segunda-feira, 30 de novembro de 2020
Funeral Tears - The Only Way Out (2018)
I Gather Your Grief - Dystopian Delusions (2019)
Quilombo – Itankale (2019)
Quilombo – Itankale (2019)
(Poluição
Sonora Records – Nacional)
01. Melanina
02. Ancestralidade
03. Treze Nações
04. Descendentes de Reis
05. Semi Deusas
06. Diáspora D.C
Por mais que alguns insistam em negar o óbvio, sim, somos uma sociedade racista. A questão é que o racismo no Brasil é uma questão tão estrutural, e se encontra presente em tantos detalhes do nosso dia a dia – na linguagem diária, por exemplo –, que muitas vezes, mesmo sem se dar conta, propagamos atitudes racistas. O Brasil foi o último país do ocidente a abolir oficialmente a escravidão, mas a verdade é que ela nunca deixou de existir, já que o negro continua sofrendo com os reflexos da mesma, mesmo tendo passado 132 anos desde a promulgação da Lei Áurea. Nesse tempo, o racismo estrutural não foi apenas continuado, foi radicalizado..
Como combater isso? As formas são diversas, e invariavelmente passam não só pelo ponto de o branco abrir mão de seus privilégios – sim, ser branco no Brasil é um privilégio que muitos se recusam a aceitar –, como também abrir e ceder espaço para dar vazão as vozes negras, para permitir que ocupem espaços de privilégio branco. E o mais importante de tudo, escutar e aprender com o que eles têm a falar. Nesse ponto, “Itankale” – que em Iorubá significa propagação –, EP de estreia do Quilombo, tem muito a nos ensinar.
Para quem desconhece, o Quilombo é uma banda surgida no ano de 2018, pelas mãos do baterista e vocalista Panda Reis, e do guitarrista Allan Kallid, ambos do Oligarquia. A premissa é, através de suas letras e músicas, contar a história dos negros pelos negros, se utilizando de fontes que por muito tempo foram desconsideradas e caladas, pelo simples fato de não serem fontes brancas. O negro não podia falar sobre si. O que temos aqui é a história dos negros contada por quem possui realmente lugar de fala para tratar do assunto.
Musicalmente, “Itankale” é uma verdadeira paulada, já que apresenta um Death Metal que se mescla com Grindcore e esbanja intensidade e violência. Os vocais de Panda são brutais, mas ainda sim permite que o ouvinte compreenda as letras – que possuem muito a dizer – enquanto esbanja técnica na bateria. Allan ficou a cargo da guitarra e do baixo, e faz um trabalho excelente, principalmente no que tange aos riffs, afiadíssimos. A percussão, que surge muito bem encaixada em diversos momentos do álbum, e sem soar destoante, ficou por conta do músico convidado Binho Gerônimo. Outro a participar foi o guitarrista Guilherme Sorbello, presente em uma das músicas do EP.
“Melanina” abre o trabalho com uma introdução simplesmente de arrepiar, onde vocalizações típicas da cultura africana dão o tom. Aliás, cada uma das músicas aqui presentes, é introduzida por alguma referência a cultura negra. Quando o Death/Grind explode nos falantes, ela se torna suja, odiosa, crua e raivosa, como deve ser uma canção do estilo. Os elementos percussivos foram magistralmente encaixados nas passagens mais cadenciadas, tornando a faixa um dos grandes destaques do EP. “Ancestralidade” é a devastação em forma de música, e vai esmagar os tímpanos daqueles menos acostumados a sonoridades pesadas, sendo seguida pela bruta “Treze Nações”. Outra que se destaca pela brutalidade é “Descendentes de Reis”, um verdadeiro atropelo em forma de música. “Semi Deusas”, com seus pés bem fincados no Punk, fala em sua letra de mulheres negras, tanto do passado como da atualidade, que são importantes politica e culturalmente. Encerrando, a agressiva “Diáspora D.C”, que soa como uma betoneira descendo uma ladeira sem freio. Um atropelo sem chance de sobrevivência.
Gravado e mixado no O Beco Estúdio, o EP teve sua produção a cargo de Guilherme Sorbello, e a qualidade é boa, já que tudo está claro e audível, mas mantendo aquela sujeira necessária ao estilo. A capa foi obra de Artur Fontenelle, e une a cultura ancestral africana, com diversas personalidades negras ao nível mundial. Ficou realmente muito legal. Ríspido, brutal e intenso, “Itankale” é um desses álbuns feitos para moer as vértebras do pescoço até mesmo dos mais calejados do estilo. Mais do que música, o que temos aqui é um grito de resistência mais do que necessário nos tempos atuais. Que venha o primeiro álbum completo! Quilombo é Death Metal contra o racismo!
Quilombo é:
- Panda Reis (vocal/bateria)
- Allan Kallid (guitarra/baixo)
https://www.facebook.com/Quilombometal/
https://twitter.com/quilombodeath
https://quilombo.bandcamp.com/releases
quarta-feira, 6 de maio de 2020
Paradise Lost - Obsidian (2020)
(Nuclear Blast/Shinigami Records - Nacional)
01. Darker Thoughts
02. Fall from Grace
03. Ghosts
04. The Devil Embraced
05. Forsaken
06. Serenity
07. Ending Days
08. Hope Dies Young
09. Ravenghast
10. Hear the Night (bônus track)
11. Defiler (bônus track)
“Você não é todo mundo!”. O caro leitor deve estar se perguntando o que a frase dita por 10 entre 10 mães no mundo faz em uma resenha crítica a respeito do novo álbum do Paradise Lost. Realmente, é uma forma pouco usual de se começar uma resenha, não posso negar, mas logo ela terá sua razão de estar aqui. Surgido em 1988, em Halifax, Inglaterra, o quinteto escreveu seu nome na história do Metal com uma carreira sólida e recheada de álbuns de grande qualidade, fora o mérito de serem considerados por muitos, o responsável pela criação do Gothic Metal como o entendemos hoje. Com tudo isso, e com mais de 3 décadas de estrada, qualquer banda se acomodaria nos louros da vitória e se limitaria a zona de conforto, fazendo apenas o feijão com arroz. Mas o Paradise Lost não é todo mundo. Não é, nunca foi e provavelmente nunca será.
