terça-feira, 29 de agosto de 2017

Kadabra - Devastation's Songs (2017)


Kadabra - Devastation's Songs (2017)
(Independente - Nacional)


01. Introspective
02. The Cage
03. Rite of Disorder
04. Chosen Few
05. Back Home
06. Obliterate
07. Pay The Price
08. Devastation's Song
09. You Are a Lie
10. Death Penalty
11. Pictures of War

Normalmente, o ciclo padrão de uma banda após surgir é aquele já conhecido por muitos que militam no underground: estabilização de uma formação, amadurecimento de sua sonoridade e composições através de muitos ensaios e shows (quando se consegue estes), e aí, depois de alguns anos de muita luta, parte delas chega ao seu trabalho de estreia. E a verdade é que fugir disso, tentando apressar o ritmo natural das coisas, normalmente não dá muito certo. Mas claro que existem algumas exceções.

Quando fiquei sabendo que o Kadabra havia sido formado apenas nesse ano de 2017, na cidade de Vinhedo/SP, e que mesmo assim já estava soltando seu debut, confesso que fiquei com os 2 pés atrás. E nem é uma questão de preconceito com bandas novas, mas sim porque na maioria esmagadora das vezes em que me deparei com bandas que aceleravam de tal forma aquele ciclo citado acima, o resultado era desastroso. Mas eu havia me esquecido de um detalhe muito importante em toda essa equação, chamado experiência, e isso o trio formado por Paulo (vocal/guitarra), Danilo (baixo) e Marcos (bateria) já possui, pois tem participação ativa no cenário de sua região, tocando inclusive em algumas outras bandas.

Em matéria de sonoridade, apostam em uma mescla bem interessante de Heavy e Thrash, pendendo mais para esse segundo, e que soa surpreendentemente madura e coesa, levando-se em conta o pouco tempo entre a formação do Kadabra e o lançamento de Devastation's Songs. Claro que as referências da banda ficam um pouco mais evidentes em diversos momentos (nomes como Slayer e Anthrax virão à sua cabeça em diversas passagens), mas nada que soe como simples emulação. Essa maior identidade virá inevitavelmente com a passagem do tempo, os ensaios e shows, é um processo natural pelo qual o trio irá passar.

A banda mostra boa técnica e apresenta um Thrash que, apesar das referências a nomes clássicos do estilo, não soa datado, tendo uma pegada mais atual que torna tudo bem interessante. Os vocais de Paulo se mostram bem variados, já que ele consegue alternar muito bem entre momentos mais melódicos e outros mais agressivos, sendo um dos pontos altos da audição. Seu trabalho de guitarra também é muito bom, sendo responsável por alguns riffs muito interessantes. Danilo e Marcos também se saem muito bem, o primeiro com linhas de baixo bem interessantes e o segundo, fazendo um ótimo trabalho durante todas as músicas. A verdade é que, individualmente, todos são muito bons no que se propõem a fazer.


Descontando-se a curta instrumental que serve como introdução para o álbum, temos 10 músicas que conseguem manter um bom nível, e mesmo com aqueles inevitáveis destaques, nenhuma delas ocupa espaço desnecessário no álbum. Valem ser citadas aqui a pesada “The Cage”, que alterna bem momentos mais acelerados com outros mais cadenciados, a veloz “Rite of Disorder”, com riffs fortes e ótimo desempenho da parte rítmica, a pesada “Obliterate”, “Devastation's Song”, bem diversificada e com bom trabalho de guitarra, e a melhor de todas, “Death Penalty”, bem agressiva, com bom trabalho vocal e refrão grudento.

No quesito produção, a mesma não compromete, já que está dentro da média, soando bem orgânica e seca, com todos os instrumentos perfeitamente audíveis. Mas ainda assim, um pouquinho menos de crueza, com algo um pouco mais refinado, cairia muito bem para o Kadabra, e é algo que deve ser mais trabalhado daqui para frente, já que hoje em dia, em uma realidade onde centenas de álbuns são lançados todos os meses e estão a um download ou streaming de distância, a produção, aliada à qualidade das músicas, separa quem fica de quem cai no esquecimento. Em uma realidade onde boa parte das pessoas consome músicas isoladas ao invés de álbuns completos, se sua canção não for capaz de se destacar em todos os sentidos diante do ouvinte, ela (e consequentemente o artista responsável pela mesma) tem 90% de chance de ser descartada de cara.

Não dá para negar que o Kadabra é uma agradável surpresa. Mostrando coesão e até mesmo boa maturidade para uma banda tão nova, se mostram praticamente prontos para voos mais altos. É questão de impor um pouco mais de identidade própria à sua música, e como já citado, trabalhar melhor a produção, e poderão sem sombra de dúvida entrar no primeiro time do Thrash Metal nacional. Um nome muito promissor e que deve ser acompanhado de muito perto daqui para frente.

NOTA: 7,5

Kadabra é:
- Paulo (guitarra/vocal);
- Danilo (baiixo/vocal);
- Marcos (bateria).

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segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Sunroad - Wing Seven (2017)


Sunroad - Wing Seven (2017)
(Musik Records - Nacional)


01. Destiny Shadows
02. White Eclipse
03. In The Sand
04. Misspent Youth
05. Tempo (What Is Ever!)
06. Whatever
07. Skies Eyes
08. Day By Day (Delaying)
09. Craft Of Whirlwinds
10. Drifting Ships
11. Brighty Breakdown
12. Pilot Of Your Heart
13. Last Sunray In The Road

Quem acompanha com atenção o cenário do Hard Rock no Brasil, certamente já se deparou com os goianos do Sunroad, banda surgida no ano de 1996 e que, descontada uma coletânea e incluindo o EP Light Up the Sky (01), chega ao seu 7º trabalho de estúdio, intitulado Wing Seven. E se você conhece a carreira do quarteto, hoje formado por André Adonis (vocal/teclado), Netto Mello (guitarra), Akasio Angels (baixo) e Fred Mika (bateria, e único integrante original), já sabe que vai encontrar aqui um Hard Rock forte e enérgico, calcado na sonoridade oitentista do estilo e em bandas como Def Leppard, Europe, Stryper e Dokken, mas também capaz de trafegar com muita naturalidade entre polos opostos como o Heavy e o AOR. É essa mescla de melodia, peso e certa acessibilidade que torna a música deles tão interessante.

Quem teve a oportunidade de escutar seu trabalho anterior, o bom Carved in Time (13), foi capaz de detectar duas pequenas falhas que felizmente foram corrigidas aqui. A primeira dela tinha a ver com o trabalho vocal. Não que fosse ruim, ao contrário, já que a voz de Harion Vex era agradabilíssima, mas faltava agressividade nos momentos em que as canções pediam algo assim. E como uma falha puxa outra, isso causou o inconveniente de, apesar de o álbum ter canções criativas e bem tocadas, ele não possuir aquela canção marcante e que grudasse na cabeça do ouvinte.

