Elizabethan Walpurga - Walpurgisnacht (2016)
(Shinigami Records - Nacional)
01. Exordium
02. Vampyre
03. Clamitat Vox Sanguinis
04. Infernorium
05. The Serpent´s Eyes and the Horns of Crown
06. The Elizabethan Dark Moon
07. The Canine Enchantment by the Phlebotomy (In the Julgular Streams)
08. Transylvanian Cry
09. Walpurgisnacht
Ter uma banda de Metal no Brasil não é algo para principiantes, já que para sobreviver às agruras de nossa cena underground tem que ser um verdadeiro lutador, fazendo música mais por amor ao estilo do que por qualquer outro motivo. O Elizabethan Walpurga tem uma história que remonta a meados dos anos 90, mais precisamente ao ano de 1994, quando surgiu em Recife/PE. Lançaram duas demos e em 2001, resolveram encerrar as atividades. Mais eis que em 2015 resolveram retornar com praticamente a mesma formação que perdurou entre 1995 e 2001 (apenas o baterista mudou), e no ano seguinte, após um split com o Lord Blasphemate, chegaram ao tão esperado debut, intitulado Walpurgisnacht.
Mas antes de começar, um pouquinho de história, afinal, A Música Continua a Mesma também é cultura. Walpurgisnacht, ou Noite de Walpurgis, é uma antiga data pagã, comemorada entre o dia 30 de abril e 1º de maio e que celebrava o fim do inverno e a chegada da primavera. Era o início de um período de fartura, com crescimento da colheita e do período reprodutor dos rebanhos. Bebidas, brincadeiras e rituais para celebrar os bons espíritos e espantar os maus também faziam parte das comemorações, já que a fronteira entre o nosso mundo e o dos espíritos se encontrava aberta nessa data. Na Idade Média, a Igreja Católica passou a considerar tal data como algo demoníaco, a noite em que as bruxas realizavam seus sabás para adorar ao diabo, e essa passou a ser a visão popularizada do nome.
Agora, voltemos à música. O quinteto formado por Leonardo "Mal'lak" Alcântara (vocal), Erick Lira e Breno Lira (guitarras), Renato Matos (baixo) e Arthur Felipe Lira (bateria) pratica uma sonoridade muito interessante, que mescla Heavy e Black Metal, obtendo ótimos resultados. Além disso, podemos observar elementos góticos aqui e ali, que acabam por dar certa melancolia à música do Elizabethan Walpurga quando esta pede por isso. Apesar de pender na maior parte do tempo para o Heavy Tradicional, priorizando as ótimas melodias, não deixa o peso e a agressividade de lado em momento algum. E vale dizer que muito disso se dá devido aos ótimos vocais de Leonardo, que pendem para o Black Metal.
Individualmente, todos aqui se mostram ótimos músicos. Leonardo, como já dito, é o diferencial que dá aquele toque mais brutal às canções. Além disso, conta com um trabalho bem legal de backing vocals, que teve a participação não só do baixista Renato Matos, como também de Nenel Lucena (guitarrista do Evocati), Gustavo Coimbra e Rogério Mendes (primeiro vocalista do Elizabethan) em algumas músicas. As guitarras fazem um trabalho realmente muito legal, com ótimos riffs, solos bem melodiosos que surgem nos momentos certos e bons duetos que remetem aos melhores momentos da NWOBHM. Enriquecendo ainda mais o trabalho, temos em alguns momentos a inserção de partes acústicas por Breno, que além de terem ficado muito bonitas, não soam deslocadas. A parte rítmica brilha, com muita coesão, precisão e técnica, com destaque para as ótimas linhas de baixo de Renato.
(Shinigami Records - Nacional)
01. Exordium
02. Vampyre
03. Clamitat Vox Sanguinis
04. Infernorium
05. The Serpent´s Eyes and the Horns of Crown
06. The Elizabethan Dark Moon
07. The Canine Enchantment by the Phlebotomy (In the Julgular Streams)
08. Transylvanian Cry
09. Walpurgisnacht
Ter uma banda de Metal no Brasil não é algo para principiantes, já que para sobreviver às agruras de nossa cena underground tem que ser um verdadeiro lutador, fazendo música mais por amor ao estilo do que por qualquer outro motivo. O Elizabethan Walpurga tem uma história que remonta a meados dos anos 90, mais precisamente ao ano de 1994, quando surgiu em Recife/PE. Lançaram duas demos e em 2001, resolveram encerrar as atividades. Mais eis que em 2015 resolveram retornar com praticamente a mesma formação que perdurou entre 1995 e 2001 (apenas o baterista mudou), e no ano seguinte, após um split com o Lord Blasphemate, chegaram ao tão esperado debut, intitulado Walpurgisnacht.