Tudo nessa vida é mutável, e uma atitude que possamos vir a ter hoje, vai ter reflexos lá na frente. É algo que não só afeta a nossa vida, mas também a das pessoas em nosso entorno. Viver não é estático, e tudo sempre está em constante mudança. Porque então a carreira do Paradise Lost deveria ser diferente? São 32 anos se reinventando álbum após álbum, se recusando a cair na estagnação e no apego ao passado de muitos outros nomes de sua geração. Elementos do passado sempre podem, e são resgatados, mas o foco é sempre seguir adiante, e é isso que fazem em Obsidian, sem 16º álbum de estúdio, que será lançado no dia 15 de maio pela Nuclear Blast, e que sairá no Brasil através da parceria com a Shinigami Records.
Uma coisa que sempre me chamou a atenção no Paradise Lost é a sua capacidade de soar único. Você consegue se deparar com bandas que emulam até o talo nomes como Metallica, Black Sabbath, Led Zeppelin ou Iron Maiden? Sim, e exemplos temos aos montes por aí. Normalmente elas ultrapassam o limite da influência e acabam soando com cópia dessas lendas do Rock/Metal. Isso já não ocorre com o Paradise Lost, já que não encontramos que consiga emular sua sonoridade. Claro, temos diversos nomes onde a influência do quinteto de Halifax se torna evidente, mas nenhum que soe idêntico. Isso se dá por um motivo simples, Nick Holmes e Gregor Mackintosh são músicos únicos. Eles são os alicerces sobre os quais se levantam as estruturas muscais da banda. A voz de Holmes, além de variada, soa marcante, sombria e escura, enquanto Gregor é um guitarrista com uma identidade única. Você sabe que é ele na primeira nota, e todo o clima melancólico presente na obra da banda é oriundo disso. É essa sua capacidade ímpar que consegue ligar álbuns aparentemente díspares como Gothic (91), Host (99) ou Faith Divide Us – Death Inite Us (09). Vale deixar claro que isso de forma alguma tira a importância e o brilho dos demais integrantes. Sem a brilhante guitarra rítmica de Aaron Aedy, Mackintosh não estaria livre para mostrar sua genialidade, sem a força do baixo de Stephen Edmondson e da bateria de Waltteri Väyrynen, muito se perderia. Preste atenção no desempenho dos mesmos em Obsidian, caso tenha alguma dúvida a respeito disso.
Vindo de dois álbuns que mergulharam fundo nas suas raízes Death/Doom, The Plague Within (15) e Medusa (17), o Paradise Lost optou por uma leve mudança de rumo em Obsidian, dando mais variedade as suas músicas. Trazendo para o centro do palco elementos não só do Gothic Metal de outrora, como da cena gótica dos anos 80 – sim, estamos falando de The Sisters of Mercy, The Mission e afins –, entregam aos seus fãs um trabalho mais refinado e com mais melodias, mas que em momento algum abre mão do peso e do clima sombrio que lhe é inerente desde Lost Paradise (90). Partindo dos vocais e passando pelas guitarras, tudo aqui soa mais diversificado, intenso e emocional que em seus antecessores, se é que isso é possível considerando a qualidade dos mesmos. Reparem também na força do baixo de Edmondson e em como Waltteri Väyrynen é um baterista muito, mas muito acima da média.
A abertura se dá com “Darker Thoughts”, e já digo, não se deixe enganar com os dedilhados de violão, os violinos e os vocais suaves de Nick, pois lá pelos 2 minutos de canção ela explode em peso e rosnados nervosos. Com um refrão fortíssimo, segue alternando entre passagens mais suaves e mais pesadas, criando uma atmosfera etérea. Já tendo sido lançada como single, “Fall from Grace” é a música que mais se aproxima do que o Paradise Lost fez em seus últimos álbuns, esbanjando peso e agressividade, obstante a boa dose de melancolia que é adicionada nos momentos em que os vocais limpos surgem. O solo de Gregor é outro fator de destaque. A faixa seguinte, “Ghosts”, é um mergulho no submundo dos clubes góticos de proliferavam no underground londrino dos anos 80. Seus riffs, sua guitarra atmosférica, o refrão grudento, tudo remete a cena gótica do período. É a prova da capacidade única que o Paradise Lost possui de mesclar suas influências de Pós-Punk e Goth Rock com Metal. “The Devil Embraced” alterna muito bem vocais limpos nos versos com os rosnados de Nick no refrão, gerando assim um clima bem sombrio e melancólico. Se prestar atenção, você vai conseguir sentir um pouco daquela aura do Gothic aqui.
“Forsaken” vai remeter o ouvinte diretamente aos tempos do Draconian Times com seus riffs fortes e marcantes, clima gélido e um trabalho de bateria que beira o primoroso. Na sequência, uma das músicas mais brutas do álbum, “Serenity”, um Death/Doom com guitarras pesadas e vocais intensos, que vai agradar aos mais saudosistas. Mostrando que o comodismo não é algo que faz parte do seu DNA, o Paradise Lost não tem medo de buscar novos caminhos para sua música, e observamos isso de forma bem clara em “Ending Days”. Por mais que ela tenha todas as características que marcam sua sonoridade, ela não se encaixaria em nenhum trabalho anterior, com seu clima sombrio e sufocante. Aqui, mais uma vez, o baixo e a bateria brilham. Sabe aquele clima Goth Rock de “Ghosts”? Ele ressurge com força na ótima “Hope Dies Young”, com um que de The Sisters of Mercy, e se encaixaria tranquilamente em um álbum como One Second (97). Encerrando a versão padrão do álbum, temos a épica “Ravenghast”. O piano da introdução já dá o tom fúnebre da canção. Com riffs desoladores e clima angustiante, é sem dúvida alguma a faixa mais pesada de todo álbum, e não soaria deslocada no Medusa, por exemplo. Na versão em digipack, temos mais 2 faixas, “Hear the Night” e “Defiler”, que seguem a mesma linha do álbum, abusando do peso e da melancolia.
Podemos dizer sem medo que o Paradise Lost encontrou em Jaime Gomez Arellano o seu parceiro perfeito, já que ele parece entender a sonoridade da banda como poucos produtores nesse mundo. Mais uma vez ele, ao lado da banda, foi o responsável pela produção, e o resultado é simplesmente ótimo. Cada mínimo detalhe pode ser notado, todos os instrumentos estão perceptíveis, tudo claro e cristalino. Ainda sim, não temos aquela sonoridade plastificada e artificial, já que é um álbum bem orgânico nesse sentido. Sombrio, escuro, intenso e melancólico, Obsidian comprova de uma vez por todas que o Paradise Lost não só se encontra em seu auge criativo, como está muito a frente da concorrência. Vivemos uma época tão dura e de tantas incertezas, e que agora tem sua trilha sonora. Uma experiência catártica, e sem dúvida, forte candidato a melhor álbum de 2020.
