terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Anthrax - Stomp 442 (1995/2016)


Anthrax - Stomp 442 (1995/2016)
(Shinigami Records/Nuclear Blast - Nacional)

01. Random Acts of Senseless Violence
02. Fueled
03. King Size
04. Riding Shotgun
05. Perpetual Motion
06. In a Zone
07. Nothing
08. American Pompeii
09. Drop the Ball
10. Tester
11. Bare

Os anos 90 foram um tanto difíceis para as bandas de Metal. A explosão do Grunge e de vertentes mais alternativas dentro do estilo tomaram o espaço de sonoridades mais tradicionais e uma quantidade considerável de grandes nomes da década anterior tiveram suas carreiras comprometidas. Muitas encerraram a carreira após fracassos retumbantes de venda, mas houve as que tentaram se adaptar. No Big 4 não foi diferente. Entre 1996 e 1997, o Metallica soltou a dobradinha Load/Reload, o Megadeth lançou Cryptic Writings (e 2 anos depois, Risk) e no ano de 98, o Slayer entregou Diabolus in Musica. Todas tentativas mais ou menos falhas de se adaptar às mudanças e ao gosto do grande público. O que pouca gente se recorda é que antes deles, o Anthrax já havia tentado buscar uma saída com Stomp 442, lançado em 24 de outubro de 1995.

O trabalho anterior, Sound of White Noise (93), marcou o início de uma nova era para o Anthrax. Com um novo vocalista, John Bush, e uma nova gravadora, a Elektra, a mesma do Metallica, lançaram um álbum que, apesar dos elogios recebidos e das vendas razoáveis, teve um resultado abaixo do esperado. Talvez esperassem um novo “Black Album” em matéria de vendagens, vá saber. Sendo assim, não seria exagero dizer que o Anthrax estava pressionado, ainda mais após a saída do guitarrista Dan Spitz, antes da gravação de Stomp 442. Talvez por isso tenham escolhido como produtores, Phil e Joe Nicolo, também conhecidos como Butcher Bros e responsáveis por produções de sucesso para artistas pop ou de música alternativa, como Urge Overkill, Nine Inch Nails, Luscious Jackson, Cypress Hill, Bob Dylan, Any Grant e até mesmo John Lennon. Outro detalhe é que esse é o único trabalho do Anthrax que não conta com o seu logo tradicional na capa.

Musicalmente, Stomp 442 soa como uma tentativa desconexa de adaptação à nova realidade. Em alguns momentos, soa Hard, em outros Groove, e ainda consegue pender para o Alternativo em várias passagens, principalmente no que tange aos vocais de John Bush. Os riffs de Scott Ian estão com bem mais distorção e são um tanto quanto unidimensionais, bem simples, dando até uma certa vibração punk às canções. Ao lado dele teve Paul Crook, que era técnico de guitarra de Spitz, e ninguém menos que Dimebag Darrell em “King Size” e “Riding Shotgun”. Já na parte rítmica, Frank Bello passa despercebido na maior parte do tempo, enquanto Charlie Benante, apesar de ter um desempenho padrão, sem executar nada demais, consegue ser o que mais se destaca. Falta um pouco mais de solidez e inspiração, já que em alguns momentos tudo soa um pouco monótono e previsível.


Bem, falando assim, parece que estamos diante de um completo desastre. Mas não é bem assim, afinal, estamos falando do Anthrax e não de uma banda qualquer. Apesar de todos os problemas, temos momentos dignos da qualidade da banda, com boas melodias e bom groove. “Fueled” por exemplo, é um bom rock, com riffs que remetem ao Pantera em alguns momentos, além de possuir um refrão bem interessante. Já “King Size” é bem direta e “Riding Shotgun” possui bons riffs, que também remetem ao Pantera. “Random Acts of Senseless Violence” é divertida e tem um bom refrão. Mas sem dúvida, a melhor canção aqui presente é “Nothing”. Cativante, com uma pegada bem moderna, possui algumas reminiscências de Alice in Chains que a fazem soar ainda mais interessante.

Ainda hoje, Stomp 442 é um trabalho que gera debates, com detratores e defensores do mesmo. Eu mesmo conheço alguns que o consideram o melhor álbum da fase Bush, assim como outros que o tratam como o mais fraco do Anthrax. Já eu o coloco em um meio termo, um álbum que apesar de soar um tanto confuso e até mesmo pobre em alguns momentos, em outros mostra toda a capacidade dos americanos de forjar boas músicas. Se você não faz parte do time das viúvas do Belladonna ou não é daqueles mais radicais e curtem um bom Groove Metal ou uma sonoridade mais moderna, tem tudo para gostar muito de Stomp 442.

NOTA: 6,5

Anthrax (gravação):
- John Bush (vocal)
- Scott Ian (guitarra)
- Frank Bello (baixo)
- Charlie Benante (bateria)

Participações:
- Dimebag Darrell (guitarra)
- Paul Crook (guitarra)

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