quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Epica - The Holographic Principle (2016)


Epica - The Holographic Principle (2016)
(Nuclear Blast - Importado)


01. Eidola   
02. Edge of the Blade   
03. A Phantasmic Parade   
04. Universal Death Squad   
05. Divide and Conquer    
06. Beyond the Matrix    
07. Once upon a Nightmare    
08. The Cosmic Algorithm   
09. Ascension - Dream State Armageddon    
10. Dancing in a Hurricane   
11. Tear Down Your Walls    
12. The Holographic Principle - A Profound Understanding of Reality

Logo que o Epica surgiu com seus primeiros trabalhos, eu não conseguia entender a empolgação de muitos com seu som. Seu Metal Sinfônico era muito mais sinfônico do que qualquer outra coisa e as guitarras eram apenas mero detalhe meio às partes orquestrais e ao vocal operístico de Simone Simons, por mais que ainda assim soassem mais pesados que seus pares. Mas desde Requiem for the Indifferent (12), já com o guitarrista Isaac Delahaye fazendo parte efetivamente do grupo, isso começou a mudar paulatinamente e a guitarra começou a ganhar mais espaço nas canções.

Em seu trabalho anterior, The Quantum Enigma (14), o Epica parecia ter chegado a seu ápice, unindo suas características básicas com um som pesado, moderno e atual, tudo soando absurdamente natural (resenha aqui). Pois bem, perceberam que eu disse “parecia”? The Holographic Principle vem para mostrar que os holandeses podem voar ainda mais alto do que imaginei. Em seu 8º trabalho de estúdio, sua sonoridade alcançou um padrão que eu realmente não imaginava que conseguiriam.

Claro, ainda temos aqui aquela fórmula básica de como fazer uma canção do Epica, ou seja, abertura orquestrada/grandiosa, peso mesclado com elementos do Progressivo, que dão complexidade às músicas, seguido de um refrão que cativa fácil o ouvinte. A banda criou um estilo todo seu, que as outras por mais que tentem imitar, não conseguem igualar. Ajuda muito nisso também a qualidade individual de todos os seus músicos e o fato de todos terem voz na parte criativa. É isso que impede o Epica de se tornar uma banda repetitiva.



Aqui parece que conseguiram maximizar ainda mais tudo de bom que já apresentavam. Os coros estão simplesmente perfeitos e as orquestrações estão um show à parte. Pesa nisso o fato de terem trocado os samples por instrumentos reais, o que deu uma outra profundidade às suas canções. Além disso, tudo soa mais pesado e como de praxe, elementos de diversos outros estilos podem ser observados aqui. Quer um exemplo?

Podemos observar a influência de música oriental em diversas passagens por aqui, como na cativante  “A Phantasmic Parade”, que conta com uma parte de coro e orquestra simplesmente fabulosa, além de ótimos guturais de Mark (algo que você vai escutar bastante nesse trabalho) e principalmente na hipnótica  “Dancing in a Hurricane”, que faz jus ao título. Outro? “Ascension - Dream State Armageddon” começa com um piano e os vocais de Simone e vai crescendo aos poucos, até explodir em peso, chegando em alguns trechos a remeter àquele Black Sinfônico praticado pelo Dimmu Borgir (muito disso graças aos teclados, simplesmente fantásticos). Já “The Cosmic Algorithm” é bem Metal e abre espaço para aquele lado mais gótico dos holandeses. Aliás, o peso das guitarras no álbum todo impressiona, se lembrarmos que estamos diante de uma banda de Metal Sinfônico.

Mas existem muitos outros destaques por aqui. “Edge of the Blade” se mostra absurdamente enérgica, com um coral simplesmente incrível e Simone exibindo toda sua diversidade vocal. Vale dizer que em The Holographic Principle ela dá um enfoque muito maior aos vocais convencionais se comparado com o passado mais recente. Mas claro, seus poderosos vocais operísticos se mantêm mais que presentes durante os mais de 72 minutos de duração do álbum. Esse aspecto também pode ser observado em “Universal Death Squad”, bem intrincada, com melodias bem marcantes e ótimos guturais de Mark. “Beyond the Matrix” é outra na qual você pode pescar alguns elementos orientais nas guitarras, além de possuir um ótimo solo e o refrão mais épico do álbum. Já “Once upon a Nightmare” é uma balada que tinha tudo para soar melosa, mas que o piano/teclado de Coen Janssen, os vocais de Simone e as orquestrações e corais acabam por torná-la um dos grandes destaques de todo o trabalho. Já a faixa título, que encerra o trabalho com seus mais de 11 minutos de duração, consegue reunir tudo de bom que aqui encontramos em uma única canção, sendo o resumo e encerramento perfeito para o álbum.


Como em time que está ganhando não se mexe, na produção repetiram o time do álbum anterior, tendo a mesma sido capitaneada por Joost van den Broek (After Forever, ReVamp, Mayan, Xandria) e mixagem realizada por Jacob Hansen (Evergrey, Destruction, Pyramaze, Kamelot, Primal Fear), que conseguiram elevar ainda mais o resultado obtido em The Quantum Enigma. Ficou tão perfeita que eu diria ter tirado até um pouco da naturalidade da coisa. Infelizmente esse é um mal dos tempos atuais, mas não dá para discutir a qualidade da mesma. A premissa de não mexer no que está dando certo funcionou também para a capa, aqui feita mais uma vez por Stefan Heilemann.

The Holographic Principle é desses trabalhos que devemos degustar com calma, apreciando todas as suas nuances. Com canções muito bem construídas e pesadas, corais excelentes, orquestrações poderosas e que deram muita profundidade às canções, por serem tocadas com instrumentos reais, além de um desempenho individual de todos os músicos aqui envolvidos, o Epica entrega aos seus fãs o melhor trabalho de sua carreira, seu projeto mais grandioso e ambicioso.

E aos interessados, o CD está saindo no Brasil pela Voice, com primeira edição em digipack duplo, limitado e numerado.

NOTA: 9,0

Epica é:
- Simone Simons (vocal);
- Mark Jansen (guitarra/vocal)
- Isaac Delahaye (guitarra)
- Rob van der Loo (baixo)
- Ariën van Weesenbeek (bateria/vocal)
- Coen Janssen (teclado)

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terça-feira, 27 de setembro de 2016

Tears öf Rage - Tears öf Rage (2015)


Tears öf Rage - Tears öf Rage (2015)
(Independente - Nacional)


01. Walk in the Valley of the Shadows of Death
02. Devil's Child
03. Tears öf Rage
04. Vengeance
05. Across the Bridge
06. Eternal Torment
07. Collapses in Paradise
08. Curse of Eternity

Normalmente quando pensamos em Metal e Rio Grande do Sul, a primeira coisa que surge em nossa cabeça são as ótimas bandas de Death Metal e outras vertentes mais extremas que aparecem por aqueles lados. Mas o metal gaudério não se resume apenas a isso, basta você procurar um pouco e encontrará ótimos nomes que se enveredam por outros gêneros do Metal. Esse é o caso do quarteto Tears öf Rage, banda oriunda de Caxias do Sul e que no final do ano passado soltou seu trabalho de estreia.

