Helloween
- My God-Given Right (2015)
(Nuclear
Blast – Importado)
01. Heroes
02. Battle's Won
03. My God-Given Right
04. Stay Crazy
05. Lost In America
06. Russian Roulé
07. The Swing Of A Fallen World
08. Like Everybody Else
09. Creatures In Heaven
10. If God Loves Rock 'N' Roll
11. Living On The Edge
12. Claws
13. You, Still Of War
De unanimidade entre seus fãs no início da carreira
até o ame ou odeie da fase Andi Deris, muita água passou por baixo da ponte no
que tange ao Helloween. A verdade é que as viúvas de Kiske nunca irão aceitar
plenamente Deris, independentemente de a banda ter lançado com o mesmo Master of the Rings (94), The Time of the
Oath (96) e Better Than Raw (98),
três álbuns de inegável qualidade. Até mesmo o controverso The Dark Ride (00) poderia entrar nessa lista, já que seus
defensores são muitos. Agora, é inegável que de Rabbit Don't Come Easy (03) em diante a coisa começou a pender cada
vez mais para trabalhos burocráticos, onde abusam de uma mesma fórmula que vêm mostrando
fortes sinais de cansaço.
Produção moderna, muita melodia, bons riffs, linhas
vocais que cativam o ouvinte, refrões pensados para grudar na cabeça e várias
músicas naquele bom e velho esquema faixa pesada, rápida, guitarras cavalgadas,
bateria veloz, que sempre marcou a carreira da banda. Mas apesar de já estar
mais do que batida e cansada, surpreendentemente essa fórmula funciona muito
bem no começo de My God-Given Right.
Ouso dizer que a sequência inicial, que vai de “Heroes” até “Russian Roulé”
é a melhor de um álbum do Helloween em muito, muito tempo. Mas então um
problema que vem se arrastando há muito tempo no trabalho dos alemães, acaba
por quase abater o trabalho em pleno voo: o excesso de faixas.
Juro que não entendo essa necessidade quase doentia
de Weikath e Cia de nunca colocar menos de 60 minutos nos álbuns da banda. Na
versão padrão entraram 13 faixas, mas fazendo um apanhado de todas as demais
que saíram, chegamos ao número de 18 gravadas durante todo o processo. Será que
é tão difícil assim, com uma quantidade tão grande de material, selecionar as
10 melhores e lançar um material enxuto, que fique na casa dos 45 minutos? O
que existe de errado nisso? Bem, acho que nunca terei essa resposta, mas o que
sei é que de “The Swing Of A Fallen World”
em diante, os altos e baixos comuns nos últimos álbuns do Helloween aparecem
com força. Resultado? Das 7 músicas restantes, as únicas que se encontram no
mesmo nível da sequência inicial (ou próximo disso) são “If God Loves Rock 'N' Roll”, “Living On The Edge” e “Claws”. As demais, mesmo que não sejam
ruins, estão nitidamente ocupando espaço, ou como costumamos falar por ai, são
as tradicionais faixas de enchimento. Na versão Deluxe que escutei isso é ainda
mais dramático, pois são 16 músicas e a partir de certo momento você começa
realmente a rezar para que o Cd acabe, de tão cansativo que ele se torna.
Mas isso não significa que My God-Given Right não seja um álbum digno, afinal de contas, 8 em
13 é um belíssimo aproveitamento, não podemos negar. É nítido que aqui os
alemães estão muito mais inspirados que em seus últimos lançamentos, sendo esse
(do meu ponto de vista, ok?) seu melhor trabalho desde Better Than Raw. E olha que de lá para cá já se passaram 17 anos e
6 álbuns (sem contar o fraco Metal
Jukebox (99) e o péssimo Unarmed (09)),
um tempo considerável, ainda mais em se tratando de uma banda da categoria do
Helloween. No final, o resultado aqui obtido acaba sendo uma das surpresas mais
agradáveis de 2015 até esse momento, tendo como maiores destaques entre as
faixas citadas, “Battle's Won”, “My
God-Given Right”, “Lost In America”, “Russian Roulé” e “If God Loves Rock 'N' Roll”.
Sim, a produção mais uma vez foi realizada por
Charles Bauerfind e como sempre não é menos do que primorosa, algo comum nos
trabalhos da banda. Tudo limpo, claro, audível, moderno e pesado. Fiquei
pensando em uma forma de finalizar essa resenha e resolvi então meu
autoplagiar, repetindo aqui em boa parte o final da resenha de Straight Out Of Hell (13), uma das
primeiras que escrevi para o A Música
Continua a Mesma. O que temos aqui é um
resumo da carreira do Helloween nos últimos anos. Um trabalho pesado, moderno,
mas sem fugir ao estilo que os consagrou. Se tivéssemos aqui nove, no máximo
dez faixas, teríamos um trabalho de excelente nível, mas ainda sim nos sobra um
trabalho surpreendentemente bom. Se você curte a fase atual dessa lenda
germânica, pode escutar esse trabalho sem medo. Já as viúvas do Kiske.....
NOTA: 8,0
Nenhum comentário:
Postar um comentário