sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Deicide - Overtures Of Blasphemy (2018)


Deicide - Overtures Of Blasphemy (2018)
(Century Media Records - Importado)


01. One With Satan
02. Crawled From The Shadows
03. Seal The Tomb Below
04. Compliments Of Christ
05. All That Is Evil
06. Excommunicated
07. Anointed In Blood
08. Crucified Soul Of Salvation
09. Defying The Sacred
10. Consumed By Hatred
11. Flesh, Power, Dominion
12. Destined To Blasphemy

Partindo do surgimento do Amon, em 1987, não é exagerado dizer que nesses mais de 30 anos, polêmica e Deicide sempre foram sinônimos, sempre andaram de mãos dadas, muito disso pelas atitudes de seu líder, Glen Benton. Ainda sim, é impossível negar a importância da banda para o Death Metal, já que lançaram trabalhos clássicos para o estilo, casos de Deicide (90), Legion (92), Once Upon The Cross (95), Serpents Of The Light (97) e The Stench Of Redemption (06). O problema é que tirando tais álbuns, a discografia do Deicide sempre navegou no mar da inconstância, entre trabalhos bons e outros extremamente burocráticos. Ainda sim, uma coisa é inegável: sempre se mantiveram fiéis ao Death Metal, e nunca procuraram se adaptar aos modismos surgidos com o passar dos anos.

Quando lançaram In The Minds Of Evil (13), vinham de 2 trabalhos onde pareciam estar ligados no piloto automático, Till Death Do Us Part (08) e To Hell with God (11). Isso, somado a estreia do guitarrista Kevin Quirion, que deu um novo gás a banda, fez com que em muitos momentos o Deicide soasse renovado do ponto de vista da inspiração, remetendo ao seu passado. Ainda sim, existiam os momentos em que pareciam estar ali apenas para cumprir horário no estúdio, e isso fez com que o resultado não fosse tão bom quanto poderia. De qualquer forma, isso despertou nos fãs uma boa expectativa de que as coisas poderiam estar novamente entrando nos eixos. Parecia existir futuro para o Deicide. Bem, passado um hiato de 5 anos, finalmente chegou a hora de confirmar tais expectativas, ou de simplesmente se frustrar mais uma vez.


Overtures Of Blasphemy é seu 12º álbum, e marca a estreia em estúdio do guitarrista Mark English, substituto de ninguém menos que Jack Owen, que saiu do Deicide em 2016, depois de 12 anos. Bem, o que posso dizer a respeito disso. Se a entrada de Quirion já parecia ter dado um novo gás ao quarteto, a troca de Owen por English parece ter renovado de vez as coisas. Não, o som não se modernizou, continua aquele Death Metal bruto, agressivo e infernal, mas é indiscutível que tais mudanças jogaram a criatividade do grupo lá no alto novamente. Aqui pegaram os melhores momentos de In The Mins of Evil e os potencializaram, gerando assim o melhor trabalho dos americanos desde The Stench Of Redemption.

Os vocais de Benton continuam em plena forma, por mais que raramente variem. Sinceramente, isso nunca foi problema em se tratando de Deicide. Além disso, ele faz uma dupla infernal com Steve Asheim. Seu baixo soa implacável, enquanto o baterista faz um trabalho poderoso e devastador. Quase uma força da natureza. O trabalho das guitarras de Kevin e Mark soa simplesmente diabólico, já que conseguem despejar alguns dos riffs mais caóticos e sombrios da história da banda. Além disso, conseguem inserir boas melodias, que surgem salpicadas aqui e ali. Os solos também soam primorosos e se destacam em diversos momentos. Preciso frisar que quando falo em melodia, não estou falando de algo exagerado, já que o que temos aqui é uma música que prima acima de tudo pela brutalidade, agressividade e rispidez. 


“One With Satan” inaugura os trabalhos de forma bruta e ccontundente, sendo seguida da ótima “Crawled From The Shadows”, violenta, furiosa e com ótimos riffs. Então temos 2 faixas com potencial para se tornarem clássicas, a grudenta “Seal The Tomb Below”, que não dá espaço para o ouvinte respirar e que pode quebrar alguns pescoços por aí, e “Compliments Of Christ”, com um trabalho de guitarra fenomenal e bom groove. “All That Is Evil” e “Excommunicated” são rápidas, opressivas e matadoras, enquanto “Anointed In Blood” se destaca pelos riffs e por algumas boas melodias. “Crucified Soul Of Salvation” é absurdamente agressiva e conta com uma bateria nada menos que explosiva. A agressividade também é o mote de “Defying The Sacred”, com seus ótimos riffs e um solo que traz boas melodias a canção. “Consumed By Hatred” esbanja brutalidade, enquanto a visceralidade dá as caras em “Flesh, Power, Dominion”. “Destined To Blasphemy” encerra o álbum de forma implacável e infernal, um retrato perfeito de tudo que foi escutado nos quase 38 minutos de duração de Overtures Of Blasphemy.

A produção de Jason Suecof (Belphegor, Monstrosity, Death Angel, DevilDriver, The Black Dahlia Murder), e a mixagem e masterização de Alan Douches (Cannibal Corpse, Death, Motörhead, Nile), deram ao álbum uma cara moderna, mas sem exageros, equilibrando bem clareza e agressividade. A belíssima e assustadora capa foi obra de Zbigniew Bielak (Behemoth, Dimmu Borgir, Ghost, Paradise Lost), e é a cara da banda. Soando renovado, mas sem renunciar a qualquer uma de suas convicções musicais, o Deicide lança um álbum de Death Metal puro, brutal, blasfêmico, infernal e caótico, como todo trabalho dentro do estilo deveria ser. Se algum dia alguém vier te perguntar o que é Death Metal, não existe, apresente Overtures Of Blasphemy a ela. Definição melhor, impossível!

NOTA: 89

Deicide é:
- Glen Benton (vocal/baixo);
- Kevin Quirion (guitarra);
- Mark English (guitarra);
- Steve Asheim (bateria).

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Um comentário:

  1. Baita resenha, diga-se de passagem, a banda só lançou discos excelentes após Scars The Crucifix, este eu achei superior ao anterior, bem mais ríspido e muito mais violento.

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