Em Wing Seven temos a estreia do novo vocalista da banda, André Adonis, e ele consegue justamente dar esse algo a mais que faltou no trabalho anterior. Sua voz é bem variada e ele consegue trafegar de forma bem natural entre tons mais melódicos e mais agressivos, trazendo junto consigo a música do quarteto, já que agora sim temos aqueles momentos bombásticos e grudentos que haviam ficado em falta.

Vale dizer que a música do Sunroad não é chegada a grandes arroubos de técnica, por mais que sim, todos sejam bons em suas funções. Mas é justamente nisso que está um dos pontos positivos dos goianos, já que suas músicas acabam soando bem diretas, indo sempre direto ao ponto, como deve ser todo Hard Rock. Os riffs são simples e precisos e os solos possuem qualidade. A parte rítmica possui boa técnica e imprime não só peso, como boa variação, enquanto os teclados não surgem de forma exagerada, estando sempre muito bem encaixados nas canções. Os refrões são de fácil memorização, e boa parte deles te pega de primeira e, além disso, conseguem equilibrar muito bem momentos mais pesados com outros mais melódicos e até mesmo mais acessíveis. Em suma, os caras sabem muito bem o que estão fazendo e são certeiros dentro do que propõem em matéria de sonoridade.

 

São 13 canções, incluindo aí uma vinheta que, sinceramente, soa totalmente desnecessária e poderia ser limada do tracklist sem dó alguma. Por mais que esse seja um trabalho deveras homogêneo, algumas faixas acabam se destacando mais que outras. A sequência inicial nos dá um belo panorama do que é o Sunroad. De cara, a pesada “Destiny Shadows” mostra o lado mais Heavy da banda, com ótimos riffs e um refrão pra lá de marcante. Em seguida, “White Eclipse” tem seus pés fincados no Hard Rock, com suas ótimas melodias e boas guitarras, assim como a cadenciada “In The Sand”, que se mostra muito cativante. E ambas tem aquele ar mais acessível, algo de AOR implícito. Vale citar também a variada “Craft Of Whirlwinds”, onde peso e acessibilidade se equilibram muito bem, além de possuir um bom refrão (duvido você não se lembrar do Scorpions nessa hora), “Brighty Breakdown”, moderna e com bom peso, e a belíssima balada “Last Sunray In The Road”, com um ótimo arranjo de piano.

A produção, mixagem e masterização ficaram por conta da dupla Fred Mika e Netto Mello, com bons resultados. Está clara, audível, enérgica e pesada, mas com uma dose de sujeira que ajuda demais no resultado final. Ainda assim, um pouquinho menos de crueza seria legal, mas isso parece ser uma tendência seguida por todas as bandas de Hard Rock nacionais que escutei nos últimos tempos, e não chega a comprometer o resultado final. Já a belíssima capa foi obra de Rogério Paulo Menezes, com a parte gráfica do encarte tendo sido criada com Fred Mika.

Mesclando com muita competência o peso do Heavy Metal com a melodia do Hard Rock, e conseguindo dar às suas canções um ar mais acessível mas sem soar exagerado, o Sunroad lançou um dos grandes álbuns de Hard Rock no Brasil nesse ano de 2017, e tem tudo para agradar em cheio aos fãs do estilo. É manter essa pegada nos próximos trabalhos e quem sabe, poder começar a sonhar com objetivos bem maiores.

NOTA: 8,0

Sunroad é:
- André Adonis (vocal/teclado);
- Netto Mello (guitarra);
- Akasio Angels (baixo);
- Fred Mika (bateria).

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domingo, 27 de agosto de 2017

Fast Review – Resenhas rápidas para consumo imediato!

Egypt - Cracks And Lines (2017)
(Independente – Importado)
 

Algumas bandas, mesmo quando lançam trabalhos “menores”, conseguem prender a atenção do ouvinte. Após a gravação de seu último álbum, Endless Flight (15), restaram algumas faixas que não se encaixavam no mesmo, mas em vez de descartá-las, o Egypt optou por finalizá-las, e agora elas chegam até nós por meio do EP Cracks And Lines. E aqui temos uma aula de Stoner/Doom, com guitarras pesadas e distorcidas, riffs que deixariam Tony Iommi orgulhoso e claro, um toque de psicodelia. E ainda tem um cover bem legal para Watchin’ You, do Kiss. Um item imperdível para os fãs do estilo. (9,0)

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Secret Sphere - The Nature of Time (2017)
(Frontiers Records – Importado)
 

Em seu 9º álbum de estúdio (incluindo a regravação comemorativa do clássico A Time Never Come), os italianos do Secret Sphere nos apresentam mais uma vez sua competente mescla de Metal Progressivo (mais) com Power Melódico (menos). E talvez esteja ai o grande problema de The Nature of Time. Nada aqui surpreende o ouvinte. É claro que não dá para discutir o talento de todos os envolvidos, e temos até alguns momentos mais épicos e agressivos aqui e ali, mas são as passagens mais Progressivas e “suaves” que predominam, não existindo algo mais bombástico e marcante. Ainda assim é um trabalho agradável e que certamente vai agradar aos fãs do estilo. (7,5)

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Limbonic Art - Spectre Abysm (2017)
(Candlelight Records – Importado)
 

O Limbonic Art marcou época no Black Metal Sinfônico com seu 4 primeiros álbuns, com destaque principalmente para Moon in the Scorpio (96) e In Abhorrence Dementia (97), simplesmente primorosos. Em seu 2º álbum sem a presença de Morfeus (e 8º da carreira), e após um hiato de 7 anos, Daemon opta por manter a pegada do trabalho anterior, Phantasmagoria (10), ou seja, um Black Metal mais cru, com riffs destruidores e furiosos, bateria explosiva e vocais assombrosos. O resultado final de tudo isso é um dos melhores álbuns de Black metal que você escutará nesse ano de 2017. (8,5)

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Dodecahedron - Kwintessens (2017)
(Seasons of Mist – Importado)
 

Nomes como Deathspell Omega, Blut aus Nord e Terra Tenebrosa levaram o Black Metal a explorar novos territórios, com resultados muito positivos, ao menos para os fãs menos ortodoxos. É justamente por esse caminho que seguem os holandeses do Dodecahedron. Sua música é o que podemos chamar de vanguardista, caótica e brutal, e traz para dentro do seu Black Metal elementos de Death e Industrial, o que acaba por gerar uma música deveras sombria, com riffs dissonantes, blastbeats e vocais típicos do estilo. É uma música instigante, densa e definitivamente perturbadora.  Sem dúvida, um dos grandes álbuns de 2017. (9,0)

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Wizard - Fallen Kings (2017)
(Massacre Records – Importado)
 

