sábado, 31 de dezembro de 2016

Melhores de 2016 - Nacional

 
A cada ano, o nível dos lançamentos nacionais aumenta e o meio se torna mais exigente. Seja do ponto de vista musical, seja na qualidade das produções, muitas de nossas bandas e produtores não ficam devendo nada para o que vêm lá de fora. Já passou da hora do fã de Metal no Brasil perder aquele tal complexo de vira-lata com relação ao que é feito por aqui.

O que falei ontem para a lista de melhores álbuns internacionais, também vale para esta. Listas não são verdades absolutas, pedras angulares do que possui ou não qualidade, mas apenas uma expressão do gosto daquele que a elabora. Sendo assim, alguns títulos podem ficar de fora simplesmente por não se encaixarem no gosto pessoal de quem escreve ou até mesmo por desconhecimento, afinal o fluxo de lançamentos hoje em dia anda intenso.

Por último, por uma questão de espaço, vários lançamentos de que realmente gostei acabaram ficando de fora, afinal, em um Top 20 não temos espaço para 50 Cd’s. Como sou justo, durante o mês de janeiro vindouro, pretendo fazer algumas postagens citando esses álbuns, afinal, o que é bom precisa ser divulgado e elogiado. Então lá vamos nós, ao 20 melhores álbuns nacionais de 2016, segundo o A Música Continua a Mesma.

20º. PanzerResistance
 

Uma das bandas mais tradicionais do cenário nacional, o Panzer sempre se diferenciou da concorrência por incluir elementos de Stoner em seu Thrash/Groove Metal. Remetendo a trabalhos mais antigos da banda, Resistance prima pela maior variedade, mas sem fazer com que a banda perca sua identidade. Sem dúvida, o melhor álbum do Panzer até hoje.

19º. SolifvgaeAvenoir
 

Apesar de ter apenas 2 anos de estrada e de apostar em um estilo espinhoso, o Post Black Metal, o Solifvgae mostra maturidade de banda veterana. As mudanças de andamento, os momentos atmosféricos, tudo se une para criar uma música reflexiva, típica do estilo, mas sem abrir mão do peso e da intensidade em momento algum. Se você é da turma que curte nomes como Agalloch ou o Wolves in the Throne Room, precisa conhecer o Solifvgae.

O cenário Doom nacional vem passando por um momento extremamente positivo e o Fallen Idol é certamente um dos principais nomes do mesmo. Dando um passo à frente em relação ao seu debut, apresentam canções fortes, densas, pesadas e carregadas de energia. Seasons Of Grief é um trabalho que, sem dúvida alguma, os credencia a almejar seu espaço no 1º escalão do Metal nacional.

 

Eight Spears poderia ser definido em apenas três palavras: extremo, agressivo, ríspido. Isso já dá uma ideia do que esperar do Black/Death raivoso do DarkTower, que aqui soa ainda mais cru e violento que no seu debut. É um álbum feito sob medida para moer os pescoços de quem se aventurar a escutá-lo, um verdadeiro massacre sonoro!

16º. Marenna - No Regrets
 

E quem foi que disse que no Brasil não se faz Hard Rock de qualidade? Capitaneado por Rodrigo Marenna, a banda pratica um Hard/AOR recheado de ótimas melodias, refrões fáceis e aquele clima que te remete diretamente aos anos 80. Aliás, muitas das músicas aqui presentes certamente teriam feito sucesso no período citado, graças à grande qualidade das mesmas.

15º. Necro - Adiante 
 

O Necro é certamente uma das bandas mais legais do cenário nacional. Mesclando Rock setentista, Progressivo e psicodelismo, os alagoanos parecem ter chegado à maturidade musical em seu terceiro álbum. Uma verdadeira viagem aos anos 70, vibrante, enérgica e cheia de experimentalismos. Um trabalho que vale realmente a pena conhecer.

