domingo, 31 de março de 2013

Darkthrone – The Underground Resistance (2013)



1 - Dead Early
2 - Valkyrie
3 - Lesser Men
4 - The Ones You Left Behind
5 - Come Warfare, The Entire Doom
6 - Leave No Cross Unturned

Verdadeira lenda do Black Metal Norueguês, dona de clássicos seminais do estilo, como Blaze In the Northern Sky (91), Under a Funeral Moon (93) e Transilvanian Hunger (94), entre outros, o Darkthrone atingiu um patamar de excelência que poucas bandas dentro do cenário metálico possuem. Você sabe que deles sempre pode esperar material de qualidade inquestionável. O que sempre me impressionou, é que Fenriz e Nocturno Culto sempre fizeram o que tinham de vontade, e nunca o que se esperava da banda, e aqui não é diferente.

Se você é fã da fase antiga do Darkthrone e torce o nariz para a linha Crust/Punk adotada pela banda a nos últimos anos, e principalmente para as influências de NWOBHM que surgiram a partir do trabalho anterior, Circle The Wagons (10), pode passar longe desse novo álbum da banda. A verdade doa a quem doer, é que a muito que esses noruegueses não são mais uma típica formação de Black Metal, tendo passado a investir pesadamente numa combinação de Thrash/Crust/Punk e Metal Tradicional, numa clara homenagem a suas raízes metálicas. E os mais radicais que me desculpem, mas essas influências sempre estiveram lá escondidas, mesmo em seu material mais antigo. O que estão fazendo agora é apenas deixar que elas venham a tona.

The Underground Resistance é um álbum bem variado. A abertura, com “Dead Early” é mais cadenciada e nos remete diretamente a Motorhead, somando-se a isso riffs tipicamente Thrash e ótimos vocais de Nocturno Culto. Ótima música. Já a faixa seguinte, “Valkyrie”, cantada por Fenriz, tem grande influência de NWOBHM, sendo bem épica e melódica e com os vocais nos remetendo a King Diamond. “Lesser Man” tem uma pegada que nos leva a trabalhos anteriores da banda, como F.O.A.D (07) e Dark Thrones & Black Flags (08), mas devo admitir que sua introdução me remeteu ao clássico “Dangerous Metting”, do Mercyful Fate (por sinal, influência bem recorrente em todo o álbum.). “The Ones You Left Behind” é um Speed Metal/Punk com um riff verdadeiramente viciante e um ótimo refrão. Então temos as que considero como as melhores faixas do álbum. Em “Come Warfare, The Entire Doom”, com seus 8m38seg, temos influência de Doom, Speed e Crust e um riffs desses que gruda na cabeça igual chiclete no cabelo. Uma desgraça, no bom sentido. Tem tudo para se tornar um hino. “Leave No Cross Unturned”, com quase 14 minutos, é a faixa mais surpreendente da carreira do Darkthorne. Épica, parte Speed Metal, parte Celtic Frost, com passagens Doom e de Metal Tradicional, vocais operísticos e que remetem a King Diamond e seu Mercyful Fate, ela simplesmente resume tudo que vemos em The Underground Resistance. Soa como um regresso aos anos 80 e aos dias de glória do Heavy Metal. Simplesmente fantástica.

O que mais impressiona nesse novo trabalho do Darkthrone é a capacidade de Fenriz e Nocturno Culto de misturarem tamanha gama de influências e combinarem tudo de uma forma que em momento algum isso soe patético. E dá para imaginar o quanto se divertiram fazendo esse álbum. Sim, o Darkthrone evoluiu com o passar dos anos, deixando de lado o estilo que ajudou a criar e se voltando para as raízes metálicas de seus mentores. Isso é ruim? De forma alguma, e The Underground Resistance é a maior prova disso. Dificilmente deixará de estar na minha lista de melhores álbuns de 2013.

