quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Deeds Of Flesh – Portals To Canaan (2013)




Deeds Of Flesh – Portals To Canaan (2013)
(Unique Leader Records – Importado)

01. Amidst The Ruins
02. Entranced In Decades Of Psychedelic Sleep
03. Rise of The Virvum Juggernaut
04. Celestial Serpents
05. Caelum Hirundines Terra/The Sky Swallows The Earth
06. Xeno-Virus
07. Hollow Human Husks
08. Portals To Canaan
09. Orphans of Sickness (Gorguts Cover)

O Deeds Of Flesh é dessas bandas que você sabe exatamente o que esperar. Death Metal brutal, veloz, insano e absurdamente técnico. Se formos comparar esse trabalho com os primeiros de sua carreira, veremos que em 18 anos conseguiram alcançar um nível absurdo de maturidade em sua música. É de aplaudir em pé. 

Termos como brutal, brutalidade, insano ou doentio serão recorrentes nessa resenha, pois é impossível falar do DOF sem utilizar esses adjetivos. Portals To Canaan é um álbum conceitual, onde a banda continua a história iniciada em seu trabalho anterior. Para dar uma rápida resumida, se passa algumas décadas após os eventos do álbum anterior. Extraterrestres vêm a terra para recolher a energia sagrada dos seres humanos, utilizando uma criatura para isso. Os humanos sobreviventes encontram como única saída esconderem-se no subsolo. O ar futurista do trabalho se reforça ainda mais com pequenos barulhos e ruídos em algumas músicas, além da 5ª faixa, instrumental, que é uma colagem de sons eletrônicos. Mas esses são apenas pequenos interlúdios que te ajudam a recuperar o fôlego da brutalidade e insanidade presentes nas músicas desse álbum. A sequência de abertura é para deixar qualquer um com o ouvido zunindo, tamanha a porradaria contida nelas. A brutal “Amidst The Ruins” abre o álbum sem dó nem piedade, já emendando com a absurdamente técnica e brutal “Entranced In Decades Of Psychedelic Sleep” que para mim é a melhor do álbum. “Rise of The Virvum Juggernaut” e “Celestial Serpents” mantêm o nível de brutalidade e velocidade lá no alto. Após o breve interlúdio instrumental já citado, a porradaria recomeça com a ótima “Xeno-Virus”, continuando com a técnica e brutal “Hollow Human Husks” e a faixa título. Vale destacar também os vocais para lá de doentios em todas as músicas. Para encerrar, um ótimo cover do Gorguts, “Orphans of Sickness”.

O Deeds Of Flesh não decepciona aqueles que são fãs de um Death Metal que alie velocidade, brutalidade e muita técnica. Apesar da proposta brutal e veloz da banda, as músicas presentes em momento algum soam repetitivas aos ouvintes, pois são muito bem arranjadas e trabalhadas. A produção também se destaca, sendo muito limpa e moderna, mas sem tirar as características da banda. Como mostraram os últimos lançamentos de bandas como Nile e Suffocation, Death Metal pode ser sim muito bem produzido. Portals To Canaan também vai nessa linha. Para mim, desde já é uma obra prima do Death Metal e um dos melhores trabalhos de 2013.

NOTA: 9,0 





quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Place Vendome – Thunder In The Distance (2013)




Place Vendome – Thunder In The Distance (2013)
(Frontiers Records - Importado)
               
01. Talk To Me 
02. Power Of Music
03. Broken Wings
04. Lost In Paradise
05. It Can’t Rain Forever
06. Fragile Ground
07. Hold Your Love
08. Never Too Late
09. Heaven Lost
10. My Heart Is Dying
11. Breakout
12. Maybe Tomorrow
13. Thunder In The Distance

Para quem ainda não sabe, esse é um projeto capitaneado pelo grande Michael Kiske (ex Helloween) e por Dennis Ward (Pink Cream 69). Quando ambos se juntaram a Kai Hansen (Gamma Ray, ex Helloween) para formar o Unisonic, que pratica um Hard Rock com influências de Metal Melódico, pensei realmente que o Place Vendome deixaria de existir, já que não teria muito porque Kiske e Ward manterem duas bandas com propostas idênticas. Mas para minha surpresa e de muitos por ai, eis que surge o 3º álbum do projeto.

