sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Fast Review – Resenhas rápidas para consumo imediato!



Dragony – Shadowplay (2015)
(Limb Music GmbH – Importado)


2º álbum de estúdio dessa banda austríaca que se envereda pelos caminhos daquele Melodic Power Metal tipicamente europeu. Aqui, absolutamente nada de novo é apresentado, já que a música do Dragony é previsível e clichê até o talo, apesar de inegavelmente muito bem feita. Como curiosidade, esse álbum conta com a participação especial de Zak Stevens (Circle II Circle, ex-Savatage) e com um cover para a canção viral “True Survivor”, de David Hasselhoff (a original, com seu clima tosco, é infinitamente superior). Indicado única e exclusivamente para “fanáticos fanaticamente loucos” pelo estilo e por bandas como Sonata Arctica, Rhapsody Of Fire e Stratovarius. (6,5)



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Sangdragon – Requiem For Apocalypse (2015)
(Wake Up Dead Records – Importado)


Primeiramente, vamos ao fato mais curioso aqui. Requiem For Apocalypse é o álbum de estréia do grupo francês Sangdragon, mas é também o álbum que fecha uma trilogia. Loucura? Bem, vou explicar. Dark Opera of the Ancient War Spirit, primeira parte dessa obra, foi lançada no distante ano de 1994 através da banda Daemonioum e a segunda, Divine Symphonies, em 1995 pelo Akhenaton, ambas One Man Bands que tinham como mentor o francês Vincent Urbain, ou melhor, Lord Vincent Akhenaton. 20 anos depois, o mesmo resolveu se cercar de músicos competentes e encerrar sua obra através do Sangdragon. Aqui você irá encontrar um Symphonic Black/Death Metal de respeito, com riffs pesados, boa dose de complexidade, clima épico, além de grande diversificação sonora, graças aos ótimos coros, passagens atmosféricas e outras tipicamente medievais. Um álbum surpreendente e que nos faz desejar que, ao contrario dos demais projetos, Vincent dê continuidade a esse com outros lançamentos. (8,5)



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Maya – The Prophecy Is Broken (2015)
(Underground Symphony – Importado)


Esse álbum marca a estréia do Maya, grupo oriundo da Itália e que aposta em um Progressive Metal com toques interessantes de Symphonic, algo que as bandas italianas fazem com competência. Para os que querem se situar, as maiores referências aqui seriam Dream Theater, Royal Hunt e Symphony X, nomes que virão imediatamente a cabeça durante a audição do trabalho. Apesar de esbanjarem técnica e virtuosismo, o fazem na medida certa, gerando uma música coesa, equilibrada e pesada, mas com boas melodias. Destaque para o teclado, que se faz bem presente em todas as faixas, mas sem soar exagerado em momento algum. A título informativo, esse trabalho é conceitual e aborda os Maias e sua profecia sobre o fim do mundo. Falta um pouco de originalidade, mas esbanja criatividade. Mais um nome promissor vindo da Itália. (7,5)



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The Arisen – Rising Time (2015) (EP)
(Independente – Importado)


Surgido no ano de 2014, o francês The Arisen estréia com esse EP apostando em um Progressive Death Metal de qualidade. Aqui vamos encontrar todas as qualidades de um bom trabalho do estilo, como grande técnica, dose relativa de complexidade nas canções, que por sinal são muito bem trabalhadas, brutalidade, extremismo e principalmente, muita diversificação, principalmente por parte da bateria, o que evita que esse se torne um álbum cansativo. Um trabalho indicado para fãs de bandas como Cynic e Death. Vale a pena ficar de olho no The Arisen daqui para frente. (8,0)



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Tankrust – The Fast Of Solace (2015)
(Independente – Importado)