NOTA: 94
Formação:
- Nick Holmes (vocal);
- Gregor Mackintosh (guitarra);
- Aaron Aedy (guitarra);
- Stephen Edmondson (baixo);
- Waltteri Väyrynen (bateria)
sexta-feira, 1 de maio de 2020
Deathwhite - Grave Image (2020)
(Season of Mist - Importado)
01. Funeral Ground
02. In Eclipse
03. Further from Salvation
04. Grave Image
05. Among Us
06. Words of Dead Men
07. No Horizon
08. Plague of Virtue
09. A Servant
10. Return to Silence
Para quem não conhece o Deathwhite, se trata de um coletivo de músicos que se reuniu em 2012, com o intuito de criar um projeto de estúdio, e que optou por manter as identidades de seus membros em segredo. O que se sabe é que são americanos, oriundos de bandas de vertentes mais extremas do Metal, e que todos são apaixonados pelo Discouraged Ones, do Katatonia. Musicalmente, como o leitor pode imaginar dada a última afirmação, se enveredam pelos campos do Doom/Gothic Metal, com elementos de Post Metal, gerando assim uma mistura bem interessante.
Seu debut, For a Black Tomorrow, foi um dos melhores lançamentos de 2018, o que gerou em mim uma certa ansiedade por esse novo trabalho. Conseguiriam manter o alto nível de qualidade apresentado, ou sucumbiriam a maldição do segundo álbum, que já vitimou vários nomes promissores na história da música pesada? A resposta veio através de Grave Image, que não se limita a ser uma simples repetição do seu antecessor, mas se mostra uma continuação natural do mesmo. A inclusão de um segundo guitarrista na formação, deixou seu som um pouco mais pesado e sofisticado se comparado com a estreia, e o que já era muito bom, se tornou ainda melhor.
Mas não é só o maior peso que chama a atenção de cara. Grave Image também se mostra mais sombrio, um retrato dos tempos atuais, a era da pós-verdade, onde esta é distorcida diariamente, e os saberes são contestados por achismos de pessoas que mal possuem coordenação motora para andar e respirar ao mesmo tempo. As composições também se mostram mais ricas e coesas, e com belas melodias, que vão agradar em cheio aos fãs de nomes como Katatonia (óbvio), Paradise Lost, My Dying Bride, Swallow the Sun, Anathema e afins. As canções são altamente imersivas, e criam um jogo de luz e sombra muito interessante, já que, ao mesmo tempo que apresentam paisagens sonoras desoladoras e depressivas, conseguem te fazer sonhar profundamente.
Esse é um trabalho bem homogêneo, e um fio de melancolia perpassa cada uma das canções aqui. A abertura se dá com a forte “Funeral Ground”, de atmosfera taciturna e fria, com guitarras sombrias e boas melodias vocais. “In Eclipse” já mostra suas armas logo de cara, com riffs pesados, forte carga gótica e refrão que te pega com facilidade. Na sequência, temos a elegante e pesada “Further from Salvation”, um “doomzão” com cara de My Dying Bride, algo que também podemos observar na ótima “Grave Image”, com bom peso e melodias sombrias. “Among Us” tem uma vibe que remete ao Katatonia e um trabalho bem interessante de guitarras; “Words of Dead Men” tem um ar sofisticado e alternativo, e “No Horizon” se destaca principalmente pelos ótimos vocais e um bom desempenho da dupla guitarra/baixo. “Plague of Virtue” é uma homenagem declarada da banda ao já citado álbum Descouraged Ones, do Katatonia, e tudo aqui remete ao mesmo. Na sequência final, a emotiva “A Servant” e a sombria “Return to Silence”.
A produção e mixagem ficaram novamente por conta de Shane Mayer, com masterização de ninguém menos que Dan Swanö (Bloodbath, Katatonia, Novembers Doom, October Tide, Opeth, Pain of Salvation, Rage). O resultado é não menos do que ótimo, com tudo muito claro e audível, mas ainda sim pesado. A capa, candidata a uma das mais belas de 2020, foi obra de Jérôme Comentale, e conta com a imagem da estátua de Giordano Bruno, matemático, filósofo e cosmólogo italiano medieval, que foi queimado pela Inquisição Católica. Cabe dizer que a mesma se encontra localizada no Campo de 'Fiori em Roma, Itália, local exato onde foi executado. Altamente emocional, sombrio, imersivo, e mesclando escuridão e beleza como poucos, o Deathwhite entregou um dos grandes álbuns do ano. Para se ouvir sentando na sala, de luzes apagadas, com uma bebida em mãos e refletindo a respeito dos tempos escuros que vivemos.
NOTA: 88
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terça-feira, 21 de abril de 2020
Alcest – Spiritual Instinct (2019)
(Nuclear Blast/Shinigami Records – Nacional)
01. Les Jardins De Minuit
02. Protection
03. Sapphire
04. L'île Des Morts
05. Le Miroir
06. Spiritual Instinct
Quantos artistas podem se orgulhar de serem percussores em um gênero ou subgênero da música? Poucos, muito poucos. Surgido como um projeto solo de Neige – e que desde 2009 conta com o baterista Winterhalter –, o Alcest é um dos raros nomes a poder se orgulhar de tal feito. Com sua mistura de Post Black Metal e Shoegaze, foi responsável direto pelo surgimento do Blackgaze, além de ter se tornado um instrumento de fuga da realidade por parte de seu idealizador, onde ele mergulha em sua espiritualidade e sonhos de infância. Sua sonoridade, altamente imersiva, e que trafega entre o agressivo e etéreo, mergulha o ouvinte em uma experiência musical única, e que acabou não só por atrair uma parcela de fãs do Metal, como também de fora desse meio.
