quarta-feira, 14 de junho de 2017

Warbringer - Woe To The Vanquished (2017)


Warbringer - Woe To The Vanquished (2017)
(Shinigami Records/Napalm Records - Nacional)


01. Silhouettes
02. Woe To The Vanquished
03. Remain Violent
04. Shellfire
05. Descending Blade
06. Spectral Asylum
07. Divinity Of Flesh
08. When The Guns Fell Silent

Em meados dos anos 2000, o mundo do Metal foi tomado por um revival do Thrash Metal. Novos nomes inundaram a cena, com clara inspiração naquela sonoridade clássica dos anos 80, deixando para trás a pegada mais Groove que foi popularizada na década de 90. O tempo passou, separando o joio do trigo e fazendo com que muitos ficassem pelo caminho. Mas nomes como Havok, Lich King, Municipal Waste, Bonded by Blood, Evile, Gama Bomb, Suicide Angel e Toxic Holocaust se mantêm firmes e fortes, com ótimos trabalhos e mostrando o valor dessa geração mais atual.

O Warbringer é, sem sombra de dúvida, um dos principais nomes dessa geração. Originária de Los Angeles, a banda chamou a atenção já de cara, primeiro com seu EP de estreia, One by One, the Wicked Fall (06) e depois com seu ótimo debut, War Without End (08). De lá para cá, apesar da competência com que lançaram trabalhos de altíssimo nível, como Waking into Nightmares (09) e IV: Empires Collapse (13), foram incapazes de manter uma formação estável. Fora os músicos que compõem a banda nesse momento, outros 14 já passaram pela mesma nos últimos 13 anos, sendo que as últimas dessas mudanças quase causaram o seu fim.

Em 2013, após o lançamento de IV: Empires Collapse, o baterista Carlos Cruz se retirou, sendo substituído por Vicken Hovsepian. Em 2014, partiram os guitarristas John Laux e Jeff Potts e o baixista Ben Mottsman, sendo substituídos respectivamente por Adam Carroll, que retornou à banda após duas passagens entre 2004-2006 (como baterista) e 2007-2012 (já como guitarrista), Noah Young e Alex Malmquist. E quando tudo parecia bem, no ano seguinte Noah, Alex e Vicken se desligam do Warbringer, deixando John Kevill e Adam sozinhos. Após algumas incertezas, ainda nesse mesmo ano Carlos Cruz reassume o posto de baterista e, finalmente em 2016, chegam o guitarrista Chase Becker e o baixista Jessie Sanchez (do Bonded by Blood). Com a formação aparentemente estabilizada, partiram para o lançamento de seu 5º álbum de estúdio.

Com tamanha instabilidade nos últimos anos, a lógica seria não esperar muito de Woe To The Vanquished. Mas devemos lembrar que estamos falando do Warbringer, e a verdade é que mesmo com tamanhas mudanças, John, Adam e Carlos já possuem uma história em comum com a banda, tendo inclusive gravado um álbum juntos, Worlds Torn Asunder (11). Sendo assim, o ouvinte vai encontrar aqui exatamente o que espera de um trabalho do quinteto americano, ou seja, música rápida, pesada, brutal e com traços de Death Metal aqui e ali. Os vocais de Kevill soam furiosos e agressivos, enquanto a dupla formada por Adam e Chase Becker é responsável não só por riffs fantásticos, como também por ótimos solos. A parte rítmica, com Jessie Sanchez e Carlos Cruz também se sai muitíssimo bem, principalmente Cruz, que soa frenético durante todo o tempo.


O álbum já abre de forma devastadora com “Silhouettes”, com seus vocais duros e riffs de uma ferocidade ímpar. A violência se mantém à tona na esmagadora “Woe To The Vanquished” e sua verdadeira metralhadora de riffs, em “Remain Violent”, música simples e direta, mas não menos bruta e feroz e na veloz e impiedosa “Shellfire”. “Descending Blade” se destaca não só pelos seus riffs simplesmente assassinos, como também pelo ótimo solo, se mostrando um Thrash Metal da melhor qualidade. Daqui para frente, entramos no que podemos chamar de fase mais experimental do trabalho. “Spectral Asylum” se mostra mais melódica e com tendências progressivas, com boas mudanças de tempo e muita diversidade, além de um ótimo trabalho de guitarras. Mantendo essa pegada, temos em seguida a ótima “Divinity Of Flesh”, com seus excelentes riffs, solos insanos e boas melodias. Encerrando, temos a grandiosa “When The Guns Fell Silent”, com seus mais de 11 minutos e que versa sobre a Batalha de Verdun, a mais duradoura da 1ª Guerra, tendo custado a vida de mais de 700 mil soldados. Simplesmente épica, dividida em 4 movimentos, é o ápice do álbum. Consegue emanar de seus riffs uma aura sombria e sangrenta, que transporta o ouvinte para o campo de batalha na França. Não existia forma melhor de fechar o trabalho.

Gravado no West Valley Studios (Estados Unidos), com produção e mixagem realizados por Mike Plotnikoff (Fear Factory, Saxon, In Flames, Devin Townsend) e a masterização a cargo do renomado Howie Weinberg (Anthrax, Celtic Frost, Dream Theater, Danzing, Faith No More, Iron Maiden, Manowar, Slayer, Pantera, Sepultura), Woe To The Vanquished tem um ótimo resultado final. Apesar de mais refinado, o caos e a brutalidade continuam mais que presentes. Já a capa foi obra do inconfundível Andreas Marschall (Dimmu Borgir, Blind Guardian, Hammerfall, Immolation, Grave Digger, Obituary, Kreator, In Flames, Sodom), fechando assim um pacote imperdível para qualquer fã de Thrash Metal.

Peso, brutalidade, velocidade, riffs monstruosos, vocais duros, solos assassinos. Sabe aquele disco que vai te deixar com o pescoço doendo de tanto bater cabeça? Pois é, está diante dele aqui.

NOTA: 8,5

Warbringer é:
- John Kevill (vocal);
- Adam Carroll (guitarra);
- Chase Becker (guitarra);
- Jessie Sanchez (baixo);
- Carlos Cruz (bateria)

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