Epic Power Metal vindo da Alemanha. Para os fãs do estilo, só isso já é um grande sinal de qualidade. Com quase 30 anos de carreira e chegando ao seu 11º trabalho de estúdio, os alemães do Wizard sabem bem como fazer música para agradar os apreciadores do estilo, já que conhecem todas as fórmulas e atalhos para tal. Em Fallen King, focam mais nas guitarras pesadas e alternam, com bastante competência, faixas mais velozes com outras mais cadenciadas. Além disso, temos aqui boas melodias e aqueles refrões grudentos e que você já se pega cantando na primeira audição. A verdade é que não fazem nada muito diferente do que fizeram até hoje em sua carreira, mas ainda assim temos aqui um álbum que vai agradar em muito os que gostam de um bom Power Metal. (7,5)

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Origin - Unparalleled Universe (2017)
(Nuclear Blast/Agonia Records – Importado)
 

Completando 20 anos de história, podemos dizer que os americanos do Origin possuem uma carreira muito bem sedimentada, onde angariaram respeito daqueles que apreciam um Death Metal técnico e brutal. Mas após o equivocado Omnipresent (14), se fazia necessário recuperar o terreno perdido, e é isso que fazem com seu 7º álbum, Unparalleled Universe. Velocidade, peso, brutalidade, ótimos riffs, bateria incessante, variedade e muita técnica, mostram que não desaprenderam a fazer Death Metal de qualidade. Pode não ter o brilhantismo de Echoes of Decimation (05) ou Antithesis (08), mas ainda assim é um ótimo trabalho, que cumpre o objetivo de recolocar o Origin no rumo certo. (8,0)

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terça-feira, 22 de agosto de 2017

Heretic - The Pessimist (2015)


Heretic - The Pessimist (2015)
(Two Beers Or Not Two Beers/Record Union/Blastbeat Records - Nacional)


01. Nameless Magick
02. Arak
03. Sitar Bomb
04. The Pessimist
05. Act V
06. Interlude
07. Ouzakia
08. Ras Divine Light
09. Dead Language
10. Genesis (Ghost cover)
11. Caravans To Ur (Melechesh cover)

Fazer música instrumental no Brasil não é das coisas mais fáceis. Fazer Heavy Metal também não está entre as atividades mais recompensadoras. Imagine então fazer Heavy Metal Instrumental? Pois é isso que faz o Heretic, banda de Goiânia/GO, surgida no ano de 2010 e que mescla de forma criativa e desafiadora Heavy Metal com elementos de música étnica oriunda do Oriente. Após lançar seu primeiro álbum em 2011, Opus Heretika, e um EP em 2013, Lamashtu, lançou nada menos do que 2 trabalhos em sequência no ano de 2015, Leitourgia (resenha aqui) e The Pessimist, que é o alvo de nossa análise.

Chama a atenção de cara em como, apesar do curto intervalo de tempo entre The Pessimist e Leitourgia, o Heretic conseguiu se desenvolver e amadurecer ainda mais seu som. Sua música, além de soar mais pesada, está muito melhor estruturada que no trabalho anterior (não que isso fosse um problema, mas evoluiu ainda mais). A forma como consegue mesclar elementos de Prog Metal, Thrash, Death e Black com música étnica de locais como Oriente Médio, Grécia e Índia não parece forçada em momento algum. Tudo aqui é muito natural.

Aqui temos 9 composições próprias e 2 covers, um deles um tanto improvável. É interessante como mesmo tendo o Heavy Metal como condutor de suas canções, que são sempre pesadas e agressivas, em momento algum deixam as passagens mais calmas e contemplativas de lado. Destaques ficam por conta das pesadas e técnicas “Nameless Magick” e “Arak”, “Sitar Bomb”, que, como o nome já deixa claro, é conduzida por uma ótima melodia de cítara, além de ter um trabalho de percussão muito bom, “Ouzakia”, bem agressiva e com um pé no Thrash, “The Pessimist”, que abusa do peso e da energia, além da forte e viajante “Ras Divine Light”. Quanto aos covers, as faixas escolhidas foram “Genesis”, do Ghost e  “Caravans To Ur”, do Melechesh. Em ambas o Heretic conseguiu impôr sua personalidade, dando cara própria às mesmas.


Outro ponto onde o crescimento foi nítido é no âmbito da produção, bem superior à de Leitourgia. Foram bem mais felizes na escolha dos timbres e, além disso, está bem menos abafada que no trabalho anterior. Guilherme Aguiar, o cara por detrás do Heretic, se saiu muito bem nessa tarefa, conseguindo aliar clareza com aquela sujeira necessária para uma sonoridade que trafega pelo Death e o Black em alguns momentos. Quanto à parte gráfica, o CD vem embalado em um digipack muito caprichado, com destaque para a belíssima capa.

Coesa e de muito bom gosto, a música do Heretic não é de fácil digestão, até porque a cada audição, algum detalhe diferente acaba por ser notado, já que é muita coisa acontecendo ao mesmo tempo durante a execução. Mesmo complexa, é altamente indicada para todos aqueles que gostam da mistura de Metal com música étnica, principalmente a de matriz oriental. Cabe lembrar que, após esse álbum, lançaram em 2016 mais um CD, The Errorism (16), além de um EP, Keretika (16), e em junho desse ano soltaram seu novo álbum, To The False (nesses 2 últimos, contam com o vocalista Erich Martins em algumas faixas).

NOTA: 8,5

Heretic (gravação):
- Guilherme Aguiar (todos os instrumentos);
- Luis Maldonalle (guitarra);
- Moisés Henrique (guitarra solo na faixa 8);
- Fifas Rules (baixo fretless);
- Laysson Mesquita (baixo fretless);
- Diogo Sertão (bateria).

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segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Aberratio - Aberratio (2016)


Aberratio - Aberratio (2016)
(Heavy Metal Rock/Songs For Satan/Holocaust Records/The Metal Vox/Brothers of Metal/Violent Records/Cianeto Discos)


01. Nitimur in Vetitum
02. Chernobyl
03. Headless Philosopher
04. Christian Aberration
05. Politics for Politicians
06. Alienation
07. Shit Man
08. Assyrians
09. Satan Doom

Minas Gerais e Metal Extremo andam lado a lado quando o assunto é música de qualidade. É mais especificamente da cidade de Poços de Caldas, que vem o Aberratio, banda surgida no ano de 2013 e formada atualmente por David Andrade (vocal), Júlio Cesar (guitarra), Nathan Franco (baixo) e Yuri Almeida (bateria), que lançou ano passado o seu debut, apostando as suas fichas em um Death Metal pesado, agressivo e brutal.

