Sinaya – Maze of Madness (2018)
(Brutal Records – Importado)
01. Life Against Fate
02. Abyss to Death
03. Always Pain
04. Bath of Memories
05. Crowd in Panic
06. Infernal Sight
07. Deep in the Grave
08. Buried by Terror
Eu juro que tento de verdade, mas fazer “textão” em resenha é algo que está no meu sangue. Não consigo deixar de me posicionar sobre temas que muitas vezes são espinhosos, mas necessários de serem abordados. Querendo ou não, quem se propõe a resenhar um álbum se coloca na posição de formar opiniões, e quando você tem tal responsabilidade, mesmo que em uma escala reduzida, não pode simplesmente se calar para certas questões. Sei que às vezes sou chato com essa atitude, mas acredite, ela é realmente necessária. E mais uma vez vamos falar aqui da presença feminina no meio do Heavy Metal. O Metal é um meio predominantemente masculino e os fatores para isso são diversos, não cabendo ficar enumerando os mesmos aqui. Isso não exclui de forma alguma, a presença feminina no meio, mas sim realça a necessidade de uma maior representatividade da mulher, seja como fã do estilo, jornalista, fotógrafa, produtora, ou em cima de um palco. Não é nem a questão de termos um mesmo número de homens e mulheres no meio (por mais isso seria algo muito legal), mas sim da mulher se sentir bem em estar envolvida com a música pesada, se fazendo assim presente em uma quantidade maior do que temos hoje. Mas existe um sério entrave para isso, que é a questão do respeito. Sim, a mulher não é tão respeitada assim em nosso meio como alguns por aí parecem acreditar.
(Brutal Records – Importado)
01. Life Against Fate
02. Abyss to Death
03. Always Pain
04. Bath of Memories
05. Crowd in Panic
06. Infernal Sight
07. Deep in the Grave
08. Buried by Terror
Eu juro que tento de verdade, mas fazer “textão” em resenha é algo que está no meu sangue. Não consigo deixar de me posicionar sobre temas que muitas vezes são espinhosos, mas necessários de serem abordados. Querendo ou não, quem se propõe a resenhar um álbum se coloca na posição de formar opiniões, e quando você tem tal responsabilidade, mesmo que em uma escala reduzida, não pode simplesmente se calar para certas questões. Sei que às vezes sou chato com essa atitude, mas acredite, ela é realmente necessária. E mais uma vez vamos falar aqui da presença feminina no meio do Heavy Metal. O Metal é um meio predominantemente masculino e os fatores para isso são diversos, não cabendo ficar enumerando os mesmos aqui. Isso não exclui de forma alguma, a presença feminina no meio, mas sim realça a necessidade de uma maior representatividade da mulher, seja como fã do estilo, jornalista, fotógrafa, produtora, ou em cima de um palco. Não é nem a questão de termos um mesmo número de homens e mulheres no meio (por mais isso seria algo muito legal), mas sim da mulher se sentir bem em estar envolvida com a música pesada, se fazendo assim presente em uma quantidade maior do que temos hoje. Mas existe um sério entrave para isso, que é a questão do respeito. Sim, a mulher não é tão respeitada assim em nosso meio como alguns por aí parecem acreditar.
Hoje estou com meus 41 anos, e o Heavy Metal faz parte da minha vida desde meus 12. Já são quase 3 décadas nesse meio, e perdi a conta das vezes que escutei frases como “É, até que ela toca bem para uma mulher.”, ou “Só faz sucesso porque é mulher.”. Isso sem contar as abordagens grosseiras em shows de Metal, já que existem aqueles que acreditam que mulher não pode realmente gostar do estilo, e que se está no show, é porque está caçando um “cabeludo” para ela, ou tem um parceiro que curte. Mais de uma vez já tive que intervir em situações onde o cara, ao receber o não de uma mulher, tentou forçar algo mesmo assim. Compreendam uma coisa. Assim como em qualquer área nessa vida, homens e mulheres não diferem em nada quando o assunto é competência. Então sim, elas possuem a mesma capacidade que você de curtir Heavy Metal, de trabalhar no meio, de fazer música de qualidade, e devem sim, serem tratadas de igual para igual. Nem melhor, e nem pior, mas com igualdade. Então, “respeita as mina”, e cobre isso das pessoas a sua volta.