14º. Erasy - The Valley of Dying Stars 
 

Meus amigos, que estreia foi essa dos baianos do Erasy? Mesclando de forma primorosa Black Sabbath, Doom e Sludge, geraram um som sujo, enérgico, pesado e arrastado, que vai agradar em cheio quem gosta de boa música. São bandas como essa que provam de uma vez por todas que nossa cena Stoner/Doom não fica devendo nada à lá de fora.

13º. Pesta – Bring Out Your Dead
 

Em 2016, as bandas de Doom nacionais resolveram vir com tudo. Após um ótimo EP de estreia, os mineiros do Pesta apresentaram seu primeiro álbum completo, com o Stoner/Doom que já é sua marca registrada. Pesado, com influências claras de Black Sabbath, mas sem soar como cópia reforçaram assim ainda mais a ótima impressão deixada anteriormente. Um trabalho imperdível para os amantes do estilo.

Eis um álbum que realmente me surpreendeu. Claro que quem acompanha a carreira do Attractha conhecia a qualidade da banda, mas, mesmo assim, tal conhecimento não poderia nos preparar para o que escutamos em No Fear to Face What’s Buried Inside You. Mais pesado, variado e enérgico que os trabalhos lançados até então, mostra uma banda que já está pronta para voar alto.

 

Mais um grande trabalho de Thrash Metal feito no Brasil. Com uma pegada old school e influência da escola americana do estilo, o Ancesttral conseguiu lançar um ótimo trabalho, e o melhor de tudo, sem soar datado em momento algum. Com boas melodias, refrões grudentos, esse é daqueles álbuns que você deixa no repeat por horas a fio, escutando sem parar.

10º. Abske Fides - O Sol Fulmina a Terra
 

A parte gráfica, o título do álbum, as letras, tudo deixa muito claro o que encontraremos ao escutar o novo trabalho do Abske Fides. Desolação. Um clima fúnebre e mórbido perpassa toda a audição de O Sol Fulmina a Terra, com seus riffs arrastados e vocais agonizantes. Músicas desoladoras em uma verdadeira aula de Doom Metal.

Um dos melhores trabalhos de Power/Prog já lançados no Brasil até hoje. Apresentando composições técnicas, variadas, com ótimas melodias, mas sem abrir mão do peso em momento algum, o Perc3ption entregou a seus fãs um trabalho de qualidade rara e que agradará, sem dúvida, fãs de nomes internacionais como Evergrey ou Kamelot.

Acho legal quando podemos observar o crescimento de uma banda, trabalho a trabalho. Entre a demo Warriors Legacy e Vortex to an Iron Age, se passaram 4 anos, mas o que a música dos mineiros da Hagbard amadureceu nesse período foi algo realmente impressionante. Soando cada vez mais coesos e maduros, os juizdeforanos conseguem unir com muita competência peso e ótimas melodias em seu Folk/Viking Metal, não deixando nada a dever se comparados com os grandes nomes do estilo na atualidade.

 

Sem querer perder muito tempo, o Blackning já tratou de soltar o sucessor do ótimo Order Of Chaos (14). E bem, o que escutamos aqui é uma verdadeira aula de Thrash Metal. Bem direto, coeso, pesado e raivoso, Alienation possui a capacidade de quebrar seu pescoço, de tanto que vai bater cabeça durante a audição do mesmo.

06º. Lacerated and Carbonized - Narcohell
 

Poucas vezes escutei um trabalho tão bruto e violento vindo de uma banda de Death nacional. Se “The Core of Disruption” já havia impressionado, Narcohell é o passo à frente que todos esperavam. Apesar de alguns toques de Thrash e umas boas melodias aqui e ali, na maior parte do tempo o que temos é uma música simplesmente brutal. Um álbum que beira a perfeição!

