terça-feira, 21 de julho de 2015

Melyra – Catch Me If You Can (2014) (EP)




Melyra – Catch Me If You Can (2014) (EP)
(Independente – Nacional)

01. Beyond Good and Evil 
02. Nightmare # 1 
03. Silence 
04. Catch Me If You Can 
05. Fly 
06. Trip to Hell

O Rock/Metal, historicamente, sempre foi um meio machista e misógino. Obstante nomes como The Runaways, Girlschool, Suzi Quatro, Heart, Lita Ford ou Doro (só para ficar nesses exemplos), as mulheres sempre eram vistas mais como bibelôs, enfeites, sendo os nomes citados, exceções de uma regra. Metal não era para mulheres, diziam alguns. Felizmente, nas últimas duas décadas esse panorama começou a se transforma profundamente, já que a presença feminina no meio aumentou de forma considerável. Ainda sim, infelizmente, certos comentários machistas são feitos contra algumas bandas que contam com mulheres em sua formação, normalmente ligando alguma conquista musical das mesmas a certos favores.

O Melyra é um quinteto carioca, surgido no ano de 2012, formado exclusivamente por mulheres e que pratica um Metal Tradicional com toques de Hard Rock muitíssimo interessante. Musicalmente aqui não vemos absolutamente nada de novo com relação ao estilo adotado, já que fica bem evidente a influência de bandas inglesas como Judas Priest e Iron Maiden em seu som, mas o que poderia soar como puro clichê, acaba tomando uma forma muito interessante nas mãos das meninas. A vocalista Mariana Figueiredo se mostra acima da média e principalmente, com um timbre de voz muito agradável aos ouvidos, enquanto a dupla de guitarristas, Maria Fernanda Calls (substituída recentemente por Alyne Carloto) e Fernanda Schenker, despejam riffs fortíssimos e marcantes, além de solos cheios de melodia. Já a parte rítmica, composta pela baixista Helena Accioly e a baterista Ana de Ferreira, mostra ótima técnica, solidez, coesão e uma capacidade absurda de imprimir peso ao som do Melyra. Vale destacar também aqui os ótimos backing vocals presentes, com direito inclusive a uns guturais muito interessantes e a capacidade absurda que elas possuem de forjar refrãos grudentos. Cabe até a pergunta aqui. Meninas, vocês usam Superbonder para compor os mesmos? Porque olha, estão a dias bem fixados na minha cabeça. Você que está lendo não acredita no que eu digo? Experimente escutar então “Nightmare # 1”, “Silence”, “Catch Me If You Can” (esse então, o refrão mais grudento que escuto em muito tempo) ou a bela balada “Fly” e tente esquecer os mesmos. Duvido que você não vá sair cantarolando os mesmos depois da primeira audição.

A produção, a cargo de Celo Oliveira, ficou boa e conseguiu deixar tudo limpo, claro, pesado e dar um ar atual a sonoridade oitentista do Melyra. Decididamente, Catch Me If You Can é um trabalho surpreendente. Ai o “machista misógino” que estiver lendo isso, certamente vai pensar que a surpresa se dá pelo fato de algo tão bom vir de uma banda formada por 5 mulheres. Não sua toupeira, até porque não existe diferença entre mulher e homem quando o assunto é fazer algo com competência. O surpreendente aqui é uma banda com tão pouco tempo de estrada já apresentar tal nível de maturidade em seu trabalho de estréia, a ponto de me deixar ansioso por um álbum completo.

E por favor, que ele venha logo!

NOTA: 8,5




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