Do início, com a demo Tristesse hivernale (01) até os dias de hoje, o Alcest foi construindo sua sonoridade, uma identidade única e que permite ao ouvinte perceber que se trata da banda já nos primeiros acordes. A cada lançamento, os elementos Black iam perdendo um pouco mais de espaço para o Post e o Shoegaze, até chegar a Shelter (14), onde eles se tornaram inexistentes. Em Kodama (16), para a surpresa de alguns, esses elementos retornaram a sonoridade do Alcest, e continuam fortes em Spiritual Instinct.
Apesar de ser uma continuação natural de Kodama, a primeira coisa que me chamou a atenção foi o fato de esse ser um trabalho menos introspectivo que os 2 últimos lançamentos da banda, já que Spiritual Instinct soa levemente menos escuro e mais direto que os antecessores. Aquela dose de complexidade que estamos acostumados a escutar em um álbum do Alcest se faz fortemente presente, com camadas de sons e melodias que se sobrepõem e geram paisagens sonoras que são fortes e exuberantes, tudo isso acompanhado de vocais que mesclam cantos quase litúrgicos de Neige, com aqueles gritos desesperados do Black Metal. Não vou negar que em alguns momentos, as coisas tendem a ficar um pouco parecidas, mas isso é o tipo de coisa que não incomoda de verdade um fã da banda. Já alguém mais acostumado a sonoridades mais tradicionais e dentro de um padrão, podem vir a estranhar tal proposta.
De cara já temos um dos grandes destaques do álbum, com a belíssima “Les Jardins De Minuit”, faixa que mescla a rispidez e frieza dos riffs típicos do Black, com vocais mais etéreos, por mais que em determinado momento as vozes mais ríspidas surjam. O trabalho de bateria também se destaca. Angústia e esperança se misturam, despertando sentimentos únicos. Por falar em bateria, ela surge imponente no início de “Protection”, faixa seguinte. Enérgica, pesada e bem dinâmica, possui riffs que pendem para o Progressive Black Metal e um ótimo trabalho vocal. Tem uma atmosfera mais viajante, que vai te levar longe enquanto a escuta. “Sapphire” mantêm essa vibração mais progressiva, e possui uma queda maior para o Post Metal, com destaques principalmente para as belíssimas melodias e o refrão que te pega fácil. “L'île Des Morts” tem um instrumental simplesmente fenomenal, e com cerca 9 minutos, se mostra não só a maior canção do álbum, como a melhor. Sabe aquela mescla de sons e sensações que só o Alcest consegue despertar no ouvinte? Está aqui. “Le Miroir” é uma canção altamente imersiva, e que vai fazer você mergulhar profundamente em seu interior. A sensação de solidão aqui é inevitável. Encerrando, temos “Spiritual Instinct”, com sua pegada mais melancólica e um que de ritualístico. Aqui, tempos aquela dualidade entre alegria/tristeza, ordem/caos, horror/beleza, se tornando a escolha perfeita para finalizar o álbum.
Gravado no Drudenhaus Studio, o álbum teve mais uma vez a produção e mixagem realizadas por Benoît Roux, e a masterização por Mika Jussila. O resultado, como de praxe, é ótimo, e permite ao ouvinte usufruir com perfeição de toda a experiência que é escutar um álbum do Alcest. A capa, assim como em Kodama, foi obra de Førtifem, duo formado por Adrien Havet e Jessica Daubertes. Se por um lado, musicalmente falando, esse seja o álbum mais direto e menos introspectivo dos franceses, liricamente talvez seja o mais pessoal de todos, já que Neige não teve medo de se expor nesse sentido. O resultado é um trabalho que apesar de ter sido lançado em 2019, acaba se encaixando com perfeição nos dias atuais, já que consegue mostrar que mesmo meio a maior escuridão, ainda sim há esperança.
NOTA: 88
Alcest é:
- Neige (vocal/guitarra/baixo/teclado)
- Winterhalter (bateria)
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quinta-feira, 16 de abril de 2020
Cirith Ungol – Forever Black (2020)
(Metal Blade/Hellion Records – Nacional)
01. The Call
02. Legions Arise
03. The Frost Monstreme
04. The Fire Divine
05. Stormbringer
06. Fractus Promissum
07. Nightmare
08. Before Tomorrow
09. Forever Black
Existiu um tempo onde o Cirith Ungol foi tachado – de forma totalmente injusta – de “pior banda de Heavy Metal do mundo” por alguns setores da crítica especializada. Pasmem, isso ocorria por um motivo que hoje pode parecer bizarro, a sua originalidade. Surgido em 1972, na cidade de Ventura, na California, os americanos apresentaram em seu debut, Frost and Fire (81), uma sonoridade carregada de particularidades. Musicalmente, mesclavam elementos de bandas de Hard Rock dos anos 70, com NWOBHM e Black Sabbath. O resultado foi uma espécie de Proto-Doom, um Epic Heavy Metal com letras baseadas em fantasia, e estrutura musical oriunda da música clássica. Você leitor vai dizer que isso é algo extremamente comum atualmente, mas acredite, em 1981 não era. Fora isso, outros dois fatores tiveram peso: a escolha de timbres feita pela banda, que era bem peculiar e fugia do padrão usual na época, e o vocal bem distinto de Tim Baker, grave, agudo e anasalado, na linha “ame ou odeie”.
Foram 4 álbuns lançados, o já citado Frost and Fire, King of the Dead (84), One Foot in Hell (86) e Paradise Lost (91), mas quase nenhum sucesso comercial no período. Foi o preço pago por fazer o que queriam, e não o que era comercialmente aceito. Mesmo assim, podemos dizer que lançaram as bases não só do que viria a ser o Doom Metal, como também do Epic e do Power Metal tipicamente americanos, de bandas como Liege Lord, Brocas Helm, Omen, Tyrant e afins. Ironicamente, só após o seu término é que passaram a receber o devido reconhecimento, ganhando uma aura de cult e injustiçada. Quase 25 anos depois do término, em 2015, o baixista do Night Demon, Jarvis Leatherby, organizou um ensaio ao lado do baterista Robert Garven e do guitarrista Jim Barraza, e contando com a presença de Tim como espectador. Com vários convites para participação em festivais, a chama do Cirith Ungol reacendeu e resolveram retornar. O guitarrista Greg Lindstrom aceita participar da volta, mas o baixista Michael "Flint" Vujejia declinou, e seu posto passou a ser ocupado, merecidamente, por Jarvis. O quinteto então cai na estrada para uma série de shows, incluindo aí uma passagem no Brasil, onde encerraram o último dia da edição de 2019 do Setembro Negro.
