Higher
– Higher (2014)
(Independente
- Nacional)
01. Lie
02. Illusion
03. Keep Me High
04. Climb the Hill
05. Like the Wind
06. Break the Wall
07. Time to Change
08. Make It Worth
09. The Sign
Quando fiquei sabendo que o Higher era
formado por músicos oriundos do meio jazzístico e da música instrumental
brasileira, foi inevitável pensar que encontraria no seu trabalho muita
auto-indulgência e aquelas demonstrações masturbatórias de habilidade típica de
músicos academicistas. Até então, não sabia que o vocalista Cezar Girardi e o
guitarrista Gustavo Scaranelo já havia tocado juntos em uma banda de Metal nos
anos 90 (Second Heaven), antes de seguirem seus estudos acadêmicos de música. Para
completar a formação, foram chamados o baixista Andrés Zuñiga (ex-professor da
EM&T e colunista da Bass Player) e o baterista Pedro Rezende, finalizando
assim o quarteto que gravou o álbum. Após a gravação, ocorreu à entrada de
Felipe Martins, de apenas 16 anos e aluno de Gustavo na especialização de Jazz
da EM&T.
Bem, preciso urgentemente rever essa
minha mania de em muitos momentos, preconceber as coisas quando o assunto é
música. Ok, os envolvidos aqui demonstram toda a sua capacidade como
instrumentistas, mas o fazem tendo como foco exclusivo a música. É ela que se
encontra no centro do palco. Praticando um Metal moderno, pesado e criativo, o
Higher dificulta em muito a tarefa de rotular sua música, o que fez com que eu
simplesmente desistisse de tal tarefa. É boa música e isso já basta. Nas 9
faixas que compõem esse debut, você vai encontrar ecos de Metal Tradicional,
Prog Metal, Groove, algo de Melódico e até mesmo pequenas inserções quase
imperceptíveis de estilos externos ao meio, deixando assim evidente toda a
bagagem e riqueza musical dos músicos aqui presentes. A variedade é o ponto
alto do trabalho, já que conseguem ir dos momentos mais diretos e pesados até
os mais cadenciados, intrincados e cheios de mudanças de andamento de uma forma
tão natural, que muitas vezes o ouvinte sequer vai perceber o quanto a música apresentada
é complexa. Individualmente, todos têm seu espaço para brilhar e o fazem, mas
sem qualquer tipo de exagero. O vocal é bem variado, as guitarras são pesadas,
despejando também solos carregados de melodia e a “cozinha” é de uma força
impressionante. Minhas preferidas aqui são a forte e direta “Lie”, “Keep Me High” (outra bem
pesada), “Like the Wind”, onde você
consegue perceber a bagagem jazzística dos músicos, “Make It Worth” e “The Sign”.
O produção do debut ficou a cargo de
Cezar e Gustavo, enquanto a mixagem e masterização foram feitas por Thiago
Bianchi. A belíssima capa é obra de Carlos Fides (Shaman, Noturnall) e reflete
bem todo o conceito por de trás da banda e desse álbum de estréia. Lembro-me de
uma propaganda anos atrás, que dizia que potência não era nada sem controle. Na
música, podemos dizer que técnica sem feeling não leva a lugar algum. Pois
bem, feeling é algo que o Higher mostra ter de sobra. Um retorno feliz as
raízes e que nos presenteiem com muitos mais álbuns como esse.
NOTA: 8,5
NOTA: 8,5
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