segunda-feira, 24 de abril de 2017

Immolation – Atonement (2017)


Immolation – Atonement (2017)
(Shinigami Records/Nuclear Blast - Nacional)


01. The Distorting Ligh
02. When the Jackals Come
03. Fostering the Divide
04. Rise the Heretics
05. Thrown to the Fire
06. Destructive Currents
07. Lower
08. Atonement
09. Above All
10. The Power of Gods
11. Epiphany

Sem dúvida, ao lado de nomes como Death, Cannibal Corpse, Morbid Angel ou Obituary, o Immolation é uma das grandes lendas do Death Metal. Surgido das cinzas do Rigor Mortis no ano de 1988 e sempre capitaneado pelos míticos Ross Dolan (vocal/baixo) e Robert Vigna (guitarra), são responsáveis por ao menos dois clássicos inegáveis do estilo, os brutais Dawn of Possession (91) (um dos melhores trabalhos de estreia da história do Metal) e Here in After (96). Só isso já seria o bastante para gravar seu nome a ferro e fogo na história do Metal Extremo, mas não custa nada lembrar que mesmo após as duas obras-primas citadas, ainda lançaram outros álbuns memoráveis, como Close to a World Below (00), Unholy Cult (02) e Majesty and Decay (10).

A verdade é que sempre tiveram uma carreira para lá de consistente, lançando álbuns não menos do que ótimos, e mesmo o anterior, o apenas bom Kingdom of Conspiracy (13), é superior a 80% do que vemos por aí sendo lançado com o rótulo de Death Metal. Aliás, não é exagero dizer que se existe uma banda que hoje em dia ainda capta a essência do estilo, essa é o Immolation. De cara, a capa de Atonement, seu 10º trabalho de estúdio, já nos chama a atenção. E não só pela sua beleza, mas pelo fato de terem retornado a utilizar seu antigo logo, que havia sido aposentado após Here in After. Isso já cria uma expectativa e te faz perguntar se retornaram às suas raízes. E já adiante que em parte, a resposta é sim.

Quem acompanha o Immolation sabe que sua carreira possui duas fases bem divididas. No início da carreira, adotavam uma abordagem mais bruta, mais extrema, mas desde os anos 2000 passaram a seguir uma linha onde todo o peso e brutalidade vinham acompanhados de muita técnica e complexidade. Pois em Atonement esses dois lados se unem de uma forma absurdamente natural e sem soar forçado em momento algum. Os guturais de Ross Dolan continuam soando infernais e inteligíveis, ao mesmo tempo em que ele faz uma dupla destruidora com o baterista Steve Shalaty. Ritmos quebrados, viradas absurdas e muita técnica dão o tom na parte rítmica. Enquanto isso, Robert Vigna e o estreante Alex Bouks (ex-Incantation) realizam um trabalho que beira o magistral, com alguns dos melhores riffs da banda nos últimos anos.


A abertura, com “The Distorting Light”, é um retrato fiel do álbum. Clima para lá de sombrio, os vocais marcantes de Dolan, aqueles riffs infernais e dissonantes típicos do Immolation e uma bateria quebrada e simplesmente explosiva. “When the Jackals Come” é outra que se destaca por sua brutalidade e por manter bem o pique da abertura. Inquietante, alterna com competência passagens mais velozes com outras mais cadenciadas. E a bateria é um show à parte. Outra que vale muito a pena destacar é “Rise the Heretics”, brutal, com riffs simplesmente devastadores e alguma influência de Black Metal. É dessas músicas moldadas para quebrar pescoços. “Destructive Currents” tem uma pegada mais old school, com seu peso e brutalidade implacáveis, enquanto “Epiphany” encerra o álbum de forma magistral, com riffs simplesmente malditos, algumas boas melodias e mais uma atuação impecável de  Steve Shalaty.

A produção ficou a cargo de Paul Orofino, que vem trabalhando com a banda desde Failures for Gods (99), com mixagem e masterização feitas por Zack Ohren (Cattle Decapitation, Fallujah, Carnifex, Deeds of Flesh, Suffocation e o próprio Immolation). O resultado final é ótimo e muito superior ao que ouvimos em Kingdom of Conspiracy. Soa orgânica, mas consegue manter uma pegada moderna. Já a belíssima capa, certamente uma das mais belas que você irá ver esse ano, foi obra de Pär Olofsson (Exodus, Malevolent Creation, Unleashed, Immolation), com arte adicional de Zbigniew Bielak (Enslaved, Paradise Lost,Behemoth, Ghost, Vader). Decididamente um primor.

Bem diversificado, esse é um trabalho que consegue unir o melhor do Immolation. Se por um lado, o peso brutal das músicas pode nos levar a traçar um paralelo entre Atonement e o clássico Here in After, por outro, sua técnica e complexidade nos remete ao que de melhor apresentaram de 2000 para cá. Tentando resumir tudo, é como se estivéssemos diante de uma versão mais atual e moderna de seus dois primeiros álbuns. Com uma atmosfera escura, inquietante e maléfica, Dolan e Vigna nos dão mais uma aula de como fazer Death Metal Tradicional, de qualidade e sem soar datado. Obrigatório na coleção dos fãs do estilo.

NOTA: 9,0

Immolation é:
- Ross Dolan (vocal/baixo);
- Robert Vigna (guitarra);
-  Alex Bouks (guitarra)
- Steve Shalaty (bateria).

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