1
- Dead Early
2
- Valkyrie
3
- Lesser Men
4
- The Ones You Left Behind
5
- Come Warfare, The Entire Doom
6
- Leave No Cross Unturned
Verdadeira lenda do Black Metal
Norueguês, dona de clássicos seminais do estilo, como Blaze In the Northern Sky
(91), Under a Funeral Moon (93) e Transilvanian Hunger (94), entre outros, o
Darkthrone atingiu um patamar de excelência que poucas bandas dentro do cenário
metálico possuem. Você sabe que deles sempre pode esperar material de qualidade
inquestionável. O que sempre me impressionou, é que Fenriz e Nocturno Culto
sempre fizeram o que tinham de vontade, e nunca o que se esperava da banda, e
aqui não é diferente.
Se você é fã da fase antiga do
Darkthrone e torce o nariz para a linha Crust/Punk adotada pela banda a nos
últimos anos, e principalmente para as influências de NWOBHM que surgiram a
partir do trabalho anterior, Circle The Wagons (10), pode passar longe desse
novo álbum da banda. A verdade doa a quem doer, é que a muito que esses noruegueses
não são mais uma típica formação de Black Metal, tendo passado a investir
pesadamente numa combinação de Thrash/Crust/Punk e Metal Tradicional, numa
clara homenagem a suas raízes metálicas. E os mais radicais que me desculpem,
mas essas influências sempre estiveram lá escondidas, mesmo em seu material
mais antigo. O que estão fazendo agora é apenas deixar que elas venham a tona.
The Underground Resistance é um álbum
bem variado. A abertura, com “Dead Early” é mais cadenciada e nos remete
diretamente a Motorhead, somando-se a isso riffs tipicamente Thrash e ótimos
vocais de Nocturno Culto. Ótima música. Já a faixa seguinte, “Valkyrie”,
cantada por Fenriz, tem grande influência de NWOBHM, sendo bem épica e melódica
e com os vocais nos remetendo a King Diamond. “Lesser Man” tem uma pegada que
nos leva a trabalhos anteriores da banda, como F.O.A.D (07) e Dark Thrones
& Black Flags (08), mas devo admitir que sua introdução me remeteu ao
clássico “Dangerous Metting”, do Mercyful Fate (por sinal, influência bem
recorrente em todo o álbum.). “The Ones You Left Behind” é um Speed Metal/Punk
com um riff verdadeiramente viciante e um ótimo refrão. Então temos as que
considero como as melhores faixas do álbum. Em “Come Warfare, The Entire Doom”,
com seus 8m38seg, temos influência de Doom, Speed e Crust e um riffs desses que
gruda na cabeça igual chiclete no cabelo. Uma desgraça, no bom sentido. Tem
tudo para se tornar um hino. “Leave No Cross Unturned”, com quase 14 minutos, é
a faixa mais surpreendente da carreira do Darkthorne. Épica, parte Speed Metal,
parte Celtic Frost, com passagens Doom e de Metal Tradicional, vocais
operísticos e que remetem a King Diamond e seu Mercyful Fate, ela simplesmente
resume tudo que vemos em The Underground Resistance. Soa como um regresso aos
anos 80 e aos dias de glória do Heavy Metal. Simplesmente fantástica.
O que mais impressiona nesse novo
trabalho do Darkthrone é a capacidade de Fenriz e Nocturno Culto de misturarem
tamanha gama de influências e combinarem tudo de uma forma que em momento algum
isso soe patético. E dá para imaginar o quanto se divertiram fazendo esse
álbum. Sim, o Darkthrone evoluiu com o passar dos anos, deixando de lado o
estilo que ajudou a criar e se voltando para as raízes metálicas de seus
mentores. Isso é ruim? De forma alguma, e The Underground Resistance é a maior
prova disso. Dificilmente deixará de estar na minha lista de melhores álbuns de
2013.