A cobrança por parte dos fãs de um novo álbum de inéditas se tornou algo comum, e sem medo de arriscar o seu legado, o Cirith Ungol resolveu atender o anseio dos mesmos. Eis que agora temos em mãos Forever Black, o 5ª trabalho de estúdio dos americanos, após um longo hiato de 29 anos. A primeira coisa que chama a atenção é a atemporalidade de sua música, já que você nem se dá conta de que se passaram quase 3 décadas desde Paradise Lost. É como se estivéssemos novamente nos anos 80, a era de ouro do Heavy Metal, uma verdadeira viagem no tempo. O vocal de Tim continua único, e pode causar estranhamento em uma época onde os vocalistas são quase padronizados. Os fãs vão amar, os detratores continuarão a criticar, o mundo continuará girando e Cirith Ungol continuará sendo Cirith Ungol. As guitarras de Jim e Greg são absurdamente boas, pesadas, e entregam não só riffs esmagadores, como solos de muita qualidade, enquanto o baixo de Jarvis faz um ótimo trabalho. Já a bateria de Robert continua sendo o ponto de equilíbrio da banda, o centro da sonoridade do Cirith.
Como esperado, um clima épico perpassa todas as canções aqui presentes, que como de praxe, soam sombrias e diversificadas. Após uma breve introdução instrumental, temos a espetacular “Legions Arise”, veloz, enérgica, com riffs fortes, baixo galopante e tudo mais que um fã espera da banda. Na sequência, “The Frost Monstreme” tem boa cadência, um certo ar setentista, ótimo trabalho de bateria e a epicidade que todos adoramos. “The Fire Divine” é dura, com um ótimo refrão, bélica e vai te fazer se sentir em um campo de batalha, enquanto “Stormbringer” é aquela “balada” épica e pesada, com as guitarras se destacando e um dos solos mais bonitos de todo álbum. “Fractus Promissum”, tem uma queda para os anos 70, e traz em si a essência do que é o Heavy Metal; “Nightmare” é pesada, sombria e épica, e “Before Tomorrow” esbanja peso. Encerrando o trabalho, a cruel, opressiva e venenosa “Forever Black”.
Gravado no The Captain's Quarters, com produção da banda e de Armand John Anthony (Night Demon), o resultado é bom, pois deixa tudo claro e audível, mas com aquela crueza que sempre foi característica das produções passadas. Na capa, mantendo a tradição, mais uma vez temos Elric de Melnibone, personagem criado por Michael Moorcock, e que não só adorna as capas dos álbuns, como se faz presente em diversas letras durante toda a carreira. Você pode argumentar que em Forever Black, o Cirith Ungol apenas se limitou a fazer aquele mesmo som do passado, mas sinceramente, quem aqui queria ouvir algo diferente disso? Os fãs queriam o bom e velho Cirith de volta, e é exatamente o que eles encontram aqui, e em sua melhor forma. Se a ideia era abrir um sorriso enorme no rosto de todos os seus fãs, devo dizer que obtiveram êxito nessa missão. Um dos melhores álbuns que você escutará em 2020.
NOTA: 91
Cirith Ungol é:
- Tim Baker (vocal)
- Greg Lindstrom (guitarra)
- Jim Barraza (guitarra)
- Jarvis Leatherby (baixo)
- Robert Garven (bateria)
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Enemynside - Chaos Machine (2019)
(Rockshots Records/Shinigami Records - Nacional)
01. Faceless
02. Black Mud
03. Suffered Defeat
04. Frozen Prison Cell
05. Deadline
06. System Failure
07. The Terror
08. Shitstorm
09. No God in Kolyma
10. Devoured
Durante certo período, a Itália ficou marcada como um celeiro de bandas de Heavy Metal Melódico, por mais que fosse muito mais do que isso. Esse fato acabou por ficar marcado no inconsciente de muitos bangers, e talvez por isso, alguns se surpreendam quando alguma banda de outra vertente metálica surja pelos lados da “bota”. Pois é de lá que vem o Enemynside, banda surgida em 1994 com o nome de Scapegoat, e assim se manteve nomeada até 1999, quando alteraram para a denominação atual.
Como Enemynside, lançaram 3 álbuns, Let the Madness Begin...(03), In the Middle of Nowhere (08) e Whatever Comes (12), antes de entrar em um hiato que entre os anos de 2013 e 2016. Após o retorno, lançaram o EP Dead Nation Army em 2018, e ano passado soltaram seu 4º trabalho de estúdio, Chaos Machine. Musicalmente, o que temos é um Thrash Metal que não esconde sua admiração pela Bay Area e por nomes como Testament, Death Angel, Metallica, Forbidden, Heathen, Exodus, Vio-lence, e afins.
Apesar de deixar suas influências mais latentes, e de apostar em um estilo que teve o seu auge décadas atrás, de forma alguma a música dos italianos soa como uma simples emulação, ou mesmo datada. O quarteto formado por Francesco Cremisini (vocal/guitarra), Matt Bellezza (guitarra), Andrea Pistone (baixo) e Fabio Migliori (bateria) consegue não só imprimir sua personalidade em cada uma das canções aqui presentes, como as faz soarem atuais. Imagine uma banda da Bay Area dos anos 80 lançando um álbum em 2019. Certamente soaria como o Enemynside.
Apostando em canções velozes, com riffs pesados, agressivos, boas melodias e uma bateria avassaladora, entregam um trabalho bem homogêneo, com músicas que conseguem manter um bom nível de qualidade. Faixas como “Faceless”, “Black Mud”, e “System Failure” primam pelos riffs de qualidade e pelo vigor, enquanto “The Terror” e “Shitstorm” esbanjam força e boa técnica. “Deadline” se mostra mais variada e com um bom solo, e “No God in Kolyma” é verdadeiramente estrondosa. Mas os grandes destaques do álbum ficam por conta de “Suffered Defeat”, forte, técnica e altamente enérgica, e “Frozen Prison Cell”, feita sob medida para se bater cabeça.
