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quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Lavage - Zombie Walk (2016)


Lavage - Zombie Walk (2016)
(Independente - Nacional)


01. Insustentável
02. Cascalho
03. Viver no Brasil
04. Dez
05. Decadência
06. Zombie Walk
07. Degeneração
08. No Longer
09. Desintegração da Morte
10. Radiola

O cenário nordestino talvez seja o mais rico da atualidade, em matéria de qualidade. A quantidade de bandas que surgem por aqueles lados, esbanjando qualidade, é algo que impressiona qualquer um. Isso denota não só talento para fazer música de qualidade, como também organização. O Lavage já é um nome veterano da cena nordestina, estando na estrada desde 2003, tendo lançado 5 álbuns de estúdio nunca mostrando medo de fazer o que acredita.

Sua música tem como base o Punk Rock naquela linha adotada nos anos 70 e que influenciou muitas bandas do dito Rock Brasil na década de 80. A isso, eles adicionam doses de estilos como Indie Rock, Rockabilly e até mesmo daquela “música brega” tipicamente nordestina. Imagine uma mistura de Sex Pistols, Camisa de Vênus, The Strokes e Elvis Presley. Essa talvez seja uma boa forma de enxergar o que faz o Lavage. O resultado final disso é uma música enérgica, simples e acima de tudo, muito honesta e divertida.


Com músicas sem floreios, diretas, retas e que vão direto ao ponto, esse é um álbum que certamente vai agradar quem gosta de boa música. São 10 faixas que passam em um piscar de olhos e que te fazem deixar o CD no repeat por algum tempo. A homogeneidade dá o tom aqui e não existem canções descartáveis, mas entre minhas preferidas, aponto “Cascalho”, que apesar de bem crua, tem algo daquele Rock feito no Brasil durante os anos 80 e que dá certa acessibilidade à mesma, a empolgante “Viver no Brasil”, “Zombie Walk”, um Rockabilly dos bons, a alternativa “No Lounger” e o Punk brega “Radiola”.

Gravado no Estúdio Ruído 111, em Fortaleza/CE, Zombie Walk também se destaca pela produção, que ficou a cargo da banda e de Paulo Eduardo, que também foi o responsável pela mixagem e masterização do trabalho. A forma como conseguiram deixar tudo bem claro, mas sem abrir mão da sujeira e da crueza necessárias ao estilo foi muito legal. Já a capa, obra de Guabiras, é uma crítica divertida ao momento atual do país, com suas passeatas/micaretas de protesto. Reparem as referências a diversos ícones da cultura pop atual que, por sinal, são figuras bem presentes em tais passeatas. Só senti falta de um encarte com as letras, pois as mesmas são bem divertidas, críticas e irônicas.

Divertido, crítico e honesto, Zombie Walk é daqueles álbuns cuja audição se dá com facilidade e que ainda faz você lamentar que ele tenha chegado ao final. Um dos trabalhos mais divertidos que escutei nesse ano de 2016.

NOTA: 8,0

Lavage é:
- Bruno Andrade (vocal)
- Glenio Mesquita (guitarra/backing vocal)
- Everardo Maia (guitarra)
- Rafael Maia (baixo)
- Rogério Ramos (bateria)

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terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Misconducters – Boundless (2015)


Misconducters – Boundless (2015)
(Music Reunion/Terceiro Mundo Chaos/Bagaça Records/Denfire Music) 

01. The Game 
02. Class Of’ 84 
03. Pave The Way 
04. Hunter and Pray 
05. Boundless 
06. Plain Conditioning 
07. Lurch 

 O Misconducters foi formado no ano de 2008, por músicos brasileiros radicados em Londres e desde então lançaram alguns EP’s e Cd’s, sendo Boundless seu terceiro trabalho completo de estúdio. O trio, aqui formado por Den (Vocal/Guitarra), Brisa (Baixo) e Vitão (Bateria), aposta em um som que mescla estilos como Thrash, Punk, Hardcore e Heavy Metal e que acaba por apresentar resultados bem interessantes. 

Uma coisa que me chamou muito a atenção aqui é que apesar de sua sonoridade ser bem crua e bruta, os caras conseguem inserir momentos bem técnicos e intrincados em suas composições, com passagens mais quebradas e variações de ritmo, dando assim um bom diferencial a sua música. Os vocais pendem mais para o Hardcore e soam bem enérgicos, e a guitarra faz um ótimo trabalho, apresentando alguns riffs bem fortes e interessantes. Já a parte rítmica se mostra bastante técnica e como já dito, muito variada. Os refrãos também são bem marcantes e observamos bons backings.

São apenas 7 faixas e que passam voando, sem que ao menos você se dê conta de tal fato e os destaques ficam por conta de “The Game”, “Class Of’ 84”, “Hunter and Pray” e “Plain Conditioning”.