Sua sonoridade é totalmente voltada para os anos 80, tendo como base o Metal Tradicional, mas sofrendo influência daquele Power/Speed/Thrash do período. Sendo assim, você poderá encontrar aqui referências a nomes como Judas Priest (certamente a maior influência aqui), Accept, Iron Maiden, Mercyful Fate, Grave Digger, Iced Earth e afins. Os vocais de Cléber Reis são agressivos e na maior parte do tempo, pendem mais para o grave do que para o agudo, que até surge em alguns momentos, mas sem exageros e quando a música pede. A dupla de guitarristas, formada por Cléber e Luan Mussoi, faz um bom trabalho, com as linhas de guitarra muito bem trabalhadas, riffs pesados e agressivos e solos com qualidade. Já a parte rítmica, com Cristian Porto (baixo) e Guilherme Adamatti (bateria) mostra técnica e principalmente, consegue impor diversidade à música do Tear öf Rage.

Por sinal, aqui vamos encontrar um trabalho bem variado, mas que tem como fio condutor o peso. Em alguns momentos, podemos observar a banda pendendo para seu lado mais agressivo, como nos casos de “Walk in the Valley of the Shadows of Death”, faixa que abre o álbum, com um vocal para lá de potente, refrão fácil de se pegar e uma linha de baixo bem forte, enquanto em outros, o lado mais trabalhado de sua música se destaca, como em “Devil's Child”, totalmente oitentista e que ao vivo deve levantar o público e “Tears öf Rage”, outra com bom refrão e com ênfase para a atuação de Guilherme. Já “Vengeance” se mostra bem variada e soa como uma mistura do Maiden com alguma banda Power alemã, com destaque para o trabalho da dupla de guitarristas. As influências da Donzela de ferro voltam a dar as caras em “Eternal Torment” e “Collapses in Paradise”, que também tem ecos de Judas Priest.

Gravado no Digital Master, em Caxias do Sul, a produção ficou dentro da média. Boa escolha de timbres, instrumentos bem audíveis e uma sonoridade mais crua e agressiva. Uma produção um pouco mais refinada nos próximos trabalhos não seria de todo mal, mas o que temos aqui não compromete o resultado final do trabalho. Já a capa foi obra de Maicon Almeida.

Tudo bem, as influências ficam bem explícitas em diversos momentos (apesar de nunca soar como cópia) e ainda falta um pouco mais de identidade sonora, mas isso o tempo e o amadurecimento natural decorrente disso se encarregarão de dar à banda. O que importa é que talento os caras têm de sobra, além de um potencial latente para crescer muito. Agora é esperar e ver o que o futuro reserva ao Tears öf Rage. Uma estreia que vai agradar em cheio a todos os fãs de Metal oitentista.

NOTA: 7,5

Tears öf Rage é:
- Cléber Reis (vocal/guitarra);
- Luan Mussoi (guitarra);
- Cristian Porto (baixo);
- Guilherme Adamatti (bateria).

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Moby Jam - Sem Juízo (2014)


Moby Jam - Sem Juízo (2014)
(Independente - Nacional)


01. Purpurina
02. Sol
03. Chuva Ácida
04. Descalabro
05. Homem de Gelo
06. Brilhar a minha estrela (Da mais um)
07. O voo
08. Sem juízo

Quando falamos em Rock nacional nos dias atuais, no sentido de presença nas grandes mídias mais tradicionais (TV/Rádio), notamos uma falta de renovação, já que o espaço nas mesmas é em sua maioria ocupado por nomes sobreviventes dos anos 80 e alguns poucos surgidos no início dos anos 2000. Ainda assim, com uma presença muito, mas muito tímida.

Em uma cena que, desde os anos 60, sempre gerou nomes de qualidade como Raul Seixas, Mutantes, Made in Brazil, Camisa de Vênus, Barão Vermelho, dentre diversos outros, tal falta de renovação pode parecer sinal de que a fonte secou. Mas não é bem assim, já que quem acompanha o cenário, se depara o tempo todo com bandas de qualidade. O fato de não aparecerem em programas de TV, tocarem em rádios e estarem entre as “mais pedidas do dia” não afeta em nada o aspecto da renovação.

O Power Trio fluminense Moby Jam, com seu rock básico e despojado, se mostra um legítimo discípulo dos grandes nomes do Rock nacional. Com letras em português e bem interessantes, sua música se mostra capaz de cativar o ouvinte sem qualquer esforço, com boas melodias, um vocalista afinado e com um timbre muito agradável, que também é responsável pelas guitarras (Marcelo Vargas) e um belo trabalho da dupla baixo/bateria (Elson Braga e Augusto Borges). Ainda ganham em algumas faixas o reforço de Marcio Pombo, tocando piano, Hammond e Fender Rhodes.

São 8 músicas que primam pela variedade e que trafegam com muita naturalidade entre o Rock dos anos 70 e 80, com um toque de acessibilidade discreto, que não tira em momento algum o peso das músicas. Podemos ver bons exemplos disso em “Purpurina”, com uma pegada setentista, “Chuva Ácida”, que me remeteu levemente ao Barão Vermelho e as acessíveis, agradáveis e melodiosas “Sol” e “O voo”, que poderiam estar tocando tranquilamente nas rádios Brasil afora, devido à grande qualidade.

Gravado no Estúdio Pombo, com produção da própria banda, o resultado final ficou muito bom, deixando tudo claro, bem audível e bem timbrado. Já a capa foi obra de Felipe Mazza, vindo tudo embalado em um papersleeve simples, mas muito funcional. Mostrando criatividade e sabendo usar suas influências em prol da boa música, o Moby Jam mostra que o Rock nacional está bem vivo e honrando sua história.

NOTA: 8,0

Moby Jam é:
- Marcelo Vargas (vocal/guitarra/violão);
- Elson Braga (baixo);
- Augusto Borges (bateria).
Convidado:
- Marcio Pombo (piano nas faixas 3 e 4, Hammond nas faixas 3, 6 e 7 e Fender Rhodes nas faixas 6 e 7)

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sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Death Chaos – Prologue in Death & Chaos (2016)


Death Chaos – Prologue in Death & Chaos (2016) (EP)
(Independente – Nacional)


01. You Die I Smile
02. Death Division
03. House of Madness
04. Erased Sky
05. You Are Not You

Quando falamos de sonoridades mais extremas, o Brasil tem tradição e produz bandas de qualidade aos montes, ainda mais em se tratando de Death Metal. Mas por algum motivo, raras vezes escutei bandas de qualidade se enveredando pela vertente mais melódica desse estilo. Pois bem, eis que de Curitiba chega o quarteto Death Chaos para preencher esse vazio.

Realmente fiquei surpreso com o que me deparei aqui, ainda mais sabendo que a banda tem apenas 2 anos de existência. A influência do “som de Gotemburgo” e de nomes como At The Gates e principalmente do Amon Amarth, são mais que claras no som do quarteto curitibano. Som pesado, agressivo, bruto, muito bem trabalhado, mas com uma boa dose de melodia e uma pegada bem atual, que evita que soem datados.

Individualmente, cabem elogios efusivos a todos os músicos. Os vocais de Denir Deathdealer são poderosos, tamanha sua força e raiva, assim como também faz uma bela dupla rítmica com o baterista Ueda, que se destaca pelo peso que imprime e por um ótimo trabalho de bumbos. Já a dupla de guitarristas, Julio Bona e David Oliver são responsáveis por riffs bem marcantes, daqueles que grudam mesmo e por ótimos solos.

