quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Fabiano Negri - Maybe we'll have a good time...for the last time (2015)



Fabiano Negri - Maybe we'll have a good time...for the last time (2015)
(Independente – Nacional)

01. For the last time
02. Real Woman
03. Spaceship
04. Any blessing on my soul
05. Back to Hell
06. Beauty
07. The Fall
08. Closing credits
09. Hey
10. In a different way
11. Potsdamer Platz
12. Enemies

O mundo da música não é lá dos mais justos e muitas vezes, músicos de grande talento acabam não recebendo o valor que os é devido. Em contrapartida, vemos muitos por ai sem lá muitos talentos, mas que conseguem obter grande repercussão, graças ao marketing bem feito por gravadoras, dentre outras motivações não lá muito nobres. Fabiano Negri se encaixa no primeiro exemplo. Acompanho sua carreira desde os tempos do finado Rei Lagarto, banda de Hard Rock oriunda de Campinas/SP e nunca consegui compreender muito bem o porquê de não receber o reconhecimento merecido.

Multi-instrumentista, Vocalista (com V maiúsculo mesmo), músico de inegável talento, Maybe we'll have a good time...for the last time é seu segundo trabalho solo e vem para suceder A Pratical Guide To Throwing Money Away (10). O que mais impressiona aqui é o tamanho do ecletismo de Nergri, já que a variedade musical presente é imensa, partindo do Classic Rock e passando por estilos como Hard, Rock, Progressivo, Pop, Soul (com aquele ar típico dos artistas da Motown) e Funk (o de James Brown, George Clinton e Cia, ok?). Costumo brincar que existem Vocalistas e existem vocalistas. Esses últimos, por mais que em diversos casos possuam talento, dificilmente conseguem cantar qualquer coisa fora do espectro do Rock/Metal. Já nesse primeiro grupo, do qual Fabiano faz parte, entram aqueles que conseguem ir muito além e cantar praticamente tudo que quiserem, pois não limitam seu gosto e principalmente suas influências. Quem disse que um vocalista do meio do Rock/Metal não pode admirar tanto um Robert Plant, um Glenn Hughes e um Ian Gillan, como também um Marvin Gaye ou os já citados artistas da Motown?

Aqui Fabiano (que além de cantar, foi o guitarrista) se faz acompanhado durante todo álbum por Ricardo Palma (Baixo) e Elthon Dias (Bateria), mas também conta com maiores ou menores participações de Wagner Barducci (Teclado), Marcelo Pereira (Percussão), James Twin (Guitarra, ex-Rei Lagarto) e Caroline Blumer (Backing Vocals em uma das faixas). Apesar da variedade musical, o álbum é extremamente coeso e possui uma identidade bem forte, com ótimos arranjos e harmonias, sendo agradabilíssimo de ouvir. É daqueles que você pode colocar no repeat e deixar rodar por tempo indeterminado (nesse momento devo estar escutando ele pela 5ª ou 6ª vez consecutiva), pois não existe chance dele se tornar enjoativo. As minhas preferidas e que destaco aqui são a empolgante faixa de abertura “For the last time” (que refrão grudento), “Real Woman”, “Any blessing on my soul” (outra de refrão fácil), “Back to Hell”, a belíssima “Beauty” (uma das faixas “solo”, com Fabiano cantando e tocando piano), “The Fall”, “Hey”, a densa “Potsdamer Platz” e “Enemies”, bem definida no release escrito pelo renomado jornalista, músico e crítico musical Antonio Carlos Monteiro, como o “momento Prince” de Fabiano, já que ele tocou todos os instrumentos.

Maybe we'll have a good time...for the last time foi produzido por Fabiano e Ricardo Palma, e teve a parte gráfica feita por Ben Ami Scopinho. Tudo muito bem feito e de alta qualidade. Coeso, elegante e original, Fabiano Negri lançou um álbum que entra facilmente entre os melhores lançados no Brasil nesse ano de 2015. Simplesmente obrigatório na coleção daqueles que entendem que música de qualidade vai muito além do Metal.

NOTA: 9,0




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