sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Em Nome do Medo - A Brazilian Tribute to Moonspell




Em Nome do Medo - A Brazilian Tribute to Moonspell (2014)
(Heavy and Loud Press/The Burn Productions)

01. Malkuth - Tenebrarum Oratorium
02. Capricornian - Opus Diabolicum
03. Patria - Wolfshade
04. Soturnus - Of Dream and Drama
05. Malefactor - Alma Mater
06. As Dramatic Homage - Full Moon Madness
07. Silent Cry - Opium
08. HellLight - Ruin & Misery
09. Ravenland - Magdalene
10. Veuliah - In and Above Men
11. Alex Voorhees - From Lowering Skies
12. Apocalyptchaos - Everything Invaded
13. Hate Embrance - The Southern Deathstyle
14. Inner Demons Rise - Finisterra
15. Kataphero - Once It Was Ours
16. Obskure - Night Eternal
17. Raiser - Lickanthrope
18. Burn In Pain - Em Nome do Medo

Tributos são complicados, já que as bandas participantes devem fazer versões de músicas que, ao menos teoricamente, são definitivas. Nesse momento, apenas três são os caminhos a se seguir. No primeiro, a banda pode optar por ousar e reinventar tal música, em uma tentativa de dar a ela uma cara 100% sua, o que na grande maioria das vezes tem resultados desastrosos. O segundo é tentar se manter o mais fiel possível a versão original, mas adicionando um tempero próprio, um pouco da sua identidade. Apesar de bem mais seguro que a primeiro, ainda sim existe o risco de errar a mão e se perder totalmente. O terceiro e mais confortável de todas é simplesmente fazer uma versão ipsis litteris a original, o que evita que se cometa uma besteira, mas perde um pouco a razão de ser do tributo, já que se for para escutar algo assim, que se escute a versão original. Em contrapartida é em um tributo que temos a oportunidade de separar os meninos dos homens, se é que me entendem.
Mas também existe o lado de quem resenha o tributo. No meu caso, ter que analisar um trabalho que tem a intenção de homenagear o Moonspell, uma de minhas bandas favoritas, faz com que tudo seja ainda mais difícil, já que o nível de exigência aumenta. A tarefa aqui foi absurdamente espinhosa para as 18 bandas presentes, já que todas começam com um fator de inferioridade. Qual? O mais óbvio de todos, não possuem Fernando Ribeiro nos vocais. Sua voz talvez seja o principal instrumento do Moonspell, aquele que dá uma identidade única aos portugueses. Sendo assim, seria completamente injusto de minha parte querer exigir dos presentes que se igualassem de alguma forma ao original. Foquei então minha analise em perceber se haviam conseguido manter os climas das versões originais, o que julguei muito mais justo.
Partindo desse princípio, posso dizer que nenhum dos presentes aqui cometeu barbaridades, já que todos, a sua maneira, conseguiram manter a essência original em suas versões. Por sinal, o elenco aqui presente foi muito bem escalado, mesclando perfeitamente bandas de renome dentro do cenário com outras em ascensão e algumas que estão buscando seu lugar ao sol. A produção é outro problema que costuma dar um pouco de dor de cabeça em trabalhos desse tipo. Aqui é apenas razoável. A vantagem disso? Todas as músicas acabaram ficando mais sujas, agressivas e cruas, o que pelo menos para mim soou legal na maior parte do tempo. Outro fator bem interessante foi a opção por se listar as faixas em ordem cronológica, começando assim com uma música do Under the Moonspell (94) e encerrando com uma do Alpha Noir (12). Ótima sacada. Só não foram representados aqui os dois álbuns mais controversos da banda, o artificial The Butterfly Effect (99) e Darkness and Hope (01), trabalho que assumo, aprendi a gostar.
Com relação ao que escutei, em um primeiro grupo incluiria as versões do Malkuth (Tenebrarum Oratorium), Patria (Wolfshade), Malefactor (Alma Mater), As Dramatic Homage (Full Moon Madness), Ravenland (Magdalene), Veuliah (In and Above Men), Hate Embrace (The Southern Deathstyle) e Obskure (Night Eternal). Essas foram as que melhor conseguiram manter a essência original do Moonspell. Muito pouco abaixo dessas, mas muito pouco mesmo, incluiria Soturnus (Of Dream and Drama), Silent Cry (Opium), Alex Voorhees (From Lowering Skies), Apocalyptchaos (Everything Invaded) e Inner Demons Rise (Finisterra). As demais, Capricornian (Opus Diabolicum), HellLight (Ruin & Misery), Kataphero (Once It Was Ours), Raiser (Lickanthrope) e Burn In Pain (Em Nome do Medo) também se saíram muito bem, mas por um motivo ou outro ficaram um pouco abaixo das demais citadas.
No final, estamos diante de um belíssimo tributo ao Moonspell, que conseguiu captar bem a essência do som dos portugueses e mostrar, acima de tudo, a amplitude da influência dos mesmos no cenário do Metal. Se você é fã da banda, tem a obrigação de escutar esse trabalho, que está disponível para download gratuito no link logo abaixo.

NOTA: 8,5


 




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