segunda-feira, 30 de novembro de 2020

I Gather Your Grief - Dystopian Delusions (2019)

 


I Gather Your Grief - Dystopian Delusions (2019)
(Ever Cold Music - Nacional)

01. Sand Castles
02. Defendant
03. The Farewell’s Sacrament
04. Behind the Wheek (Depeche Mode cover)

Apesar do pouco tempo de estrada, já que surgiram no ano de 2016, o I Gather Your Grief é composto de músicos experientes na cena da música extrema nacional, já que em sua formação temos membros de bandas como Patria, Land of Fog, Dark Celebration, Swords at Hymns e Litosh. Obstante todos os nomes citados se enquadrarem no rótulo de Black Metal, a proposta aqui é seguir um rumo diferente, com o quinteto formado por Fernando Troian (vocal), André Lazzarotto (guitarra), Maicon Ristow (guitarra),  Wendel Siota (baixo) e Marcelo Vasco (bateria), apostando suas fixas no Death/Doom.

A base da sonoridade do I Gather Your Grief é aquele Death/Doom típico dos anos 90, e que consagrou nomes como Paradise Lost, Anathema, Katatonia e My Dying Bride, mas com uma dose de melodia que remete a bandas mais atuais como Swallow the Sun, October Tide, Saturnus ou Draconian. Cabe dizer que apesar de tais influências, não soam como uma cópia dos citados acima, já que conseguem imprimir personalidade a sua música, soando assim como I Gather Your Grief. Fernando Troian se sai muito bem nos vocais guturais, dando a intensidade que as canções pedem, e as guitarras de André Lazzarotto e Maicon Ristow executam um belo trabalho, com riffs que transbordam melancolia. A parte rítmica, com o baixista Wendel Siota e o baterista Marcelo Vasco, se mostra coesa e sólida, imprimindo variação e peso. Marcelo também faz ótimos vocais limpos em várias passagens, criando um contraste bem legal com os guturais. 

A abertura se dá com “Sand Castles”, que possui boas melodias, linhas de teclado que criam uma ambiência muito legal, guitarras pesadas e um trabalho vocal muito legal, onde o gutural e o limpo se alternam em alguns momentos. Pensando bem, nesse sentido me lembrou demais os últimos álbuns do Borknagar, o que acredite, é um tremendo elogio. “Defendant”  tem aquela pegada arrastada típica do Funeral Doom, com os teclados criando uma climatização fúnebre e as guitarras despejando peso. Indiscutivelmente, minha faixa preferida do EP. “The Farewell’s Sacrament” aproxima mais a banda do cenário atual do Melodic Doom, onde mais uma vez vocal e teclado se destacam. É uma canção um tanto cinzenta e taciturna, como todas deveriam ser. Fechando, uma versão fantástica para “Behind the Wheek”, do Depeche Mode, onde conseguiram manter a aura original, mas ainda sim carregando a mesma de personalidade. Muito disso se dá pelos vocais limpos, que mantém aquela pegada mais gótica.

A produção é muito boa, pois conseguiu deixar tudo muito claro e audível, mas sem perder aquela coisa mais suja e obscura que o Death/Doom pede. É exatamente como uma produção dos anos 90 soaria se fosse feita hoje. Perfeita para o estilo proposto. Quanto a capa, tendo um artista completo como Marcelo Vasco na banda, ela não poderia ser menos que ótima, já que consegue transmitir uma sensação lúgubre e triste. Dystopian Delusions foi sem dúvida, um dos melhores lançamentos nacionais de 2019, e deixa aquele gosto de quero mais, nos deixando ansiosos por um trabalho completo do I Gather Your Grief. Que ele não demore muito a surgir.


Nenhum comentário:

Postar um comentário