Foram 15 anos desde o lançamento do clássico Annihilation (01), mas eis que o lendário Rebaelliun voltou à ativa com força total. Apesar de estarem soando mais técnicos e diversificados, os gaúchos não perderam nada em matéria de peso, agressividade e brutalidade. Visceral e brutal, o Rebaelliun mostrou em The Hell's Decrees que ainda tem muita lenha para queimar. Uma verdadeira aula de Death Metal.

A cena Stoner/Doom se consolidou de vez no Brasil nesse 2016, um ano de lançamentos simplesmente brilhantes nessa área. Misturando riffs “sabbathicos”, psicodelia e Space Rock, geraram um álbum pesado, denso, carregado de refrões grudentos e melodias marcantes. Sem dúvida, um nome que veio para ficar.

03º. Blackdust – Blackdust
 

Quando descobri que o Blackdust havia sido formado apenas em janeiro de 2016, não acreditei. Poucas vezes escutei um trabalho de estreia tão maduro e tão coeso como este. Mesclando Stoner, Classic e Blues Rock, acabaram gerando uma música forte e altamente enérgica. Para mim, a grande revelação do cenário nacional nesse ano de 2016.

 

Quando terminei a minha primeira audição de Mortenkult, meses atrás, eu já sabia que ele estaria nessa lista. Trafegando com naturalidade entre o Death e o Black e agregando elementos percussivos de forma simplesmente brilhante, acabaram por gerar uma música pesada, brutal, agressiva e capaz de moer os pescoços mesmo dos mais calejados. Se o Woslom lançou um dos melhores álbuns de Thrash a nível mundial, o Vociferatus conseguiu o mesmo no que se trata de Death Metal. Brilhante.

Sem dúvida alguma, o álbum que consolidou o Woslom entre os grandes nomes do Metal nacional. Com uma pegada old school, mas sem abrir mão de uma sonoridade atual, o quarteto vem conseguindo a cada lançamento dar uma cara cada vez mais própria ao seu Thrash Metal, que não fica devendo nada aos grandes nomes do estilo nos dias de hoje. Depois do Testament, esse é sem dúvida alguma o melhor álbum de Thrash de 2016.

Melhores de 2016 – EP’s


Assim como no ano passado, resolvi fazer uma lista à parte para EP’s. O fiz porque realmente não acho justo que tenham que disputar espaço com trabalhos completos, onde pode ser investido muito mais tempo e dinheiro. Ainda assim, os que estão presentes não ficam devendo nada se comparados a boa parte dos “fulls” lançados nesse ano. Então, como diria a bruxa do desenho do Pica Pau, “e lá vamos nós”, aos 10 melhores Ep’s de 2016 segundo o A Música Continua a Mesma.

01º. Gruesome - Dimensions of Horror
 
 
 
 

05º. Chelsea Wolfe - Hypnos-Flame
 
 

07º. Vader – Iron Times
 

08º. Ocean Of Grief - Fortress Of My Dark Self
 
 

10º. D.I.E. - II


sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Melhores de 2016 – Internacional


Listas, listas, as tão amadas e odiadas listas. Final de ano é sempre aquela história, uma parte pega papel e caneta e lista os melhores Cd’s que escutou, enquanto a outra parte ou critica a necessidade das mesmas ou simplesmente discorda dos nomes citados. Então, por que fazê-las? Bem, ao menos para mim, a resposta é simples. Quem, ao menos uma vez na vida, não acabou descobrindo uma banda interessante em alguma lista? Para mim, elas representam o gosto pessoal de quem a faz e não uma regra, uma verdade absoluta sobre o que é bom ou não; listas servem para, quem sabe, apresentar novos nomes a quem não os conhece.

O ano de 2016 foi farto em trabalhos de qualidade e foi dificílimo para fechar tanto a lista internacional quanto a nacional, tanto que pretendo, durante janeiro de 2017, fazer algumas postagens citando alguns ótimos álbuns que infelizmente não tiveram espaço aqui. Outra questão é que muitos sentirão falta dos medalhões aqui. Metallica? Megadeth? Anthrax? Certamente lançaram grandes álbuns, mas ao menos do meu ponto de vista, não o suficiente para aparecer por aqui. Além do mais, o Metal é muito mais do que as grandes bandas que temos por ai, sua riqueza de verdade está no underground. Nele, encontramos verdadeiras pérolas escondidas.

