sábado, 14 de novembro de 2015

Swallow The Sun - Songs from the North I, II & III (2015)




Swallow The Sun - Songs from the North I, II & III (2015)
(Century Media – Importado)

CD1
01. With You Came the Whole of the World's Tears          
02. 10 Silver Bullets  
03. Rooms and Shadows      
04. Heartstrings Shattering   
05. Silhouettes           
06. The Memory of Light     
07. Lost & Catatonic
08. From Happiness to Dust

CD2
01. The Womb of Winter        
02. The Heart of a Cold White Land             
03. Away         
04. Pray for the Winds to Come       
05. Songs from the North       
06. 66°50'N, 28°40'E              
07. Autumn Fire          
08. Before the Summer Dies

CD3
01. The Gathering of Black Moths   
02. 7 Hours Late       
03. Empires of Loneliness       
04. Abandoned by the Light                          
05. The Clouds Prepare for Battle

Um título ninguém tira dos finlandeses do Swallow the Sun, o de ter lançado o trabalho mais ousado de 2015. Songs from the North é um álbum triplo e que supera a marca das 2h30min de duração, o que convenhamos, em tempos de downloads ilegais e consumo quase descartável de música, onde as pessoas compram faixas e não um Cd inteiro, tal opção parece ser um tiro no pé.

Surgido em 2000 e praticando um Melodic Doom/Death Metal, o Swallow The Sun vinha de dois ótimos álbuns, New Moon (09) e Emerald Forest and the Blackbird (12), que ajudaram a elevar a popularidade da banda, e valeram a mesma uma migração da Spinefarm para a Century Media. Aliás, outro ponto ousado aqui, estrear na nova gravadora apostando em um álbum triplo. Tem que ter muita coragem e confiança no seu potencial.

Analisar Songs from the North não é um trabalho simples, não só pela duração do mesmo como pela opção feita pelo sexteto finlandês de criar três álbuns dispares musicalmente entre si (apesar de ter um fio condutor aqui). Sendo assim, optei por fazer rápidas analises de cada um, antes de julgar a obra em sua totalidade. 

Songs from the North I


Aqui temos a continuação natural dos últimos álbuns de estúdio da banda, e encontramos exatamente o esperado do Swallow The Sun. Melodic Doom/Death, arrastado, com clima melancólico, vocais que alternam entre o limpo e o gutural e vai agradar em cheio os fãs de nomes como Anathema, Insomnium ou Amorphis. Temos também alguns vocais femininos que engrandecem ainda mais as composições, que possuem ótimas melodias e são absurdamente cativantes. Os destaques aqui ficam por conta de “With You Came the Whole of the World's Tears”, “Rooms and Shadows”, “Heartstrings Shattering” (essa tem algo de Paradise Lost) e “Lost & Catatonic”. Pesado, agressivo e belo! Individualmente, um dos melhores trabalhos de 2015. NOTA: 9,0

Songs from the North II


Aqui temos certamente o lado mais surpreendente de todo o trabalho. Essa segunda parte é voltada mais para o Goth Rock, recheado de passagens acústicas, influências de Rock Progressivo, vocais e guitarras limpos e todo aquele clima sombrio e melancólico que acostumamos ver na música do Swallow The Sun. Lembram do tal fio condutor que falei existir aqui? Peso, distorção, vocais guturais e coisas afim não têm espaço nessa obra. Das três partes, essa também é a menor, com apenas 42 minutos de duração. Os grandes destaques aqui ficam por conta de “The Heart of a Cold White Land”, “Songs from the North”, “Away” e “Before the Summer Dies”. Uma viagem belíssima por um lado pouco explorado da banda e que, assim como a primeira parte, candidato a um dos melhores álbuns de 2015. NOTA: 9,0

Songs from the North III


Analisar essa terceira parte foi à tarefa mais difícil. Essa dificuldade nem se dá pela qualidade do material apresentado, mas pelo fato de ao chegarmos a esse ponto, já se ter passado mais de 1h40min de audição, e também por não terem focado tanto assim na acessibilidade. Aqui vemos a faceta mais escura do Swallow The Sun, já que nos deparamos com um típico álbum de Funeral Doom, arrastado, pesado, carregado de guturais e com suas 5 músicas variando dos 8 aos 13 minutos de duração. Riffs longos, bateria lenta e repetitiva, e um clima de pesar muito grande vão fazer a alegria dos amantes desse estilo. Destaques para “The Gathering of Black Moths”, “Empires of Loneliness” e “The Clouds Prepare for Battle”. É nítido que o foco aqui não é soar acessível, e sendo assim, é um trabalho que demora mais a cativar o ouvinte. Ainda sim, um álbum poderosíssimo! NOTA: 8,5

No fim das contas, Songs from the North não se mostra só um trabalho ousado, mas também de inegável qualidade. Tendo a melancolia e os climas mais tristes como fio que une as três partes aparentemente dispares, o Swallow The Sun conseguiu mostrar aqui todas as suas personalidades. Vale destacar também o trabalho individual de cada envolvido aqui. Mikko Kotamäki se mostra um dos melhores vocalistas do estilo e impressiona tanto nas linhas mais limpas como nos guturais, dando uma variedade vocal incrível ao álbum, enquanto os guitarristas Juha Raivio e Markus Jämsen despejam uma quantidade de riffs absurda, fazendo um belíssimo trabalho. Matti Honkonen (Baixo) e Juuso Raatikainem (Bateria) forma uma parte rítmica só lida e pesada e o tecladista Aleksi Munter é o principal responsável pela criação do clima triste da música do sexteto.

O que é Songs from the North? Um ato de coragem de uma banda que se encontra em seu auge criativo? Uma atitude estúpida, já que lançar um álbum que ultrapassa às 2h30min de duração nos tempos de hoje, é o mesmo que dizer “não consumam meu produto”? Ou seria apenas um momento de “esquizofrenia” dos finlandeses? Bem, sinceramente, arrisco a primeira opção, já que estamos diante de um álbum amplo, diversificado, rico, e acima de tudo, de inquestionável qualidade.

Não tenha medo, se arrisque, gaste algumas horas do seu dia com a audição desse trabalho, e irá se deparar com um dos melhores álbuns de 2015. Vai valer cada segundo.

NOTA: 9,0

- Mikko Kotamäki (Vocal)
- Juha Raivio (Guitarra)
- Markus Jämsen (Guitarra)
- Matti Honkonen (Baixo)
- Juuso Raatikainem (Bateria)
- Aleksi Munter (teclado)




Um comentário:

  1. Espetacular. Leva um tiempo absorver e entender a obra. Candidato a estar entre os cinco melhores do ano. A reflexão que fica que embora eu seja da velha guarda sou outa otimista quanto ao futuro do metal diferente do que o sinó Genne Simmons acha que o rnr morreu o que morreu pode ter sido a indústria porque o metal esta recheado de bandas ótimas de nível das jurássicas so dar tempo para elas mesmo que fiquem no underground. Salve Enslaved. Amon Amarth. EREB ALTOR. CATTLE DECAPITATION

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