Paradise
Lost - The Plague Within (2015)
(Century
Media – Importado)
01. No Hope In Sight
02. Terminal
03. An Eternity Of Lies
04. Punishment Through Time
05. Beneath Broken Earth
06. Sacrifice The Flame
07. Victim Of The Past
08. Flesh From Bone
09. Cry Out
10. Return To The Sun
Integridade. Está ai uma palavra que
sempre definiu muito bem a carreira do Paradise Lost. Nunca se dobraram a moda
ou a qualquer tipo de pressão, fazendo sempre o que tinham vontade e no momento
em que tinham vontade. Entre Host (99)
e Symbol of Life (02) passaram por um
momento um tanto quanto conturbado, mas desde Paradise Lost (05), os ingleses vêm mantendo uma trajetória
ascendente que culminou com o excelente Tragic
Idol (12).
Para entender The Plague Within devemos retornar a 2014, mais precisamente a dois
álbuns específicos, Splinters, do
Vallenfyre e Grand Morbid Funeral do
Bloodbath. O primeiro, projeto de Gregor Mackintosh que lançou seu segundo
trabalho e onde ele trabalha justamente aquele Death/Doom do início da carreira
do Paradise Lost, foi muito bem recebido e elogiado, tendo sido considerado por
alguns (inclusive por este que vos escreve) como um dos melhores trabalhos do
ano passado. Já no segundo caso, Nick Holmes substituiu Mikael Åkerfeldt (Opeth)
na superbanda de Death sueca e retornou aos bons e velhos tempos dos vocais
rosnados, sendo muitíssimo elogiado por seu trabalho em outro Cd que entrou em
muitas listas de melhores de 2014. Isso parece ter despertado nos dois, um
desejo natural de retorno ao passado e como o Paradise Lost sempre fez o que
teve vontade, o resultado não poderia ser diferente. E aqui vale dizer que
apesar de muitos fãs serem saudosos do passado, não existia uma cobrança dos
mesmos por tal fato, já que os dois últimos trabalhos da banda, Faith Divides Us - Death Unites Us (09)
e Tragic Idol (12) foram muito bem
recebidos por todos. Resumindo, The
Plague Within não tem nada de forçado.
Já na abertura, com “No Hope In Sight”, o ouvinte já tem uma mostra do que ele vai
encontrar durante os próximos 50 minutos. Riffs fúnebres, sombrios, pesados,
vocais rosnados (alternando com algumas vocalizações limpas), um pé muito bem
fincado no passado Death/Doom da banda e o outro no presente. São muitos os
momentos aqui que irão remetê-lo a álbuns como Gothic (91), Shades of God (92), Icon (93) e até mesmo a Draconian Times (95) e One Second (97), já que “Punishment Through Time” ou “Cry Out” por exemplo, poderiam estar em
qualquer um desses dois trabalhos. Holmes está monstruoso e seus vocais são uma
das peças centrais de The Plague Within,
ao lado da guitarra de Gregor Mackintosh, que para variar despeja com sua
competência de sempre, riffs melancólicos e escuros.Isso não significa que os
demais não tenham seu devido espaço, já que Aaron Aedy brilha na guitarra base
enquanto a parte rítmica, com Stephen Edmondson (baixo) e Adrian Erlandsson
(bateria) está simplesmente colossal. O que chama muito a atenção aqui é que
absolutamente nada é chato ou previsível e cada música consegue ter uma cara só
dela, sem aquela coisa de se repetir, do “já escutei isso antes”. Como sou meio
que obrigado a citar destaques aqui, pois se não o fizer serei cobrado, fico
com “No Hope In Sight”, “Terminal”,
“Beneath Broken Earth”, “Victim Of The Past”, “Flesh From Bone” e as
magistrais “Sacrifice The Flame” e “Return To The Sun”, duas das melhores
composições da carreira da banda. Mas não pense que as 3 faixas não citadas
seja menores, pois são melhores que 99% de tudo que foi lançado em 2015.
A produção aqui ficou a cargo de Jaime
Gomez Arellano (Ghost, Cathedral, Primordial, Ulver) e está simplesmente
perfeita, sendo do meu ponto de vista a melhor do Paradise Lost até hoje. Já a
capa é um belo trabalho do polonês Zbigniew Bielak (Ghost, Mayhem, Entombed
A.D., Watain, Vader, ABSU) e retrata muito bem o conteúdo do álbum.
O Paradise Lost sempre teve a capacidade
ímpar de combinar o melhor do Rock Gótico com Metal de qualidade inquestionável
e aqui isso não é diferente. Dinâmico e diversificado, Holmes e Cia conseguiram
equilibrar de forma perfeita o passado e o presente da banda, o que vai agradar
em cheio a todos os fãs de banda, e o melhor de tudo, sem soar forçado em
momento algum. Beirando a perfeição, The
Plague Within dificilmente deixará de encabeçar minha lista de melhores de
2015.
NOTA:
9,5
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