Por último, não encontrou seus Cd’s preferidos aqui? Não fique bravo, às vezes um trabalho não “bate” para um como “bate” para outro. Fora que nem sempre tenho tempo ou conhecimento para escutar tudo (por isso listas, como já dito, refletem gostos pessoais de quem escreve). Então, se for questionar, o faça na boa, com educação. Foi nesses questionamentos em que ano passado, por exemplo, acabei conhecendo uns 3 ótimos títulos que teriam tudo para ter entrado entre os melhores de 2015. Mas bem, vamos ao que realmente interessa.

Irrotulável! Essa é a melhor definição para a música do Inter Arma. Sludge, Doom, Post Metal, Black, Death, Progressivo, Psicodélico, tudo isso se junta e de uma mistura aparentemente anárquica, surge um som absurdamente coeso, pesado e que desafia o ouvinte. Os que não estão acostumados a essa proposta, certamente acharão estranho, mas isso não faz dele um trabalho menor. Ao contrário, é ousado, instigante e desafia limites.

19º. FallujahDreamless
Certamente uma das bandas mais inquietas do Metal na atualidade. A cada álbum lançado, os americanos do Fallujah procuram se reinventar, buscar novos limites para sua música. Mergulhando ainda mais nas influências de Progressivo/Ambient apresentadas no trabalho anterior e esbanjando grande técnica, conseguiram lançar um álbum que é ao mesmo tempo bruto e belo.

18º. Old Blood - Old Blood
Sem exageros, umas das bandas mais legais que conheci nesse ano de 2016. Li uma definição a respeito da música do Old Blood que a colocava como uma jam da Amy Winehouse com o Kyuss, em uma festa regada a LSD no meio do deserto. E pior que isso faz sentido. Apresentando um Stoner/Doom psicodélico movido pelos belos vocais limpos de Feathers, que é carregado de influências de Soul e Blues e ótimas linhas de sintetizador e guitarra, conseguem forjar temas vigorosos e viajantes. E olha, esse é apenas o álbum de estreia dos californianos. Talvez a grande revelação desse ano.

Uma das bandas mais inovadoras e influentes da história do Metal, copiada por muitas e principal responsável pelo surgimento de um subgênero dentro do estilo, o Djent. Esse é o Meshuggah. Unindo presente e passado, os suecos conseguiram agregar todas as suas fases em um só álbum, sem soar forçado em momento algum. Passagens complexas, riffs dissonantes, agressividade e experimentalismos fazem parte de mais esse clássico.

O grupo capitaneado pelo ex-Katatonia Fredrik Norrman chegou ao seu 5º álbum de estúdio sem inventar ou buscar novas sonoridades. Problema? De forma alguma, já que o que esperamos do October Tide é exatamente aquele Melodic Doom/Death que sempre marcou de forma irrepreensível seus trabalhos. Riffs pesados e melodias cativantes são responsáveis por gerar um clima melancólico e sombrio, nesse que é o melhor trabalho da banda desde o seu retorno em 2009.

15º. Downfall Of Gaia – Atrophy
Com Atrophy, os alemães do Downfall Of Gaia deixaram para trás praticamente todos os resquícios de Crust e Sludge em sua música, mergulhando de cabeça no Atmospheric/Post-Black Metal, gerando uma sonoridade densa e sufocante. Um álbum que desperta uma forte sensação de solidão, se encaixando perfeitamente como trilha sonora para o momento atual da humanidade, onde a tecnologia e as redes sociais acabam nos isolando cada vez mais e tornando nossas existências vazias de propósito.