Já na abertura, com “You Die I Smile”, o Death Chaos deixa claro sua proposta. Pesada, agressiva, muito bem trabalhada e com um riff daqueles bem grudentos e boas melodias. Já a faixa seguinte, “Death Division”, deixa mais do que explícita a influência do Amon Amarth na sonoridade da banda. Aliás, você chega a pensar que se trata de algum lado B dos suecos. Está tudo lá, inclusive os toques de Metal Tradicional nos riffs de guitarra e nas melodias. Simplesmente empolgante. “House of Madness”, faixa seguinte, tem uma pegada mais sombria, sendo bem diversificada, já que alterna passagens mais cadenciadas com outras um pouco mais velozes, assim como boa variação vocal. “Erased Sky” é outra com um ar bem sombrio, mesmo com toda energia que emana. Destaque para o trabalho de Ueda e o belo solo. Já o encerramento se dá com “You Are Not You”, a mais veloz do trabalho (que prima por pender mais para a cadência), bem agressiva e melodiosa.

Gravado, mixado e masterizado no D.O.D. Studio, em Curitiba, Prologue in Death & Chaos teve produção da própria banda e ficou em um nível muito bom. Bons timbres, clareza, mas sem soar asséptica, com boa dose de agressividade e deixando as melodias evidentes. Ok, o Death Chaos não apresenta nada realmente novo aqui e não procura reinventar a roda, até porque tal coisa é desnecessária, mas mesmo deixando suas influências bem explícitas, mostram uma boa variedade, bastante técnica e um equilíbrio excelente entre agressividade e melodia, algo muito complicado de se fazer e que só tendo muita qualidade para se alcançar. A identidade mais própria, algo que ainda falta um pouco aqui, virá naturalmente nos próximos trabalhos, já que qualidade o Death Chaos possui de sobra.

Prologue in Death & Chaos é definitivamente um EP surpreendente, um dos melhores trabalhos nacionais que escutei nesse ano de 2016 e altamente indicado para qualquer fã de Death Metal Melódico.

NOTA: 8,5

Death Chaos é:
- Denir Deathdealer (vocal/baixo);
- Julio Bona (guitarra);
- David Oliver (guitarra);
- Ueda (bateria).

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Running Wild - Rapid Foray (2016)


Running Wild - Rapid Foray (2016)
(Shinigami Records/SPV - Nacional)


01. Black Skies, Red Flag
02. Warmongers
03. Stick To Your Guns
04. Rapid Foray
05. By The Blood In Your Heart
06. The Depth Of The Sea (Nautilus)
07. Black Bart
08. Hellectrified
09. Blood Moon Rising
10. Into The West
11. Last Of The Mohicans

Gostem ou não, quando falamos de Power/Speed Metal o Running Wild é um dos nomes mais importantes do estilo, uma das bandas que ajudaram a forjar o mesmo. Inegável também que, entre 1984 e 1998, lançaram uma sequência incrível de 11 álbuns praticamente impecáveis, clássicos para a maioria dos bangers que apreciam o gênero. Mas então algo saiu do prumo e a banda começou a descer ladeira abaixo. A qualidade caiu nos trabalhos seguintes e chegou em seu ponto mais baixo no fraco Rogues en Vogue (05).

Em 2009 o inevitável ocorreu e Rock 'n' Rolf anunciou a dissolução da banda. Era melhor isso do que continuar manchando sua carreira com trabalhos de qualidade duvidosa. (In)felizmente tal término não durou muito e já em 2011 os piratas alemães retornavam à ativa, lançando em 2012 o decepcionante Shadowmaker, que contava apenas com Rolf e o guitarrista Peter Jordan, além de uma irritante bateria programada. A mesma formação lançou no ano seguinte o surpreendente Resilient, que se não pode ser chamado de clássico, poderia ser considerado sem muito esforço o melhor trabalho da banda pós-98, por mais que hoje já não me soe tão legal quanto em 2013.

Para Rapid Foray, as coisas mudaram um pouco, já que Rolf resolveu convidar o baixista Ole Hempelmann (Dreamtide, ex-Talon) e o baterista Michael Wolpers (Victory, ex-Herman Frank) para a gravação do trabalho (ambos estão tocando ao vivo com a banda), abandonando de vez a famigerada bateria programada. Bem, o resultado final é bem interessante e pode-se dizer que é um passo à frente na busca por readquirir a relevância após tantos lançamentos discutíveis. Tanto é assim, que em diversos momentos vamos nos deparar com a sonoridade clássica da banda, ou seja, bons riffs e solos, melodias de qualidade e velocidade. Além disso, soam muito mais intensos do que estávamos acostumados a escutar nos últimos tempos.

Não mentirei, se colocarmos Rapid Foray frente a frente com os clássicos da banda, ele perde feio, mas sinceramente, não vejo porque ficar com esse tipo de comparação. O Running Wild não precisa gravar um novo Port Royal (88) ou um Death or Glory (89), simplesmente porque esses já foram lançados e retrataram a época em que foram escritos. Repetir isso é desnecessário e, principalmente, impossível e qualquer tentativa de tal fato soaria forçada. A melhor coisa é sentar, relaxar, se despir de sentimentalismos e saudosismos, colocar o novo álbum para tocar e se divertir. Claro, nem tudo serão flores, temos altos e baixos aqui, mas os altos têm potencial para se tornarem clássicos.

De cara, “Black Skies, Red Flag” vai agradar em cheio com seu ritmo acelerado, suas ótimas melodias, seu refrão grudento e ótimos riffs. “Warmongers”, a faixa que vem em seguida, mantém o mesmo pique da abertura e também vai empolgar. Ok, “Stick To Your Guns” soa um pouco forçada e bem comum, assim como ocorre em “By The Blood In Your Heart”, “Hellectrified” (apesar da melodia bem agradável) e “Into The West”, mas a faixa título, com sua levada vigorosa, a ótima instrumental “The Depth Of The Sea (Nautilus)”, “Black Bart” e “Blood Moon Rising”, Power clássicos e com ótimos riffs e a faixa que encerra o trabalho, a épica e pesada “Last Of The Mohicans”, fazem compensar essas pequenas escorregadas.

A produção mais uma vez ficou por conta de Rolf, tendo a qualidade que esperamos de um trabalho do Running Wild. Já a capa, como de praxe desde o retorno da banda, foi obra de Jens Reinhold (Freedom Call, Sodom, Virgin Steele, Tank) e finalmente o cara conseguiu acertar uma dentro. Muito superior às de Shadowmaker e Resilient.

Aos poucos a nau pirata vai voltando para o prumo. Claro, sabemos do verdadeiro potencial do Running Wild e do já foram capazes de fazer, mas nem por isso cabe diminuir a qualidade de Rapid Foray, um trabalho cativante, com melodias de qualidade e que se sai muito melhor do que o esperado. Basta se despir de saudosismos e irá encontrar aqui um trabalho de muita qualidade.

NOTA: 8,0

Running Wild (gravação)
- Rock 'n' Rolf (vocal/guitarra/baixo);
- Peter Jordan (guitarra);
- Ole Hempelmann (baixo);
- Michael Wolpers (bateria).

