Seu
Juvenal – Rock Errado (2015)
(Sapólio
Rádio – Nacional)
LADO A
01. Homem Analógico
02. Free Ordinária
03. Antropofagia Disfarçada
04. Asfalto
05. Louva-A-Deus
LADO B
01. Um Dia de Fúria
02. Rock Errado
03. Moleque Dissonante
04. A Chuva Não Cai
05. Burca
O nome da banda e do álbum podem fazer
você pensar que o grupo mineiro surgido em Uberaba há quase 20 anos e hoje radicado
em Ouro Preto, se trate de uma dessas formações de Rock engraçadinho que vira e
mexe surgem por ai. Mas ai você pega o vinil (sim, esse trabalho está saindo em
vinil) e olha a bela capa elaborada por Dinho Bento e percebe que a coisa não é
bem assim. E apesar de não ser um nome muito conhecido nacionalmente, esse já é
o 3º trabalho do Seu Juvenal.
Então você coloca o “bolachão” para
rodar e acaba tendo uma dessas surpresas positivas. Tentei encontrar uma forma
de definir aqui a música praticada pelo Seu Juvenal, mas simplesmente não
consegui. Sendo assim, irei transcrever exatamente o que consta no release
deles, pois foi a melhor definição que encontrei: “Muito punk para ser metal e muito vintage para ser indie. O Seu
Juvenal é daquelas bandas de rock que, na falta de um adjetivo melhor, você
chamaria de esquisita.”. Aqui o ouvinte irá encontrar uma base Rock, com os
pés fincados nos anos 80 e fortemente mesclado com Punk e Indie/Alternativo,
além de toques de Classic Rock, Stoner e até MPB. Durante a audição, nomes como
Plebe Rude, Stooges, Pixies, Melvins, New York Dolls, Queens Of The Stone Age e
afins, inevitavelmente virão sua cabeça, ou seja, não se trata de um trabalho
voltado para os fãs de Metal que tenham a cabeça mais fechada.
Bem, o que sei é que essa mistura toda
resulta em um som bem original e interessante, com ótimos e variados vocais de Bruno
Bastos, guitarras distorcidas com peso na medida certa (cortesia de Edson
Zacca), e a parte rítmica formada por Alexandre Tito (Baixo) e Renato Zaca
(bateria), bem firme e variada. As letras são um caso raro. Todas em português,
possuem grande qualidade e em muitos momentos beiram a poesia. Elas têm
profundidade e questionam de forma muito inteligente o mundo moderno e nossa
realidade. Não é coincidência que no release citem nomes como Arrigo Barnabé,
Jards Macalé e Itamar Assumpção (se é fã de boa música e não conhece esses
caras, está perdendo um tempo precioso), todos letristas fora do comum. Todas
as composições aqui são muito boas, mas os maiores destaques ficam por conta de
“Homem Analógico”, “Free Ordinária”, “Asfalto”,
“Um Dia de Chuva”, “Rock Errado” e “Burca”
(minha preferida).
A produção ficou a cargo do guitarrista
do Virna Lisi, Ronaldo Gino e ficou muito boa. O resultado final ainda é
enriquecido com diversas participações especiais, dentre elas a de Manu Joker
(Uganga). Se você não tem a cabeça fechada e curte as bandas citadas mais
acima, além de um bom Rock and Roll, certamente irá aprovar o trabalho aqui
apresentado. Como diz um trecho de “Free Ordinária”, “Baby, não se preocupe comigo/O que faço são apenas rocks.”. “Seu Juvenal é Rock Errado”, é música da
melhor qualidade! Um raro sinal de inteligência no meio do Rock nacional.
NOTA:
8,0
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