NOTA: 9,0


terça-feira, 26 de março de 2013

Soilwork – The Living Infinite (2013)


CD 1
01. Spectrum of Eternity
02. Memories Confined
03. This Momentary Bliss
04. Tongue
05. The Living Infinite I
06. Let the First Wave Rise
07. Vesta
08. Realm of the Wasted
09. The Windswept Mercy
10. Whispers and Lights

CD 2
01. Entering Aeons
02. Long Live the Misanthrope
03. Drowning with Silence
04. Antidotes in Passing
05. Leech
06. The Living Infinite II
07. Loyal Shadow
08. Rise Above the Sentiment
09. Parasite Blues
10. Owls Predict, Oracles Stand Guard

Quando fiquei sabendo que o fundador e guitarrista Peter Wichers havia saído novamente do Soilwork, e que eles pretendiam lançar um álbum duplo, minhas expectativas foram as piores possíveis. Sworn to a Great Divide, trabalho lançado pela banda quando de sua primeira saída, havia sido fraquíssimo, resultando na sua volta e no bom The Panic Broadcast (10). Sendo assim, o desastre parecia iminente.

Pois bem, acabei morrendo pela boca, porque The Living Infinite é um álbum simplesmente surpreendente. A banda não só superou a saida de seu fundador, como lançou um trabalho moderno, onde mistura de forma muitíssimo bem sucedida, peso, melodia e linhas vocais envolventes. Aliás, cabe afirmar aqui que Bjorn “Speed” Strid é disparado o melhor vocalista de Death Melódico existente. Como canta esse cara!

Primeiro álbum duplo da história do Death Melódico, cada um dos Cd’s tem características próprias. No CD 1, o Soilwork mostra sua faceta mais agressiva, sendo um trabalho mais direto. Já o CD 2 possui uma abordagem mais calma e experimental, flertando um pouco com o progressivo. E ambos são ótimos. Os destaques aqui são muitos e todo o trabalho é muito consistente. No primeiro CD, podemos citar a agressiva faixa de abertura, “Spectrum Of Eternity”, “The Momentary Bliss”, que simplesmente me fez deixar a resenha de lado e sair batendo cabeça pela sala, “Let The First Wave Wise”, rapida, agressiva e com uma pegada mais Thrash, “Vesta”, com um refrão bem marcante, e a direta “Realm Of The Wasted”. No segundo CD, “Drowning With Silence” é bem dinamica e possui ótimo refrão, “Leech”, mais violenta, com um pré-refrão excelente e que faz a adrenalina subir, “Rise Above the Sentiment”, melódica, forte e que gerou um video muito divertido e a surpreendente “Antidotes In Passing”, faixa mais experimental da carreira da banda, com ótimos vocais limpos de Bjorn, arranjos de corda e uma melodia envolvente.

The Living Infinite é o melhor trabalho do Soilwork desde os clássicos Natural Born Chaos (02) e Figure Number Five (03) e, apesar de não os superar, chega muito perto da qualidade dos trabalhos citados. Apesar de ser duplo, a permomance empolgante e intensa dos músicos e a qualidade das faixas em momento algum deixa a audição se tornar maçante, como seria de se esperar. Recomendado não só para os fãs da banda como também para qualquer fã de Metal.

NOTA: 8,5




sexta-feira, 22 de março de 2013

Avantasia – The Mistery Of Time (2013)



01. Spectres
02. The Watchmakers’ Dream
03. Black Orchid
04. Where Clock Hands Freeze
05. Sleepwalking
06. Savior In The Clockwork
07. Invoke The Machine
08. What’s Left Of Me
09. Dweller In A Dream
10. The Great Mystery

Eis que Tobias Sammet surge com mais um álbum de seu Avantasia. Aliás, este é um caso curiosíssimo onde um projeto paralelo acaba tomando proporções muito maiores do que a banda principal, no caso, o Edguy. 

Musicalmente falando, aqui você vai encontrar tudo aquilo que se espera de um trabalho do Avantasia. Álbum conceitual, com composições pomposas e densas, muita melodia e um time de primeira de convidados especiais. Veja só a escalação: Joe Lynn Turner (Rainbow, Deep Purple, Y.Malmsteen), Michael Kiske (Unisonic, Place vendome, Helloween), Biff Byford (Saxon), Ronnie Atkins (Pretty Maids), Eric Martin (Mr.Big) e Bob Catley (Magnun), para os vocais, Bruce Kulick (Kiss), Oliver Hartmann (At Vance, Freedon Call) e Arjen Lucassen (Ayreon, Star One, Bodine) para as guitarras e Russell Gilbrook (Uriah Heep) para a bateria. Deve-se destacar também o fato de pela primeira vez as gravações contarem com uma orquestra de verdade para as partes sinfônicas, a German Film Orchestra Babelsberg. 