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quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Lord of the Lost – Empyrean (2016)


Lord of the Lost – Empyrean (2016)
(Out of Line Music – Importado)


01. Miss Machine
02. Drag Me To Hell
03. The Love Of God
04. Raining Stars
05. In Silence
06. Black Oxide (feat. Scarlet Dorn)
07. Interstellar Wars
08. Doomsday Disco
09. Death Penalty
10. No Gods, No War
11. The Interplay Of Life And Death
12. Utopya
13. Where Is All The Love

Por Karen Batista (Alternativo Alemão)

Para os que desconhecem, o Lord of the Lost foi fundado em 2007 na cidade alemã de Hamburgo, inicialmente como um projeto solo de Chris Harms, ex-vocalista e guitarrista da banda de glam metal The Pleasures, que em 2009 virou uma banda completa. Após algumas mudanças na formação, há quase dois anos que o line-up se mantém estável, com o guitarrista Bo Six, o baixista Class Greynade, o tecladista Gared Dirge e o baterista Tobias Mertens.

A discografia sólida da banda inclui com 6 álbuns de estúdio, 2 ao vivo, 3 EPs, 9 singles (além de uma videografia incluindo 16 clipes e 3 DVDs), marcada por um som muito particular, com dosagens variáveis de Gothic Rock, Metal Industrial, Glam Rock, Prog, Electro e até mesmo música clássica e ritmos latinos, tudo sob o gênero bastante amplo do Dark Rock, mas sem perder a identidade.

Com uma sonoridade mais eletrônica e futurista que seus antecessores – crédito aos produtores do álbum, o duo industrial berlinense Formalin –, Empyrean é um álbum conceitual de ficção científica, que narra um futuro distópico, em que a humanidade foi dizimada, e os habitantes restantes da Terra partem em busca da promessa de um mundo perfeito no planeta recém-descoberto chamado Empyrean.


Pra quem não conhece a banda (e especialmente, espera que uma banda dita de Dark Rock faça um ~roque-goticuzinho~ bem água-com-açúcar), o álbum pode surpreender pelo peso, pela agressividade (destaque aos vocais de Harms, que em um instante canta, e em outro soa como uma alma atormentada nas profundezas do inferno, o que não deixa de criar um contraste forte apesar do estilo vocal normalmente soturno dele) e por como ambos os itens anteriores estão tão bem casados a um som dançante, pra sacudir o esqueleto na balada underground ou no mínimo incomodar os vizinhos do andar de baixo à base da coturnada no piso (digo por experiência própria!).

Além do que – aviso – a banda tem o jeito pra compor músicas que, mesmo sem negar seu background mais alternativo, têm algo de comercial em sua fórmula, não saindo facilmente da cabeça do ouvinte. Em especial, a faixa “The Love Of God”, cujo riff faz entender porque a expressão alemã pra música grudenta se traduz literalmente como “verme/parasita de ouvido”. Vale destacar também as fortes “Miss Machine”, “Drag Me To Hell”, "In Silence" e “Black Oxide” (com participação da estreante Scarlet Dorn, que lançará seu trabalho de estreia ano que vem, apadrinhada pela banda).

O único “problema” que aponto é o fato de algumas músicas ou trechos soarem familiares ou previsíveis – o que não surpreende dada a declaração de Chris Harms em que o frontman afirma escrever três músicas por semana. E digo “problema” entre aspas porque isso passaria facilmente desapercebido pela maioria dos fãs e por novos ouvintes do quinteto hamburguês.

Nota: 8,0

Lord Of The Lost é:

- Chris Harms (vocais)
- Bo Six (guitarra)
- Class Greynade (baixo)
- Gared Dirge (teclados)
- Tobias Mertens (bateria)

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BaRok-Projekto - Sovaĝa Animo (2016)


BaRok-Projekto  - Sovaĝa Animo (2016)
(Independente – Nacional)


01. Antaŭparolo de Prapatra Kaciko
02. Tauba Kaj Kerana (Malbeno – Part I)
03. Ĉe Ni Estas Abasai’
04. Droniga Pasio
05. Reĝino de La Nokto
06. Sovaĝa Animo
07. La Sep Filoj (Malbeno – Part II)
08. La Sagoj de Ruda’
09. Melodio de Akŭanduba
10. Kaapora
11.  La Plej Bona Ĉasisto

Tem sido cada vez mais comum bandas nacionais se enveredarem por aspectos de nossa cultura na busca de um diferencial para sua sonoridade. O resultado normalmente costuma ser muito legal, já que acabam saindo do lugar comum do estilo. No caso do BaRok-Projekto, banda goiana surgida em 2007 e que pratica um Power Metal com influências Neo Clássicas e Barrocas, optaram por adotar temas da cultura indígena em sua letra, além da inusitada opção de cantar em esperanto.

Bem, vamos começar pelos aspectos positivos de Sovaĝa Animo. Musicalmente falando, o Power Metal apresentado pelo grupo é bem interessante, apesar de não apresentar nada propriamente novo. Os arranjos são muito bem feitos, as partes clássico/barrocas estão muito bem encaixadas e as guitarras trabalham muito bem. Vale destacar também a vocalista  Karliene Araújo, que além de possuir um timbre bem agradável, conseguiu encaixar bem as linhas vocais, mesmo cantando em esperanto, algo que não me lembro de ter escutado antes vindo de uma banda de Metal.

Dentre as 11 faixas presentes, cabe destacar “Tauba Kaj Kerana (Malbeno – Part I)”, que possui alguns riffs muito interessantes, “Ĉe Ni Estas Abasai’”, que tem um refrão marcante e teclados muito bem encaixados, “Reĝino de La Nokto”, outra com ótimo refrão, além de um ótimo trabalho das guitarras e do teclado. Já “La Plej Bona Ĉasisto” possui algo de Thrash e se trata da música mais pesada do álbum. Mas nem tudo são flores no trabalho de estreia dos goianos.

Como em quase todo debut, existem pontos a serem melhorados, amadurecidos para os próximos trabalhos. Por exemplo, algumas músicas se tornam um pouco cansativas e poderiam ser um pouco mais curtas. Um pouco mais de peso nas canções ajudaria a obterem um resultado melhor, mas nesse quesito talvez exista a influência de um outro fator, aliás, o calcanhar de aquiles de Sovaĝa Animo….a produção.

Sim, sou muito chato nesse quesito. Como eu insisto em repetir, em um cenário inundado de bandas de qualidade como o nacional e com trabalhos cada vez mais bem produzidos, alguns batendo de frente com qualquer produção estrangeira, um trabalho mal produzido pode condenar uma banda promissora ao esquecimento. Do meu ponto de vista, e sempre aconselho isso quando me perguntam, vale muito mais segurar um álbum por um tempo, juntar uma grana e bancar uma boa produção do que lançar algo “nas coxas”. Sovaĝa Animo passa longe do nível atual de nosso cenário, soa sem peso e principalmente, abafado. O que fizeram com a bateria aqui em alguns momentos é um crime. Para uma banda com a proposta musical do BaRok, a produção deveria ser justamente o ponto mais caprichado do trabalho e espero realmente que no futuro olhem para isso, caso contrário, independentemente da criatividade, ficarão para trás. E sim, isso tirou ponto da banda na minha avaliação final, afinal, o trabalho aqui é analisado como um todo.

Ajustes futuros à parte, é inegável o potencial criativo dos goianos. Com tempo, maturidade e um pouco mais de atenção à produção, poderão em um curto espaço de tempo firmar seu nome entre os principais do cenário metálico no Brasil. E que capa linda!

