quarta-feira, 10 de junho de 2015

Eu Acuso! - Liberdade Presumida (2013)




Eu Acuso! - Liberdade Presumida (2013)
(Independente - Nacional)

01. A Verdade
02. Bala Perdida
03. Choque de Ordem
04. Choveu Sangue na Cidade
05. Mano Lugar
06. Idade Mídia
07. Lona Preta
08. Não Conte a Ninguém
09. Olho Por Olho/Sangue Por Óleo
10. Pela Janela do Bunker

Quando você se depara com o nome desta banda gaúcha, já percebe de cara que está diante de algo diferenciado. Para os que não são entendidos em história, Eu Acuso! É o título de um manifesto escrito em 1898 pelo renomado escritor Émile Zola, direcionado ao Presidente francês da época, Félix Favre e que denunciava as injustiças latentes existentes no julgamento e condenação do Capitão Alfred Dreyfus, acusado de ser espião alemão naquele que foi um dos casos mais famosos de anti-semitismo da história (ele era inocente e felizmente sua condenação acabou sendo revertida tempos depois). Essa sensação se reforça quando você descobre que o quarteto é formado por ex-membros de bandas importantes do cenário pesado gaúcho, como Sacrário, Leviaethan, Panic, Kaus do Porto, Distraught e Alchemist. Inevitavelmente você pensa que não tem como o conteúdo de Liberdade Presumida (cd de estréia do grupo lançado em 2013) não ser de grande qualidade.

E bem, se realmente pensou isso não está enganado, já que desde a primeira música, “A Verdade”, até a última, “Pela Janela do Bunker”, o Eu Acuso! apresenta uma sonoridade bem moderna, pesada, agressiva e que une estilos como Metal, Classic Rock e grande influência de Rapcore, remetendo muitas vezes a formações como Rage Against The Machine e Stuck Mojo, só para ficar no exemplo de duas bandas mais conhecidas. Com um som muito enérgico, os gaúchos conseguem mesclar de forma absurdamente competente e equilibrada, groove e peso, através de guitarras que despejam ótimos riffs, uma parte rítmica muito presente (como exige o estilo) e variada e linhas vocais criativas e cativantes, com ótimas melodias. As letras, todas em português, são um caso a parte, pois fazem totalmente juz ao nome adotado pela banda, sendo ácidas e criticas até o talo, contestando as injustiças ocorridas em nosso dia a dia. Émile Zola teria orgulho desses caras. Os grandes destaques aqui ficam por conta de “A Verdade”, “Bala Perdida”, “Idade Mídia”, “Lona Preta”, “Olho por Olho/Sangue por Óleo” e “Pela Janela do Bunker”.

A produção foi feita pela banda e por Felipe Haider, que também foi responsável pela mixagem e masterização do trabalho. Só posso dizer que conseguiram o equilíbrio perfeito entre clareza, técnica, peso e agressividade. Ao terminar a audição de Liberdade Presumida, a única coisa que consegui foi lamentar por não ter escutado esse trabalho antes. E em uma decisão que casa perfeitamente com a atitude libertária pregada pela banda nas letras, o cd está disponibilizado para download em seu site. Mas olha, só lhes digo algo. Se tiverem a oportunidade de comprar o mesmo, façam, pois é daquelas aquisições que valem bem a pena.

NOTA: 8,5




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