A solução encontrada pela dupla foi muito simples. Se antes o AOR aparecia apenas como um complemento das influências musicais, agora surge aqui em doses cavalares, diferenciando assim em muito o Place Vendome do Unisonic. E querem saber, ficou muito legal. Obviamente que o maior destaque aqui é a voz de Kiske, que parece não sentir o passar do tempo, ficando cada vez melhor e cantando muito mais do que em sua época de Helloween, mas nada adiantaria se a musica apresentada e os demais músicos não possuíssem qualidade. Felizmente, o material aqui é muito bom, carregado de melodias fáceis e refrões daqueles forjados com superbonder e que grudam na sua cabeça com uma facilidade incrível. O teclado, a cargo de Gunther Werno, se faz presente, sem exageros, dando um ar grandioso as faixas, como esperado em um álbum de AOR. O guitarrista Uwe Reitenauer é outro que se destaca com ótimos riffs e, principalmente, com belíssimos solos.  Destaques aqui para as ótimas “Talk To Me” (quero ver você não cantar o refrão dessa de primeira), “Broken Wings”, a mais Metal do Cd, “Lost In Paradise”, “Fragile Ground”, “Never To Late”, “My Heart Is Dying” e as belas baladas, “It Can’t Rain Forever” e “Maybe Tomorrow”.

Se sua praia é AOR e bandas como Survivor, Foreigner, Journey ou Melodic Rock em geral, Thunder In The Distance é um álbum mais do que indicado para você. Sem sombra de dúvida, o melhor trabalho nesse estilo lançado no ano de 2013.

NOTA: 8,5




quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Falkenbach - Asa (2013)




Falkenbach - Asa (2013)
(Prophecy Productions - Importado)
               
01. Vaer Stjernar Vaerdan           
02. Wulfarweijd
03. Mijn Laezt Wourd
04. Bronzen Embrace
05. Eweroun
06. I Nattens Stilta
07. Bluot Fuër Bluot
08. Stikke Wound
09. Ufirstanan Folk
10. Beloved Feral Winter (Bônus Track)
11. En Lintinbluitin Faran… (Bônus Track)
12. Return To Ultima Thule (Bônus Track)
13. I Svertar Sunna Luihtint (Bônus Track)