Gravado no 16th Cellar Studios, com todo o processo de produção, mixagem e masterização capitaneados por Stefano Morabito (Ade, Decrepit Birth, Fleshgod Apocalypse, Theatres des Vampires), conseguiram um resultado muito bom, já que a sonoridade soa clara, limpa, moderna, mas ainda sim pesada, agressiva e longe de soar artificial. Já a belíssima capa, que deixa bem claro o conteúdo do álbum, é obra de Mario Lopez (Evil Invaders, Fabulous Desaster, Skeletal Remains, Them). O Enemynside não revoluciona o estilo, já que se utiliza de uma fórmula que já foi massificada, mas consegue dar uma cara própria a sua música, e com peso, riffs afiados, bateria veloz e energia de sobra, vai agradar em cheio aos fãs de Thrash, que terão torcicolo de tanto bater cabeça.
NOTA: 81
Enemynside é:
- Francesco Cremisini (vocal/guitarra),
- Matt Bellezza (guitarra),
- Andrea Pistone (baixo),
- Fabio Migliori (bateria)
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Wacken Open Air 2020 cancelado
“Estamos enfrentando uma situação que não vivenciamos há 30 anos, porque temos que dizer com o coração pesaroso que, infelizmente, não haverá Wacken Open Air este ano. Toda a nossa equipe vem trabalhando intensamente nisso nos últimos meses. O festival deu certo. Estamos decepcionados por não podermos celebrar o Wacken Open Air com nossos visitantes e as bandas este ano.”
Thomas Jensen acrescenta: “Esta mensagem nos atinge profundamente e deve primeiro ser processada por nós. No entanto, apoiamos a decisão do governo federal nesta situação difícil para todo o mundo. A saúde e a segurança de todos os visitantes, artistas, funcionários, negócios, trabalhadores de segurança e resgate, funcionários do governo e todos os outros participantes sempre têm prioridade máxima para nós. Na situação atual, nós, como organizadores, nos consideramos ainda mais responsáveis e seguimos as instruções dos especialistas”.
sexta-feira, 10 de abril de 2020
Vulcano: Banda concede entrevista ao site Headbangers News
As resenhas e entrevistas não param! Após o lançamento de seu novo álbum, “Eye In Hell”, o VULCANO voltou a ser destaque na imprensa especializada, dessa vez, Zhema Rodero falou com o site Headbangers News.
Nesta entrevista, o guitarrista e fundador da banda falou um pouco mais sobre este atual momento, seu trabalho neste DÉCIMO SÉTIMO lançamento, métodos de composição, gravação e produção, atual formação, projetos futuros e muito mais.
Confira este bate-papo completo aqui:
Em outras notícias, “Eye In Hell” já está disponível no Brasil pelo selo Hellion Records, para adquiri-lo por apenas R$ 35,00 (+ frete), acesse o link a seguir:
http://www.hellionrecords.com/site2/produtopag.asp?cod=232328
Assista ao videoclipe de “Bride Of Satan”:
Contato para shows:
E-mail: contatovulcano@gmail.com
WhatsApp/Telegram: (46) 98838-7204 – Sangue Frio Produções
Contato para assessoria de imprensa:
www.sanguefrioproducoes.com/contato
Sites relacionados:
https://www.facebook.com/VULCANOMETAL
http://www.vulcanometal.com/
https://www.sanguefrioproducoes.com/bandas/Vulcano/20
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quinta-feira, 9 de abril de 2020
Gods & Punks lança EP para ajudar famílias impactadas pela pandemia da Covid-19
O EP está disponível por apenas 1 dólar.
Enquanto algumas pessoas têm o privilégio de realmente poder ficar em casa, seguindo corretamente a quarentena, e devidamente se proteger da pandemia da Covid-19, outras estão, infelizmente, longe desta realidade. Aqui no Brasil, são centenas de milhares de famílias que vivem em extrema pobreza, em casas muito precárias sem sistema de esgoto, internet ou acesso à informação.
"Enquanto nós quatro estávamos em nossas casas cuidando de nós mesmos, sabíamos que deveríamos fazer algo por estas pessoas. Foi por isso que nos juntamos um dia para gravar este EP", destaca a banda.
Os ganhos serão encaminhados para o projeto Apadrinhe um Sorriso, que tem distribuído alimentos e água a pessoas em extrema pobreza. "Esperamos que gostem destas versões acústicas. Na verdade, estamos muito orgulhosos do resultado", ponta o Gods & Punks. E tem um presentinho com o download para as pessoas que ajudarem!
The Quarantine Sessions
Cinco meses depois de lançar o aclamado And the Celestial Ascension, o terceiro álbum do grupo de stoner progressivo carioca, Gods & Punks, o quarteto surpreende seus fãs lançando o EP “Different Dimensions (The Quarantine Sessions)”, composto de 4 versões acústicas dos seus maiores singles e uma faixa bônus exclusiva.
O projeto se originou da necessidade de ajudar ao próximo, uma vez que 100% do dinheiro arrecadado com os downloads de Different Dimensions será destinado à fundação Apadrinhe Um Sorriso, que está distribuindo comida e água para pessoas em condição de extrema pobreza durante a pandemia da Covid-19.
Em um dia de gravação, saiu Different Dimensions, que conta com arte do artista carioca Bruno Kros.
D.I.E.: revelada data de relançamento de polêmico vídeo que foi banido no YouTube
Após revelar o relançamento do polêmico videoclipe D.I.E., que inclusive carrega o nome da banda, os músicos do grupo informam oficialmente a data de liberação do vídeo.
O vídeo que foi banido do YouTube em 2016, será relançado no próximo dia 16 de abril, quinta feira às 11h da manhã. Caso queira ser um dos primeiros a conferir o relançamento do clipe, se inscreva no canal oficial da banda e ative o sininho para receber a notificação do lançamento do vídeo.
https://www.youtube.com/channel/UCFZtzDubbiOcLc0VCdrTcNA
Relembre o caso na íntegra pela matéria publicada no link abaixo:
http://roadie-metal.com/d-i-e-relanca-clipe-polemico-que-foi-banido-do-youtube-em-2016/
D.I.E.:
Charles Guerreiro - Vocal
Hell Hound - Guitarra
Roger Vorhees - Baixo
Mortiz Carrasco – Bateria:
Links:
https://web.facebook.com/dietheofficialband/
https://www.instagram.com/dieofficialband/
https://www.youtube.com/channel/UCFZtzDubbiOcLc0VCdrTcNA
VNZ: banda lança EP, Pray For You, em todas as plataformas digitais
Usuários de Spotify (link abaixo), Deezer, Apple Music, Tidal e várias outras, já podem conferir as músicas de Dener Vianez em todas as plataformas.
