Immortal - Northern Chaos Gods (2018)
(Nuclear Blast/Shinigami Records – Nacional)
01. Northern Chaos Gods
02. Into Battle Ride
03. Gates To Blashyrkh
04. Grim And Dark
05. Called To Ice
06. Where Mountains Rise
07. Blacker Of Worlds
08. Mighty Ravendark
Ainda me lembro do primeiro contato que tive com a música do Immortal, na primeira metade dos anos 90. Era uma época em que o Black Metal norueguês estava no centro das atenções, não só pelo lado musical, mas também pelas polêmicas intermináveis que sequer precisam ser citadas aqui. Foi nesse período que escutei pela primeira vez Diabolical Fullmoon Mysticism (92) e Pure Holocaust (93), trabalhos que me causaram grande impacto. Os álbuns que vieram na sequência não foram diferentes, a não acho nada exagerado rotular Battles in the North (95), Blizzard Beasts (97) e At the Heart of Winter (99) como clássicos do Black Metal. Por mais que na sequência da carreira tenham mantido o nível com Damned in Black (00) e principalmente Sons of Northern Darkness (02), algo parecia não estar 100%.
Primeiro veio o fim em 2003, depois o retorno em 2006, seguido de um álbum um tanto quanto inconsistente, All Shall fall (09). Vejam bem, não estou dizendo que é um trabalho fraco, de forma alguma, mas apenas não possui o mesmo brilhantismo de outrora. Os shows continuaram a correr, tudo parecia bem, apesar de não se falar em um novo trabalho de inéditas, até que no final 2014 uma forte turbulência se abateu sobre o Immortal. Abbath entra em uma disputa judicial com Demonaz e Horgh pelo nome, alegando que acreditava que ambos haviam deixado a banda após decidirem por uma pausa nas atividades, e que ele precisava do mesmo para sobreviver, já que era músico profissional e dependia do lançamento de Cd’s e de shows para ter seus ganhos. Alegava inclusive que já tinha um novo álbum gravado, com outros músicos, e que estava apenas na espera da resolução de toda a situação para seu lançamento.
(Nuclear Blast/Shinigami Records – Nacional)
01. Northern Chaos Gods
02. Into Battle Ride
03. Gates To Blashyrkh
04. Grim And Dark
05. Called To Ice
06. Where Mountains Rise
07. Blacker Of Worlds
08. Mighty Ravendark
Ainda me lembro do primeiro contato que tive com a música do Immortal, na primeira metade dos anos 90. Era uma época em que o Black Metal norueguês estava no centro das atenções, não só pelo lado musical, mas também pelas polêmicas intermináveis que sequer precisam ser citadas aqui. Foi nesse período que escutei pela primeira vez Diabolical Fullmoon Mysticism (92) e Pure Holocaust (93), trabalhos que me causaram grande impacto. Os álbuns que vieram na sequência não foram diferentes, a não acho nada exagerado rotular Battles in the North (95), Blizzard Beasts (97) e At the Heart of Winter (99) como clássicos do Black Metal. Por mais que na sequência da carreira tenham mantido o nível com Damned in Black (00) e principalmente Sons of Northern Darkness (02), algo parecia não estar 100%.
Primeiro veio o fim em 2003, depois o retorno em 2006, seguido de um álbum um tanto quanto inconsistente, All Shall fall (09). Vejam bem, não estou dizendo que é um trabalho fraco, de forma alguma, mas apenas não possui o mesmo brilhantismo de outrora. Os shows continuaram a correr, tudo parecia bem, apesar de não se falar em um novo trabalho de inéditas, até que no final 2014 uma forte turbulência se abateu sobre o Immortal. Abbath entra em uma disputa judicial com Demonaz e Horgh pelo nome, alegando que acreditava que ambos haviam deixado a banda após decidirem por uma pausa nas atividades, e que ele precisava do mesmo para sobreviver, já que era músico profissional e dependia do lançamento de Cd’s e de shows para ter seus ganhos. Alegava inclusive que já tinha um novo álbum gravado, com outros músicos, e que estava apenas na espera da resolução de toda a situação para seu lançamento.
