quarta-feira, 3 de junho de 2015

Helloween - My God-Given Right (2015)




Helloween - My God-Given Right (2015)
(Nuclear Blast – Importado)

01. Heroes
02. Battle's Won
03. My God-Given Right
04. Stay Crazy
05. Lost In America
06. Russian Roulé
07. The Swing Of A Fallen World
08. Like Everybody Else
09. Creatures In Heaven
10. If God Loves Rock 'N' Roll
11. Living On The Edge
12. Claws
13. You, Still Of War

De unanimidade entre seus fãs no início da carreira até o ame ou odeie da fase Andi Deris, muita água passou por baixo da ponte no que tange ao Helloween. A verdade é que as viúvas de Kiske nunca irão aceitar plenamente Deris, independentemente de a banda ter lançado com o mesmo Master of the Rings (94), The Time of the Oath (96) e Better Than Raw (98), três álbuns de inegável qualidade. Até mesmo o controverso The Dark Ride (00) poderia entrar nessa lista, já que seus defensores são muitos. Agora, é inegável que de Rabbit Don't Come Easy (03) em diante a coisa começou a pender cada vez mais para trabalhos burocráticos, onde abusam de uma mesma fórmula que vêm mostrando fortes sinais de cansaço.

Produção moderna, muita melodia, bons riffs, linhas vocais que cativam o ouvinte, refrões pensados para grudar na cabeça e várias músicas naquele bom e velho esquema faixa pesada, rápida, guitarras cavalgadas, bateria veloz, que sempre marcou a carreira da banda. Mas apesar de já estar mais do que batida e cansada, surpreendentemente essa fórmula funciona muito bem no começo de My God-Given Right. Ouso dizer que a sequência inicial, que vai de “Heroes” até “Russian Roulé” é a melhor de um álbum do Helloween em muito, muito tempo. Mas então um problema que vem se arrastando há muito tempo no trabalho dos alemães, acaba por quase abater o trabalho em pleno voo: o excesso de faixas.

Juro que não entendo essa necessidade quase doentia de Weikath e Cia de nunca colocar menos de 60 minutos nos álbuns da banda. Na versão padrão entraram 13 faixas, mas fazendo um apanhado de todas as demais que saíram, chegamos ao número de 18 gravadas durante todo o processo. Será que é tão difícil assim, com uma quantidade tão grande de material, selecionar as 10 melhores e lançar um material enxuto, que fique na casa dos 45 minutos? O que existe de errado nisso? Bem, acho que nunca terei essa resposta, mas o que sei é que de “The Swing Of A Fallen World” em diante, os altos e baixos comuns nos últimos álbuns do Helloween aparecem com força. Resultado? Das 7 músicas restantes, as únicas que se encontram no mesmo nível da sequência inicial (ou próximo disso) são “If God Loves Rock 'N' Roll”, “Living On The Edge” e “Claws”. As demais, mesmo que não sejam ruins, estão nitidamente ocupando espaço, ou como costumamos falar por ai, são as tradicionais faixas de enchimento. Na versão Deluxe que escutei isso é ainda mais dramático, pois são 16 músicas e a partir de certo momento você começa realmente a rezar para que o Cd acabe, de tão cansativo que ele se torna.

Mas isso não significa que My God-Given Right não seja um álbum digno, afinal de contas, 8 em 13 é um belíssimo aproveitamento, não podemos negar. É nítido que aqui os alemães estão muito mais inspirados que em seus últimos lançamentos, sendo esse (do meu ponto de vista, ok?) seu melhor trabalho desde Better Than Raw. E olha que de lá para cá já se passaram 17 anos e 6 álbuns (sem contar o fraco Metal Jukebox (99) e o péssimo Unarmed (09)), um tempo considerável, ainda mais em se tratando de uma banda da categoria do Helloween. No final, o resultado aqui obtido acaba sendo uma das surpresas mais agradáveis de 2015 até esse momento, tendo como maiores destaques entre as faixas citadas, “Battle's Won”, “My God-Given Right”, “Lost In America”, “Russian Roulé” e “If God Loves Rock 'N' Roll”.

Sim, a produção mais uma vez foi realizada por Charles Bauerfind e como sempre não é menos do que primorosa, algo comum nos trabalhos da banda. Tudo limpo, claro, audível, moderno e pesado. Fiquei pensando em uma forma de finalizar essa resenha e resolvi então meu autoplagiar, repetindo aqui em boa parte o final da resenha de Straight Out Of Hell (13), uma das primeiras que escrevi para o A Música Continua a Mesma. O que temos aqui é um resumo da carreira do Helloween nos últimos anos. Um trabalho pesado, moderno, mas sem fugir ao estilo que os consagrou. Se tivéssemos aqui nove, no máximo dez faixas, teríamos um trabalho de excelente nível, mas ainda sim nos sobra um trabalho surpreendentemente bom. Se você curte a fase atual dessa lenda germânica, pode escutar esse trabalho sem medo. Já as viúvas do Kiske.....

NOTA: 8,0




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