Listas têm a capacidade impar de
gerar grandes polêmicas. Qualquer Top 10 alguma coisa é capaz de despertar
paixões inflamadas e discussões acaloradas. Perdemos a razão e falamos com a
emoção. Muitos até questionam a necessidades de tal artifício.
2014 passou, ótimos álbuns foram
lançados e as listas andam pipocando por ai. Antes de tudo, você, leitor do A
Música Continua a Mesma, deve ter em mente uma coisa muito simples. Essa é uma
lista pessoal (como toda e qualquer outra desse tipo), que abarca o meu gosto e
tudo que tive oportunidade de ouvir esse ano. O fato de um álbum não entrar
aqui, não significa que o mesmo não possua qualidade ou que esteja em um
patamar inferior a um dos 10 aqui listados. Significa apenas que no que tange
meu gosto pessoal, estes me agradaram mais ou que simplesmente não tive a
oportunidade de ouvi-lo.
E você? Concorda? Discorda? Qual
a sua lista? Aqui vai a minha!
Após o falecimento de seu vocalista,
Fabio Frazão, o futuro dos paulistanos do Pray For Mercy se tornou uma
incógnita. Pois bem, qualquer duvida que pairasse sobre a banda deixou de
existir com In Absentia. Deathcore brutal, violento, moderno, com momentos que
beiram o Grindcore e orquestrações que podem remeter a bandas de Black
Sinfônico. Simplesmente infernal (no melhor sentido da palavra)!
Se os curitibanos já haviam
surpreendido com seu debut, Eyes of Sand, esse segundo álbum veio para
consolidar de vez todo potencial demonstrado na estréia. Trafegando com uma
desenvoltura absurda entre o Metal Tradicional, o Power Metal e o Progressivo e
temperando tudo isso com influências de musica oriental e regionalismos
tipicamente nacionais, o Kattah presenteou a todos com um dos álbuns mais
agradáveis e interessantes de 2014.
Com mais de 30 anos de carreira,
o Korzus não necessita de apresentações. Um dos maiores ícones do Metal
nacional, retornou após um hiato de 4 anos com um dos grandes álbuns de Thrash do
ano de 2014, pesado, agressivo e ríspido. Com uma capacidade ímpar de soar
moderno, mas sem deixar o passado de lado, Legion é uma aula de Thrash Metal e
vai te fazer bater cabeça sem sequer perceber.
O Project46 é uma das principais
bandas da nova geração do Heavy Metal no Brasil. Praticando um som moderno,
pesado e de uma brutalidade impar, apresentaram um trabalho que certamente irá
chocar os mais desavisados, tamanho o nível de violência. Desferindo uma
porrada atrás da outra, Que Seja Feita Nossa Vontade coloca o Project46 entre
as melhores bandas de Metal do país. Esmagador!
Um dos maiores expoentes do Metal
extremo no Brasil, o Amen Corner surgiu com um álbum simplesmente destruidor.
Mantendo aquela sonoridade que marcou sua carreira, ou seja, um Black/Death
cadenciado, pesado e agressivo, mostrou porque é uma referência quando falamos
de bandas do estilo no Brasil. Obrigatório!
Verdadeira instituição da música
pesada brasileira, o Ratos de Porão voltou após um hiato de 8 anos sem álbuns
de estúdio. E que retorno! Avassalador, destruidor e brutal são pouco para
definir Século Sinistro.
Uma das principais bandas da nova
geração do Metal nacional, o mineiro Uganga retornou com mais um grande álbum.
Apresentando uma sonoridade que transita entre o Thrash, o Groove e o Hardcore,
com ótimas letras em português, mais uma vez se recusaram a limitar sua
sonoridade e a se prender a dogmas toscos sobre o que pode ou não ser feito em
se tratando de Metal. Mais maduro e criativo do que nunca, o Uganga lançou um
dos grandes álbuns não só do Metal nacional, como também do mundial em 2014.
Trabalho conceitual e uma
verdadeira aula de história do Brasil (conta a história de Mandu Ladino, índio Arani que liderou a
Revolta de Mandu Ladino (1712-1719)), o álbum de estréia do Voodoopriest é
também uma aula de Death/Thrash. Furioso, brutal, enérgico e contando com a
competência de sempre do grande Vitor Rodrigues, Mandu é impiedoso e empolgante
e vai deixar qualquer um com torcicolo, de tanto bater cabeça. Metal de
altíssimo nível “Made in Brasil”!
Simplesmente surpreendente. O
Tellus Terror é para mim a grande revelação não só do Metal nacional, como do
mundial no ano de 2014. Seu som é de difícil definição e a banda se rotula como
MMS (Mixed Metal Styles). O que poderia soar pretensioso se mostra perfeito
para explicar a sonoridade dos cariocas. Black, Death, Thrash, Grindcore, Ghotic, Doom,
dentre outras influências, se unem para formar uma música única, carregada de
criatividade e identidade. Um dos grandes álbuns do Metal mundial no ano de
2014. Ousado e original!
Eis um disco que certamente
causará discussões por estar aqui. Banda oriunda de Brasília, o Dynahead
pratica um Metal absurdamente experimental, misturando no mesmo caldeirão Djent,
Thrash, MPB, Bossa Nova, Jazz, dentre outros. Se não é um som fácil mesmo para
aqueles que possuem a mente mais aberta para a música, imaginem para os que têm
um gosto mais tradicional. O sucessor de Chordata I (outro belo trabalho,
lançado em 2013) e com o qual forma um trabalho conceitual sobre a origem da
vida, é carregado de personalidade e originalidade, como toda a discografia do
Dynahead.
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