Suicide Silence - Suicide Silence (2017)
(Shinigami Records/Nuclear Blast - Importado)
01. Doris
02. Silence
03. Listen
04. Dying In A Red Room
05. Hold Me Up, Hold Me Down
06. Run
07. The Zero
08. Conformity
09. Don’t Be Careful You Might Hurt Yourself
Entre seu debut, The Cleansing (07) e The Black Crown (11), o Suicide Silence cresceu com uma velocidade impressionante, aumentando sua base de fãs a cada lançamento. E justamente quando estava em seu melhor momento, seu vocalista e fundador Mitch Lucker faleceu em um acidente de moto na noite de Halloween de 2012, mergulhando a banda em um momento de grande incerteza. Quase 1 ano depois, quando anunciaram Eddie Hermida (ex-All Shall Perish) nos vocais, muitos questionaram a opção por seguirem em frente, mas os ótimos resultados alcançados por You Can’t Stop Me (16º lugar na Billboard 200, a melhor posição da banda até então/resenha aqui), acabou por mostrar que a espinhosa decisão havia sido a mais correta.
Apesar disso, ao que tudo indica, uma nova pergunta martelava na cabeça de seus integrantes: deveriam continuar seguindo pelo mesmo caminho, seguro, que rendeu popularidade à banda, ou se arriscar a ousar desafiar seus limites como artistas? Correr o risco da estagnação ou se reinventar? E bem, a essa altura, todos sabemos que a escolha se deu pela segunda opção. Para isso, chamaram o renomado produtor Ross Robinson, responsável por trabalhos de sucesso de nomes como Sepultura, Korn, Deftones, Slipknot e muitos outros. Possivelmente o cara certo para tal missão espinhosa. Ainda assim, a recepção aos dois primeiros singles do álbum, “Doris” e “Silence”, não foi das melhores, tendo inclusive ocorrido uma petição online por parte de fãs para que o Suicide Silence não lançasse o trabalho.
Não vou mentir, esse não é um trabalho de fácil digestão. Ao contrário, é indigesto e boa parte dos fãs não engoliu o mesmo (como comprovou a 163º posição na Billboard 200, depois do anterior ter alcançado a 16ª). Certamente o ciclo até o próximo álbum será turbulento, com pesadas críticas por parte de seu público. Mas Suicide Silence é passível das pesadas críticas que vêm sofrendo mundo afora? Bem, sim e não. O uso dos vocais limpos por Hermida, tão criticado por muitos, afeta sim o resultado final, mas não apenas eles; diria que as linhas vocais como um todo causam problema. Musicalmente, resolveram ousar, trazendo elementos do moribundo Nu Metal para dentro do seu Deathcore, fazendo uma mistura que, ou pode dar muito certo ou ser um desastre completo. A verdade é que esse não é um trabalho de meios termos.
“Doris” e “Silence”, tão criticadas de início, são possivelmente os dois melhores momentos aqui presentes. Em ambas conseguiram encontrar a medida certa para a junção entre Nu Metal e Deathcore aqui propostas. Os vocais limpos podem até incomodar os mais radicais, mas surgem bem encaixados e não comprometem em nada o resultado. O buraco aqui é muito, mas muito mais embaixo. A verdade é que, na ânsia de apresentar algo novo e revolucionar sua sonoridade, o Suicide Silence acaba em muitos momentos trocando os pés pelas mãos. Em alguns, quando pende excessivamente para o Nu, acaba remetendo demais a nomes como Korn e Deftones (em “Dying In A Red Room” você fica esperando os vocais de Chino Moreno entrarem), soando até mesmo um pouco datados.
(Shinigami Records/Nuclear Blast - Importado)
01. Doris
02. Silence
03. Listen
04. Dying In A Red Room
05. Hold Me Up, Hold Me Down
06. Run
07. The Zero
08. Conformity
09. Don’t Be Careful You Might Hurt Yourself
Entre seu debut, The Cleansing (07) e The Black Crown (11), o Suicide Silence cresceu com uma velocidade impressionante, aumentando sua base de fãs a cada lançamento. E justamente quando estava em seu melhor momento, seu vocalista e fundador Mitch Lucker faleceu em um acidente de moto na noite de Halloween de 2012, mergulhando a banda em um momento de grande incerteza. Quase 1 ano depois, quando anunciaram Eddie Hermida (ex-All Shall Perish) nos vocais, muitos questionaram a opção por seguirem em frente, mas os ótimos resultados alcançados por You Can’t Stop Me (16º lugar na Billboard 200, a melhor posição da banda até então/resenha aqui), acabou por mostrar que a espinhosa decisão havia sido a mais correta.