Escute:
https://open.spotify.com/album/4JsOBGprzyoIHJiG6XmR7B?si=0knI1DW5QaihsiFO4xFcXQ
VNZ
Dener Vianez-Vocal
Adriano Scaramussa – Guitar
Sergio Filho – Bass
Magdiel Santos – Drums
Links:
https://web.facebook.com/Dener-Vianez-1793647847320448/?_rdc=1&_rdr
https://www.youtube.com/channel/UCHEPG3UG-cAMcWCIffJbYIw
Infector Cell: banda libera EP, Welcome To Brutal Reality para audição completa em seu canal de YouTube
Lançado oficialmente nas plataformas digitais no dia 28 de outubro de 2019, o EP Welcome To Brutal Reality, do Infector Cell, é uma regravação feita do registro que originalmente foi liberado em 2009 e celebrava os 10 anos de seu lançamento.
O disco que primeiro chegou ao mundo nas plataformas digitais, gradativamente teve suas músicas liberadas no canal de YouTube da banda e agora, oficialmente, em formato completo, é possível que os fãs do Infector Cell, escutem na íntegra pela plataforma de vídeo, Welcome To Brutal Reality.
Escute:
Tracks:
01 – Intro
02 – Brutal Revenge
03 – Em Fúria
04 – Dominated by Hate
05 – Vision of Apocalypse
Formação:
Allan Pereira – Vocal
Fagner Oliveira – Guitarra
Giovanni Tolosa– Baixo
Fernando Santos – Bateria
Mais informações:
www.infectorcell.com.br
https://www.facebook.com/infector.IC
https://www.instagram.com/infector.cell/
https://www.youtube.com/user/infectorcell1
http://roadie-metal.com/press/infector-cel
Rage In My Eyes: banda fará parte do Quarentena Rock Online Fest do canal Heavy Talk
Acesse o evento no Facebook para mais informações: https://www.facebook.com/events/2997566190264712/
Acompanhe o canal: https://youtube.com/heavytalkvideos
Jonathas Pozo (vocal), Magnus Wichmann e Leo Nunes (guitarras), Pedro Fauth (baixo) e Francis Cassol (bateria) tem trabalhado na divulgação do álbum “Ice Cell”, o primeiro após a troca de nome de Scelerata para Rage In My Eyes, e promovem também o vídeo clipe para a faixa “Hole in the Shell”, contendo algumas cenas gravadas pelos próprios fãs na abertura para o histórico show do Iron Maiden em Porto Alegre no ano passado.
Contatos:
Site: www.rageinmyeyes.com
Facebook: www.facebook.com/rageinmyeyes
Instagram: www.instagram.com/rageinmyeyes
Assessoria de Imprensa: www.wargodspress.com.br
Assista ao vídeo clipe de “Hole in the Shell”:
Hellfest 2020 cancelado
Ao mesmo tempo que o anúncio do cancelamento da edição do festival deste ano foi feito, os organizadores do Hellfest Open Air lançaram uma campanha de doação online para apoiar a fundação do Hospital Universitário de Nantes na luta contra o coronavírus. Você pode encontrar mais informações sobre a campanha "Hellfest For Health" aqui.
Unleashed: Johnny Hedlund está trabalhando em livro sobre tradições e valores viking
Ele continuou: "Eu não acho que alguém tenha feito um livro como esse, que é o meu entendimento das tradições e valores vikings. É isso que é. Vamos ver o que acontece quando sair. Estou realmente emocionado com isso. Eu provavelmente me divirto mais escrevendo, do que pensando em como será quando terminar. Estou tentando me divertir fazendo isso - criando. "
Segundo Hedlund, seu próximo livro não será ficção "de maneira alguma". Ele explicou: "Sem dizer muito, é sobre como sobreviver, de certa forma. É sobre como olhar para o futuro sem ficar deprimido. É sobre olhar para o futuro, usando a tradição Viking. Então, eu estou combinando esses dois, portanto, é muita psicologia, obviamente, mas também muitas coisas práticas. É muito sobre como eu vivo, como minha família vive e como meus amigos vivem. Acho que tem o seu lugar, e nós vamos ver o que as pessoas pensam sobre isso quando terminar. "
Ele acrescentou: "A visão convencional dos vikings, fica muito comercial, fica muito fácil e fica um pouco infantil, de certa forma. E eu não acho que foi tão infantil, e não acho que foi tão fácil - acho que foi mais difícil do que isso, e acho que havia mais do que isso. Então, acho que essa é a minha tarefa. É isso que eu faço. É o que eu tento trazer à tona por 30 anos. Vamos ver. Alguém mais terá que ser juiz se eu fizer um bom trabalho ou não. "
O 13º álbum completo do Unleashed, "The Hunt For White Christ", foi lançado em outubro de 2018 pela Napalm Records.
Enslaved: banda revela tracklist e conceito de Utgard
“Como anunciado anteriormente, nosso próximo álbum Utgard será lançado no outono de 2020 via Nuclear Blast, e gostaríamos de ter um momento para orientar você na essência e na lista de faixas do álbum”, escreveu a banda em comunicado.
“Utgard tem inúmeros significados para nós; uma imagem, metáfora, um “local” esotérico, uma palavra por si só, etc – em diferentes níveis e camadas. Da mitologia nórdica, nós a conhecemos como uma paisagem onde os gigantes vagam; onde os deuses de Asgard não têm controle; perigoso, caótico, incontrolável e onde mora loucura, criatividade, humor e caos.”
“O álbum é uma jornada para e através de Utgard”, continua a declaração. “É um lugar de unificação do que está acima e do que está abaixo. Não se trata de evitar o medo da escuridão negra (continuará crescendo até o próximo confronto), mas de entrar na escuridão. Este é o renascimento do indivíduo. Em um mundo que ficou tão obcecado com as falsas luzes da ganância, do ciúme e do egoísmo, essa é uma jornada necessária.”