Antes que você desista de continuar a leitura, vou falar do que certamente trouxe você aqui, Maze of Madness, o aguardado debut da Sinaya. Surgida no ano de 2010, a banda já haviam mostrado potencial com o EP Obscure Raids em 2013, e o single Buried by Terror de 2015. Após este último, passaram por algumas mudanças de formação, e hoje o quarteto conta com Mylena Monaco (vocal/guitarra), Renata Petrelli (guitarra), Bruna Melo (baixo) e Cynthia Tsai (bateria). Para quem não conhece sua sonoridade, trafegam entre o Death e o Thrash de uma forma muito equilibrada, sendo que a pegada da banda é mais moderna, se aproximando muito mais dos anos 90 do que daquele som tradicionalmente oitentista.
Os vocais de Mylena são bem agressivos e com uma abordagem típica do Death Metal. E antes que você venha tecer comparações com os vocais de Angela Gossow, algo que parece ser uma tara de muitos quando falamos de vozes femininas nas vertentes mais extremas, eu já digo que o que escutamos aqui se aproxima muito mais de um Chuck Schuldiner ou de um John Tardy. Ou seja, são realmente vocais típicos do estilo. A dupla que ela forma com Renata é responsável por um ótimo trabalho de guitarras, que se aproxima daquele Thrash mais grooveado, com foco nos riffs, que são realmente ótimos, e nas melodias. O baixo soa brutalmente pesado, e foi responsabilidade não só de Bruna, mas também de Camila Toledo, que saiu da banda durante as gravações. A bateria se destaca principalmente pelo belo trabalho de bumbo duplo e foi gravada por Rodrigo Felix, exceto “Buried by Terror”, que por ter sido lançada em 2015, conta com a ex-baterista Aline Dutchi nas baquetas.
De cara, começamos com a bruta “Life Against Fate”, um retrato perfeito do que você encontrará pela frente. Energia de sobra, riffs marcantes, boas melodias e alternância entre partes mais velozes e cadenciadas. “Abyss to Death” tem uma cadência opressiva que faz ela soar ainda mais pesada do que é, e “Always Pain” possui um belíssimo trabalho de guitarras, além de uma aura obscura e má. “Bath of Memories” tem um groove muito bom vindo das guitarras e é outra que oprime o ouvinte com sua brutalidade. Aliás, nessa altura do jogo fica muito claro que o Sinaya não é dessas bandas que aposta na velocidade pura e simples. “Crowd in Panic” te remete diretamente aos melhores momentos do Obituary, mas não soa como simples emulação. “Infernal Sight” tem ótimos riffs e um trabalho simplesmente brutal da bateria, e “Deep in the Grave” transmite um clima sombrio e raivoso ao ouvinte. Finalizando, a já conhecida e empolgante “Buried by Terror”.
Maze of Madness foi gravado no Mr. Som Studio (São Paulo/SP) e teve sua produção toda a cargo da dupla Marcelo Pompeu e Heros Trench. O resultado é muito bom, já que deixou tudo muito claro, com todos os instrumentos 100% audíveis. A escolha dos timbres também foi muito boa. Já a capa é obra de João Duarte (Circle II Circle, Angra, Nervosa, Metal Church, Torture Squad), e reflete perfeitamente o que é a música do quarteto. O Sinaya pode não apresentar nenhuma grande novidade no que diz respeito a sonoridade musical, mas sua música transborda energia, peso, agressividade e principalmente, honestidade, além de ser feita sobre medida para esmagar vértebras dos pescoços menos acostumados. Básico, muito bem feito, e exatamente por isso, extremamente cativante.
NOTA: 86
Sinaya é:
- Mylena Monaco (vocal/guitarra);
- Renata Petrelli (guitarra);
- Bruna Melo (baixo);
- Cynthia Tsai (bateria).
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