Stratovarius
– Eternal (2015)
(Ear
Music/Voice Music – Nacional)
01. My Eternal Dream
02. Shine In The Dark
03. Rise Above It
04. Lost Without A Trace
05. Feeding The Fire
06. In My Line Of Work
07. Man In The Mirror
08. Few Are Those
09. Fire In Your Eyes
10. The Lost Saga
Voltemos uns 20 anos atrás. Segunda
metade dos anos 90/ início dos anos 2000 e o Power Metal Melódico é
provavelmente o estilo mais popular do momento. Bandas e mais bandas lançando
trabalhos de qualidade, obtendo boas vendagens e fazendo grande quantidade de
shows. Nomes como Rhapsody, Gamma Ray, Edguy, Blind Guardian e Sonata Arctica
estão entre os principais nomes do estilo.
Mas dentre todas, um nome se destacava
pela qualidade inegável de seus álbuns, os finlandeses do Stratovarius. A maior
prova de todo esse talento talvez esteja na sequência incrível de 5 álbuns
clássicos em um espaço de apenas 6 anos, Fourth
Dimension (95), Episode (96), Visions (97), Destiny (98) e Infinite (00). Infelizmente, desse ponto
em diante, assim como o Power Melódico, a banda entrou em uma descendente de
qualidade, que culminou com a conturbada saída do seu até então líder, o
talentosíssimo (mas altamente problemático) guitarrista Timo Tolkki. Para muita
gente, a história da banda acaba aqui.
Mas a verdade é que a carreira seguiu em
frente. Matias Kupiainen assumiu o posto de guitarrista e se seguiram a isso Polaris (09), Elysium (11), dois álbuns
de qualidade bem discutível e o razoável Nemesis
(13), que parecia querer colocar a banda de volta nos trilhos em matéria de
qualidade musical. Mantendo a freqüência de lançamentos a cada dois anos, agora
chega à vez de Eternal, 15° álbum de
estúdio da banda e que tem a função de superar seu antecessor em qualidade.
Então a pergunta que se coloca aqui é uma só: Eles conseguiram?
Bem, existem duas formas de se responder
essa questão, mas exatamente com a mesma resposta. Nemesis soou como uma boa
tentativa de reinvenção, já que procurou sair um pouco daquele clichê
virtuosismo/velocidade típico do estilo. A lógica seria dar continuidade a tal
proposta de músicas um pouco mais diretas, cadenciadas e com riffs mais
pesados, mas por algum motivo, isso simplesmente não ocorre aqui, já que
buscam, ao menos em parte, resgatar aquele espírito do período clássico já citado
mais acima. Em resumo, a opção foi voltar à repetição do mais do mesmo, por
mais que tenham mantido algo do último Cd aqui. Abordando desse ponto de vista,
a resposta a pergunta feita é bem clara. Não, Eternal não supera seu antecessor em matéria de qualidade.
Por outro lado, os fãs do Stratovarius
querem exatamente isso, um retorno a sonoridade clássica da banda. Sonham com
um novo Visions, um novo Infinite. Nesse ponto, não posso negar,
o quinteto conseguiu em parte recuperar essa velha energia. Muito disso pode
ser responsabilidade do guitarrista Jani Liimatainen, ex-Sonata Arctica, que
mesmo não sendo membro da banda, participa do processo de composição das
músicas. Para quem não sabe, Jani toca ao lado de Timo Kotipelto e Jens
Johansson no Cain’s Offering, que lançou talvez o melhor álbum de Metal
Melódico de 2015, Stormcrow, que
acaba sendo de importância vital aqui. Muito do clima épico e das melodias
presentes em Eternal foram
evidentemente “chupadas” desse lançamento, o que certamente vai agradar em
cheio aos fãs tradicionalistas da banda. Olhando por esse lado, fica claro que
a resposta a ser dada é que sim, Eternal
é um álbum superior a Nemesis.
Certamente o ponto mais positivo a
respeito da saída de Tolkki da banda foi o fato disso ter aberto a
possibilidade real de todos os membros participarem do processo de composição
das músicas. Como antes tudo era centrado exageradamente no mesmo, a
possibilidade de um material altamente repetitivo era muito maior. Claro que a
sensação de Deja Vu vai se fazer presente em diversos momentos aqui, afinal
essa foi à opção que o Stratovarius escolheu em Eternal, mas ainda sim isso permite uma diversidade um pouco maior
do que o normal as composições. Aponto como destaque aqui “My Eternal Dream”, “Rise Above It”, “Feeding The Fire”, “In My Line Of
Work” e a épica “The Lost Saga”,
com seus quase 12 minutos e que encerra o álbum.
Se você espera originalidade, certamente
não será em Eternal que irá
encontrar. Se você não é fã de Metal Melódico, esse também não será o álbum que
mudará sua opinião. Agora, se você busca atmosferas épicas, refrões
bombásticos, velocidade e muitas melodias, Eternal certamente é um trabalho que
irá te agradar em cheio. Do ponto de vista do que os fãs esperam, um trabalho
superior a todos os seus antecessores.
NOTA:
7,5
Stratovarius
é:
-
Timo Kotipelto (Vocal)
-
Matias Kupiainen (Guitarra)
-
Lauri Porra (Baixo)
-
Rolf Pilve (Bateria)
-
Jens Johansson (Teclado)
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