ThirdEar
– Resilience (2015)
(Independente
– Nacional)
01. Russet Ruins
02. Gratitude
03. Perspectiva
04. Bench Coin
05. Limerence
06. Pílula
07. The Great Reset
08. Healing Process
Por mais que eu goste de bandas de
sonoridades mais Old School, passo longe de ser radical quanto a isso, tendo
uma cabeça bem aberta para vertentes mais modernas do Metal. Normalmente quando
falamos em bandas de Heavy/Prog, a primeira coisa que nos vêm à cabeça é aquela
sonoridade mais tradicional do estilo, limpa (apesar de possuir peso),
altamente técnica e melódica adotada por nomes como Dream Theater e afins.
Nos últimos anos, agregado ao estilo em
questão, tivemos o surgimento de uma nova vertente, que foi nomeada de Djent.
Mas o que seria esse tal de Djent? Bem, eu costumo definir como um Prog Metal
“porrada pra cacete” e altamente influenciado pelo Meshuggah, que julgo ser uma
forma muito mais fácil de explicar do que ficar abordando termos técnicos que
só músicos de conservatório irão entender.
Acho muito legal ver que esse tipo de
sonoridade tem adeptos aqui no Brasil e que nossas bandas de forma alguma
pararam no tempo. Fundado no ano de 2012, em Curitiba, o ThirdEar é mais um
nome a seguir por esses rumos do Heavy/Prog/Djent, resultando assim em um
trabalho muito interessante. Quem havia tido a oportunidade de ter contato com
seu EP de estréia, New Cycle,
percebido o claro potencial de crescimento presente em sua música, mas ainda
sim o que vemos aqui é surpreendente, já que sua evolução foi muito maior do
que o esperado.
Temos aqui grandes arroubos de técnica
por parte de todos os envolvidos (mas sem abrir mão da musicalidade, diga-se de
passagem)? Confere. Passagens intrincadas e complexas? Confere. Ótimas
melodias, tanto vocais quanto do ponto de vista musical? Também confere. Só que
agregado a isso, temos também muito peso e agressividade. Os vocais de Júlio
Miotto são simplesmente monstruosos, indo do mais limpo e melódico ao
agressivo/gutural com uma facilidade absurda. Já André Centofante e Samuel Ebel
formam uma belíssima dupla de guitarristas, despejando riffs pesadíssimos,
enquanto Anderson Ferret (Baixo) e Ravi Rauber (Bateria) brilham na parte
rítmica, esbanjando técnica e muita diversidade. E sabe o que é melhor? Tudo aqui flui de uma
forma assustadoramente natural, o que deixa tudo ainda mais legal! Os maiores
destaques aqui ficam por conta de “Russet
Ruins”, “Gratitude”, “Bench Coin”, “Pilula” e “Healing Process”, a mais diversificada
de todas as músicas aqui presentes, com passagens que remetem inclusive ao
Jazz.
A produção aqui ficou a cargo do
vocalista Julio Miotto e ficou realmente muito boa, estando até acima da média
do que observamos por ai. Apresentando um trabalho carregado de coesão e
técnica, além de uma boa dose de peso, agressividade, diversificação e até de
imprevisibilidade (“Healing Process”
é o maior exemplo disso), o ThirdEar mostra uma qualidade acima da média, tendo
tudo para se firmar entre os grandes do Metal no Brasil. Se curte essa pegada
mais moderna dentro do Progressivo, precisa conhecer esses curitibanos.
NOTA;
8,0
ThirEar
é:
-
Júlio Miotto (Vocal)
-
André Centofante (Guitarra)
-
Samuel Ebel (Guitarra)
-
Anderson Ferret (Baixo)
-
Ravi Rauber (Bateria)
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