quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Kataklysm - Meditations (2018)


Kataklysm - Meditations (2018)
(Nuclear Blast/Shinigami Records – Nacional)


01. Guillotine
02. Outsider
03. The Last Breath I’ll Take Is Yours
04. Narcissist
05. Born To Kill And Destined To Die
06. In Limbic Resonance a
07. And Then I Saw Blood
08. What Doesn’t Break Doesn’t Heal
09. Bend The Arc, Cut The Cord
10. Achilles Heel

DVD (Faixas em negrito são partes do documentário):
01. Intro
02. In Shadows & Dust
03. Beyond Salvation
04. Why these 2 albums?
05. Illuminati
06. Chronicles of the Damned
07. Bound in Chains
08. Rediscovering These Albums
09. Where the Enemy Sleeps...        
10. Centuries (Beneath the Dark Waters)
11. We Have a Different Drummer Now
12. Face the Face of War
13. Years of Enlightment/Decades in Darkness
14. Intermission
15. The Ambassador of Pain
16. The Resurrected
17. The Fans
18. As I Slither
19. For All Our Sins
20. Generations
21. The Night They Returned
22. Serenity in Fire
23. Drumming on the Different Albums
24. Blood on the Swans
25. 10 Seconds from the End
26. The Tragedy I Preach
27. Meditations
28. Under the Bleeding Sun
29. Credits

Quando falamos de Kataklysm, sempre existe o risco de nos depararmos com viúvas de seus 2 primeiros álbuns, com Sylvain Houde nos vocais. Para esses, não importa que já se tenham passado 20 anos desde a saída do mesmo e que Meditations seja o 11º álbum da banda após Temple of Knowledge (96). Sempre ficarão presos ao saudosismo. Uma pena, porque nessas duas décadas, o quarteto canadense hoje composto por Maurizio Iacono (vocal), Jean-François Dagenais (guitarra), Stéphane Barbe (baixo) e Olivier Beaudoin (bateria), lançou ótimos trabalhos, sendo que alguns deles podem ser considerados clássicos quando falamos de Death Metal em sua vertente mais melódica.

Após anos e mais anos aprimorando seu estilo, Of Ghosts and Gods (15) marcou o desembarque definitivo do Kataklysm no Death Metal Melódico. Nele, nos deparamos com uma música que mantinha o peso e a agressividade, mas recebendo altas doses de melodia e groove, além de uma cara mais moderna. Puristas se incomodaram? Com certeza. O quarteto resolveu mudar sua abordagem por isso? Se o fizessem, não seriam o Kataklysm, e assim, o que temos em Meditations é uma sequência natural de seu trabalho anterior. Os vocais de Iacono estão em sua melhor forma e temos aqui seu melhor desempenho em um álbum da banda. Dagenais nos entrega um trabalho de guitarra primoroso, com ótimos riffs e melodias, além de solos que se destacam. Quanto a parte rítmica, se destacam pela técnica e coesão, com o baixo de Barbe bem pesado, ajudando demais nesse sentido quando as melodias tomam conta das canções, e a bateria de Beaudoin soando sólida e explosiva em muitos momentos.


“Guillotine” abre o trabalho de forma simplesmente furiosa, com uma bateria rápida, ótimos vocais e riffs cortantes. “Outsider” se destaca principalmente pelo ótimo groove e por sua diversidade, além de ter uma pegada bem moderna. A vigorosa “The Last Breath I’ll Take Is Yours” vem em seguida, equilibrando de forma ímpar brutalidade e melodia. A cadenciada “Narcissist” tem um ótimo trabalho da parte rítmica, com a bateria soando muito potente, enquanto “Born To Kill And Destined To Die” é outra carregada de groove, boas melodias e ótimos riffs. Confesso que em alguns momentos me lembrou Amon Amarth. “In Limbic Resonance” é monstruosa, conseguindo esbanjar brutalidade, mas sem abrir mão de ser melódica. Uma das melhores músicas da banda nos últimos anos. “And Then I Saw Blood” é outra que me remeteu ao Amon Amarth, com sua cadência e boas melodias, e “What Doesn’t Break Doesn’t Heal” se destaca principalmente pelo bom groove e por uma brutalidade dosada. “Bend The Arc, Cut The Cord” segue na pegada da antecessora, com destaque para seus ótimos riffs. Finalizando o álbum, temos a intensa e melódica “Achilles Heel”, com trabalho de guitarra primoroso e uma pegada simplesmente infernal.

A produção ficou a cargo de Dagenais e Beaudoin, com mixagem de Jay Ruston (Anthrax, Armored Saint, Sons of Apollo, Adrenaline Mob) e masterização de Paul Logus (Shadows Fall, Cradle of Filth, Satyricon). Ficou tudo bem claro e audível, e nesse sentido ouso dizer que até um pouco polido demais para o meu gosto, mas nada que comprometa, já que tudo soa pesado e agressivo. A bela capa e toda parte gráfica mais uma vez ficou por conta da esposa de Iacono, Surtsey, da Ocvlta Designs. Tudo soa bem uniforme, sem grande variedade de qualidade entre as canções, e isso não deixa de ser positivo, por mais que você sinta falta de mais momentos que grudem em sua cabeça. Isso não tira o mérito de que Meditations é um dos melhores álbuns do Kataklysm nos últimos anos, e que vai agradar em cheio os seus fãs. Vale lembrar que a versão nacional vem com um DVD  bônus, que mescla uma apresentação da banda na Alemanha, onde tocaram na íntegra os álbuns Shadows & Dust (02) e Serenity in Fire (04), com trechos de um documentário. Um material obrigatório!

NOTA: 86

Kataklysm é:
- Maurizio Iacono (vocal);
- Jean-François Dagenais (guitarra);
- Stéphane Barbe (baixo);
- Olivier Beaudoin (bateria).

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