Hagbard
- Tales of Frost and Flames (2015)
(Genocídio
Records/Ihell Produções - Nacional)
01. Intro
02. Cursed Dwarf
03. War for the Dawn
04. Stormborn Queen
05. High as Honor
É muito legal quando você tem a
oportunidade de observar de perto a evolução de uma banda. Acho que foi por
volta de 2011/12 que, após escutar a demo Warriors Legacy, pensei comigo mesmo:
“Maluco, esses caras são bons! Ainda vão
voar alto com a música deles!”. Apesar da produção um tanto capenga, era
mais do que audível o grande potencial que o Folk/Viking Metal dos mineiros da
Hagbard possuía. De lá para cá o tempo passou voando, tive a oportunidade de vê-los
ao vivo algumas vezes e observar passo a passo sua evolução através do single Lost in the Highlands (13) e,
principalmente, do ótimo Rise of the Sea
King (13).
O EP Tales
of Frost and Flames é o próximo passo dessa caminhada. Continuação natural
do debut, aqui podemos observar uma banda ainda mais coesa e afiada que em sua
estreia. As melhores características da Hagbard continuam presentes, como as
ótimas melodias de guitarra (que não abrem mão do peso em momento algum), parte
rítmica técnica e variada, vocais que alternam entre o gutural e o limpo
(sempre com grande categoria), ótimas orquestrações feitas pelo teclado, partes
Folk encaixadas sem exageros e aquele que considero seu ponto mais forte,
músicas relativamente curtas. Em seu debut, metade delas estava abaixo dos 4
minutos e excetuando-se uma, as que passavam essa marca não chegavam aos 4
minutos e meio. Aqui isso se repete e apenas “War for the Dawn” ultrapassa a marca citada, ainda sim por
pouco. A vantagem disso? Suas músicas nunca ficam repetitivas e maçantes, como
ocorre com muitas outras bandas do gênero. Outra coisa legal é que resolveram
fugir dos clichês no que tange as letras. Nada de vikings e bebedeiras. Aqui o
tema escolhido foi à saga “Crônicas de Gelo e Fogo” (sim, estou falando de Game
Of Thrones), de George R. R. Martin. Só posso dizer que acertaram em cheio na
escolha e seria bem interessante que o tema continuasse a ser explorado em
lançamentos futuros, afinal, material para isso não falta nos livros da série.
Já tinha tido a oportunidade de escutar parte desse material em apresentações
da banda e posso dizer que tanto em estúdio quanto ao vivo, as músicas são
fortíssimas. “Cursed Dwarf” e “War for the Dawn” são pesadas, enquanto
“Stormborn Queen” é 100% Folk, com
seus vocais limpos, flautas e violino (cortesia de Vinícius Faza Paiva),
servindo como uma preparação para a agressiva “High as Honor”. Como eu disse uma vez, estamos diante de uma banda
que vai agradar desde os fãs de Amon Amarth até os do Korpiklaani.
O grande profissionalismo da Hagbard é
mais uma vez observado tanto na produção quanto na parte gráfica. Gravado em Juiz
de Fora (cidade de origem da banda), foi mixado e masterizado na Itália, por
Vincenzo Avallone, enquanto a capa é mais uma bela obra de Jobert Mello.
Afirmo sem medo algum que estamos diante
do maior nome do Folk/Viking Metal brasileiro. Se um dia algum de vocês,
prezados leitores, aparecerem em Juiz de Fora e se depararem com um Dracar
singrando o Rio Paraibuna, com vikings empunhando suas espadas e saqueando tudo
a volta, não se assustem, estarão apenas presenciando um ensaio da Hagbard.
Recordam-se que falei no início dessa resenha sobre vôos mais altos? Bem,
chegou à hora de todos apertarem seus cintos para a decolagem. Que venha logo o
segundo álbum de estúdio, pois esse EP é simplesmente viciante e causa grande
dependência.
NOTA:
9,0
Assino embaixo, fiquei surpreso com a qualidade do EP.
ResponderExcluirVirei fã da banda a primeira ouvida.
Merecem os parabéns!!!