Mas antes de começar, um pouquinho de história, afinal, A Música Continua a Mesma também é cultura. Walpurgisnacht, ou Noite de Walpurgis, é uma antiga data pagã, comemorada entre o dia 30 de abril e 1º de maio e que celebrava o fim do inverno e a chegada da primavera. Era o início de um período de fartura, com crescimento da colheita e do período reprodutor dos rebanhos. Bebidas, brincadeiras e rituais para celebrar os bons espíritos e espantar os maus também faziam parte das comemorações, já que a fronteira entre o nosso mundo e o dos espíritos se encontrava aberta nessa data. Na Idade Média, a Igreja Católica passou a considerar tal data como algo demoníaco, a noite em que as bruxas realizavam seus sabás para adorar ao diabo, e essa passou a ser a visão popularizada do nome.
Agora, voltemos à música. O quinteto formado por Leonardo "Mal'lak" Alcântara (vocal), Erick Lira e Breno Lira (guitarras), Renato Matos (baixo) e Arthur Felipe Lira (bateria) pratica uma sonoridade muito interessante, que mescla Heavy e Black Metal, obtendo ótimos resultados. Além disso, podemos observar elementos góticos aqui e ali, que acabam por dar certa melancolia à música do Elizabethan Walpurga quando esta pede por isso. Apesar de pender na maior parte do tempo para o Heavy Tradicional, priorizando as ótimas melodias, não deixa o peso e a agressividade de lado em momento algum. E vale dizer que muito disso se dá devido aos ótimos vocais de Leonardo, que pendem para o Black Metal.
Individualmente, todos aqui se mostram ótimos músicos. Leonardo, como já dito, é o diferencial que dá aquele toque mais brutal às canções. Além disso, conta com um trabalho bem legal de backing vocals, que teve a participação não só do baixista Renato Matos, como também de Nenel Lucena (guitarrista do Evocati), Gustavo Coimbra e Rogério Mendes (primeiro vocalista do Elizabethan) em algumas músicas. As guitarras fazem um trabalho realmente muito legal, com ótimos riffs, solos bem melodiosos que surgem nos momentos certos e bons duetos que remetem aos melhores momentos da NWOBHM. Enriquecendo ainda mais o trabalho, temos em alguns momentos a inserção de partes acústicas por Breno, que além de terem ficado muito bonitas, não soam deslocadas. A parte rítmica brilha, com muita coesão, precisão e técnica, com destaque para as ótimas linhas de baixo de Renato.
O álbum é muito bem equilibrado, não existindo nenhuma música que possa ser considerada descartável. Ainda assim, apesar da homogeneidade, destaques podem e devem ser apontados. “Vampyre” possui alguns elementos Black que podem remeter o ouvinte ao Cradle Of Filth e se destaca pelo belíssimo trabalho das guitarras (com destaque especial para o solo). “Infernorium” prima pela velocidade e por sua intensidade, além é claro, de ótimas melodias. Mais uma vez a dupla Erick/Breno se destaca. “The Elizabethan Dark Moon” é o ponto alto do debut, mesclando melodia e agressividade com perfeição. Bem diversificada, tem a inclusão de passagens acústicas que dão o grande diferencial à mesma. Com a missão de encerrar o trabalho, “Walpurgisnacht” é pesada, agressiva, muito bem trabalhada e possui até mesmo um certo ar gótico, além de partes acústicas muito bem encaixadas.
O único ponto onde cabe uma crítica um pouco mais contundente diz respeito à produção. Gravado no Mr. Prog Studio (Recife/PE), Walpurgisnacht teve produção da própria banda, com mixagem e masterização feitas por Nenel Lucena. Apesar da boa escolha dos timbres, a verdade é que o resultado final ficou um pouco além do necessário em matéria de crueza, além de um pouco abafado. Uma música tão boa necessita de uma produção mais condizente com sua qualidade. Já a bela capa e todo o trabalho de layout foi realizado pelo Deafbird Design Lab.
Equilibrando bem cadência e velocidade, dando prioridade às boas melodias sobre a brutalidade, mas sem abrir mão do peso e da agressividade, o Elizabethan Walpurga estreou com o pé direito, se mostrando uma das bandas mais promissoras do nosso cenário, com potencial claro para em breve, estar entre os principais nomes do Metal no Brasil. É esperar os próximos trabalhos para ver se tal expectativa se confirma.
NOTA: 8,0
Elizabethan Walpurga é:
- Leonardo "Mal'lak" Alcântara (vocal);
- Erick Lira (guitarra);
- Breno Lira (guitarra);
- Renato Matos (baixo);
- Arthur Felipe Lira (bateria).
YouTube
Bandcamp
Nenhum comentário:
Postar um comentário