O quarteto mineiro investe em uma sonoridade mais tradicional, que certamente vai remeter o ouvinte a nomes conhecidos como Deicide, Marbid Angel, Obituary, Death e afins, e alternando de forma muito competente passagens mais velozes com outras mais cadenciadas. Isso dá à sua música boa variedade e torna a audição do álbum algo agradável. Os vocais guturais de David se encaixam perfeitamente ao instrumental da banda, que apresenta riffs fortíssimos e marcantes. Já a parte rítmica é um caso à parte, se mostrando bem técnica e variada, com destaque para o excelente trabalho do baixista Nathan Franco, que é o que mais brilha individualmente falando aqui. Aliás, vale dizer que apesar de adotar uma sonoridade mais tradicional dentro do gênero, sua música não soa datada, já que adotam uma afinação mais baixa, que acaba por dar um ar mais atual ao seu trabalho. 


São 9 canções que apresentam um Death Metal bem técnico, denso, sujo e brutal, sem nenhuma música ocupando espaço desnecessário, mas é claro que temos aquelas que se mostram mais relevantes. “Nitimur in Vetitum” abre o álbum de forma bem agressiva, com destaque para seus ótimos riffs, enquanto “Chernobyl” possui ótimas mudanças de ritmo e melodias que chamam a atenção. “Christian Aberration” tem uma levada inicial mais cadenciada, mas depois vai ganhando velocidade, tendo nessa variação seu grande destaque, assim como “Politics for Politicians”. A sequência que encerra o trabalho, com a intensa e cadenciada “Assyrians”, e “Satan Doom”, bem soturna, arrastada e com ótimos riffs, também merece ser destacada aqui.

A produção está dentro da média, soando bem orgânica e suja, não comprometendo em nada o resultado final. Se polir a mesma pouca coisa em um próximo lançamento, o resultado será ainda melhor. Já a capa e a parte gráfica ficaram por conta do baixista Nathan Franco, com bons resultados. Apesar do pouco tempo de estrada e de ser um trabalho de estreia, o Aberratio se saiu muito bem. Claro, alguns ajustes podem ser feitos aqui e ali, até mesmo para conseguirem dar uma cara mais própria ao seu som, mas ainda assim mostram talento e criatividade de sobra. Mais um ótimo nome vindo de Minas Gerais!

NOTA: 8,0

Aberratio é:
- David Andrade (vocal)
- Júlio Cesar (guitarra)
- Nathan Franco (baixo)
- Yuri Almeida (bateria)

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Motherwood – Motherwood (2017) (Single)


Motherwood – Motherwood (2017) (Single)
(Heavy Metal Rock – Nacional)


01. Sadness
02. Coldness

Uma das coisas mais legais de se ter um blog é a oportunidade de conhecer novas bandas de qualidade. Por mais que muitos por aí se apeguem sempre aos mesmos velhos nomes, a verdade é que a renovação se faz necessária e é sempre bem vinda. No caso do Motherwood, duo originário de Americana/SP e formado por Guilherme Malosso (vocal/guitarra/baixo/bateria, Deathtron/Minottauro) e Yuri Camargo (bateria/ sintetizadores, Deathtron/Macatênia), novo é um adjetivo que se encaixa muito bem, já que o projeto teve início nesse ano de 2017 e já se prepara para o lançamento de seu CD de estreia.

O que temos aqui é um single que serve de Promo para o trabalho vindouro, nos apresentando duas músicas onde nos deparamos com uma sonoridade que mescla com competência ímpar um Black Metal Atmosférico com aquele Death/Doom típico dos anos 90. Não temos nenhuma grande inovação musical, mas Guilherme e Yuri conseguem dar personalidade às suas composições. Chama a atenção não só a densidade das canções, como também a mescla perfeita da agressividade do Black Metal com o lado mais atmosférico e o clima mais soturno típico do Doom Metal.


Como dito, são apenas duas faixas, com uma duração mais longa e um clima épico que as permeia. “Sadness”, a primeira faixa, mostra o lado mais atmosférico e melancólico do trabalho do Motherwood. Possui uma levada um pouco mais cadenciada, boa diversidade, riffs marcantes e ótima utilização do sintetizador. Já “Coldness” nos apresenta a faceta mais agressiva da música do duo, com aqueles riffs frios e cortantes típicos do Black Metal nórdico, com agressividade, brutalidade e boa velocidade. Mais uma vez os sintetizadores são muito bem usados.

A produção ficou a cargo da própria dupla e obteve resultados mais que satisfatórios, pois deixou todos os detalhes de sua música bem audíveis, mas manteve aquela pequena dose de sujeira necessária à música do Motherwood. Equilibrando bem agressividade e melancolia, conseguem gerar uma sonoridade capaz de agradar desde fãs de Emperor até os do Katatonia antigo, além de criar uma boa expectativa pelo álbum de estreia. E que ele venha logo.

NOTA: 8,0

Motherwood é:
- Guilherme Malosso (vocal/guitarra/baixo/bateria)
- Yuri Camargo (bateria/ sintetizadores)

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domingo, 20 de agosto de 2017

Fast Review – Resenhas rápidas para consumo imediato!

Unleash The Archers - Apex (2017)
(Napalm Records – Importado)
 

O Canadá sempre gerou nomes de qualidade no que se refere à música pesada, e bandas como Rush, Razor, Anvil, Voi Vod, Exciter ou Annihilator no passado, e 3 Inches of Blood, Borealis, Into Eternity, Kobra and the Lotus e Kataklysm, em anos mais recentes, corroboram isso. Para quem desconhece o Unleash The Archers, a banda capitaneada pela ótima vocalista Brittney Slayes, chega ao seu 4º álbum de estúdio mesclando com muita competência, Power Metal Death Metal Melódico e NWOBHM, gerando assim uma música pesada, com riffs fortes, ótimas melodias, e sobretudo grudenta. Sabe aquela banda que vai agradar aos fãs de Helloween, Into Eternity e Saxon? Um dos álbuns mais legais de 2017. (8,5)

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In This Moment - Ritual (2017)
(Roadrunner Records – Importado)
 


Mesmo não sendo muito fã de Metalcore/Alternative Metal, não dá para negar a qualidade do In This Moment. A música do grupo liderado por Maria Brink possui uma veia Pop latente e inegável, mas que em momento algum relega as guitarras a segundo plano. Liricamente soando mais madura, é nítido também que os elementos eletrônicos bem presentes nos últimos trabalhos perderam um pouco de espaço para as guitarras, que soam mais pesadas. No campo das curiosidades, a faixa “Black Wedding” possui Billy Idol entre seus compositores e Rob Halford dividindo os vocais com Maria, enquanto “In The Air Tonight” é um cover para o hit pop de Phil Collins. Como dizem por ai, uma ótima mescla de Lady Gaga com Rob Zombie, gostem ou não. (7,5)

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Stallion - From The Dead (2017)
(High Roller Records – Importado)
 


