quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Stratovarius – Eternal (2015)




Stratovarius – Eternal (2015)
(Ear Music/Voice Music – Nacional)

01. My Eternal Dream
02. Shine In The Dark
03. Rise Above It
04. Lost Without A Trace
05. Feeding The Fire
06. In My Line Of Work
07. Man In The Mirror
08. Few Are Those
09. Fire In Your Eyes
10. The Lost Saga

Voltemos uns 20 anos atrás. Segunda metade dos anos 90/ início dos anos 2000 e o Power Metal Melódico é provavelmente o estilo mais popular do momento. Bandas e mais bandas lançando trabalhos de qualidade, obtendo boas vendagens e fazendo grande quantidade de shows. Nomes como Rhapsody, Gamma Ray, Edguy, Blind Guardian e Sonata Arctica estão entre os principais nomes do estilo.

Mas dentre todas, um nome se destacava pela qualidade inegável de seus álbuns, os finlandeses do Stratovarius. A maior prova de todo esse talento talvez esteja na sequência incrível de 5 álbuns clássicos em um espaço de apenas 6 anos, Fourth Dimension (95), Episode (96), Visions (97), Destiny (98) e Infinite (00). Infelizmente, desse ponto em diante, assim como o Power Melódico, a banda entrou em uma descendente de qualidade, que culminou com a conturbada saída do seu até então líder, o talentosíssimo (mas altamente problemático) guitarrista Timo Tolkki. Para muita gente, a história da banda acaba aqui.

Mas a verdade é que a carreira seguiu em frente. Matias Kupiainen assumiu o posto de guitarrista e se seguiram a isso Polaris (09), Elysium (11), dois álbuns de qualidade bem discutível e o razoável Nemesis (13), que parecia querer colocar a banda de volta nos trilhos em matéria de qualidade musical. Mantendo a freqüência de lançamentos a cada dois anos, agora chega à vez de Eternal, 15° álbum de estúdio da banda e que tem a função de superar seu antecessor em qualidade. Então a pergunta que se coloca aqui é uma só: Eles conseguiram?

Bem, existem duas formas de se responder essa questão, mas exatamente com a mesma resposta. Nemesis soou como uma boa tentativa de reinvenção, já que procurou sair um pouco daquele clichê virtuosismo/velocidade típico do estilo. A lógica seria dar continuidade a tal proposta de músicas um pouco mais diretas, cadenciadas e com riffs mais pesados, mas por algum motivo, isso simplesmente não ocorre aqui, já que buscam, ao menos em parte, resgatar aquele espírito do período clássico já citado mais acima. Em resumo, a opção foi voltar à repetição do mais do mesmo, por mais que tenham mantido algo do último Cd aqui. Abordando desse ponto de vista, a resposta a pergunta feita é bem clara. Não, Eternal não supera seu antecessor em matéria de qualidade.

Por outro lado, os fãs do Stratovarius querem exatamente isso, um retorno a sonoridade clássica da banda. Sonham com um novo Visions, um novo Infinite. Nesse ponto, não posso negar, o quinteto conseguiu em parte recuperar essa velha energia. Muito disso pode ser responsabilidade do guitarrista Jani Liimatainen, ex-Sonata Arctica, que mesmo não sendo membro da banda, participa do processo de composição das músicas. Para quem não sabe, Jani toca ao lado de Timo Kotipelto e Jens Johansson no Cain’s Offering, que lançou talvez o melhor álbum de Metal Melódico de 2015, Stormcrow, que acaba sendo de importância vital aqui. Muito do clima épico e das melodias presentes em Eternal foram evidentemente “chupadas” desse lançamento, o que certamente vai agradar em cheio aos fãs tradicionalistas da banda. Olhando por esse lado, fica claro que a resposta a ser dada é que sim, Eternal é um álbum superior a Nemesis.

Certamente o ponto mais positivo a respeito da saída de Tolkki da banda foi o fato disso ter aberto a possibilidade real de todos os membros participarem do processo de composição das músicas. Como antes tudo era centrado exageradamente no mesmo, a possibilidade de um material altamente repetitivo era muito maior. Claro que a sensação de Deja Vu vai se fazer presente em diversos momentos aqui, afinal essa foi à opção que o Stratovarius escolheu em Eternal, mas ainda sim isso permite uma diversidade um pouco maior do que o normal as composições. Aponto como destaque aqui “My Eternal Dream”, “Rise Above It”, “Feeding The Fire”, “In My Line Of Work” e a épica “The Lost Saga”, com seus quase 12 minutos e que encerra o álbum.

Se você espera originalidade, certamente não será em Eternal que irá encontrar. Se você não é fã de Metal Melódico, esse também não será o álbum que mudará sua opinião. Agora, se você busca atmosferas épicas, refrões bombásticos, velocidade e muitas melodias, Eternal certamente é um trabalho que irá te agradar em cheio. Do ponto de vista do que os fãs esperam, um trabalho superior a todos os seus antecessores.

NOTA: 7,5

Stratovarius é:

- Timo Kotipelto (Vocal)
- Matias Kupiainen (Guitarra)
- Lauri Porra (Baixo)
- Rolf Pilve (Bateria)
- Jens Johansson (Teclado)


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