NOTA: 7,0

BaRok-Projekto é:
- Karliene Araújo (vocal);
- Rafael Milhomem (guitarra);
- Muniz (guitarra);
- Thiago Alberto (baixo);
- Junior Nieri (bateria);
- Miguel Brasil (teclados).

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terça-feira, 20 de setembro de 2016

Black Triad - Genesis (2016)


Black Triad - Genesis (2016)
(Independente - Nacional)


01. Go On
02. R.I.P
03. Fallen Mask
04. The Duke
05. Genesis
06. Carnage
07. Into The Void
08. Zeitgeist
09. Evil Lady
10. Santero

Ah, o Rio Grande do Sul e sua capacidade de gerar grandes nomes para o cenário nacional. Mas antes que o leitor possa pensar, já aviso, o Black Triad não se envereda pelos caminhos das sonoridades mais extremas, sua praia aqui é outra. O Power Trio formado pelos experientes Ricardo “Malcom” Aronne (ex-Spartacus, um dos precursores do Metal sulista) no vocal e guitarra, Marcelo Pithan (PsycoPinga) no baixo e Zico Cavinatto (ex-Sigma 7 e que já concorreu ao Grammy Latino) na bateria, pratica um Rock/Metal que remete muito a outro lendário Power Trio da história, o Motörhead.

Mas apesar de várias similaridades com tal nome, graças aos vocais rasgados de Aronne (que remete aos de Lemmy), as fortes linhas de baixo e as músicas diretas, simples e com refrões marcantes, como podemos observar nas ótimas e motörheadianas “Go On” (o peso da bateria aqui é absurdo), “R.I.P” (com guitarras despejando boas melodias), “The Duke” (a mais Heavy do trabalho), “Genesis” (um daqueles Rocks que Lemmy e cia faziam com primor ímpar) e “Zeitgeist” (mais Motörhead impossível), a música do Black Triad não se resume a isso.

Como músicos experientes que são, adicionaram à sua sonoridade influências diversas, que ajudam em muito a dar uma cara própria à mesma. Quer provas? Escute por exemplo “Fallen Mask”, bem anos 90, a melódica e com toques de Hard “Into The Void”, “Evil Lady”, com um ar mais atual ou então “Santero”, com nítidas influências de Sabbath. Dessa mescla de influências, de estilos, surge uma música forte, simples, sem rodeios e divertida, como todas deveriam ser.

Já na parte de produção, o trabalho foi todo feito no Hurricane Estúdio por Sebastian Carsin, um dos melhores e mais competentes produtores desse país. Como de praxe, deixou tudo 100% audível, pesado e muito bem timbrado. O resultado final ficou ótimo. Pesado, coeso, apresentando músicas bem enérgicas e diretas e acima de tudo divertido, o Black Triad definitivamente veio para ficar. Certamente um dos trabalhos mais legais que você terá a oportunidade de escutar em 2016.

NOTA: 8,5

Black Triad é:
- Ricardo Aronne (vocal/guitarra);
- Marcelo Pithan (baixo);
- Zico Cavinatto (bateria).

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Cdbaby

Vainaja – Verenvalaja (2016)


Vainaja – Verenvalaja (2016)
(Svart Records - Importado)


01. Risti
02. Sielu
03. Usva
04. Valaja
05. Kultti
06. Kehto

Antes de começarmos essa resenha, faz-se necessária a explicação da ideia conceitual que existe por detrás do finlandês Vainaja, já que a mesma é de suma importância para a compreensão não só do álbum, como também de todo clima que o permeia.

Todo o conceito estilístico da banda se baseia em uma história de ocultistas do século XIX, que atuaram em uma pequena cidade rural da Finlândia, o Culto de Vainaja, e que induziram o caos entre os paroquianos da região. Pouco conhecimento se tem a respeito do mesmo, já que não restaram muitos resquícios da seita, mas sabe-se que o foco se dava em três figuras. O pregador local (The Preacherman), Wilhelm, o cantor da Igreja (The Cantor), Kristian, e o coveiro louco (The Gravedigger), Aukusti. Os cultos eram realizados na mansão do cantor, que se encontrava adjacente a Igreja e nos mesmos, além de blasfêmias, ocorriam assassinatos rituais e subjugação de moradores que eram enterrados vivos. Tal culto encontrou seu fim quando seus membros foram condenados a serem queimados vivos no altar da Igreja local. 


Aparentemente, nas ruínas da mansão do cantor foram encontrados alguns materiais que levantam uma luz sobre o culto, dentre eles, um tomo de 6 capítulos intitulado Verenvalaja, que especula-se, faz parte de um livro maior de 17 capítulos, estando assim 11 deles ainda perdidos. O trabalho de estreia do Vainaja, Kadotetut (14), foi feito com base em sermões tradicionais do pregador Wilhelm Waenaa, que foram reunidos de forma aleatória com tal intuito. Já em seu novo trabalho, o trio se baseia no livro, que aparentemente descreve de ressurreição de Wilhelm.

Kadotetut foi um dos trabalhos mais brutais e perturbadores de 2014, com sua atmosfera pesada e lúgubre. Uma aula de Death/Doom. Verenvalaja é a continuação natural do debut e aqui  podemos perceber que nesse meio tempo o Vainaja tornou sua música mais dinâmica e variada, mas sem alterar de forma significativa o que foi apresentado. A adição de algumas melodias ajudou nesse resultado, assim como os vocais limpos que surgem em determinados momentos. Por sinal, esses ajudaram a maximizar o clima claustrofóbico das canções. Ainda sim, tais melodias não suavizaram em nada a sonoridade do trio finlandês e não soa exagerado dizer que esse trabalho é ainda mais pesado que a estreia.

Na abertura, como “Risti”, já notamos o maior dinamismo citado. Os vocais limpos, quando surgem, dão um tom mais lúgubre à música e os riffs, pesados e arrastados, passam aquela sensação de medo que permeia toda a audição do álbum. Os elementos mais melódicos dão as as caras em “Sielu”, faixa seguinte. Uma das canções mais esmagadoras aqui presentes, possui riffs bem fortes e uma atmosfera bem densa e assustadora. Essa atmosfera se mantêm “Usva”, melhor faixa de  Verenvalaja. Com seus quase 11 minutos, possui partes ambientais que maximizam seu clima aterrorizante. Seus riffs sinistros e os guturais que parecem vir das profundezas do inferno, transmitindo uma forte  sensação de caos e dor. Já “Valaja” é outra que se destaca pelo ótimo trabalho da guitarra e por vozes assustadoras que surgem em seu final, enquanto “Kultti” soa como uma versão mais maligna do Black Sabbath e os sintetizadores dão a ela algo de psicodelismo típico dos anos 70. O encerramento com “Kehto” é o momento mais experimental de Verenvalaja. Pendendo mais para o Funeral Doom, tem inserida em si alguns elementos eletrônicos bem sutis.


A produção aqui é superior à que escutamos no debut, tendo sido realizada pela própria banda, também responsável pela mixagem, exceto no caso da bateria, que foi feita por Jarno Hänninen. A masterização ficou nas mãos do mestre Dan Swanö e o resultado final de tudo isso é excelente. Longe da sonoridade plastificada dos dias atuais, mas com o baixo totalmente audível e a guitarra e bateria soando bem pesadas. O som soa vivo! Além disso, também tivemos as participações especiais de Lasse Pyykkö, do Hooded Menace, nos solos de “Sievu” e “Usva” e de Jarkko Nikkilä, do Valonkantajat, responsáveis pelos vocais limpos em “Risti”, “Sievu”, “Usva” e “Kehto”.

