quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Blind Guardian - Beyond the Red Mirror (2015)




Blind Guardian - Beyond the Red Mirror (2015)
(Nuclear Blast - Importado)

01. The Ninth Wave
02. Twilight of the Gods
03. Prophecies
04. At the Edge of Time
05. Ashes of Eternity
06. The Holy Grail
07. The Throne
08. Sacred Mind
09. Miracle Machine
10. Grand Parade

Lá se vão quase 30 anos de carreira. Nesse tempo, o Blind Guardian foi, álbum a álbum, acrescentando novas influências e transformando o Speed/Power Metal do início da carreira naquilo que hoje podemos definir como um Power/Prog Sinfônico. Durante essa caminhada, muitos acabaram por deixar a banda de lado, acusando a mesma te ter perdido a pegada e ter tornado seu som artificial. Ao mesmo tempo muitos outros a abraçaram com paixão, alegando que a sonoridade da banda se tornou mais densa e impactante. Existem também aqueles como o meu, que gostam de ambas as fases e entendem que muitas vezes, para um músico, nada é pior do que a estagnação. A única coisa certa aqui é que o Blind Guardian de Beyond the Red Mirror pouco tem a ver com o de Somewhere Far Beyond (92) e Imaginations from the Other Side (95), talvez seus dois álbuns mais cultuados ou mesmo com o de Nightfall in Middle-Earth (98).
Bem, aqueles que curtem a fase Speed/Power da banda certamente passarão batidos pelo 10° álbum de estúdio dos alemães. Por mais que esses desaprovem, o Blind Guardian é sempre uma banda em evolução, palavra essa que soa em muitos momentos como uma ofensa quando se trata de Heavy Metal e suas subdivisões. Para esses, Beyond the Red Mirror é uma grande decepção. Musicas longas, coros clássicos e orquestrações em abundância (foram utilizados 3 coros e duas orquestras de 90 membros cada) e nada daquela urgência e peso da primeira fase da carreira dos alemães. Hoje é assim que a banda soa e esse processo é irreversível. Ou se aceita esse fato (o que ninguém é obrigado) ou vivesse de escutar os Cd’s antigos (o que todos nós podemos fazer).
Esse é um álbum conceitual que de certa forma, continua a história vivida pelo protagonista das músicas “Bright Eyes” e “And the Story Ends”, presentes no já citado Imaginations from the Other Side. Talvez por isso alguns fãs alimentaram uma esperança de que o Blind Guardian pudesse retornar a seu som de outrora. Por mais que em alguns momentos possamos observar algo aqui ou ali que nos remeta ao álbum citado, esses são breves. Talvez “The Holy Grail” possa remeter alguns ouvintes a essa fase com sua pegada mais direta. Em contrapartida, os momentos orquestrais abundam durante os mais de 60 minutos de duração de Beyond the Red Mirror. Desde a abertura bombástica, com “The Ninth Wave” até o encerramento com “Grand Parade”, uma das melhores músicas da fase atual da banda, o ouvinte irá encontrar um Metal Sinfônico de qualidade única e excepcional, com ótimas orquestrações, coros clássicos simplesmente magníficos e que em muitas vezes acabam por sobrepujar o peso das guitarras, como na fantástica “At the Edge of Time”, uma quase Opereta. Claro que o Metal se faz presente aqui, com uma pegada mais progressiva na maior parte do tempo, esbarrando levemente no Classic Rock em outras (escute com atenção e pescara algo de Uriah Heep e principalmente Queen em diversos momentos), guitarras virtuosas e que despejam alguns ótimos riffs, bateria tão precisa quanto um relógio suíço e os vocais únicos e épicos de Hansi Kürsch. Os grandes destaques aqui além das já citadas “The Ninth Wave”, “Grand Parade” e “At the Edge of Time”, são “Twilight of the Gods”, “Ashes of Eternity” e a balada “Miracle Machine”, que certamente irá remeter o ouvinte ao Queen.
A produção, mixagem e masterização, mais uma vez a cargo de Charlie Bauerfeind, não é menos que perfeita, assim como a capa, a cargo do colombiano Felipe Machado Franco é candidata a uma das mais belas do ano. Beyond the Red Mirror é um álbum que, com toda razão, irá causar opiniões radicalmente opostas. Megalomaníaco de berço, vai desagradar todos aqueles que curtem um Blind Guardian mais direto e pesado, mas irá levar aos céus aqueles que gostam dessa proposta cada vez mais sinfônica adotada pelos alemães. Como me encaixo muito mais nesse segundo grupo do que no primeiro, minha avaliação será positiva.

NOTA: 9,0





2 comentários:

  1. Excelente. Também fui levado aos céus nesse álbum, especialmente no solo da Grand Parade. Uma nota ali foi colocada por anjos.

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  2. Boa! Também fui levado aos céus nesse álbum, especialmente no solo de Grand Parade, uma nota ali foi colocada por anjos!

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