Exorddium - Leviatã (2017)
(Independente - Nacional)
01. Oceano das Almas Perdidas
02. Leviatã
03. Hail
04. Irmãos no Metal
05. Coração de Aço
06. Brinde à Vida
07. Filhos da Noite
08. Dama das Sombras
A importância dos anos 80 para o Heavy Metal é inquestionável. Foi um período marcante, onde o estilo viveu seu auge em matéria de popularidade, com grandes bandas surgindo e clássicos inquestionáveis sendo lançados. Também foi a época em que o Metal começou a se popularizar no Brasil, e nomes seminais como Dorsal Atlântica, Azul Limão, Salário Mínimo, Stress, Sarcófago, Sepultura, Korzus, Harppia e Viper datam justamente desse período. As dificuldades eram muitas e não dá para negar que existia um certo ar de inocência, que muitas vezes se refletia no som (na maior parte das vezes, totalmente calcados nas escolas inglesa e alemã do estilo) e nas letras. Mas convenhamos, nem por isso deixava de ter qualidade.
Estamos em 2017, mas 3 décadas depois, muitos ainda se agarram com todas as forças nesse importante período da música pesada (sendo que uma parte destes sequer era nascida ainda). Seja na estética visual, seja na musical, o tempo parece não passar para alguns. Isso é um problema? Da minha parte, de forma alguma. Mas porque falo disso? Bem, porque o Exorddium, banda surgida em Contagem/MG no ano de 2004, não nega em momento algum o seu amor não só pelos anos 80, como pelos primórdios do Metal no Brasil, já tendo um álbum anteriormente lançado, Sangue ou Glória, no ano de 2013.
A música praticada pelo quinteto formado por Eduardo Bisnik (vocal), Paulo César e Fernando Amaral (guitarras), Nicolas Cortelete (baixo) e Jaílson Douglas (bateria) se envereda justamente pelo Metal oitentista, focando principalmente na escola inglesa do estilo (mas com algo aqui e ali das bandas alemãs) e, pelas letras em português, remetendo demais ao que era praticado por nomes como Harppia, Centúrias, Azul Limão, Metalmorphose e afins. Com bons riffs e melodias, o trabalho da dupla de guitarristas formada por Fernando e Paulo César se destaca, mas seria injusto não citar o trabalho da parte rítmica, que consegue soar bem coesa. Os vocais de Eduardo Bisnik são bons, pois o mesmo possui timbre agradável e bom alcance vocal, mas cabe ressalvar que, em alguns momentos isolados, o mesmo comete uns poucos exageros nos agudos, mas nada que comprometa verdadeiramente seu desempenho.
Descontando a introdução, com “Oceano das Almas Perdidas”, temos 7 canções que me despertaram reações duais. Por um lado, a música praticada pelo Exorddium não tem absolutamente nada de novo, soando bem datada e comum, do ponto de vista estilístico. As letras possuem aquele ar um tanto ingênuo das bandas nacionais dos anos 80, soando em alguns momentos simplistas e repetitivas demais (nesse sentido, apenas “Leviatã” e “Dama das Sombras” escapam dessa armadilha). Mas por outro lado, é justamente esse lado saudosista que acaba empolgando. Além do mais, não dá para discutir a qualidade que possuem como compositores, já que mesmo usando de todos os clichês existentes no gênero, conseguem prender a atenção durante a audição e te fazendo até mesmo cantar junto alguns refrões aqui presentes, que são um tanto quanto grudentos. Como destaques, podemos apontar a já citada “Leviatã”, bem variada, com boas melodias e um refrão marcante, “Irmãos do Metal”, outra com belo trabalho de guitarras, o Hard/Heavy “Coração de Aço” e “Filhos da Noite”, outra com boas melodias.
(Independente - Nacional)
01. Oceano das Almas Perdidas
02. Leviatã
03. Hail
04. Irmãos no Metal
05. Coração de Aço
06. Brinde à Vida
07. Filhos da Noite
08. Dama das Sombras
A importância dos anos 80 para o Heavy Metal é inquestionável. Foi um período marcante, onde o estilo viveu seu auge em matéria de popularidade, com grandes bandas surgindo e clássicos inquestionáveis sendo lançados. Também foi a época em que o Metal começou a se popularizar no Brasil, e nomes seminais como Dorsal Atlântica, Azul Limão, Salário Mínimo, Stress, Sarcófago, Sepultura, Korzus, Harppia e Viper datam justamente desse período. As dificuldades eram muitas e não dá para negar que existia um certo ar de inocência, que muitas vezes se refletia no som (na maior parte das vezes, totalmente calcados nas escolas inglesa e alemã do estilo) e nas letras. Mas convenhamos, nem por isso deixava de ter qualidade.