Por todo o conceito que os cerca e por toda a categoria e criatividade mostrada em suas composições, não soa exagero afirmar que o trio formado por The Preacherman (vocal, baixo e pregação), The Cantor (guitarra e cantando) e The Gravedigger (bateria e cavando sepulturas) é  uma das bandas mais interessantes do cenário do metal atual. Esbanjando peso e com um ar ritualístico que dá a sua música um ar maligno e perturbador,  Verenvalaja é um álbum essencial para os amantes de Death/Doom e um dos grandes destaques deste ano de 2016.

NOTA:9,5

OBS: Resenha originalmente publicada na October Doom Magazine de Agosto. O link para leitura online e/ou download se encontra logo abaixo.

Download: https://goo.gl/7g82XV
Leitura: http://goo.gl/ys6Zvo

Vainaja é:
- The Preacherman (vocal, baixo e pregação)
- The Cantor (guitarra e cantando)
- The Gravedigger (bateria e cavando sepulturas)
Convidados:
- Lasse Pyykkö (guitarra solo nas canções 2 e 3)
- Jarkko Nikkilä (vocais limpos nas canções 1, 2, 3 e 6)

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quarta-feira, 14 de setembro de 2016

TankrusT – The Fast of Solace (2015)

TankrusT – The Fast of Solace (2015)
(Almost Famous – Importado)


01. DMZ
02. Draw the Line
03. Apollo is Dead
04. Autonomy
05. Improvisation 28
06. Dead Pools
07. Barbarians
08. Grow Some Balls
09. 10:22
10. Cleaver

Surgido no ano de 2006 em Paris, sobre o nome de Eleusis, o TankrusT estreou em estúdio no ano de 2013 com o bom EP Beyond Thresholds, que se não apresentava nada de novo, mostrava uma banda com potencial latente. Pois bem, ano passado finalmente lançaram seu primeiro trabalho completo de estúdio. E bem, podemos dizer que o período passado entre a estreia e esse The Fast of Solace só fez bem à banda.

Para situar o leitor, o TankrusT aposta em uma mescla de Thrash com Death Metal Melódico, com uma pegada bem moderna e altas doses de agressividade. Se mostrando mais madura e coesa, podemos ouvir aqui uma banda que, se não apresenta nenhuma grande variedade estilística, mostra muita garra, energia e honestidade no que se propõe a fazer. Além do peso imposto às canções, destacam-se também a técnica apresentada (na medida certa, sem exageros) e uma boa diversidade (bem superior ao trabalho de 2013).

Uma boa mostra do que vamos encontrar aqui já pode ser ouvida na faixa abertura, a forte “DMZ”, com melodias que fincam os pés da banda no território do Death Melódico, riffs que pendem para o Thrash e vocais que alternam entre o rosnado e o gritado (sem espaço para vocalizações limpas). Essas características também podem ser observadas em outras faixas, como “Apollo is Dead” e a implacável “Barbarians”. Já canções como “Draw the Line”, brutal e com um refrão muito forte, e “Improvisation 28”, com linhas de baixo mais grooveadas e bateria pesadíssima, dão o toque de modernidade necessário à proposta da banda e remetem mais diretamente ao Machine Head (mas longe de soar como uma cópia, Ok).

A produção possui um nível de qualidade muito bom, tendo o trabalho de mixagem e masterização sido feitos por Olivier t’Servrancx. Ótima escolha de timbres, além de ter deixado tudo muito audível e limpo, mas sem perder o peso e a agressividade. Já a capa e layout foram feitos por Tib-Gordon e o álbum vem embalado em um digipack bem legal.

Como já dito mais acima, não temos aqui grandes novidades, nada muito original e fresco, mas a energia, peso e honestidade que o quinteto francês coloca em cada nota aqui tocada compensa tudo isso. Se gosta de uma música pesada, agressiva e com pegada moderna, vale muito a pena correr atrás e conhecer o trabalho do TankrusT.

NOTA: 8,0

TankrusT é:
- Kootôh (vocal)
- Garth (guitarra)
- Will (guitarra)
- Jules (baixo)
- Schuff (bateria)

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terça-feira, 13 de setembro de 2016

Broken & Burnt - It Comes to Life (2016)


Broken & Burnt - It Comes to Life (2016)
(Voadora Records - Nacional)


Vol.I
01. It Comes to Life
02. Bestowing Animation
03. Unexpected Dirge
Vol.II
04. Along the Way
05. Eve
06. Dead Womb
Vol.III
07. Deep Inside the Void
08. Cold Letters
09. Darkness & Distance

Acho recompensador quando tenho a oportunidade de acompanhar o processo de amadurecimento de uma banda. Em 2013, tive a chance de resenhar o debut dos capixabas do Broken & Burnt, Let The Burning Begin (Resenha aqui), e nele me deparei com uma banda que praticava um Groove Metal forte, enérgico e com influências de nomes como Pantera e Machine Head. Como dito na época, não reinventavam a roda, mas faziam um trabalho bem competente.

Surgidos em 2011, quando do lançamento do seu debut mal tinham completado 1 ano de estrada, o que significava que ainda estavam em um processo de busca de identidade, algo natural para qualquer banda que se inicia. E bem, posso dizer que de lá pra cá muita coisa mudou no som do Broken & Burnt, e para melhor. Em Let The Burning Begin, meio ao Groove Metal praticado, era possível notarmos influências de Stoner Metal, o que já era um indicativo para os mais atentos, de uma possível mudança nos próximos trabalhos, o que acabou por vir a ocorrer em It Comes to Life.

A agressividade vista no debut foi mantida aqui, mas agora em uma música que transita com muita naturalidade entre o Stoner, o Doom e o Sludge, cadenciada, pesada, melancólica, com vocais que alternam entre o soturno e o agressivo, riffs arrastados e recheados de influências “sabathicas” e uma parte rítmica bem pesada. Exemplos disso podem ser observados em “It Comes to Life”, bem arrastada, pesada e com um clima fúnebre, “Bestowing Animation”, intensa, diversificada e mais acelerada, “Unexpected Dirge”, outra bem cadenciada e com melodias interessantes e na soturna “Dead Womb”, outra com melodia marcante e onde os vocais remetem diretamente ao Alice In Chains (fato que ocorre em algumas outras canções). Para mim a melhor do trabalho. Vale destacar também que toda parte lírica foi baseada na clássica obra de Mary Shelley, “Frankenstein, ou o Moderno Prometeu”.

Outro ponto onde a banda mostrou grande amadurecimento foi no quesito produção, um dos pecados de Let The Burning Begin (não chegava a ser ruim, mas era bem mediana). It Comes to Life teve a produção de P.Lee Rockman e Igor Comério, sendo esse último também responsável pela mixagem (tanto esta quando a gravação foram feitas no Voadora Studios). Já a masterização foi realizada por Ricardo Mendes. Está tudo muito audível, com a dose de sujeira necessária a proposta da banda e timbragem muito bem escolhida. Um belo avanço. Já a capa é obra de Gustavo Rodrigues.

