sexta-feira, 29 de maio de 2015

Paradise Lost - The Plague Within (2015)




Paradise Lost - The Plague Within (2015)
(Century Media – Importado)

01. No Hope In Sight
02. Terminal
03. An Eternity Of Lies
04. Punishment Through Time
05. Beneath Broken Earth
06. Sacrifice The Flame
07. Victim Of The Past
08. Flesh From Bone
09. Cry Out
10. Return To The Sun

Integridade. Está ai uma palavra que sempre definiu muito bem a carreira do Paradise Lost. Nunca se dobraram a moda ou a qualquer tipo de pressão, fazendo sempre o que tinham vontade e no momento em que tinham vontade. Entre Host (99) e Symbol of Life (02) passaram por um momento um tanto quanto conturbado, mas desde Paradise Lost (05), os ingleses vêm mantendo uma trajetória ascendente que culminou com o excelente Tragic Idol (12).

Para entender The Plague Within devemos retornar a 2014, mais precisamente a dois álbuns específicos, Splinters, do Vallenfyre e Grand Morbid Funeral do Bloodbath. O primeiro, projeto de Gregor Mackintosh que lançou seu segundo trabalho e onde ele trabalha justamente aquele Death/Doom do início da carreira do Paradise Lost, foi muito bem recebido e elogiado, tendo sido considerado por alguns (inclusive por este que vos escreve) como um dos melhores trabalhos do ano passado. Já no segundo caso, Nick Holmes substituiu Mikael Åkerfeldt (Opeth) na superbanda de Death sueca e retornou aos bons e velhos tempos dos vocais rosnados, sendo muitíssimo elogiado por seu trabalho em outro Cd que entrou em muitas listas de melhores de 2014. Isso parece ter despertado nos dois, um desejo natural de retorno ao passado e como o Paradise Lost sempre fez o que teve vontade, o resultado não poderia ser diferente. E aqui vale dizer que apesar de muitos fãs serem saudosos do passado, não existia uma cobrança dos mesmos por tal fato, já que os dois últimos trabalhos da banda, Faith Divides Us - Death Unites Us (09) e Tragic Idol (12) foram muito bem recebidos por todos. Resumindo, The Plague Within não tem nada de forçado.

Já na abertura, com “No Hope In Sight”, o ouvinte já tem uma mostra do que ele vai encontrar durante os próximos 50 minutos. Riffs fúnebres, sombrios, pesados, vocais rosnados (alternando com algumas vocalizações limpas), um pé muito bem fincado no passado Death/Doom da banda e o outro no presente. São muitos os momentos aqui que irão remetê-lo a álbuns como Gothic (91), Shades of God (92), Icon (93) e até mesmo a Draconian Times (95) e One Second (97), já que “Punishment Through Time” ou “Cry Out” por exemplo, poderiam estar em qualquer um desses dois trabalhos. Holmes está monstruoso e seus vocais são uma das peças centrais de The Plague Within, ao lado da guitarra de Gregor Mackintosh, que para variar despeja com sua competência de sempre, riffs melancólicos e escuros.Isso não significa que os demais não tenham seu devido espaço, já que Aaron Aedy brilha na guitarra base enquanto a parte rítmica, com Stephen Edmondson (baixo) e Adrian Erlandsson (bateria) está simplesmente colossal. O que chama muito a atenção aqui é que absolutamente nada é chato ou previsível e cada música consegue ter uma cara só dela, sem aquela coisa de se repetir, do “já escutei isso antes”. Como sou meio que obrigado a citar destaques aqui, pois se não o fizer serei cobrado, fico com “No Hope In Sight”, “Terminal”, “Beneath Broken Earth”, “Victim Of The Past”, “Flesh From Bone” e as magistrais “Sacrifice The Flame” e “Return To The Sun”, duas das melhores composições da carreira da banda. Mas não pense que as 3 faixas não citadas seja menores, pois são melhores que 99% de tudo que foi lançado em 2015.

A produção aqui ficou a cargo de Jaime Gomez Arellano (Ghost, Cathedral, Primordial, Ulver) e está simplesmente perfeita, sendo do meu ponto de vista a melhor do Paradise Lost até hoje. Já a capa é um belo trabalho do polonês Zbigniew Bielak (Ghost, Mayhem, Entombed A.D., Watain, Vader, ABSU) e retrata muito bem o conteúdo do álbum.

O Paradise Lost sempre teve a capacidade ímpar de combinar o melhor do Rock Gótico com Metal de qualidade inquestionável e aqui isso não é diferente. Dinâmico e diversificado, Holmes e Cia conseguiram equilibrar de forma perfeita o passado e o presente da banda, o que vai agradar em cheio a todos os fãs de banda, e o melhor de tudo, sem soar forçado em momento algum. Beirando a perfeição, The Plague Within dificilmente deixará de encabeçar minha lista de melhores de 2015.

NOTA: 9,5




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