entrada e saída de Mustaine, a trágica morte de Cliff Burton, a entrada de Jason, o Black Album, o caso Napster, a fase Load/Reload, o equivocado St.Anger, o retorno com Death Magnetic e, na segunda edição, revisada e atualizada, detalhes sobre Lulu (o álbum gravado com Lou Reed) e o festival Orion, criado pela banda. Para quem é fã da banda, um livro imprescindível.


Metallica - All That Matters (Paul Stenning) Benvirá


Para muitos, All That Matters, de Paul Stenning, colaborador de revistas como Rolling Stone, Spin, Metal Hammer e responsável por biografias de outros nomes importantes, como AC/DC, Slash e Iron Maiden, é tão boa quanto a escita por Mick Wall. Mas a verdade é que elas se complementam. Com um texto fácil de ler, vai desde o nascimento e infância dos músicos até aproximadamente o ano de 2010, com foco maior nos períodos dos álbuns Kill ‘em All e Metallica. Outra aquisição que vale muito a pena para os fãs.


- Metallica: A História Completa e Ilustrada (Martin Popoff) Nova Fronteira


A biografia escrita por Popoff evita temas polêmicos ao dar uma geral sobre a carreira da banda, sendo quase uma biografia “chapa branca”, mas tem um diferencial incrível sobra as outras, que é o riquíssimo acervo de imagens. Com muitas fotos da banda, de posters de divulgação e de festivais, além de muita memorabília, é sem dúvidas, um item interessantes para fãs da banda terem em seu acervo.


James Hetfield - O Lobo A Frente Do Metallica (Mark Eglinton) Gutemberg


Mark Eglinton, para quem não sabe, escreveu junto com Rex Brown a biografia do Pantera. Aqui ele dá uma repassada por toda a vida de James Hetfield, considerado por muitos o coração do Metallica, indo desde sua conturbada infância (e que teve pesados reflexos em sua vida) até os dias atuais. O maior pecado aqui é tratar tudo de forma um tanto quanto superficial, já que nem James e muito menos os demais membros da banda foram entrevistados. Mas ainda assim é um bom livro.


Cliff Burton: A Vida e a Morte do Baixista do Metallica (Joel McIver) Ed. Gutemberg


Com prefácio de Kirk Hammet e entrevistas com pessoas que conviveram com Cliff, Joel McIver nos conta a curta trajetória de Cliff e todo o impacto que ele causou, em vida e após sua morte, na carreira do Metallica. Com um texto agradabilíssimo, esse é daqueles livros que você lê sem esforço e quando percebe, já está em seu final.


IRON MAIDEN


Iron Maiden: Run To The Hills - Uma Biografia Autorizada (Mick Wall) Generale


Uma das primeiras obras lançadas por Mick Wall, a biografia da Donzela é um bom trabalho e aborda desde os primórdios da banda até o período de Dance Of Death. Por não ter sofrido uma atualização, peca por deixar a última década da banda de fora, além de não trazer nenhuma grande revelação que já não seja do conhecimentos dos mais fanáticos pela banda. Mas se você é um apaixonado pelo Maiden ou está conhecendo a banda agora, está ai um bom livro.


Iron Maiden: a Biografia não Autorizada e Definitiva da Besta (Neil Daniels) Editora Ediouro


Neil Daniels é um jornalista com colaborações para diversos jornais e revistas, como The Guardian e Rock Sound. Aqui, contando com a colaboração de diversos jornalistas, como Popoff, Wall e Ian Christie, dentre outros, ele dá uma geral na história do Iron Maiden, analisando inclusive cada lançamento da banda. Além disso, ela vêm carregada de um material fotográfico farto e belíssimo, que vai deixar qualquer fã feliz. E para fechar com chave de ouro, a capa é uma arte exclusiva de Derek Riggs para o livro.


Iron Maiden – Biografia Ilustrada (Renata Vilela) Universo dos Livros


Eis um livro indicado apenas para aqueles que estão tendo um primeiro contato com a banda e não querem gastar muito com um livro. Com uma apresentação gráfica caprichada, essa biografia dá uma geral na história da banda, passando por todos os momentos importantes vividos pelo Iron, mas sempre de forma superficial, com um caráter quase informativo. Um livro simples, mas muito funcional dentro de sua proposta.


Bruce Dickinson: Altos voos com o Iron Maiden e o Voo Solo de um dos Maiores Músicos do Heavy Metal (Joe Shooman) Ed. Gutemberg


Apesar de não trazer grandes revelações, essa biografia aborda toda a carreira e vida de Bruce, sendo um material bem completo nesse sentido. Através de entrevistas antigas dadas por ele e de depoimentos de pessoas próximas, essa obra aborda desde os tempos pré-Maiden até o sucesso ao lado da Donzela, passando por sua carreira solo. Se você é fã de Bruce e da banda, este é um material que vale muito a pena ter em sua biblioteca.