Se mostrando muito mais madura, coesa e apresentando uma música que apesar de bem melancólica, se mostra bem diversificada, o Broken & Burnt se mostra mais que pronto para voos mais altos. Sem dúvida alguma, uma das grandes surpresas de 2016.

NOTA: 8,5

Broken & Burnt é:
- Hugo Ali (guitarra/Vocal)
- César Schroeder (guitarra)
- Denis Coelho (baixo/vocal)
- Apache Moons (bateria)

Convidada:
- Thaysa Bretz (sintetizador)

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quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Tarja - The Brightest Void (2016)


Tarja - The Brightest Void (2016)
(Shinigami Records/earMUSIC - Nacional)


01. No Bitter End (video clip version)    
02. Your Heaven and Your Hell (with Michael Monroe)    
03. Eagle Eye (with Toni Turunen)    
04. An Empty Dream (Main theme from "Corazón Muerto")    
05. Witch Hunt    
06. Shameless    
07. House of Wax (Paul McCartney cover)    
08. Goldfinger (James Bond main theme)    
09. Paradise (What About Us) (new mix)

Antes de inciar essa resenha, deixo mais do que claro que não sou lá muito fã da carreira solo de Tarja. Reconheço seu talento, é uma grande cantora, mas sempre fico com a sensação que seus trabalhos de Rock/Metal são forçados, tudo muito pensado, muito água com açúcar. Sinto falta de espontaneidade e um peso verdadeiro em suas músicas. Talvez justamente por isso, não me desça esse título de Rainha do Rock/Metal Sinfônico. Acho que existem outras que merecem esse título mais do que ela. Mas, vida que segue, bola pra frente, pois gostando ou não, respeito seu trabalho.

Para quem ainda desconhece tal fato, nesse ano de 2016, Tarja optou por lançar dois álbuns. Devido à grande quantidade de material que possuía para o lançamento de The Shadow Self (lançado em 5 de Agosto), a finlandesa optou por soltar esse álbum-prévia, contando com algumas canções inéditas (que receberão versões diferentes no trabalho principal), alguns covers e versões com pequenas modificações de músicas já conhecidas de sua carreira. Em resumo, quase um álbum de sobras. Isso poderia fazer de The Brightest Void um trabalho menor, mas não é bem assim que ocorre.

Tarja já havia deixado claro que tanto The Brightest Void quanto The Shadow Self seriam seus trabalhos mais pesados até então. E realmente, com a trinca de abertura, parece que as coisas serão realmente assim. De início, temos a já conhecida pelos fãs  “No Bitter End”, em uma versão um pouco diferente. Começa bem pesada, com riffs fortes e uma pegada bem moderna, caindo para algo mais na linha Hard/Pop em seguida, soando bem enérgica e comercial (o refrão é grudento), mas sem exageros nesse último aspecto. Em seguida, entra “Your Heaven and Your Hell”, que conta com participação de Michael Monroe, ex-vocalista da banda de Hard Rock finlandesa Hanoi Rocks. É um Heavy/Rock bem animado, direto, empolgante e que conta com a inclusão de gaita e sax, ambos tocados por Monroe. Basicamente conta com ele como vocalista principal e Tarja fazendo um contraponto com sua voz em alguns momentos. Uma belíssima faixa e que só não ganha o título de minha preferida por certo motivo que veremos mais à frente. Fechando essa trinca, temos a belíssima “Eagle Eye” mais na linha de sua carreira solo, mas com bom peso. As ótimas melodias dão um apelo comercial interessante à faixa e as participações do irmão de Tarja, Toni, mostrando que talento aqui vem de família e de Chad Smith, baterista do Red Hot Chili Peppers, abrilhantam ainda mais o resultado final. É outra que também estará em The Shadow Self, mas em nova versão.

Após esse começo animador, infelizmente a qualidade acaba dando uma pequena caída. A trinca inícial é seguida por duas canções já conhecidas, “An Empty Dream”, tema do filme Corazón Muerto, que foi remixada e conta com os vocais de Tarja mais presentes, além de uma inclusão maior de elementos eletrônicos, soando um pouco cansativa, e  “Witch Hunt”, presente no álbum que Tarja gravou com Mike Terrana (Beauty and the Beat, 2014), em uma versão mais modernizada e com elementos sinfônicos um pouco menos presentes. Com todo respeito, perdeu todo o impacto que a original tinha e sua presença aqui se torna dispensável.

Após isso as coisas voltam a melhorar, com a ótima “Shameless”, certamente a faixa mais pesada de toda a sua carreira solo. Moderna, intensa e bem interessante, conta com um dueto de Tarja com o guitarrista argentino Julián Barrett, que toca em sua banda solo nos shows. Facilmente a melhor canção do trabalho. Os covers que se seguem, “House of Wax”, de Paul McCartney e  “Goldfinger”, o mais emblemático dos temas de 007 e popularizado na voz de Shirley Bassey, receberam versões que se não se equiparam às originais, conseguem soar excelentes, já que Tarja conseguiu imprimir sua personalidade nas mesmas. O trabalho se encerra com “Paradise (What About Us)”, canção do Within Temptation presente em seu último trabalho, Hydra (14), e que conta com participação de finlandesa fazendo um dueto com Sharon den Adel. A nova mixagem deixou sua voz mais realçada, alta, sobrepujando os instrumentos. Sinceramente, meio desnecessária a inclusão da canção aqui, apesar de sua qualidade inegável e do refrão pra lá de grudento.

A produção do trabalho ficou a cargo da própria Tarja, com o apoio de seu esposo, Marcelo Isaac Cabuli (MIC) e Tim Palmer (Ozzy Osbourne, Sepultura, H.I.M., Pearl Jam, U2, Robert Plant), sendo esse último também responsável pela mixagem. Já masterização foi executada por Justin Shturtz (Jag Panzer, Thunderstorm, Shinedown, H.I.M.). A qualidade é excelente, algo mais do que esperando em trabalhos da finlandesa. Já a capa foi obra de Büro Dirk Rudolph (Rammstein, Apocalyptica), que trabalhou em diversos outros álbuns de Tarja.

O saldo final acaba sendo extremamente positivo, já que tirando duas canções perdidas meio ao trabalho, o restante do material possui bastante qualidade, principalmente as faixas inéditas, que cumprem a promessa de mais peso no trabalho de Tarja. Os fãs não irão se decepcionar e esse material é sem dúvida alguma, indicado a todos eles.