14º. Bethlehem – Bethlehem
Capitaneado por Jürgen Bartsch, o Bethlehem sempre foi um nome polêmico. Basta lembrar que nos anos 90, tiveram que lidar com a censura e até mesmo foram proibidos de se apresentar em algumas cidades alemãs. Após alguns altos e baixos na carreira, encerraram as atividades em 2015, mas para a surpresa de muitos, retornaram já em 2016 e soltaram esse que é seu 8º álbum, que comemora os 25 anos de carreira da banda. Estreando uma nova formação, contando agora com a polonesa Yvonne “Onielar” Wilczynska (Darkened Nocturn Slaughtercult) nos vocais, conseguiram fazer jus à sua história com um trabalho que trafega entre seu passado e presente, honrando trabalhos clássicos como Dark Metal e Dictius Te Necare.

13º. Deathspell Omega - The Synarchy of Molten Bones
 
Após um hiato de 4 anos, os franceses do Deathspell Omega retornaram com Avant-garde Black Metal em mais um trabalho de rara qualidade. Brutal, pesado e agressivo, é um trabalho visceral e, sem exagero algum, o caos em forma de música. Um clássico!

12º. Spiritus Mortis - The Year Is One
Deve existir alguma coisa na água que os finlandeses bebem, que acaba gerando ótimas bandas de Doom Metal. Na estrada desde o final dos anos 80, o Spiritus Mortis foi a primeira banda do estilo no país, mas, apesar disso, esse é apenas seu 4º álbum de estúdio. Lentos, monolíticos e com riffs poderosos e brutalmente pesados, simplesmente dão uma aula de como fazer Doom de qualidade. Um verdadeiro clássico de uma verdadeira instituição do estilo.

O Vektor já havia chamado a atenção em seus dois primeiros álbuns pela altíssima qualidade de seu Thrash Metal. Em Terminal Redux, temos um som técnico, progressivo, carregado de harmonias complexas, com muita variedade e ótimos riffs. Em suma, foge completamente daquele esquema de emular o som da Bay Area. Uma música de qualidade ímpar nos dias de hoje e que vai agradar em muito fãs de bandas como Voi Vod e Coroner.

10º. Clouds – Departe
2016 foi um belíssimo ano para os amantes de um bom Doom Metal. O Clouds, para quem ainda não conhece, é um projeto que reune músicos de várias bandas, dentre eles, Daniel Neagoe e Jarno Salomaa, do ótimo Shape of Despair (responsável por um dos melhores álbuns de 2015). Seu Doom Metal Atmosférico exala desolação e tristeza por todos os poros, gerando uma atmosfera única, que certamente vai agradar em cheio todo e qualquer um que vier a escutá-lo.

09º. Testament - Brotherhood Of The Snake
De todos os grandes nomes do Thrash Metal americano, o Testament certamente é o que possui a carreira mais consistente, pois em momento algum deixou de lançar trabalhos de grande relevância. Brotherhood Of The Snake tinha a espinhosa missão de ser o sucessor do elogiado Dark Roots of Earth e bem, não decepcionou os fãs. Com um verdadeiro “Dream Team” do Thrash Metal, apresentam um álbum sólido e forte, como só o Testament sabe fazer.

08º. Saor – Guardians
Caso não conheça, o Saor é uma one man band formada pelo inglês Andy Marshall e que executa uma mistura muito interessante de Folk e Black Metal Atmosférico. Em seu 3º álbum, consegue manter o altíssimo nível dos anteriores. Canções longas e épicas, reforçadas por instrumentos adicionais como violinos, gaitas de fole e outros, dão uma profundidade ainda maior à sonoridade aqui presente (que pouco difere dos álbuns anteriores, vale frisar). Uma verdadeira aula de bom gosto e grandes melodias!