Estamos em 2017, mas 3 décadas depois, muitos ainda se agarram com todas as forças nesse importante período da música pesada (sendo que uma parte destes sequer era nascida ainda). Seja na estética visual, seja na musical, o tempo parece não passar para alguns. Isso é um problema? Da minha parte, de forma alguma. Mas porque falo disso? Bem, porque o Exorddium, banda surgida em Contagem/MG no ano de 2004, não nega em momento algum o seu amor não só pelos anos 80, como pelos primórdios do Metal no Brasil, já tendo um álbum anteriormente lançado, Sangue ou Glória, no ano de 2013.
A música praticada pelo quinteto formado por Eduardo Bisnik (vocal), Paulo César e Fernando Amaral (guitarras), Nicolas Cortelete (baixo) e Jaílson Douglas (bateria) se envereda justamente pelo Metal oitentista, focando principalmente na escola inglesa do estilo (mas com algo aqui e ali das bandas alemãs) e, pelas letras em português, remetendo demais ao que era praticado por nomes como Harppia, Centúrias, Azul Limão, Metalmorphose e afins. Com bons riffs e melodias, o trabalho da dupla de guitarristas formada por Fernando e Paulo César se destaca, mas seria injusto não citar o trabalho da parte rítmica, que consegue soar bem coesa. Os vocais de Eduardo Bisnik são bons, pois o mesmo possui timbre agradável e bom alcance vocal, mas cabe ressalvar que, em alguns momentos isolados, o mesmo comete uns poucos exageros nos agudos, mas nada que comprometa verdadeiramente seu desempenho.
Descontando a introdução, com “Oceano das Almas Perdidas”, temos 7 canções que me despertaram reações duais. Por um lado, a música praticada pelo Exorddium não tem absolutamente nada de novo, soando bem datada e comum, do ponto de vista estilístico. As letras possuem aquele ar um tanto ingênuo das bandas nacionais dos anos 80, soando em alguns momentos simplistas e repetitivas demais (nesse sentido, apenas “Leviatã” e “Dama das Sombras” escapam dessa armadilha). Mas por outro lado, é justamente esse lado saudosista que acaba empolgando. Além do mais, não dá para discutir a qualidade que possuem como compositores, já que mesmo usando de todos os clichês existentes no gênero, conseguem prender a atenção durante a audição e te fazendo até mesmo cantar junto alguns refrões aqui presentes, que são um tanto quanto grudentos. Como destaques, podemos apontar a já citada “Leviatã”, bem variada, com boas melodias e um refrão marcante, “Irmãos do Metal”, outra com belo trabalho de guitarras, o Hard/Heavy “Coração de Aço” e “Filhos da Noite”, outra com boas melodias.
Agora, precisamos falar sobre a produção. Olha, entendo que muitas são as dificuldades enfrentadas pelas bandas na hora de uma gravação, que os custos ainda pesam muito para a maioria, mas isso não justifica produções de baixa qualidade. Vou repetir o mesmo mantra de sempre, é preferível segurar um tempo a mais para lançar um álbum e fazê-lo com uma produção aceitável, do que lançar algo abaixo da média. Gravado e mixado no Estúdio Engenho, com produção do guitarrista do Chakal, André Cabelo (que já fez produções muito boas para nomes como Pesta, Necrobiotic, o próprio Chakal e mais recentemente, para o The Evil), o resultado final acabou soando cru em excesso, tirando até mesmo um pouco do peso das composições. Entendo que essa proposta saudosista pede certa crueza, mas erraram um pouco a mão aqui. Nomes como Selvageria, Axecuter e Flageladör mostram em seus trabalhos que dá para soar mais cru, mas ainda assim pesado. Se a ideia aqui era fazer algo mais orgânico, não funcionou muito bem. Fora isso, é possível notar uma certa inconstância no volume dos vocais, que em alguns momentos soa mais alto que o instrumental, e em outros, mais baixo. Já a capa e arte do Cd foram feitas por Marcel Briani, tendo ficado realmente muito boa.
No final, temos uma banda que mostra muita qualidade e potencial para render bem mais, se investir pelo menos um pouco mais no aspecto da produção. Claro, um pouco mais de identidade musical e variação na parte lírica podem ajudar ainda mais, mas temos tantas bandas por ai emulando nomes consagrados e se dando muito bem com isso, que isso nem chega a ser um grande problema . Se você é um saudosista, desses que se pudesse, pegaria uma máquina do tempo e voltaria aos anos 80 para de lá nunca mais sair, certamente vai aprovar a música do Exorddium.
NOTA: 7,0
Exorddium é:
- Eduardo Bisnik (vocal);
- Paulo César (guitarra);
- Fernando Amaral (guitarra);
- Nicolas Cortelete (baixo);
- Jaílson Douglas (bateria).
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Muito bom o texto, Leandro!
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