Fabiano
Negri - Maybe we'll have a good time...for the last time (2015)
(Independente
– Nacional)
01. For the last time
02. Real Woman
03. Spaceship
04. Any blessing on my soul
05. Back to Hell
06. Beauty
07. The Fall
08. Closing credits
09. Hey
10. In a different way
11. Potsdamer Platz
12. Enemies
O mundo da música não é lá dos mais justos e muitas
vezes, músicos de grande talento acabam não recebendo o valor que os é devido.
Em contrapartida, vemos muitos por ai sem lá muitos talentos, mas que conseguem
obter grande repercussão, graças ao marketing bem feito por gravadoras, dentre outras
motivações não lá muito nobres. Fabiano Negri se encaixa no primeiro exemplo.
Acompanho sua carreira desde os tempos do finado Rei Lagarto, banda de Hard
Rock oriunda de Campinas/SP e nunca consegui compreender muito bem o porquê de
não receber o reconhecimento merecido.
Multi-instrumentista, Vocalista (com V maiúsculo
mesmo), músico de inegável talento, Maybe
we'll have a good time...for the last time é seu segundo trabalho solo e
vem para suceder A Pratical Guide To
Throwing Money Away (10). O que mais impressiona aqui é o tamanho do
ecletismo de Nergri, já que a variedade musical presente é imensa, partindo do
Classic Rock e passando por estilos como Hard, Rock, Progressivo, Pop, Soul
(com aquele ar típico dos artistas da Motown) e Funk (o de James Brown, George
Clinton e Cia, ok?). Costumo brincar que existem Vocalistas e existem
vocalistas. Esses últimos, por mais que em diversos casos possuam talento,
dificilmente conseguem cantar qualquer coisa fora do espectro do Rock/Metal. Já
nesse primeiro grupo, do qual Fabiano faz parte, entram aqueles que conseguem
ir muito além e cantar praticamente tudo que quiserem, pois não limitam seu
gosto e principalmente suas influências. Quem disse que um vocalista do meio do
Rock/Metal não pode admirar tanto um Robert Plant, um Glenn Hughes e um Ian
Gillan, como também um Marvin Gaye ou os já citados artistas da Motown?
Aqui Fabiano (que além de cantar, foi o guitarrista)
se faz acompanhado durante todo álbum por Ricardo Palma (Baixo) e Elthon Dias
(Bateria), mas também conta com maiores ou menores participações de Wagner
Barducci (Teclado), Marcelo Pereira (Percussão), James Twin (Guitarra, ex-Rei
Lagarto) e Caroline Blumer (Backing Vocals em uma das faixas). Apesar da
variedade musical, o álbum é extremamente coeso e possui uma identidade bem
forte, com ótimos arranjos e harmonias, sendo agradabilíssimo de ouvir. É
daqueles que você pode colocar no repeat e deixar rodar por tempo indeterminado
(nesse momento devo estar escutando ele pela 5ª ou 6ª vez consecutiva), pois
não existe chance dele se tornar enjoativo. As minhas preferidas e que destaco
aqui são a empolgante faixa de abertura “For
the last time” (que refrão grudento), “Real
Woman”, “Any blessing on my soul”
(outra de refrão fácil), “Back to Hell”,
a belíssima “Beauty” (uma das faixas
“solo”, com Fabiano cantando e tocando piano), “The Fall”, “Hey”, a densa “Potsdamer
Platz” e “Enemies”, bem definida
no release escrito pelo renomado jornalista, músico e crítico musical Antonio
Carlos Monteiro, como o “momento Prince” de Fabiano, já que ele tocou todos os
instrumentos.
Maybe we'll have a good time...for the last time foi
produzido por Fabiano e Ricardo Palma, e teve a parte gráfica feita por Ben Ami
Scopinho. Tudo muito bem feito e de alta qualidade. Coeso, elegante e original,
Fabiano Negri lançou um álbum que entra facilmente entre os melhores lançados
no Brasil nesse ano de 2015. Simplesmente obrigatório na coleção daqueles que
entendem que música de qualidade vai muito além do Metal.
NOTA:
9,0
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