Antes de tudo, #DanSwanöGênio. Ao lado de Ragnar Widerberg (Shadowquest, Witchcraft), Dan Swanö lançou o segundo trabalho do Witherscape, conseguindo superar seu debut em matéria de qualidade. Tendo o Progressive Melodic Death Metal como base, a dupla incorpora elementos de Classic Rock, Metal Tradicional, Hard/AOR e Gothic Doom, gerando assim uma sonoridade ímpar, carregada de personalidade e dando a entender que limites não existirão para a música do Witherscape. É esperar os próximos lançamentos e conferir.

06º. Anaal Nathrakh - The Whole Of The Law
A trilha sonora do apocalipse, assim podemos definir a música do duo inglês formado por V.I.T.R.I.O.L (também conhecido como Dave Hunt, vocalista do Benediction) e Irrumator (Mick Kenney, baixista, guitarrista e programador). Sua mistura de Black Metal, Grindcore e Industrial gera uma sonoridade absurdamente brutal e caótica, lhes dando uma identidade única. Agressivo, escuro, forte e bruto, esse não é um trabalho indicado para pessoas de ouvido sensível.

O Blues Pills é a única banda da nova geração do Classic Rock realmente capaz de rivalizar com o Rival Sons em matéria de qualidade. Após uma estreia empolgante, o quarteto recusou-se a simplesmente repetir o trabalho anterior, ousando em seu segundo álbum. Aqui, as influências de Soul, além do seu lado psicodélico, ganham mais espaço nas canções. Mas o protagonismo fica mesmo com Elin Larsson e sua fantástica voz, que a coloca entre as maiores vozes femininas da música.

Sem dúvida alguma, a melhor banda dessa nova geração do Classic Rock, e não à toa, foram escolhidos para fazer os shows de abertura da turnê de despedida do Black Sabbath. Seu Hard/Blues calcado nos anos 60 e 70 consegue ficar melhor a cada lançamento, graças principalmente ao vocalista Jay Buchanan e ao talentoso guitarrista Scott Holiday, responsável por riffs e solos realmente impressionantes. Uma banda que tem tudo para se tornar gigante no futuro.

Ao encerrar a resenha de Jumalten Aika, perguntei até onde o Moonsorrow poderia chegar com sua música. Para minha surpresa (e felicidade), recebi a resposta bem-humorada do guitarrista Henri Sorvali no Twitter. “Nós sempre pensamos o mesmo quando começamos a trabalhar em um novo álbum.”. E bem, tal afirmação não é exagero, já que sua mistura de Pagan/Black com Folk gerou um som único. Sempre dando um passo à frente em sua música, aqui podemos observar a inclusão de elementos xamânicos que surgem nos momentos mais atmosféricos presentes. A espetacular “Ruttolehto”, melhor canção de 2016, reflete exatamente o que é esse trabalho, que, sem exageros, pode ser considerado o melhor dos finlandeses até hoje.

02º. DarkherRealms

Jayn H. Wissenberg é a força criativa por detrás do nome Darkher. A inglesa, acompanhada de seu marido Martin T Wissenberg  e do baterista Shaun 'Winter Taylor -Steels (ex-My Dying Bride, ex-Anathema), foi responsável por um dos melhores momentos de 2016. Sua música mescla elementos de Folk, Gothic, Post Rock, Ambient e Doom Metal, gerando assim canções altamente emocionais, sombrias e que deixam qualquer um inquieto. Melancólico e com um lado espiritual muito aflorado, Realms é uma viagem pela alma de Jayn. E que viagem!

01º. VainajaVerenvalaja

Uma verdadeira aula de Doom, assim é Verenvalaja, segundo álbum dos finlandeses do Vainaja. Simplesmente claustrofóbica e com um forte ar ritualístico (que vai de encontro a sua interessante proposta lírica), a música executada por The Preacherman (vocal/baixo), The Cantor (guitarra) e The Gravedigger (bateria) é carregada de riffs arrastados e pesados, gerando assim uma atmosfera densa e maligna, às vezes aterrorizante. Um álbum obrigatório para quem aprecia um bom Doom Metal.