“Utgard não é um conto de fadas, é uma parte vital de sua mente e de seu entorno, e tem sido desde os primórdios da humanidade. Reconhecer que esse reino existe e é uma parte vital do eu, nos inspirou profundamente desde os primeiros dias de nossas vidas. Aproveite nossa jornada para os limites externos. ”
Tracklist
1. Fires In The Dark
2. Jettegryta
3. Sequence
4. Homebound
5. Utgardr
6. Urjotun
7. Flight Of Thought And Memory
8. Storms Of Utgard
9. Distant Seasons
…and Oceans: banda lança vídeo para “Five Of Swords”
A banda lançou um videoclipe para a nova música, “Five Of Swords”. A respeito disso, o vocalista Mathias Lillmåns comentou:
“‘Five Of Swords’ é minha música favorita do álbum. Uma música da velha escola … and Oceans, mas feita para se encaixar na década de 2020, acompanhada por um videoclipe minimalista, frio, mas ainda pessoal! É uma música que mostra outro lado da Cosmic World Mother e o que ele tem a oferecer”
A arte da capa da Cosmic World Mother foi criada por Adrien Bousson
Tracklisting:
“The Dissolution Of Mind And Matter”
“Vigilance And Atrophy”
“Five Of Swords”
“As The After Becomes The Before”
“Cosmic World Mother”
“Helminthiasis”
“Oscillator Epitaph”
“In Abhorrence Upon Meadows”
“Apokatastasis”
“One Of Light, One Of Soil”
“The Flickering Lights”
terça-feira, 7 de abril de 2020
Chelsea Wolfe - Birth of Violence (2019)
(Sargent House – Importado)
01. The Mother Road
02. American Darkness
03. Birth of Violence
04. Deranged for Rock & Roll
05. Be All Things
06. Erde
07. When Anger Turns to Honey
08. Dirt Universe
09. Little Grave
10. Preface to a Dream Play
11. Highway
12. The Storm
Apesar de não se enquadrar estilisticamente dentro do Heavy Metal, Chelsea Wolfe sempre chamou a atenção daqueles bangers mais afeitos a sonoridades soturnas e melancólicas, já que suas canções sempre foram perpassadas por um clima sombrio e escuro. Seus dois últimos álbuns, os ótimos Abyss (15) e Hiss Spun (17) reforçaram ainda mais essa tendência, dado o maior peso que foi incorporado aos mesmos, que em alguns momentos, chegam a beirar o Doom no que tange o instrumental. Sendo assim, existia uma expectativa maior a respeito de seu novo trabalho de estúdio, e da direção que sua música tomaria com Birth of Violence.
Após o lançamento de Hiss Spum, se seguiu uma estafante turnê, que levou Chelsea ao seu limite. Esgotada, optou por se isolar de todo o mundo, em sua casa no norte da Califórnia, e foi durante esse período que se deu todo o processo de composição e gravação de Birth of Violence. Após tamanha intensidade nos últimos anos, Wolfe optou por seguir um caminho mais introspectivo, mergulhando fundo em seu lado mais Folk, apresentando um trabalho que remete mais ao seu passado do que o presente recente. Mas não pense que por seguir uma linha mais acústica, que isso torna seu trabalho mais acessível, porque nada pode ser mais enganoso que isso.
Birth of Violence é um trabalho denso, e seu peso se encontra no clima opressivo que ele acaba por gerar. O violão é o elemento central das canções, mas ele vem muito bem acompanhado do piano, sintetizadores e belos arranjos de cordas. Os vocais de Chelsea estão simplesmente maravilhosos, soam etéreos e dão um ar ainda mais transcendental as canções. Tudo isso junto, em muitos momentos, passa uma sensação ritualística ao ouvinte, e torna a audição uma experiência reflexiva, quase espiritual. Melodias simples se unem a arranjos sofisticados e a altas doses de melancolia, dando não só um clima bem escuro as canções, como também as torna um tanto quanto poéticas. É uma beleza capaz de entorpecer o ouvinte, o fazendo mergulhar profundamente em seu interior. Birth of Violence te faz refletir sobre si mesmo e sobre o mundo a sua volta.
A dinâmica e profunda “The Mother Road”, é uma espécie de Folk Atmosférico, que me remeteu aos momentos mais acústicos do Led Zeppelin, sendo seguida de “American Darkness”, uma canção sombria e assustadora, que soa como um retrato perfeito do álbum. Os sintetizadores, bem encaixados, dão um ar de escuridão a obra. “Birth of Violence” é muito densa e tem uma profundidade que vai além das demais músicas, pois Chelsea trabalha muito bem a dualidade luz/escuridão, algo que ela faz como poucos artistas nesse mundo. “Deranged for Rock & Roll” foge um pouco do Folk e soa levemente mais pesada, com os sintetizadores e vocais dando intensidade a mesma. “Be All Things” soa altamente melancólica e emotiva, enquanto “Erde” tem uma aura perturbadora e assustadora, com destaque para os vocais de Wolfe. “When Anger Turns to Honey” possui melodias bem delicadas e um ar sombrio; “Dirt Universe” soa triste e tem um certo psicodelismo presente; “Little Grave” tem uma atmosfera de fragilidade, sendo muito emocional. “Preface to a Dream Play” é hipnótica, e apesar de sua suavidade aparente, consegue soar bem assustadora. “Highway” é uma dessas canções onde a tristeza é pungente e transborda por todos os lados, e “The Storm” é o epílogo perfeito para o trabalho, já que se trata exatamente disso, o som da tempestade caindo.
Como de praxe, a produção ficou a cargo de Ben Chisholm e de Chelsea, com mixagem do primeiro e masterização realizada por Heba Kadry (The Body, Wrekmeister Harmonies). O resultado é ótimo, já que permite escutar cada mínimo detalhe das canções, mas sem as deixar polidas em excesso. Já a foto que ornamente a capa, é de Nona Limmen. Wolfe é uma artista única na atualidade, e sua sonoridade não encontra muitos paralelos em outros artistas. Sua música é uma espécie de pintura que retrata o lado mais obscuro do ser humano, e mesmo quando a leva mais para o Folk, consegue manter a intensidade e uma violência quase opressiva, provando que não se necessita de guitarras para que um trabalho seja pesado. O peso aqui totalmente emocional, e fustiga fundo em nossas almas. Birth of Violence é Chelsea Wolfe em seu estado mais bruto.
NOTA: 91
Chelsea Wolfe é:
- Chelsea Wolfe (vocal, violão)
- Ben Chisholm (demais instrumentos)
Musicos convidados:
- Jess Gowrie (bateria nas faixas 1, 2, 4, 6, 8 e 10)
- Ezra Buchla (viola nas faixas 1, 2, 5 e 9)
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