Em Nome
do Medo - A Brazilian Tribute to Moonspell (2014)
(Heavy
and Loud Press/The Burn Productions)
01.
Malkuth - Tenebrarum Oratorium
02.
Capricornian - Opus Diabolicum
03.
Patria - Wolfshade
04.
Soturnus - Of Dream and Drama
05.
Malefactor - Alma Mater
06.
As Dramatic Homage - Full Moon Madness
07.
Silent Cry - Opium
08.
HellLight - Ruin & Misery
09.
Ravenland - Magdalene
10.
Veuliah - In and Above Men
11.
Alex Voorhees - From Lowering Skies
12.
Apocalyptchaos - Everything Invaded
13.
Hate Embrance - The Southern Deathstyle
14.
Inner Demons Rise - Finisterra
15.
Kataphero - Once It Was Ours
16.
Obskure - Night Eternal
17.
Raiser - Lickanthrope
18.
Burn In Pain - Em Nome do Medo
Tributos são complicados, já que as bandas
participantes devem fazer versões de músicas que, ao menos teoricamente, são
definitivas. Nesse momento, apenas três são os caminhos a se seguir. No
primeiro, a banda pode optar por ousar e reinventar tal música, em uma
tentativa de dar a ela uma cara 100% sua, o que na grande maioria das vezes tem
resultados desastrosos. O segundo é tentar se manter o mais fiel possível a
versão original, mas adicionando um tempero próprio, um pouco da sua identidade.
Apesar de bem mais seguro que a primeiro, ainda sim existe o risco de errar a
mão e se perder totalmente. O terceiro e mais confortável de todas é
simplesmente fazer uma versão ipsis litteris a original, o que evita que se
cometa uma besteira, mas perde um pouco a razão de ser do tributo, já que se
for para escutar algo assim, que se escute a versão original. Em contrapartida
é em um tributo que temos a oportunidade de separar os meninos dos homens, se é
que me entendem.
Mas também existe o lado de quem resenha o
tributo. No meu caso, ter que analisar um trabalho que tem a intenção de
homenagear o Moonspell, uma de minhas bandas favoritas, faz com que tudo seja
ainda mais difícil, já que o nível de exigência aumenta. A tarefa aqui foi
absurdamente espinhosa para as 18 bandas presentes, já que todas começam com um
fator de inferioridade. Qual? O mais óbvio de todos, não possuem Fernando
Ribeiro nos vocais. Sua voz talvez seja o principal instrumento do Moonspell,
aquele que dá uma identidade única aos portugueses. Sendo assim, seria
completamente injusto de minha parte querer exigir dos presentes que se
igualassem de alguma forma ao original. Foquei então minha analise em perceber
se haviam conseguido manter os climas das versões originais, o que julguei
muito mais justo.
Partindo desse princípio, posso dizer que
nenhum dos presentes aqui cometeu barbaridades, já que todos, a sua maneira,
conseguiram manter a essência original em suas versões. Por sinal, o elenco
aqui presente foi muito bem escalado, mesclando perfeitamente bandas de renome
dentro do cenário com outras em ascensão e algumas que estão buscando seu lugar
ao sol. A produção é outro problema que costuma dar um pouco de dor de cabeça
em trabalhos desse tipo. Aqui é apenas razoável. A vantagem disso? Todas as
músicas acabaram ficando mais sujas, agressivas e cruas, o que pelo menos para
mim soou legal na maior parte do tempo. Outro fator bem interessante foi a
opção por se listar as faixas em ordem cronológica, começando assim com uma
música do Under the Moonspell (94) e encerrando com uma do Alpha Noir (12). Ótima sacada. Só não
foram representados aqui os dois álbuns mais controversos da banda, o artificial
The Butterfly Effect (99) e Darkness and Hope (01), trabalho que
assumo, aprendi a gostar.
Com relação ao que escutei, em um primeiro
grupo incluiria as versões do Malkuth (Tenebrarum
Oratorium), Patria (Wolfshade),
Malefactor (Alma Mater), As Dramatic
Homage (Full Moon Madness), Ravenland
(Magdalene), Veuliah (In and Above Men), Hate Embrace (The Southern Deathstyle) e Obskure (Night Eternal). Essas foram as que
melhor conseguiram manter a essência original do Moonspell. Muito pouco abaixo
dessas, mas muito pouco mesmo, incluiria Soturnus (Of Dream and Drama), Silent Cry (Opium), Alex Voorhees (From
Lowering Skies), Apocalyptchaos (Everything
Invaded) e Inner Demons Rise (Finisterra).
As demais, Capricornian (Opus Diabolicum),
HellLight (Ruin & Misery),
Kataphero (Once It Was Ours), Raiser
(Lickanthrope) e Burn In Pain (Em Nome do Medo) também se saíram muito
bem, mas por um motivo ou outro ficaram um pouco abaixo das demais citadas.
No final, estamos diante de um belíssimo
tributo ao Moonspell, que conseguiu captar bem a essência do som dos
portugueses e mostrar, acima de tudo, a amplitude da influência dos mesmos no
cenário do Metal. Se você é fã da banda, tem a obrigação de escutar esse
trabalho, que está disponível para download gratuito no link logo abaixo.
NOTA:
8,5
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