Existem duas formas de se abordar a música dos alemães do Stallion. Se a busca é por originalidade e modernidade, esse decididamente não é um trabalho dos mais indicados, mas se o ouvinte for um desses mais saudosistas, certamente abrirá um daqueles sorrisos bem largos com From The Dead. Por mais que receba o rótulo de Heavy/Speed, o quinteto trafega com bastante naturalidade por estilos como Power, Thrash, NWOBHM, Hard e até mesmo coloca um pé no Glam em certo momento. Referências a nomes como Judas Priest, Accept, Running Wild, W.A.S.P., Ratt e Def Leppard podem ser notadas, ainda que não se limitem a emular esses nomes. Uma ode aos anos 80. (8,0)

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Entrails - World Inferno (2017)
(Metal Blade Records – Importado)
 


Death Metal puro e simples. Se tivéssemos que definir World Inferno, 5º álbum da carreira do sueco Entrails, essa frase já bastaria. Surgido no início dos anos 90 (apesar de só ter debutado em CD em 2008), seu Death Metal é pesado, bruto e agressivo, fazendo assim a alegria de fãs de formações como Entombed, Dismember e Grave. Vocais infernais, riffs impiedosos e massacrantes e uma parte rítmica coesa e diversificada são responsáveis por gerar um Death classudo e de respeito, que vai agradar em cheio os apreciadores de uma sonoridade mais tradicional do estilo. Como sempre, o Entrails não erra. (8,0)

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Post Metal, Post Rock, Art Rock. Não importa o rótulo, pois ao final, o que conta é que o Junius faz uma música de qualidade inquestionável. Sua música pode não ser tão pesada quanto a praticada por um Neurosis, um Cult of Luna ou um The Ocean, mas consegue soar tão intensa ou até mais do que a feita pelos nomes citados. Após um hiato de 6 anos e a saída de um dos seus principais compositores, o guitarrista Michael Repeasch-Nieves, o Junius mostra em seu 3º álbum uma sonoridade levemente mais pesada e ótimo uso dos sintetizadores. Esse peso a mais se alterna muito bem tanto com passagens atmosféricas e hipnóticas, como também com momentos bem épicos. Não podemos negar que é uma audição desafiadora, mas também altamente recompensadora. (9,0)

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Baron Rojo, Avalanch, Tierra Santa, Mägo de Oz, Angeles del Infierno, Obús. Quando o assunto é Heavy e Power Metal, a Espanha sempre nos apresenta nomes de qualidade, e o Warcry é mais um destes. Em seu 9º álbum de estúdio, o grupo liderado por Victor Garcia continua nos mostrando seu Heavy/Power tradicional e cantado em espanhol, soando bem direto, pesado e melódico. Bons riffs, melodias grudentas e refrões marcantes (uma característica história da banda) farão a alegria dos fãs dos espanhóis. (8,0)

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quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Tankard - One Foot in the Grave (2017)


Tankard - One Foot in the Grave (2017)
(Shinigami Records/Nuclear Blast – Nacional)


CD 1:
01. Pay to Pray
02. Arena of the True Lies
03. Don’t Bullshit Us!
04. One Foot in the Grave
05. Syrian Nightmare
06. Northern Crown (Lament of the Undead King)
07. Lock ‘Em Up!
08. The Evil that Men Display
09. Secret Order 1516
10. Sole Grinder

CD 2 (Rock Hard Festival 2016):
01. Intro
02. Zombie Attack
03. The Morning After
04. Fooled by Your Guts
05. Rapid Fire (A Tyrant’s Elegy)
06. Rules for Fools
07. R.I.B. (Rest in Beer)
08. Metal to Metal
09. Not One Day Dead
10. Chemical Invasion
11. A Girl Called Cerveza
12. Rectifier
13. (Empty) Tankard

E lá se vão 35 anos de uma carreira que, apesar de seus altos e baixos (algo inerente a um período tão extenso), sempre foi sólida e recheada de trabalhos de qualidade. Álbuns como Zombie Attack (86), Chemical Invasion (87), The Morning After (88) e The Beauty and the Beer (06), marcaram não só a história do Metal alemão, como também do Thrash Metal. E mesmo nos anos 90, quando tudo parecia ir contra o Heavy Metal, o Tankard se manteve firme e forte levantando a bandeira do estilo e sem fazer concessões, como alguns outros nomes fizeram.

Era nítido que após The Beauty and the Beer, o Tankard havia dado uma pequena acomodada, lançando 3 álbuns medianos em sequência, mas com R.I.B as coisas voltaram a entrar nos trilhos, com o quarteto formado por Andreas “Gerre” Geremia (vocal), Andy Gutjahr (guitarra), Frank Thorwarth (baixo) e Olaf Zissel (bateria) mostrando estar com a criatividade em dia. Sendo assim, a pergunta que pairava antes do lançamento de One Foot in the Grave, seu 17º trabalho de estúdio, é se conseguiriam manter esse momento positivo. E já posso adiantar ao leitor que sim, conseguiram.

Claro que ninguém espera que o Tankard fuja muito da fórmula padrão de estrofe/refrão/estrofe/refrão/solo/estrofe, mas isso não torna sua música menos interessante. Talvez a força de suas canções esteja justamente na obviedade, até porque convenhamos, do mesmo jeito que sair do padrão não é garantia de boa música, se prender a ele não significa falta de qualidade. Apesar de ser possível observar um pouco mais de melodia, sua música continua muito pesada e agressiva, graças ao ótimo trabalho das guitarras. Os vocais se mostram bem variados, enquanto a parte rítmica faz um trabalho firme e coeso. As letras misturam o tradicional bom humor da banda com temas sérios, como guerra, racismo, crise de refugiados, religião e mídia.


O álbum abre com “Pay to Pray”, um Thrash padrão, com riffs fortes, bom refrão e ótimo desempenho da parte rítmica. Em seguida, a grudenta “Arena of the True Lies” surge como forte candidata a futuro clássico do Tankard, com um ótimo trabalho das guitarras e solo marcante. “Don’t Bullshit Us!” soa bem direta e agressiva, enquanto “One Foot in the Grave” tem um pé no Metal Tradicional e ótimo uso das guitarras gêmeas. “Syrian Nightmare” possui um ótimo arranjo de guitarras, além de um certo ar sombrio que casa bem com o tema abordado, dando fim à primeira metade do álbum. “Northern Crown (Lament of the Undead King)” possui um pouco mais de melodia, além de um refrão muito bom, e “Lock ‘Em Up!” é uma daquelas faixas padrão Tankard, com destaque para os riffs. A sequência final abre com “The Evil that Men Display”, que remete aos trabalhos iniciais da banda nos anos 80, segue com “Secret Order 1516”, que possui um ótimo solo, e encerra da mesma forma que teve início, com um Thrash padrão de riffs fortes, intitulado “Sole Grinder”. Vale dizer que a versão nacional conta com um Cd bônus, gravado ao vivo no Rock Hard Festival de 2016 e que conta com clássicos como “Zombie Attack”,  “The Morning After”,  “Chemical Invasion” e “(Empty) Tankard”.