A produção, mixagem e masterização ficaram a cargo de Ivan Pellicciotti e de Den, ficando crua, como o som da banda pede, mas sem grandes exageros. Já a capa foi obra de Nejron. Com uma música bem trabalhada e pesada, o Misconducters certamente irá agradar em cheio aos fãs de uma música bruta e intensa, mas bem trabalhada. 

NOTA: 8,0

Misconducters é: 
- Dan (Vocal/Guitarra) 
- Brisa (Baixo) 
- Vitão (Bateria)


sexta-feira, 24 de julho de 2015

John No Arms – Bar (2015)




John No Arms – Bar (2015)
(Independente - Nacional)

01. John No Arms
02. Beer Book
03. Mafia’s Queen
04. Viking Life
05. One Minute to Midnight
06. Open Till Dawn
07. Why
08. Estou Cada Vez Mais Velho e Bebendo Mais (Quadrijet Inferno)
09. We Are the Vikings
10. This Guy is a Black Metal Maniac
11. The Awaited Land
12. Bar Drink Company
13. Troll Lament
14. Trollers, Dollars & Games, No. II

Cada vez mais tem sido comum a mescla de estilos no meio do Rock/Metal. Se por um lado isso deixa os puristas de cabelos em pé, por outra mostra que o estilo não parou no tempo. Sim amigos, gostem ou não, adaptações para a sobrevivência são necessárias e a não ser que vocês sejam desses que desejam que o estilo se torne algo para poucos, para uma “elite intelectual” da qual supostamente fazem partem, modernizar para atingir novas gerações se faz mais do que necessário. Renovar o público é preciso.

O John No Arms surgiu originalmente na “Noruega brasileira”, ou seja, minha querida Minas “Hellrais”, mas acabou se radicando em Brasília, cidade que está na cerne da origem da banda, já que a idéia de sua constituição surgiu por lá. Meio candango, meio mineiro, podemos brincar dizendo que a tendência a “misturas” se faz presente em suas raízes. Mas afinal, que raio de som pratica o grupo? Bem, é uma música simples, sem grandes mistérios, mas ao mesmo tempo complexa. Tente imaginar o Motörhead tocando Rock and Roll puro e simples, em alguns momentos pendendo totalmente para o lado do Punk/Hardcore, mas em outros indo totalmente para o lado da NWOBHM, com passagens que remetem ao Iron Maiden. E não é só isso. Imagine também que consigam remeter você diretamente ao Black Sabbath e a algumas bandas de Stoner atuais, ao mesmo tempo em que inserem passagens que vão te fazer lembrar da gênese do Black Metal, principalmente do Venon.  Ficou parecendo algo confuso, não é? Mas ai que está à beleza do negócio, pois como eu disse lá em cima, é uma música simples.

Dessa mescla toda surge um Punk/Hardcore/Heavy cheio de energia, peso e letras irônicas e bem humoradas. Sabe aquele som que vai te remeter a um Pub esfumaçado, belas mulheres, salto, amigos e canecas e mais canecas de cerveja? É o que você vai encontrar no trabalho de estréia do John No Arms, sintomaticamente intitulado Bar. Vocais gritados e bem diversificados (Renato BT), uma guitarra que despeja riffs pesados e energéticos, além de solos competentes (Sir.Arthur) e uma cozinha que olha, se mostra muito sólida, técnica, coesa e que impõe grande diversificação ao som dos candangos mineiro (Léo e Fábio Krieger), fazem parte do pacote que constitui um dos trabalhos mais divertidos que escutei em 2015. Por mais que todas as faixas aqui presentes sejam muito legais, os destaques inevitáveis ficam por conta de “John No Arms”, “Mafia’s Queen”, “Viking Life” (com elementos de Black Metal!!!), “Open Till Dawn” (a mais Sabbath de todas), “Estou Cada Vez Mais Velho e Bebendo Mais (Quadrijet Inferno)”, “This Guy is a Black Metal Maniac” (essa é só uma homenagem a ninguém menos que Quorthon, que se você não sabe quem é, está na página errada), “The Awaited Land” e “Trollers, Dollars & Games, No. II” (em determinado momento que me senti escutando um álbum do Maiden).

A produção do Cd ficou a cargo do vocalista Renato BT, enquanto a masterização e mixagem foram feitas por Marcos Pagani. Trabalho de primeiro, com todos os instrumentos totalmente audíveis, limpos, mas ao mesmo tempo com uma sonoridade crua e muito pesada. Está de saco cheio desse mundo excessivamente politicamente correto e chato? Então corra atrás desse Cd, pois ele é diversão 150% garantida. Se antes de comprar, quiser comprovar o que foi dito, dá uma passada no Soundcloud e escute o material. Depois é aumentar o volume até o talo, porque isso aqui é Rock and Roll!

NOTA: 8,5