Kadabra - Devastation's Songs (2017)
(Independente - Nacional)
01. Introspective
02. The Cage
03. Rite of Disorder
04. Chosen Few
05. Back Home
06. Obliterate
07. Pay The Price
08. Devastation's Song
09. You Are a Lie
10. Death Penalty
11. Pictures of War
Normalmente, o ciclo padrão de uma banda após surgir é aquele já conhecido por muitos que militam no underground: estabilização de uma formação, amadurecimento de sua sonoridade e composições através de muitos ensaios e shows (quando se consegue estes), e aí, depois de alguns anos de muita luta, parte delas chega ao seu trabalho de estreia. E a verdade é que fugir disso, tentando apressar o ritmo natural das coisas, normalmente não dá muito certo. Mas claro que existem algumas exceções.
Quando fiquei sabendo que o Kadabra havia sido formado apenas nesse ano de 2017, na cidade de Vinhedo/SP, e que mesmo assim já estava soltando seu debut, confesso que fiquei com os 2 pés atrás. E nem é uma questão de preconceito com bandas novas, mas sim porque na maioria esmagadora das vezes em que me deparei com bandas que aceleravam de tal forma aquele ciclo citado acima, o resultado era desastroso. Mas eu havia me esquecido de um detalhe muito importante em toda essa equação, chamado experiência, e isso o trio formado por Paulo (vocal/guitarra), Danilo (baixo) e Marcos (bateria) já possui, pois tem participação ativa no cenário de sua região, tocando inclusive em algumas outras bandas.
Em matéria de sonoridade, apostam em uma mescla bem interessante de Heavy e Thrash, pendendo mais para esse segundo, e que soa surpreendentemente madura e coesa, levando-se em conta o pouco tempo entre a formação do Kadabra e o lançamento de Devastation's Songs. Claro que as referências da banda ficam um pouco mais evidentes em diversos momentos (nomes como Slayer e Anthrax virão à sua cabeça em diversas passagens), mas nada que soe como simples emulação. Essa maior identidade virá inevitavelmente com a passagem do tempo, os ensaios e shows, é um processo natural pelo qual o trio irá passar.
A banda mostra boa técnica e apresenta um Thrash que, apesar das referências a nomes clássicos do estilo, não soa datado, tendo uma pegada mais atual que torna tudo bem interessante. Os vocais de Paulo se mostram bem variados, já que ele consegue alternar muito bem entre momentos mais melódicos e outros mais agressivos, sendo um dos pontos altos da audição. Seu trabalho de guitarra também é muito bom, sendo responsável por alguns riffs muito interessantes. Danilo e Marcos também se saem muito bem, o primeiro com linhas de baixo bem interessantes e o segundo, fazendo um ótimo trabalho durante todas as músicas. A verdade é que, individualmente, todos são muito bons no que se propõem a fazer.
(Independente - Nacional)
01. Introspective
02. The Cage
03. Rite of Disorder
04. Chosen Few
05. Back Home
06. Obliterate
07. Pay The Price
08. Devastation's Song
09. You Are a Lie
10. Death Penalty
11. Pictures of War
Normalmente, o ciclo padrão de uma banda após surgir é aquele já conhecido por muitos que militam no underground: estabilização de uma formação, amadurecimento de sua sonoridade e composições através de muitos ensaios e shows (quando se consegue estes), e aí, depois de alguns anos de muita luta, parte delas chega ao seu trabalho de estreia. E a verdade é que fugir disso, tentando apressar o ritmo natural das coisas, normalmente não dá muito certo. Mas claro que existem algumas exceções.
Quando fiquei sabendo que o Kadabra havia sido formado apenas nesse ano de 2017, na cidade de Vinhedo/SP, e que mesmo assim já estava soltando seu debut, confesso que fiquei com os 2 pés atrás. E nem é uma questão de preconceito com bandas novas, mas sim porque na maioria esmagadora das vezes em que me deparei com bandas que aceleravam de tal forma aquele ciclo citado acima, o resultado era desastroso. Mas eu havia me esquecido de um detalhe muito importante em toda essa equação, chamado experiência, e isso o trio formado por Paulo (vocal/guitarra), Danilo (baixo) e Marcos (bateria) já possui, pois tem participação ativa no cenário de sua região, tocando inclusive em algumas outras bandas.
Em matéria de sonoridade, apostam em uma mescla bem interessante de Heavy e Thrash, pendendo mais para esse segundo, e que soa surpreendentemente madura e coesa, levando-se em conta o pouco tempo entre a formação do Kadabra e o lançamento de Devastation's Songs. Claro que as referências da banda ficam um pouco mais evidentes em diversos momentos (nomes como Slayer e Anthrax virão à sua cabeça em diversas passagens), mas nada que soe como simples emulação. Essa maior identidade virá inevitavelmente com a passagem do tempo, os ensaios e shows, é um processo natural pelo qual o trio irá passar.
A banda mostra boa técnica e apresenta um Thrash que, apesar das referências a nomes clássicos do estilo, não soa datado, tendo uma pegada mais atual que torna tudo bem interessante. Os vocais de Paulo se mostram bem variados, já que ele consegue alternar muito bem entre momentos mais melódicos e outros mais agressivos, sendo um dos pontos altos da audição. Seu trabalho de guitarra também é muito bom, sendo responsável por alguns riffs muito interessantes. Danilo e Marcos também se saem muito bem, o primeiro com linhas de baixo bem interessantes e o segundo, fazendo um ótimo trabalho durante todas as músicas. A verdade é que, individualmente, todos são muito bons no que se propõem a fazer.
Descontando-se a curta instrumental que serve como introdução para o álbum, temos 10 músicas que conseguem manter um bom nível, e mesmo com aqueles inevitáveis destaques, nenhuma delas ocupa espaço desnecessário no álbum. Valem ser citadas aqui a pesada “The Cage”, que alterna bem momentos mais acelerados com outros mais cadenciados, a veloz “Rite of Disorder”, com riffs fortes e ótimo desempenho da parte rítmica, a pesada “Obliterate”, “Devastation's Song”, bem diversificada e com bom trabalho de guitarra, e a melhor de todas, “Death Penalty”, bem agressiva, com bom trabalho vocal e refrão grudento.
No quesito produção, a mesma não compromete, já que está dentro da média, soando bem orgânica e seca, com todos os instrumentos perfeitamente audíveis. Mas ainda assim, um pouquinho menos de crueza, com algo um pouco mais refinado, cairia muito bem para o Kadabra, e é algo que deve ser mais trabalhado daqui para frente, já que hoje em dia, em uma realidade onde centenas de álbuns são lançados todos os meses e estão a um download ou streaming de distância, a produção, aliada à qualidade das músicas, separa quem fica de quem cai no esquecimento. Em uma realidade onde boa parte das pessoas consome músicas isoladas ao invés de álbuns completos, se sua canção não for capaz de se destacar em todos os sentidos diante do ouvinte, ela (e consequentemente o artista responsável pela mesma) tem 90% de chance de ser descartada de cara.
Não dá para negar que o Kadabra é uma agradável surpresa. Mostrando coesão e até mesmo boa maturidade para uma banda tão nova, se mostram praticamente prontos para voos mais altos. É questão de impor um pouco mais de identidade própria à sua música, e como já citado, trabalhar melhor a produção, e poderão sem sombra de dúvida entrar no primeiro time do Thrash Metal nacional. Um nome muito promissor e que deve ser acompanhado de muito perto daqui para frente.
NOTA: 7,5
Kadabra é:
- Paulo (guitarra/vocal);
- Danilo (baiixo/vocal);
- Marcos (bateria).
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