Gravado no Gerhard Studios, teve sua produção, mixagem e masterização realizadas pelo baterista do Perzonal War, Martin Buchwalter, que já trabalhou com nomes como Destruction, Suidakra e Elvenking. O resultado ficou muito bom, com a banda soando mais pesada e direta que nos álbuns anteriores. A capa, assim como nos dois últimos trabalhos, ficou a cargo de Patrick Strogulski e mantém aquele padrão de capas divertidas do Tankard.

O tempo passa, os álbuns vão sendo lançados, e o Tankard continua firme e forte, se dedicando com paixão ímpar ao Thrash Metal e justificando o porquê de ser uma das maiores bandas do estilo em todos os tempos. Não podemos afirmar que One Foot in the Grave vai se tornar um clássico na discografia da banda, mas podemos dizer sem medo que estará entre os melhores álbuns do estilo lançados em 2017.

NOTA: 8,5

Tankard é:
- Andreas “Gerre” Geremia (vocal);
- Andy Gutjahr (guitarra);
- Frank Thorwarth(baixo);
- Olaf Zissel (bateria).

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quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Axel Rudi Pell - The Ballads V (2017)


Axel Rudi Pell - The Ballads V (2017)
(Shinigami Records/SPV/Steamhammer - Nacional)


01. Love’s Holding On
02. I See Fire (Ed Sheeran cover)
03. On the Edge of Our Time
04. Hey Hey My My (Neil Young cover)
05. Lived Our Lives Before
06. When Truth Hurts
07. Forever Free
08. Lost in Love
09. The Line (live)
10. Mistreated (Deep Purple cover) (live)

O talento de Axel Rudi Pell é algo indiscutível. Seja nos trabalhos lançados com o Steeler nos anos 80, ou na sua posterior carreira solo, ele sempre deu provas de sobra quanto a ser um músico e compositor acima da média. Muito desse talento se reflete na sua capacidade ímpar de compor belas baladas, tanto que em 1993 ele resolveu lançar uma coletânea apenas com baladas, The Ballads. Funcionou tão bem, mas tão bem, que chegamos agora ao seu 5º volume. E antes mesmo que você se pergunte, já respondo de antemão que, ao contrário do que você possa imaginar, nesse caso específico os trabalhos não ficam maçantes.

Em The Ballads V, a coisa não é diferente. Das 10 canções presentes, temos 3 inéditas, 5 que entraram em seus últimos trabalhos de estúdio, Circle of the Oath (12), Into the Storm (14) e Game of Sins (16) (resenha aqui), e outras 2 ao vivo. Dentre as faixas inéditas, uma conta com a participação de Bonnie Tyler (sim, aquela mesma, do megassucesso oitentista Total Eclipse of the Heart e uma das maiores vozes do Country Rock/Pop) e outra é um improvável cover do cantor de Pop/Folk britânico Ed Sheeran. Uma das faixas ao vivo é nada mais, nada menos, que um cover para  “Mistreated”, do Deep Purple, que conta com participações especiais do vocalista Doogie White (Rainbow, MSG, Cornerstone, Yngwie Malmsteen) e do tecladista Tony Carey (Rainbow), presente apenas no DVD/Blu-ray Magic Moments (25th Anniversary Special Show) (15). Ou seja, existe um diferencial no material que justifica a compra.

Mas vamos ao que interessa. A abertura se dá com o material inédito, começando com “Love’s Holding On”, onde Johnny Gioeli divide os vocais com Bonnie Tyler. Por sinal, essa faixa foi composta especialmente para a voz da mesma por Axel. É uma belíssima balada, com lindas melodias e um clima que remete bastante aos anos 80. Por si só já valeria a aquisição do CD. Em seguida, temos “I See Fire”, música de Ed Sheeran que esteve presente na trilha sonora de O Hobbit – A Desolação de Smaug. Originalmente acústica, aqui recebeu um belo arranjo de piano, que abrilhantou ainda mais a canção (sim, a original é uma boa música Pop/Folk), além de possuir um ótimo solo de guitarra. A outra inédita, “On the Edge of Our Time”, é aquela típica Power Ballad, com destaque para o trabalho da dupla formada por Volker Krawczak (baixo) e Bobby Rondinelli (bateria).


O trabalho tem sequência com 5 canções já conhecidas pelos fãs que acompanham a carreira recente de Pell. “Hey Hey My My” é um cover para a clássica canção de Neil Young, presente em Into the Storm (14), possuindo um clima bem sombrio e melancólico. Já “Lived Our Lives Before”, retirada de Circle of the Oath (12), soa bem profunda e se destaca pelo ótimo trabalho da bateria, que na época estava a cargo de ninguém menos que Mike Terrana (Tarja, ex-Masterplan, ex-Rage). Em seguida, temos a excelente “When Truth Hurts”, outra faixa oriunda de Into the Storm, e a dobradinha “Forever Free”/Lost in Love, ambas saídas de seu último trabalho de estúdio, Game of Sins (16) (resenha aqui). A sequência ao vivo abre com “The Line”, presente no clássico The Masquerade Ball (00), e que foi gravada no Rock of Ages, em 2016. É outra bela Power Ballad, que se destaca pelas belas melodias e pelo refrão forte. Os mais atentos se recordarão de que a versão de estúdio da mesma fez parte do The Ballads III (04). Fechando com chave de ouro, temos uma brilhante versão para “Mistreated”, gravada no Bang You Head de 2014 e que fez parte do trabalho em comemoração dos 25 anos de carreira de Axel. Simplesmente épica e conta com um solo verdadeiramente magistral.

Produzido pelo próprio Axel Rudi Pell, teve nas faixas inéditas a co-produção de Charlie Bauerfeind (Helloween, Blind Guardian, Angra, Hammerfall, Gamma Ray, Saxon, Rage). A masterização foi realizada por Ulf Horbelt (Arch Enemy, Moonspell, Dark Tranquillity, Sodom, Paradise Lost, Krisiun), que já trabalha com a banda há 25 anos. Como nos seus últimos 5 trabalhos (incluindo The Ballads IV), a capa mais uma vez foi obra de Martin McKenna. Não existem ressalvas a serem feitas na parte técnica.

Mostrando a competência que lhe é de praxe para compor belas baladas, Axel Rudi Pell nos entrega mais um trabalho de rara elegância, e que vai satisfazer não só os seus fãs usuais, como também aos amantes de uma boa e velha Power Ballad.