E aqui vamos para mais uma banda oriunda da França. O Tankrust já possuiu um EP em sua discografia e agora surge com seu primeiro álbum completo de estúdio. Aqui você vai se deparar com um Thrash/Death de respeito, com bons toques de Hardcore, pesado, agressivo, enérgico e empolgante. A sonoridade não soa datada, pois possui uma dose de modernidade que vai agradar em cheio a fãs de bandas como o Machine Head atual e demais nessa linha. Se você aparecia o estilo e quer, além de conhecer um novo nome, escutar um álbum agressivo e variado, The Fast Of Solace é uma sugestão que lhe dou. (8,0)



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Circle II Circle – Reign Of Terror (2015)
 (earMUSIC – Importado)


Eis que a banda de Zak Stevens, que marcou época frente ao Savatage, chega a seu 7° álbum de estúdio. Bem, que acompanha a carreira do Circle II Circle, sabe bem o que esperar aqui, ou seja, Progressive Power Metal, que em muitos momentos remete ao que o Savatage fez em trabalhos como Edge Of Thorns ou Handful of Rain, mas com uma pegada mais atual. É ruim? De forma alguma, mas também passa longe do que o vocalista fez com sua ex-banda. Em resumo, um trabalho previsível como todos os anteriores que o CIIC lançou. Ainda sim, vale destacar o trabalho irrepreensível de Zak nos vocais e alguns bons momentos onde o peso dá a tona. Ainda sim, faltam as músicas aqueles momentos marcantes que o Savatage possuía de sobra. Mais um bom álbum e só. (7,0)



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Battalion – Tyrant of Evil (2015) (EP)




Battalion – Tyrant of Evil (2015) (EP)
(Kill Again Records – Nacional)

01. Tyrant of Evil
02. Hell Razor
03. Battalion of Metal
04. Valley of the Dead
05. Fighting for the Glory
06. Final Battle
07. Soldiers from the Shadows

Vindo de Itajaí/SC, o Battalion é um dos nomes mais legais surgidos no Brasil nesses últimos anos. Fazendo um som enérgico, honesto e oitentista até o talo, chamaram a atenção pelo seu ótimo debut, Empire Of The Dead, lançado em 2013 e agora resurgem na cena com esse EP, composto de duas faixas inéditas e a demo Battalion (07) de bônus (inclusive, algumas deixas faixas estão presentes em seu álbum de estréia).

Aqui não tem erro, pois temos aquela mescla já conhecida de NWOBHM, Speed e Thrash Metal que marcou a estréia, carregada de energia, agressividade, velocidade, com os vocais marcantes de Marcelo Fagundes (que também faz um belo trabalho no Baixo), riffs pesados e bons solos de Álvaro Santana, além de uma bateria firme e pesada a cargo de Fabiano Barbosa. Nada tem muito polimento e encontramos uma agradável crueza, algo que soa até refrescante meio a música muitas vezes plastificada que escutamos hoje. E o melhor de tudo, nada aqui soa forçado, pois a paixão pelo estilo fica evidente a cada nota tocada.

Sinceramente, em um trabalho tão legal assim, fica até complicado destacar faixas sem acabar soando injusto. Ainda sim, vamos lá. Desafio você, prezado leitor, a escutar músicas como “Tyrant of Evil”, “Hell Razor”, “Battalion of Metal”, “Fighting for the Glory” ou “Final Battle” e não sair batendo cabeça pela sala, com direito a entrar em um mosh imaginário.

A produção aqui é obviamente crua, já que a música do Battalion pede obrigatoriamente isso e ficou por conta de André Fabian (Steel Warrior, Fuzilador, Frade Negro). Vai remeter diretamente a produções oitentistas, assim como também a capa desse trabalho, novamente obra do baterista Fabiano Barbosa. Levando o ouvinte a mergulhar em uma verdadeira viagem no tempo, o Battalion nos transporta novamente a década de 80, sem precisar inventar e fazendo o básico que muitas bandas por ai simplesmente esqueceram como fazer. Um álbum desses para você colocar o volume no talo e ficar sem pescoço!

