quinta-feira, 25 de junho de 2015

Luca Turilli's Rhapsody - Prometheus, Symphonia Ignis Divinus (2015)




Luca Turilli's Rhapsody - Prometheus, Symphonia Ignis Divinus (2015)
(Nuclear Blast Records – Importado)

1. Nova Genesis (Ad Splendorem Angeli Triumphantis)
2. Il Cigno Nero
3. Rosenkreuz (The Rose And The Cross)
4. Anahata
5. Il Tempo Degli Dei
6. One Ring To Rule Them All
7. Notturno
8. Prometheus
9. King Solomon And The 72 Names Of God
10. Yggdrasil
11. Of Michael The Archangel And Lucifer’s Fall Part II: Codex Nemesis

Quando o Rhapsody (of Fire) se dividiu amigavelmente em duas bandas com o mesmo nome no ano de 2011 (a de Alex Staropoli e a de Luca Turilli), a pergunta imediata que me fiz foi se o mundo realmente necessitava de dois Rhapsody. O primeiro lançou Dark Wings of Steel, o segundo Ascending to Infinity, nenhum dos dois me empolgou realmente de verdade e tive a minha resposta óbvia. Pois bem, eis que agora Luca Turilli volta a atacar com sua versão da banda italiana, em seu segundo trabalho que leva o pomposo nome de Prometheus, Symphonia Ignis Divinus.

Quando da formação de sua banda, Luca deixou mais do que claro quais eram suas intenções, ou seja, fazer um som altamente “cinematográfico” e épico, algo que retratasse sua grande paixão pelo cinema e pelas trilhas sonoras de filmes. Acho que definir tal sonoridade como Symphonic Epic Hollywood Metal não soa como exagero algum. Vejam bem, não estou insinuando aqui que tenho ojeriza a esse tipo de proposta, pois tal afirmação seria mentirosa, afinal, acho a trilogia inicial de álbuns do Rhapsody (o original, sem o of Fire), Legendary Tales (97), Symphony of Enchanted Lands (98) e Dawn of Victory (00) simplesmente fantástica (confesso, tenho os dois primeiros em cd aqui em casa). Os dois primeiros por sinal considero clássicos absolutos do Power Metal Melódico.

Mas falemos de Prometheus, Symphonia Ignis Divinus, que no final das contas é o que interessa. Aqui Turilli leva a cabo a sua proposta de unir Metal com Música Clássica, Ópera e trilhas sonoras de filme a um nível de grandeza e exageros que beiram o absurdo. Tudo é exagerado e excessivamente pomposo, com muita coisa ocorrendo ao mesmo tempo nas músicas, o que faz com que o Metal quase seja colocado de lado nas mesmas e tornando a guitarra apenas algo periférico. Mas diabos, isso não era para ser um álbum de Metal? Álbuns de Metal não possuem guitarras proeminentes, despejando riffs pesados? Na versão de Luca não. A essa altura você deve estar pensando que esse trabalho é uma verdadeira bomba de tamanha ruindade, mas ai é que entram outros aspectos que mudam em parte o jogo e se não chegam a virar o mesmo, o equilibram ao menos.

É inegável o talento que Luca Turilli possui. O cara é absurdamente meticuloso, perfeccionista e entende realmente do que esta fazendo no que tange a elementos operísticos e orquestrais. Os coros presentes são simplesmente incríveis, contando com as presenças de Emilie Ragni (soprano, Inner Visions), David Readman (Missa Mercuria, Pink Cream 69, Voodoo Circle, ex-Adagio), Dan Lucas (Laid to Waste), Ralf Scheepers (Primal Fear, ex-Gamma Ray) e do The Voices of the Apocalypse. Tecnicamente falando, as músicas são simplesmente incríveis e sim, possuem em muitos momentos melodias simplesmente cativantes e bons riffs aqui e ali (quando as guitarras conseguem sobrepujar teclados, coros e partes sinfônico-operísticas), além de em diversos momentos fazer com que o ouvinte se sinta dentro de uma superprodução hollywoodiana. O desempenho individual da banda também é irrepreensível, com absolutamente todos os músicos brilhando. Aponto como destaques aqui “Il Cigno Nero”, “Rosenkreuz (The Rose And The Cross)”, “Il Tempo Degli Dei”, “Prometheus” e “Of Michael The Archangel And Lucifer’s Fall Part II: Codex Nemesis”.

A produção ficou a cargo do próprio Luca, a mixagem com Sebastian Roeder (Rhapsody of Fire) e a masterização foi feita por Christoph Stickel (Rhapsody of Fire, Shakra). Bem, não preciso dizer que nesse quesito tudo aqui é perfeito. Prometheus, Symphonia Ignis Divinus é um álbum voltado para quem curte os trabalhos de Luca. Esses com certeza terão orgasmos múltiplos e considerarão esse o álbum do ano. Agora, se você não tiver mais paciência para esse tipo de proposta, ele certamente estará entre os piores trabalhos de 2015, devido a todo o exagero e pomposidade que o cerca. Assim como tudo na vida, a qualidade ou não é uma questão do ponto de vista pelo qual se aborda a obra.

Minha opinião estritamente pessoal (e que não levo 100% em conta ao dar uma nota, já que tenho que pesar outros aspectos) é simples. Após três álbuns incríveis no final dos anos 90, a fórmula adotada por Luca (e por Staropoli) começou a apresentar sinais de cansaço, mas ao invés de realizar pequenos acertos aqui e ali, continuou insistindo até a mesma não ser capaz de gerar bons frutos. O resultado? Bem, aproveitando o clima cinematográfico do trabalho e a música dedicada a O Senhor dos Anéis presente aqui (“One Ring To Rule Them All”), vou me utilizar de uma analogia feita por um amigo dia desses: “A trilogia foi legal, os Hobbits depois encheram o saco”.

Se for fã de Metal Sinfônico, caia dentro sem arrependimento, se não, fuja como o Diabo da cruz.

NOTA: 7,0




Um comentário:

  1. Comprei o CD e o encarte está bem caprichado. O único trabalho vai ser traduzir as letras em italiano e latim. O próprio Luca já disse em uma entrevista que ele não compõe heavy metal (no esquema batera, baixo, guitarra e vocal) e as músicas desse CD poderiam ser trilhas sonoras de filmes. Como diz a matéria acima, se você curtir o estilo, este CD é uma obra prima que merece ser adquirida.

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