NOTA: 8,0

Axel Rudi Pell é:
- Johnny Gioeli (vocal);
- Axel Rudi Pell (guitarra);
- Volker Krawczak (baixo)
- Bobby Rondinelli (bateria)
- Ferdy Doernberg (teclado)

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terça-feira, 15 de agosto de 2017

Tumulto - Conflitos Sociais (2016)


Tumulto - Conflitos Sociais (2016)
(Independente - Nacional)


01. Realidade
02. Massacrados
03. Corruptos
04. Conflitos Sociais
05. Humanidade Desumana
06. Sociedade é uma Prisão
07. Meu Filho (Cover Cambio Negro HC)
08. Desconstrução (Cover Ação Direta)
09. Medo (Cover Cólera)

Uma das coisas legais de se estudar história é que, através do passado, se acaba por entender muito do presente e até mesmo consegue-se evitar repetir certos erros, quando se tem a capacidade de aprender com os mesmos. Infelizmente, essa parte do aprendizado não faz parte do ser humano tanto assim. Veja o caso do Brasil: entre 91 e 92, passamos por um período conturbado, com denúncias de corrupção e impeachment de um Presidente. Muitos disseram que seria a moralização do país. Não foi, e 25 anos depois, passamos por um momento idêntico. Até o discurso de que o país vai se moralizar é o mesmo.

Pois foi em 1991 que surgiu em Foz do Iguaçu/PR o Tumulto, que na época investia no Punk/Hardcore. No ano seguinte, soltaram um Split junto com a banda Morthal, intitulado Conflitos Sociais, produzido por ninguém menos que o saudoso Rédson, vocalista e guitarrista do Cólera. A vida seguiu em frente, mudanças ocorreram, não só de formação como também de sonoridade, já que foram migrando gradativamente para o Heavy/Thrash. Mas o país infelizmente se manteve o mesmo, e dentro desse contexto, por que não revisitar o passado, os primórdios da banda?

Observando as letras, fica claro que nada mudou nos últimos 25 anos, tornando assim a regravação de Conflitos Sociais algo totalmente relevante. E foi isso que o trio formado pelo vocalista e guitarrista Germano Duarte, pelo baixista Rafael Feldman e o baterista Marcio Duarte (único integrante original) resolveu fazer. Mantendo o espírito de inconformismo original, conseguiram dar uma roupagem mais atual ao trabalho, e ainda de bônus, acrescentaram 3 covers que vão de encontro às suas raízes, “Meu Filho”, do Câmbio Negro HC, “Desconstrução”, do Ação Direta, e a mais que clássica “Medo”, do Cólera, um dos maiores hinos do Punk nacional.


Mesmo dando às antigas faixas uma roupagem que reflete sua sonoridade atual, a veia Punk/Hardcore das mesmas é inegável. Sendo assim, temos um típico Crossover, onde a energia do Punk se une ao peso e agressividade do Heavy/Thrash, gerando uma música simples, mas altamente raivosa e que vai te fazer bater cabeça do primeiro ao último segundo. Das 6 faixas originais, os destaques ficam por conta da pesada e insana “Realidade”, das empolgantes “Massacrados” e “Humanidade Desumana”, que não negam seu DNA e a intensa “Corruptos”, com suas boas melodias.

A produção, obviamente bem superior à original, ficou por conta de Emerson Pereira (Embrio), enquanto a mixagem e masterização foram feitas por Anderson Vieira. O resultado final ficou muito bom para a proposta sonora do Tumulto, soando bem orgânica e agressiva, mas clara e audível. A capa é uma releitura da original, feita por Elielcio Dreher, com um ótimo resultado. Normalmente, não sou muito fã de regravações, mas confesso que nesse caso, o resultado foi ótimo, já que finalmente as boas músicas do debut receberam o tratamento que mereciam. Agora é esperar o próximo álbum de inéditas, que já está sendo preparado. Se sua praia é o Thrash/Crossover, está aqui um álbum nacional que vai querer ter em sua coleção.

NOTA: 8,0

Tumulto é:
- Germano Duarte (vocal/guitarra);
- Rafael Feldman (baixo);
- Marcio Duarte (bateria).

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domingo, 13 de agosto de 2017

Fast Review – Resenhas rápidas para consumo imediato!

Kobra And The Lotus – Prevail I (2017)
(Napalm Records – Importado)
 

Com seus dois trabalhos anteriores, o Kobra And The Lotus chamou a atenção dos fãs de Heavy/Power, graças não só à força da sua música, como também pelos ótimos vocais de Brittany "Kobra" Paige. Em Prevail I, alguns fãs podem estranhar a postura levemente mais comercial que podemos observar em certas músicas, talvez por influência do produtor Jacob Hansen, que já trabalhou com nomes como Volbeat e Amaranthe, mas na maior parte do tempo, temos a sonoridade característica da banda, que consegue unir abordagens tradicionais e modernas com primor, gerando assim um Heavy/Power atual e longe de soar datado. Ok, não supera o ótimo High Priestess (14), mas ainda assim é um álbum que impõe respeito. (8,0)

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Avelion – Illusion of Transparency (2017)
(Revalve Records – Importado)
 

Quando pensamos em uma banda de Power Metal vinda da Itália, é quase certo que imaginaremos algo na linha do Rhapsody. Pois esse não é o caso do Avelion, que estreia com Illusion of Transparency. Mesclando Power Melódico, Progressive Metal e Modern Metal, conseguem gerar uma sonoridade bem interessante e atual, com bons riffs e melodias, muita técnica e elementos eletrônicos muito bem encaixados. A forma como conseguem equilibrar todas essas facetas, sem que nenhuma sobrepuje a outra, chama muito a atenção, além de fugir do lugar-comum em que o estilo se enfiou desde a década passada. Uma estreia muito promissora! (8,0)

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Sacred Oath – Twelve Bells (2017)
(Angel Thorne Music - Importado)
 

O veterano grupo americano chega a seu 8º álbum sem negar suas raízes e apresentando seu tradicional Power Metal, pesado, forte e que flerta com o Thrash e o Prog em alguns momentos. Por sinal, isso evita que sua música soe datada, dando a ela um ar minimamente atual. Ecos de nomes como Judas Priest, Metal Church, Fates Warning e Queensryche podem ser ouvidos aqui e ali, e são ótimas referências caso o leitor não conheça a banda. Pode não ter o brilho do clássico A Crystal Vision (87), mas ainda assim é um álbum que merece muito respeito. (7,5)

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Alunah – Solennial (2017)
(Svart Records – Importado)
 

Se você é amante de Stoner/Doom, mas não conhece o Alunah, eis aqui uma ótima chance de corrigir isso. Apesar de estar um pouco menos pesado que nos trabalhos anteriores, a música do quarteto não perdeu a sua força, mantendo um pé na psicodelia, além de apresentar ótimos riffs e melodias, que acabam por criar um clima deliciosamente esotérico. E ainda por cima temos a  hipnótica voz da talentosa Sophie Day. Pode não superar o excelente White Hoarhound (12), mas se mostra superior ao ótimo Awakening the Forest (14). Recomendado aos fãs do estilo. (8,5)

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God Dethroned – The World Ablaze (2017)
(Metal Blade Records – Importado)
 