NOTA: 9,0

Battalion é:

- Marcelo Fagundes (Vocal/Baixo)
- Álvaro Santana (Guitarra)
- Fabiano Barbosa (Bateria)




quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Furia Louca - On The Croup Of The Sinner, Pt. 2 (2015)




Furia Louca - On The Croup Of The Sinner, Pt. 2 (2015)
(Voice Music – Nacional)

01. The Criminal Novel
02. Love You At Pieces
03. Rock Fever
04. Heart Mind And Soul
05. On The Croup Of The Sinner
06. Cohatrac City
07. Wild Horse Sitting Bull
08. Junkie To The Noise
09. Smiling Cat
10. Back To The Outer Space

O Hard Rock, principalmente naquela linha mais Glam que fez sucesso em meados dos anos 80, nunca esteve entre os estilos mais populares no Brasil. Prova disso e que por muito tempo não tivemos bandas de qualidade apostando em tal vertente. Mas ao que tudo indica isso vem mudando nos últimos anos e o Maranhão parece ser um dos epicentros de tal fato, já que de lá vieram o Purpura Ink e o Fúria Louca.

Para quem não sabe, o debut do Fúria Louca, On The Croup Of The Sinner (13), é um dos álbuns mais legais do estilo já lançados no Brasil e tal fato inevitavelmente criou uma grande expectativa pelo seu sucessor. Saca aquele conhecido desafio do segundo álbum que toda banda passa quando têm um grande trabalho de estréia? Então.

Aqui encontramos aquele Hard/Glam/Sleaze carregado de energia e sujeira, pesado, agressivo, mas que não abre mão das melodias grudentas que acabam por dar acessibilidade ao seu som. Escutar On The Croup Of The Sinner Pt2 é mergulhar em um túnel do tempo e se sentir em plena Sunset dos anos 80, com todo aquele clima de festa. Durante a audição nos deparamos com excelentes vocais e backings, ótimos riffs de guitarra (além de bons solos) e uma parte rítmica que se não esbanja técnica (até porque isso se faz desnecessário), se mostra afiada e precisa.

Isso significa que estamos diante de um trabalho tão bom quanto o debut? Olha, falo isso sem demérito algum a banda, mas igualar o álbum de estréia, a meu ver, era tarefa impossível. Sendo assim, On The Croup Of The Sinner Pt2 está um pouco abaixo do mesmo, talvez muito pelo fato de que as 10 canções aqui presentes façam parte de uma Demo lançada em 2012, ou seja, são músicas anteriores a ele.  Mas isso de forma alguma significa que esse não seja um trabalho empolgante, apesar de ter faltado um pouco mais de “cola” nos refrães (algo que o trabalho seguinte, ou melhor, anterior, tinha de sobra), que são um pouco menos impactantes e não grudam já de cara em sua cabeça. Esse foi certamente um dos pontos fortes da primeira parte desse trabalho, mas que ficam devendo um pouco aqui.

Ainda sim, desafio qualquer um que curta o estilo a não se empolgar com músicas como “The Criminal Novel”, “Rock Fever”, “On The Croup Of The Sinner”, “Cohatrac City” (a única cantada em português), “Wild Horse Sitting Bull” e “Junkie To The Noise”.

A produção, a cargo da própria banda, ficou em um nível superior ao debut, deixando tudo audível, limpo, mas sem exageros, já que nesse estilo se faz necessário uma dose de sujeira, que se faz bem presente aqui. Já a capa é novamente obra de Ronilson Freire, trazendo o mascote da banda, Ella. Soando natural, pesado, agressivo, sujo, mas com generosas doses de melodia, On The Croup Of The Sinner Pt2 pode até não ser superior ao debut, mas ainda sim é um dos melhores trabalhos nacionais de 2015. Coloque o volume no talo e se divirta!

NOTA: 8,5

Fúria Louca é:

- Henrique Sugmyama (Vocal)
- Hugão Away (Guitarra)
- Allex Kyel (Guitarra)
- Tiago Guinevere (Baixo)
- Ronaldo "The Truck" Lisboa (Bateria)