Por mais que não tenhamos nenhuma faixa realmente ruim, durante quase toda audição fiquei com a impressão de que faltava algo mais. “Black Orchid”, com participação de Biff Byford, tem intensidade, “Where Clock Hands Freeze” e “Dweller In a Dream”, com participação de Kiske, remetem aos melhores momentos do Metal Melódico, e “What’s Left Of Me”, com Eric Martin, é uma belíssima balada, mas sei lá, não me empolgaram para valer. Claro, existem exceções, ou melhor, 3. “Invoke The Machine”, melhor faixa do álbum e que conta com participação de Ronnie Atkins, bem pesada e agressiva e onde a voz de Ronnie serviu de contraponto perfeito para a voz de Tobias, e as épicas “Savior In The Clockwork”, com participações de Byford, Kiske e Turner e “The Great Mystery”, que fecha o álbum e conta com os vocais de Byford, Turner e Bob Catley. 

Em resumo, se você esperava por um novo Metal Opera I ou II, pode esquecer, pois duvido muito que Tobias vá conseguir algum dia repetir o brilhantismo dos trabalhos de estreia do Avantasia. Agora, se você deseja apenas escutar um bom álbum de metal, recheado de participações para lá de competentes e com composições corretas, pode ir sem medo. Acho que é hora de Sammet e seu Avantasia passarem por uma reciclagem.

NOTA: 7,0



quarta-feira, 20 de março de 2013

Hypocrisy - End Of Disclosure (2013)


1. End Of Disclosure
2. Tales Of Thy Spineless
3. The Eye
4. United We Fall
5. 44 Double Zero
6. Hell Is Where I Stay
7. Soldier Of Fortune
8. When Death Calls
9. The Return

Verdadeira lenda do Death Metal Sueco, o Hypocrisy dispensa maiores apresentações. Donos de clássicos do estilo, como Abducted e Osculum Obscenum, é dessas bandas que você sabe que sempre irá ouvir um bom álbum. Para End of Disclosure, Peter Tagtgren (vocalista, guitarrista e produtor) disse que queria uma volta ao básico e o que temos aqui soa como um mix de todos os trabalhos do Hypocrisy em sua carreira.
                
End of Disclosure é um trabalho bem dinâmico, onde encontramos tudo aquilo que esperamos encontrar em um trabalho atual dos suecos. Momentos de brutalidade misturados a refrões melódicos e agressivos, vocais idem, riffs e solos brutais e intrincados, bateria épica (a cargo de Horgh, do Immortal) e baixo destruidor. O álbum abre com a faixa título, onde todos os elementos típicos da banda estão lá. Em seguida, temos a feroz e melodiosa “Tales of the Spinless”, com uma bateria absurdamente rápida (Horgh confirma ser um dos melhores bateristas do Metal Extremo), riffs que remetem ao Black Metal, e grande trabalho vocal. Um verdadeiro convite ao ouvinte a sair batendo cabeça. Outra que vai te fazer bangear pela sala é a faixa seguinte, a agressiva “The Eye”. A banda ainda emenda mais três grandes faixas, “United We Fall”, “44 Double Zero”, que possui um dos melhores refrões da carreira da banda e a agressiva e assassina “Hell Is Where I Stay”. Após esse início simplesmente matador, o álbum dá uma pequena caída, mas nada que afete sua qualidade. Para fechar com chave de ouro temos a viciante “The Return” com um riff desses que gruda na sua cabeça.

Não é necessário dizer a qualidade da produção de End of Disclosure, pois não podia ser diferente levando em conta que Peter Tagtgren é um dos melhores produtores do cenário metálico. Durante mais de 20 anos de carreira, o Hypocrisy cimentou um legado com o melhor do que o Death Metal sueco tem a oferecer e esse trabalho vai agradar em cheio aos fãs da banda, além de com certeza, ampliar mais seu público. Vai ser difícil alguém bater em qualidade esse trabalho nesse ano de 2013.

NOTA: 9,0