NOTA: 8,0

Tarja (gravação):
- Tarja (vocal)

Convidados:
- Michael Monroe (vocal, guitarra, sax e harmonica na faixa 2)
- Toni Turunen (vocal na faixa 3)
- Alex Scholpp (guitarra nas faixas 1 e 3)
- Tim Palmer (guitarra na faixa 1)
- Julián Barrett (guitarra  nas faixas 2, 6 e 8, baixo e vocal na faixa 6)
- Kevin Chown (baixo nas faixas 1, 2 e 3)
- Doug Wimbish (baixo nas faixas 4 e 7)
- Peter Barrett (baixo nas faixas 6 e 8)
- Chad Smith (bateria nas faixas 1 e 3)
- Fernando Scarcella (bateria nas faixas 2 e 7)
- Mike Terrana (bateria na faixa 6)
- Nicolás Polo (bateria na faixa 8)
- Christian Kretschmar (teclados nas faixas 1, 2, 3 e 4, programação na faixa 4)
- Torsten Stenzel (teclado e programação na faixa 4)
- Bart Hendrickson (teclado e programação na faixa 5)
- Guillermo d'Medio (teclado nas faixas 6, 7 e 8)
- Tim Palmer (teclado na faixa 1)

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terça-feira, 6 de setembro de 2016

Nails – You Will Never Be One Of Us (2016)


Nails – You Will Never Be One Of Us (2016)
(Shinigami Records/Nuclear Blast – Nacional)

 
01. You Will Never Be One Of Us
02. Friend To All
03. Made To Make You Fail
04. Like Is A Death Sentence
05. Violence Is Forever
06. Savage Intolerance
07. In Pain
08. Parasite
09. Into Quietus
10. They Come Crawling Back

Apesar de ser das bandas mais populares no Brasil, o Nails já havia chamado a atenção dos fãs de Grindcore por seus dois álbuns anteriores, o impiedoso Unsilent Death (10), um clássico do estilo, e o brutal Abandon All Life (13). You Will Never Be One Of Us, seu terceiro álbum completo de estúdio, surpreendeu ao estrear no 127º lugar na Billboard 200 (6º na Hard Rock Albuns), algo não muito comum para bandas com esse nível de extremidade, o que mostra ao leitor a qualidade do que iremos escutar aqui.

E bem, dizer que são 10 músicas em apenas 21 minutos (isso porque a que encerra o CD possui cerca de inacreditáveis 8 minutos) talvez sirva de descrição perfeita para o leitor entender com o que irá se deparar aqui. E olha que aqui temos talvez as canções mais “longas” da carreira do Nails, com algumas chegando próximas dos 2 minutos, e pasmem, uma com mais de 3 minutos. Em resumo, a música do trio americano é curta e grossa, mesclando estilos como Grind/Crust, Hardcore e Death Metal Sueco.

Quer exemplos disso? Vá à faixa título, com seus riffs crus e altas doses de velocidade e agressividade, ou então a aula de Grind/Crust que dura apenas 45 segundos, intitulada “Friend To All” e que explicita as influências de Napalm Death e Extreme Noise Terror na música do trio. Também pode dar uma passada em “Like Is A Death Sentence”, veloz e com influência do Discharge e seu D-beat ou se qusier conferir um pouco de Death/Thrash, colocar para rodar a veloz “Savage Intolerance". Mas nada se compara à monstruosa “They Come Crawling Back”, com seus mais de 8 minutos e que transita entre o Doom e o Sludge. Simplesmente surpreendente.

A produção ficou a cargo de Kurt Ballou (Converge, Iron Reagan, Toxic Holocaust, Vallenfyre), também responsável pela mixagem. Já a masterização foi realizada por Brad Boatright (Corrosion of Conformity, Forgotten Tomb, Monster Coyote, Obituary, Skinless, Sunn O))), Wolves in the Throne Room). A qualidade ficou muito boa e nos permite escutar tudo com clareza, sem tirar a sujeira, a agressividade e o peso necessários. Já a capa foi obra de Wrest (Leviathan).

Saindo da sua zona de conforto e conseguindo soar ainda mais brutal e agressivo, o Nails se mostra uma banda obrigatória para todo aquele que curte um bom Grindcore e outras "podreiras" relacionadas. Sem sombra de dúvida, uma das bandas mais legais da atualidade quando se fala de vertentes mais extremas de Metal, e que os brasileiros têm uma ótima chance de conhecer agora, com a versão nacional de You Will Never Be One Of Us.

NOTA: 8,5

Nails é:
- Todd Jones (vocal/guitarra)
- John Gianelli (baixo)
- Taylor Young (bateria)

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Instagram (John Gianelli)

Colt.45 - Extinction (2016)


Colt.45 - Extinction (2016)
(Independente - Nacional)

 
01. Guilt Incarnated
02. Extinction
03. Downfall
04. There's No Mercy For The Lambs
05. Zealots
06. Let's Grind
07. Bleeding The Green
08. Absorbing My Plagues
09. Fragments Of A Smashed Skull
10. This Is Reality. This Is Doom
11. 25.01 (Death's Call Denied)
12. Tormented

A importância de Minas Gerais para a história do Metal nacional é indiscutível. A quantidade de bandas de excelente qualidade que surgiram por aqui e que continuam a surgir é uma coisa absurda. Um exemplo disso é o Colt.45. Fundado no ano de 2006 em Belo Horizonte, começaram seguindo uma linha que mesclava o Hardcore NY com Metal, mas que foi se modificando com o tempo, à medida que os músicos foram amadurecendo e mudanças de formação ocorrendo.

O resultado final disso é um Death Metal vigoroso, pesado e brutal, desses que impressionam até o mais experiente dos fãs do estilo. Vocais brutais, riffs devastadores e parte rítmica destruidora fazem parte do cardápio. Mas não pense que estamos falando aqui de um som repetitivo e carregado de clichês do gênero, pois a música do quarteto mineiro passa longe disso. Sua sonoridade recebe influências diversas de Technical Death Metal, Thrash e até mesmo Grindcore, dando uma variedade muito grande às canções.

Em cerca de 37 minutos, Marcelo Santana (vocal), Luis Monteiro (guitarra), Rafão Reis (baixo) e Manfredo Savassi (bateria), descarregam pouco mais de 12 músicas furiosas, com potencial de dilacerar tímpanos alheios. Canções como a variada “Guilt Incarnated”, com ótimos riffs e belo trabalho vocal, “Downfall”, feita para arruinar pescoços tamanha sua violência, a furiosa “Zealots”, “Fragments Of A Smashed Skull” (puta refrão empolgante) e as Grind “Let's Grind” (32 segundos) e “This Is Reality. This Is Doom” (apenas 18 segundos) não só esbanjam brutalidade, como também técnica de sobra. Um prato cheio para fãs de bandas como Napalm Death, Cannibal Corpse, Suffocation, Dying Fetus, Deeds of Flesh e afins.

Todo gravado na base do “faça você mesmo”, Extinction teve a produção, mixagem e masterização executadas pelo baterista Manfredo Savassi. O resultado final ficou realmente muito bom! Já a capa foi obra do artista indonésio Aditia Wardhana e não só ficou tão brutal como o som do Colt.45, como também é uma das melhores que vi nesse ano de 2016.

Furioso, visceral, brutal, o Colt.45 faz jus a tradição de Minas “Hellrais” de gerar ótimas bandas de Metal. E pode preparar o relaxante muscular e deixar a postos o telefone do ortopedista, pois você vai precisar. E aos interessados, Extinction está disponível não só para audição gratuita, como para download nas mídias sociais da banda.

NOTA: 8,5

Colt.45 é:
- Marcelo Santana (vocal)
- Luis Monteiro (guitarra)
- Rafão Reis (baixo)
- Manfredo Savassi (bateria)

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domingo, 4 de setembro de 2016

Melhores álbuns – Agosto de 2016

 
No primeiro domingo de cada mês o A Música Continua a Mesma fará uma lista com os melhores álbuns do mês anterior. Nela, respeitaremos as datas oficiais de cada lançamento, então sendo assim, não contaremos a data que os mesmos vazaram na internet, mas sim quando efetivamente foi ou será lançado.

Sendo assim, ai vão os melhores lançamentos de Agosto na opinião do A Música Continua a Mesma.


 
 
 
 
 
 

 
 

Menções Honrosas

Carnifex - Slow Death