Apesar disso, ao que tudo indica, uma nova pergunta martelava na cabeça de seus integrantes: deveriam continuar seguindo pelo mesmo caminho, seguro, que rendeu popularidade à banda, ou se arriscar a ousar desafiar seus limites como artistas? Correr o risco da estagnação ou se reinventar? E bem, a essa altura, todos sabemos que a escolha se deu pela segunda opção. Para isso, chamaram o renomado produtor Ross Robinson, responsável por trabalhos de sucesso de nomes como Sepultura, Korn, Deftones, Slipknot e muitos outros. Possivelmente o cara certo para tal missão espinhosa. Ainda assim, a recepção aos dois primeiros singles do álbum, “Doris” e “Silence”, não foi das melhores, tendo inclusive ocorrido uma petição online por parte de fãs para que o Suicide Silence não lançasse o trabalho.
Não vou mentir, esse não é um trabalho de fácil digestão. Ao contrário, é indigesto e boa parte dos fãs não engoliu o mesmo (como comprovou a 163º posição na Billboard 200, depois do anterior ter alcançado a 16ª). Certamente o ciclo até o próximo álbum será turbulento, com pesadas críticas por parte de seu público. Mas Suicide Silence é passível das pesadas críticas que vêm sofrendo mundo afora? Bem, sim e não. O uso dos vocais limpos por Hermida, tão criticado por muitos, afeta sim o resultado final, mas não apenas eles; diria que as linhas vocais como um todo causam problema. Musicalmente, resolveram ousar, trazendo elementos do moribundo Nu Metal para dentro do seu Deathcore, fazendo uma mistura que, ou pode dar muito certo ou ser um desastre completo. A verdade é que esse não é um trabalho de meios termos.
“Doris” e “Silence”, tão criticadas de início, são possivelmente os dois melhores momentos aqui presentes. Em ambas conseguiram encontrar a medida certa para a junção entre Nu Metal e Deathcore aqui propostas. Os vocais limpos podem até incomodar os mais radicais, mas surgem bem encaixados e não comprometem em nada o resultado. O buraco aqui é muito, mas muito mais embaixo. A verdade é que, na ânsia de apresentar algo novo e revolucionar sua sonoridade, o Suicide Silence acaba em muitos momentos trocando os pés pelas mãos. Em alguns, quando pende excessivamente para o Nu, acaba remetendo demais a nomes como Korn e Deftones (em “Dying In A Red Room” você fica esperando os vocais de Chino Moreno entrarem), soando até mesmo um pouco datados.
Já em outros, até apresentam boas ideias, mas cometem o erro de tentarem colocar todas em uma única música, deixando tudo excessivamente confuso. A confusão também se reflete nas linhas vocais de Eddie Hermida. Sua competência como vocalista já foi mais do que provada em seus trabalhos com o All Shall Perish e com sua estreia no Suicide Silence, mas aqui ele soa irreconhecível. E não, isso não se dá devido aos vocais limpos que abundam em todo o CD. O problema é que em diversas passagens, as linhas vocais parecem não se encaixar no instrumental, soando um tanto forçadas. É como se tivéssemos duas músicas diferentes em paralelo, tocando naquele momento. E nessa, boas melodias que acabam por surgir, terminam se perdendo meio a tanto caos. É o caso de músicas como “Listen”, “Dying In A Red Room” ou “Run”. Claro, existem bons momentos aqui, como nas já citadas “Doris” e “Silence”, ou mesmo “The Zero”, mas prevalecem essas passagens mais estranhas e confusas.
Quanto à parte técnica, não tem muito o que se falar. Produzido por Ross Robinson, teve a mixagem realizada por Joe Barresi (Tool, Queens of the Stone Age, Kyuss, Volbeat) e masterização por Dave Collins (Metallica, Bruce Dickinson, Neurosis, Sepultura). Já a capa é bem simples, contando apenas com uma foto da banda, de responsabilidade de Dean Karr (Danzig, Iron Maiden, Pantera, Slayer, Testament). O design da mesma e o layout do encarte (muito bom por sinal) foram feitos por Marcelo Vasco (Slayer, Borknagar, Dimmu Borgir, Brujeria, Testament, Kreator). Como podemos observar, um time de primeiríssima linha.
Bem, o que o futuro reserva ao Suicide Silence, só o tempo dirá. É admirável quando um artista resolve desafiar seus limites e explorar novos horizontes para o seu trabalho. Mas ao fazê-lo, o mesmo deve ter a noção de que isso pode ou não dar certo, e mais, ser ou não ser compreendido pelo seu público-alvo. Infelizmente, o caso aqui parece ser o primeiro. Ao darem abrangência demais às suas composições, fizeram com que elas soassem experimentais um pouco além da conta, perdendo seu foco (e consequentemente sua força) e fazendo com que as boas ideias apresentadas (e elas existem aos montes, pode acreditar) se perdessem. Um álbum que certamente não vai agradar os fãs tradicionais da banda, mas pode vir a atrair um novo público, principalmente os fãs de Nu Metal e aqueles com a cabeça mais aberta a experimentações. Quem sabe no próximo conseguem acertar a mão nessa nova fórmula.
NOTA: 6,0
Suicide Silence é:
- Eddie Hermida (vocal);
- Chris Garza (guitarra);
- Mark Heylmun (guitarra);
- Dan Kenny (baixo);
- Alex Lopez (bateria).
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