quarta-feira, 13 de maio de 2015

Arkhan – Arkhan (2015)




Arkhan – Arkhan (2015)
(Independente – Nacional)

01. Cárcere
02. O Seu Caminho
03. Todas as Respostas
04. Que Venham os Abutres
05. Recomeço
06. O Seu Pássaro
07. A Minha Solidão
08. Amargo
09. Lavagem Cerebral
10. Eu vi o Futuro
11. A Divisão da Glória
12. Centúrias

Muita gente não entende o que me faz tocar o A Música Continua a Mesma em frente, já que o mesmo não me dá qualquer tipo de retorno financeiro e ainda consome uma considerável parte do meu tempo livre, pois ao contrário do que muitos pensam, resenhar um trabalho denota tempo, audições atentas aos materiais que chegam até mim, dentre outras coisas. A resposta é simples, amor ao Metal e satisfação pessoal de estar não só fazendo algo que sempre desejei, como também de estar dando força a bandas que batalham contra todas as dificuldades de se fazer Rock/Metal no Brasil. Por isso, abrir um sorriso de satisfação foi inevitável ao ter em mãos o cd de estréia dos mineiros da Arkhan, justamente por saber o quanto lutaram para chegar a esse momento, uma luta que pude ver de muito perto.

Não vou negar, essa resenha tem sim um fundo pessoal, afinal, são quase 20 anos acompanhando a banda e esperando por esse debut. Mas não pense caro leitor, que essa proximidade afete de forma profunda meu poder de avaliação, afinal de contas o que mais rola quando se está nesse meio é resenhar bandas que se gosta, que se é fã. E bem, isso nunca me impediu de tecer críticas às mesmas quando necessário. O legal dessa proximidade é que ela me permite, mais do que ninguém, avaliar como a sonoridade da Arkhan se desenvolveu e amadureceu, desde o surgimento até os dias de hoje. Se lá no início sua música era totalmente calcada no Black Sabbath, com suas músicas próprias chegando a beirar o plágio em alguns momentos, tamanha a similaridade, hoje praticam uma bela mescla de Classic Rock setentista (ainda com alguns resquícios sabbathicos, não vamos negar) com Metal Tradicional e lado Rock and Roll muito evidente.

E bem, é isso que você irá encontrar desde a abertura, com “Cárcere”, até o encerramento com “Centúrias”, Rock/Metal da melhor qualidade, bem feito, com riffs e solos muito bons, algumas ótimas melodias e muitos refrões grudentos. As letras, todas em português, uma opção tomada desde a fundação da banda nos anos 90, são muito boas e um dos pontos fortes da Arkhan, já que Mauro Souza se mostra ótimo letrista, além de muito bom vocalista e guitarrista, fazendo uma boa dupla com Jheison Motta. A parte rítmica, com Washington Amaro (baixo) e Bruno Rodrigues (baterista), se mostra muito segura, com boa técnica e consegue dar variedade as músicas. Três aqui se destacam acima de todas as demais, pois já empolgam de cara e antes que você se dê conta, estará cantando os refrões das mesmas, “Que Venham os Abutres”, “Recomeço” e “O Seu Pássaro”, a melhor do Cd. “Amargo”, “A Divisão da Glória” e “Centúrias” (com versos baseados nas Centúrias de Nostradamus), são “das antigas” (apesar de algumas mais adequadas à sonoridade atual) e mostram o porquê de terem sobrevivido no repertório da Arkhan, pois possuem qualidades inegáveis. Por fim, vale mencionar também “O Seu Caminho” e “Lavagem Cerebral”.

A produção ficou a cargo de Warney Romanhol (responsável também pela mixagem) e do vocalista Mauro Souza, tendo ficado a contento e dentro da média dos lançamentos nacionais, com todos os instrumentos bem claros e audíveis. A capa é obra de Alex Araújo e nela podemos ver elementos de todas as letras presentes no cd, enquanto a arte do mesmo foi feita por Roberto Catroli e a do tray (fundo da caixa do cd, para os desavisados) ficou por conta de Marcus Lorenzet.

Depois de 18 anos (incluindo ai um período de inatividade entre 2004 e 2009), a Arkhan finalmente vence essa etapa e consegue lançar seu debut. Não foi um caminho dos mais fáceis, diversos foram os obstáculos e muitos por ai não acreditaram que tal fato fosse ocorrer. Quando alguém me fala de fazer algo por amor ao Metal, são bandas como essa que me surgem à cabeça. Músicos que batalham por anos e anos, praticamente sem retorno e valorização, enfrentando o preconceito por se fazer música pesada no país do Carnaval e encarando alguns “parasitas” que nada fazem pela cena, mas que estão espalhados por todos os cantos. Posso dizer que no fundo, essa resenha é uma homenagem a todas as “Arkhans” espalhadas por esse Brasil afora. São vocês que fazem o Metal acontecer nesse país, passando por cima de todas as dificuldades por amor ao estilo. A primeira vitória foi conquistada e que a mesma se repita nas muitas batalhas vindouras.

NOTA: 8,0



  

Um comentário:

  1. Do you know where I could download this album? Perhaps you could put up a download link for this album?

    Thank you in advance!

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