No final todos sabemos o que acabou por ocorrer. Abbath se retirou e formou sua banda solo, lançando com ela o material que havia composto e gravado para ser o 9º trabalho de estúdio do Immortal, enquanto Demonaz, que desde 97 exercia apenas a função de letrista devido a uma forte tendinite, e Horgh, deixaram claro que a banda continuaria viva e que já estavam começando a trabalhar em um novo álbum de inéditas. Tudo isso acabou gerando uma série de incertezas, afinal, o ex-vocalista e guitarrista era o centro criativo do grupo desde At the Heart of Winter. Será que Demonaz, depois de mais de 2 décadas afastado das funções de guitarrista, conseguiria manter o alto nível exigido pelos fãs? Será que o mesmo conseguiria se sair bem como vocalista, mantendo o alto nível dos vocais de Abbath? Conseguiria Northern Chaos Gods superar o trabalho de estreia de Abbath? As perguntas eram muitas, e as respostas finalmente estão ao nosso alcance, na forma das 8 canções que compõem esse álbum.
Bem, os fãs podem respirar aliviados, pois, Northern Chaos Gods é um trabalho que definitivamente honra a carreira do Immortal. Sem inventar, a dupla formada por Demonaz (vocal/guitarra) e Horgh (bateria), contando com o apoio do produtor Peter Tägtgren, responsável pela gravação do baixo, apostou em um Black Metal padrão, simples, direto, e que remete diretamente ao período inicial da banda, principalmente a trabalhos como Battles in the North e Blizzard Beasts. Claro, não negam tudo que veio pós-1997, mas é um álbum que nitidamente soa mais obscuro e sombrio do que a fase que contava com Abbath como cérebro criativo. É um Immortal mais enérgico e revigorado. Os vocais de Demonaz conseguiram manter um bom nível, e ele não tenta soar como uma cópia de seu antecessor. Nesse sentido, é uma ótima estreia. Sua guitarra está simplesmente esmagadora e Horgh faz exatamente o que se espera dele, com um trabalho sobre-humano na bateria. O baixo de Peter está lá, soterrado por uma avalanche de riffs devastadores e de blastbeats, mas você consegue perceber ele uma vez ou outra. Nada diferente de trabalhos anteriores da banda.
De cara, já temos uma faixa que é a mais pura essência do que é o Immortal, a feroz e selvagem “Northern Chaos Gods”, que remete diretamente aos primórdios da banda. Na sequência temos um cataclismo em forma de música, “Into Battle Ride”, com toda a sua velocidade, brutalidade e clima gélido. “Gates To Blashyrkh” é desde já uma forte candidata a se tornam um clássico dos noruegueses, mesclando fúria, riffs cortantes e boas passagens atmosféricas. “Grim And Dark” se destaca pelo clima sombrio, pelo peso e pelas guitarras afiadíssimas, e “Called To Ice” é daquelas músicas velozes e devastadoras que poucos além deles conseguem fazer. “Where Mountains Rise” é outro dos pontos altos do trabalho. Tem aquela aura do Bathory, que marcou o começo da carreira do Immortal, um clima absurdamente gélido, um refrão muito bom e elementos atmosféricos que são bem utilizados. “Blacker Of Worlds” é simplesmente implacável, se destacando pela fúria e pelos altos níveis de crueldade com os tímpanos mais delicados. Encerrando, temos a épica, avassaladora e magistral “Mighty Ravendark”, certamente uma das melhores composições da carreira da banda.
Como já dito, a produção ficou a cargo de Peter Tägtgren, algo que já ocorre desde At The Heart Of Winter, tendo ele também sido o responsável pela mixagem. Já a masterização, assim como em All Shall Fall, voltou a ser realizada por Jonas Kjellgren. O equilíbrio encontrado foi perfeito, já que soa audível, mas sem polimento excessivo. Exatamente como deve ser um álbum de Black Metal. Já a capa foi obra da Jannicke Wiese-Hansen, sendo simples, e deixando transparecer com perfeição o que o ouvinte encontrará em Northern Chaos Gods: Black Metal gélido, escuro, feroz, enérgico e esmagador. O Immortal definitivamente voltou e não está para brincadeiras. O Reino de Blashyrkh vive!
NOTA: 88
- Demonaz (vocal/guitarra),
- Horgh (bateria).
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