Melyra
– Catch Me If You Can (2014) (EP)
(Independente
– Nacional)
01. Beyond Good and Evil
02. Nightmare # 1
03. Silence
04. Catch Me If You Can
05. Fly
06. Trip to Hell
O Rock/Metal, historicamente, sempre foi
um meio machista e misógino. Obstante nomes como The Runaways, Girlschool, Suzi
Quatro, Heart, Lita Ford ou Doro (só para ficar nesses exemplos), as mulheres
sempre eram vistas mais como bibelôs, enfeites, sendo os nomes citados,
exceções de uma regra. Metal não era para mulheres, diziam alguns. Felizmente,
nas últimas duas décadas esse panorama começou a se transforma profundamente,
já que a presença feminina no meio aumentou de forma considerável. Ainda sim,
infelizmente, certos comentários machistas são feitos contra algumas bandas que
contam com mulheres em sua formação, normalmente ligando alguma conquista musical
das mesmas a certos favores.
O Melyra é um quinteto carioca, surgido
no ano de 2012, formado exclusivamente por mulheres e que pratica um Metal
Tradicional com toques de Hard Rock muitíssimo interessante. Musicalmente aqui
não vemos absolutamente nada de novo com relação ao estilo adotado, já que fica
bem evidente a influência de bandas inglesas como Judas Priest e Iron Maiden em
seu som, mas o que poderia soar como puro clichê, acaba tomando uma forma muito
interessante nas mãos das meninas. A vocalista Mariana Figueiredo se mostra
acima da média e principalmente, com um timbre de voz muito agradável aos
ouvidos, enquanto a dupla de guitarristas, Maria Fernanda Calls (substituída
recentemente por Alyne Carloto) e Fernanda Schenker, despejam riffs fortíssimos
e marcantes, além de solos cheios de melodia. Já a parte rítmica, composta pela
baixista Helena Accioly e a baterista Ana de Ferreira, mostra ótima técnica,
solidez, coesão e uma capacidade absurda de imprimir peso ao som do Melyra.
Vale destacar também aqui os ótimos backing vocals presentes, com direito
inclusive a uns guturais muito interessantes e a capacidade absurda que elas
possuem de forjar refrãos grudentos. Cabe até a pergunta aqui. Meninas, vocês
usam Superbonder para compor os mesmos? Porque olha, estão a dias bem fixados
na minha cabeça. Você que está lendo não acredita no que eu digo? Experimente
escutar então “Nightmare # 1”, “Silence”,
“Catch Me If You Can” (esse então, o refrão mais grudento que escuto em
muito tempo) ou a bela balada “Fly” e
tente esquecer os mesmos. Duvido que você não vá sair cantarolando os mesmos
depois da primeira audição.
A produção, a cargo de Celo Oliveira,
ficou boa e conseguiu deixar tudo limpo, claro, pesado e dar um ar atual a
sonoridade oitentista do Melyra. Decididamente, Catch Me If You Can é um trabalho surpreendente. Ai o
“machista misógino” que estiver lendo isso, certamente vai pensar que a
surpresa se dá pelo fato de algo tão bom vir de uma banda formada por 5
mulheres. Não sua toupeira, até porque não existe diferença entre mulher e
homem quando o assunto é fazer algo com competência. O surpreendente aqui é uma
banda com tão pouco tempo de estrada já apresentar tal nível de maturidade em
seu trabalho de estréia, a ponto de me deixar ansioso por um álbum completo.
E por favor, que ele venha logo!
NOTA:
8,5
Nenhum comentário:
Postar um comentário