Quem acompanha a carreira dos holandeses do God Dethroned, sabe que o único “erro” da sua carreira foi terem encerrado as atividades em 2012, algo que foi corrido com seu retorno 2 anos depois. E finalmente, após 7 anos do lançamento de Under the Sign of the Iron Cross (10), finalizam a trilogia baseada na 1ª Guerra Mundial, que teve início com Passiondale (09). Em The World Ablaze, apresentam aquela tradicional variedade, que leva sua música a transitar pelo Death, Black e Thrash metal, com muito peso e agressividade, mas sem abrir mão das ótimas melodias e refrões. Um trabalho viciante e forte candidato a estar entre os melhores álbuns de Death Metal de 2017. (9,0)

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Nokturnal Mortum – Істина (2017)
(Oriana Music – Importado)
 

Pelo seu passado nacionalista (impossível negar a ode ao nazismo presente em “The Call of Aryan Spirit”, presente em Нехристь/Nechrist (99), por exemplo), o ucraniano Nokturnal Mortum é visto com ressalvas por muitos. Não dá para condenar quem o faz. Hoje em dia, as letras antissemitas/cristãs, ficaram no passado, e o foco é o folclore e o paganismo eslavo, assim como a música do grupo se tornou muito mais rica. Seu Black Metal Sinfônico tem forte apelo étnico, graças à utilização farta de instrumentos típicos da região, o que acaba por dar grande profundidade às suas canções, algo que só os instrumentos tradicionais certamente não dariam. Істина/Verity não apresenta uma sonoridade de fácil assimilação, até mesmo se comparado com seu álbum anterior, Голос сталі/The Voice os Steel, lançado no já distante ano de 2009, mas se você se permitir dar tempo ao mesmo, irá se deparar com um dos álbuns mais criativos desse ano. (9,0)

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sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Viletale – From the Depths ov Mind (2017) (EP)


Viletale – From the Depths ov Mind (2017) (EP)
(Independente - Nacional)


01. Innsmouth
02. Shattered Existance
03. Reign Upon Ulthar
04. Chant of the Mountain
05. O Espasmo e a Sabedoria
06. Tentacle God
07. Arise, O Guardian

A ligação do Rock/Metal com o Terror sempre rendeu ótimos resultados, vide exemplos de artistas como King Diamond, Alice Cooper e Misfits, que sempre abordaram o tema em suas letras. Fora isso, quantas e quantas vezes o Rock e o Metal não foram utilizados em trilhas sonoras de filmes? Sendo assim, nada mais normal do que uma banda buscar inspiração para o seu trabalho na obra do mestre do horror, H.P. Lovecraft. E é esse o caso do Viletale, banda surgida no ano de 2016 em Blumenau, e que tem na obra do lendário escritor norte-americano a base para seu trabalho em From the Depths ov Mind.

Em matéria de sonoridade, o grupo catarinense aposta em um Death Metal com toques de Black, bruto, agressivo, mas que possui boas melodias, além de se mostrar bem técnico. Um fator positivo e que torna a audição agradável, é que conseguem equilibrar bem velocidade e cadência, o que dá uma diversidade bem legal à obra. Essa variedade também se dá nos vocais, que trafegam com bastante naturalidade entre o rasgado e o gutural, enquanto a guitarra faz um bom trabalho, apresentando linhas melódicas interessantes, dando um ar minimamente palatável à música bruta do Viletale. Já a parte rítmica se mostra bem técnica e diversificada, além de claro, pesada.

Apesar do pouco tempo de estrada e de deixarem suas referências bem óbvias em alguns momentos (duvido que não se lembre de um Death, um Cannibal Corpse ou um Suffocation em passagens aqui e ali), até que mostram um bom nível de maturidade para uma banda que sequer completou 2 anos de estrada. Sinal de que estamos diante de um nome com muito potencial de crescimento. Das 7 músicas aqui presentes, “Innsmouth” é basicamente uma introdução, que julguei desnecessária, e “O Espasmo e a Sabedoria” é mais uma narração. Das que sobram, vale destacar principalmente “Reign Upon Ulthar”, com uma levada mais cadenciada, muito peso e vocais variados, “Chant of the Mountain”, bruta, angustiante e variada, com alguma influência de Doom e a épica e grandiosa “Arise, O Guardian”, que fecha o trabalho com chave de ouro.

Mas claro que em uma banda que está iniciando sua caminhada, existem pontos a serem aprimorados, e no caso do Viletale, a produção seria o calcanhar de aquiles do EP. Por mais que não seja efetivamente fraca, a verdade é que exageraram na crueza, o que acabou tirando um pouco do impacto que as músicas poderiam ter no ouvinte. Que uma dose de sujeira se faz necessária para esse tipo de sonoridade, é algo tão certo quanto 2 + 2 serem 4, mas isso não significa que não precise ter uma certa polidez na produção. Vou pegar como exemplo, a transição entre “Innsmouth” e “Shattered Existance”. A introdução te passa à ideia de que algo grandioso está por vir, e ai de repente o volume despenca, a segunda música entra e você solta um palavrão, mas não porque achou aquilo incrível, mas sim porque se sentiu meio que enganado. Apesar de “Shattered Existance” ser uma boa música, forte e bem técnica, ela perde completamente o impacto que deveria ter. Aliás, me pergunto o motivo do volume da introdução ser mais alto que o das demais músicas do EP.


Outra coisa que sou obrigado a falar: notaram que não forneci o nome dos responsáveis pela parte técnica do trabalho (algo que sempre faço questão de fazer) e muito menos citei o nome dos músicos? Sabem o motivo, prezados leitores? É porque nada disso consta no encarte que, por sinal, apesar de simples, é bem feito, com tons que dão um ar sombrio e que se encaixam com perfeição na temática lírica adotada pelo Viletale, além de conter todas as letras (ótimas por sinal). Claro que com uma pesquisa na internet, consegui tudo que buscava, mas depois resolvi não colocar nada aqui. O mínimo que se espera em um material profissional é que tais informações constem nele, afinal, tanto o ouvinte que compra o material físico quanto os que irão escrever sobre o mesmo gostam de tê-las em mãos. Que isso seja corrigido no próximo EP que estão para lançar ainda esse ano (assim como o excesso de crueza da produção).

No fim, nos deparamos com uma banda que tem um potencial imenso, e que com as arestas aparadas, pode até mesmo buscar espaço fora do Brasil, pois é perceptível que possui qualidades de sobra para ansiar algo maior. Mas para conseguir isso se faz necessário profissionalismo, porque basta uma breve observada na história do Metal no Brasil para ficar mais do que óbvio que só talento, técnica e força de vontade não são o suficiente para uma banda marcar seu nome. Ser profissional é algo essencial para se vencer em um cenário concorrido como o atual, caso contrário, você acaba sendo apenas mais um nome promissor que se perdeu no mar de lançamentos que ocorrem todos os dias mundo afora. Em qual desses grupos o Viletale quer se encaixar? Espero que no primeiro.

NOTA: 7,5

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