Com mais de 20 anos de estrada, esse é apenas o sexto lançamento do projeto capitaneado por Vratyas Vakyas. Nesse tempo, o Falkenbach se firmou como um dos percussores de um estilo que mistura Black Metal, Folk e passagens atmosféricas. Na verdade, muito da cena Folk/Viking Metal atual pode ser colocado na conta da banda alemã e talvez sem ela, hoje não teríamos formações como Moonsorrow, Eluveitie, Wodensthrone, Folkearth, dentre outras.
Mas vamos nos concentrar especificamente em seu novo álbum, Asa. Aqui não temos nenhuma grande mudança radical e o fã irá encontrar tudo aquilo que espera de um trabalho da banda. Ótima produção, variedade musical, peso e um equilíbrio único entre a agressividade do Black e a suavidade Folk/Atmosférica. Mesmo sem nenhuma novidade, podemos dizer que ele consegue superar em muito o contestado trabalho anterior, Tiurida (11) (que particularmente, acho um bom álbum.). Uma das maiores qualidades não só de Asa, como do Falkenbach é o minimalismo de sua música, se comparado a outros nomes da cena. Nunca iremos encontrar centenas e centenas de instrumentos, partes orquestradas cheias de pompa e coisas afins que acabam por desviar a atenção do ouvinte. O que temos aqui é o básico, vocal, guitarra, baixo e bateria, com os sintetizadores, passagens acústicas e instrumentos populares sendo usados estritamente quando necessários, sem os exageros cometidos por muitas bandas do estilo. Chama a atenção também a alternância entre as faixas, já que hora temos uma mais agressiva e de pegada mais Black, hora temos uma mais Atmosférica/Folk. Isso acaba por dar um equilíbrio bem interessante ao trabalho e evita que o mesmo se torne enjoativo. Das mais porradas, destaques para a rápida e enérgica “Wulfarweijd”, a intensa “Bronzen Embrace” e a ótima “Stikke Wound”. Do outro lado, vale a pena destacar a faixa de abertura, “Vaer Stjernar Vaerdan” e “Eweroun”. Já em “Bluot Fuër Bluot” conseguem equilibrar os dois lados com perfeição.
Reciclando as mesmas ideias de sempre e possuindo foco no que faz, algo raro hoje em dia, Vratyas Vakyas e seu Falkenbach nos presenteiam com mais um belo trabalho. Ok, Asa pode não ter o brilhantismo de um ...En Their Medh Riki Fara... (96) ou de um ...Magni Blandinn Ok Megintiri...(98) e até mesmo não superar o ótimo Heralding – The Fireblade (05), mas ainda sim é um ótimo trabalho, muito acima da média do que vemos sendo lançado por ai sobre o rótulo de Black/Viking/Folk Metal. Para quem é fã, imperdível, para quem ainda não conhece a banda, uma ótima oportunidade de ter um primeiro contato.

NOTA: 8,5





 

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Cold Cold Ground – Lies About Ourselves (2013)




Cold Cold Ground – Lies About Ourselves (2013)
(Inverse Records/Secret Entertainment - Importado) 
               
01. My Fist and I     
02. Welcome to Hell
03. Suck and Pay
04. Model Citizen
05. We Are the Sun
06. Tourist
07. Cocaine In My Ass
08. Drive
09. Lies About Ourselves
10. Things Fall Apart

A Finlândia sempre nos rende boas bandas de Metal em todos os estilos e nesse caso específico aqui, não é muito diferente. Formado no ano de 2004, com três EP’s e um álbum completo lançado, o Cold Cold Ground chega ao seu 2º trabalho mostrando muita maturidade e criatividade.
A base do som do quarteto é o Industrial, mas a essa receita adicionam diversas outras influências, como Rock, Punk, Dark, Techno e Noise, que acabam por enriquecer e diversificar ainda mais sua música. Nomes como Rammstein, Lard, Ministry, The Jesus Lizard, Nine Inch Nails ou Marilyn Manson virão a sua cabeça durante a audição de Lies About Ourselves, mas em momento algum o Cold Cold Ground soa como uma simples cópia de qualquer um desses nomes. Pode-se dizer que a influência de Punk e Rock acaba por deixar o instrumental da banda mais animado, ainda que muito pesado, sendo assim um diferencial a sua música. A faixa de abertura, “My Fist and I” é bem enérgica é mostra bem o que iremos encontrar durante todo álbum. Outros destaques aqui vão para “Welcome to Hell”, voraz e com um refrão que se repete a exaustão, “Suck and Pay”, a forte “Model Citzen”, com um riff e um refrão que irão grudar na sua cabeça já na primeira audição, “Cocaine In My Ass” e “Drive”, com um ótimo riff de abertura.
A banda investe bem no visual, se utilizando de corpse paint e chega ao ponto de seu guitarrista, Mr. Bunny, tocar com uma mascara de coelho, o que acaba por dar um toque de bom humor a tudo. Criativo e variado, o Cold Cold Ground nos oferece um trabalho bem diversificado e digno de muita atenção. Certamente irá cair no gosto daqueles que curtem Industrial e afins.

NOTA: 8,0