Arkhan
– Arkhan (2015)
(Independente
– Nacional)
01. Cárcere
02. O Seu Caminho
03. Todas as Respostas
04. Que Venham os Abutres
05. Recomeço
06. O Seu Pássaro
07. A Minha Solidão
08. Amargo
09. Lavagem Cerebral
10. Eu vi o Futuro
11. A Divisão da Glória
12. Centúrias
Muita gente não entende o que me faz tocar o A Música Continua a Mesma em frente, já
que o mesmo não me dá qualquer tipo de retorno financeiro e ainda consome uma
considerável parte do meu tempo livre, pois ao contrário do que muitos pensam,
resenhar um trabalho denota tempo, audições atentas aos materiais que chegam
até mim, dentre outras coisas. A resposta é simples, amor ao Metal e satisfação
pessoal de estar não só fazendo algo que sempre desejei, como também de estar
dando força a bandas que batalham contra todas as dificuldades de se fazer
Rock/Metal no Brasil. Por isso, abrir um sorriso de satisfação foi inevitável
ao ter em mãos o cd de estréia dos mineiros da Arkhan, justamente por saber o
quanto lutaram para chegar a esse momento, uma luta que pude ver de muito perto.
Não vou negar, essa resenha tem sim um fundo
pessoal, afinal, são quase 20 anos acompanhando a banda e esperando por esse
debut. Mas não pense caro leitor, que essa proximidade afete de forma profunda
meu poder de avaliação, afinal de contas o que mais rola quando se está nesse
meio é resenhar bandas que se gosta, que se é fã. E bem, isso nunca me impediu
de tecer críticas às mesmas quando necessário. O legal dessa proximidade é que
ela me permite, mais do que ninguém, avaliar como a sonoridade da Arkhan se
desenvolveu e amadureceu, desde o surgimento até os dias de hoje. Se lá no
início sua música era totalmente calcada no Black Sabbath, com suas músicas
próprias chegando a beirar o plágio em alguns momentos, tamanha a similaridade,
hoje praticam uma bela mescla de Classic Rock setentista (ainda com alguns
resquícios sabbathicos, não vamos negar) com Metal Tradicional e lado Rock and
Roll muito evidente.
E bem, é isso que você irá encontrar desde a
abertura, com “Cárcere”, até o
encerramento com “Centúrias”,
Rock/Metal da melhor qualidade, bem feito, com riffs e solos muito bons,
algumas ótimas melodias e muitos refrões grudentos. As letras, todas em português,
uma opção tomada desde a fundação da banda nos anos 90, são muito boas e um dos
pontos fortes da Arkhan, já que Mauro Souza se mostra ótimo letrista, além de
muito bom vocalista e guitarrista, fazendo uma boa dupla com Jheison Motta. A
parte rítmica, com Washington Amaro (baixo) e Bruno Rodrigues (baterista), se
mostra muito segura, com boa técnica e consegue dar variedade as músicas. Três
aqui se destacam acima de todas as demais, pois já empolgam de cara e antes que
você se dê conta, estará cantando os refrões das mesmas, “Que Venham os Abutres”, “Recomeço” e “O Seu Pássaro”, a melhor do Cd. “Amargo”, “A Divisão da Glória” e “Centúrias” (com versos baseados nas Centúrias de Nostradamus), são
“das antigas” (apesar de algumas mais adequadas à sonoridade atual) e mostram o
porquê de terem sobrevivido no repertório da Arkhan, pois possuem qualidades
inegáveis. Por fim, vale mencionar também “O
Seu Caminho” e “Lavagem Cerebral”.
A produção ficou a cargo de Warney Romanhol
(responsável também pela mixagem) e do vocalista Mauro Souza, tendo ficado a
contento e dentro da média dos lançamentos nacionais, com todos os instrumentos
bem claros e audíveis. A capa é obra de Alex Araújo e nela podemos ver
elementos de todas as letras presentes no cd, enquanto a arte do mesmo foi
feita por Roberto Catroli e a do tray (fundo da caixa do cd, para os
desavisados) ficou por conta de Marcus Lorenzet.
Depois de 18 anos (incluindo ai um período de
inatividade entre 2004 e 2009), a Arkhan finalmente vence essa etapa e consegue
lançar seu debut. Não foi um caminho dos mais fáceis, diversos foram os
obstáculos e muitos por ai não acreditaram que tal fato fosse ocorrer. Quando
alguém me fala de fazer algo por amor ao Metal, são bandas como essa que me
surgem à cabeça. Músicos que batalham por anos e anos, praticamente sem retorno
e valorização, enfrentando o preconceito por se fazer música pesada no país do
Carnaval e encarando alguns “parasitas” que nada fazem pela cena, mas que estão
espalhados por todos os cantos. Posso dizer que no fundo, essa resenha é uma
homenagem a todas as “Arkhans” espalhadas por esse Brasil afora. São vocês que
fazem o Metal acontecer nesse país, passando por cima de todas as dificuldades
por amor ao estilo. A primeira vitória foi conquistada e que a mesma se repita
nas muitas batalhas vindouras.
NOTA:
8,0
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ResponderExcluirThank you in advance!