terça-feira, 18 de outubro de 2016

Sinsaenum - Echoes of The Tortured (2016)


Sinsaenum - Echoes of The Tortured (2016)
(Shinigami Records/earMUSIC - Nacional)


01. Materialization*
02. Splendor & Agony
03. Excommunicare*
04. Inverted Cross
05. March*
06. Army of Chaos
07. Redemption*
08. Dead Souls
09. Lullaby*
10. Final Curse
11. Condemned to Suffer
12. Ritual*
13. Sacrifice
14. Damnation*
15. The Forgotten One
16. Torment*
17. Anfang des Albtraumes
18. Mist*
19. Echoes of the Tortured
20. Emptiness*
21. Gods of Hell
*Interlúdios

O Sinsaenum é a maior prova de que radicalismos não levam a lugar algum. Enquanto fãs de estilos díspares ficam por aí se digladiando, se ofendendo, os músicos das bandas que defendem/ofendem com tanta paixão, estão pelos backstages dos festivais mundo afora bebendo uma cerveja juntos e dando boas risadas. Vejamos um exemplo. Frédéric Leclercq, baixista de uma das principais bandas de Power Metal do cenário metálico mundial, o DragonForce, é um cara que gosta de se aventurar por outros estilos. Para os que não conhecem, procurem escutar o Menace, projeto de Hard/Prog em que ele toca ao lado de pasmem, Mitch Harris e Shane Embury do Napalm Death e do ex-Hate Eternal Derek Roddy.

Pois bem, um belo dia, ele resolveu colocar em prática as ideias que tinha para um projeto de Death Metal, unindo à sua volta alguns amigos que fez em mais de 20 anos de carreira. Para os vocais, vieram Attila Csihar (Mayhem) e Sean Zatorsky (Dååth, ex-Chimaira). Para a outra guitarra, já que aqui ele é responsável por uma delas, veio o francês Stéphane Buriez, do Loudblast, banda de Death Metal com a qual ele toca ao vivo. Para a parte rítmica, Heimoth, guitarrista/tecladista da banda de Black Metal francesa Seth, assumiu o baixo e a bateria ficou a cargo de ninguém menos que Joey Jordison, ex-Slipknot. E antes que você, com seu radicalismo, torça o nariz para ele, saiba que Joey já substituiu ninguém menos que Frost do Satyricon, na turnê dos noruegueses pelos Estados Unidos em 2004, já que este teve sua entrada proibida no país. Lembra das cervejas e risadas nos backstages mundo afora que falei?

Mas o que esperar de um time tão improvável, que mistura músicos de bandas tão heterogêneas entre si? Bem, um puta álbum de Death Metal. Ok, o Sinsaenum não apresenta absolutamente nada de inovador aqui, já que seu som é quase um tributo às cenas americana e escandinava do final dos anos 80 e início dos anos 90, mas é absurdamente pesada e intensa. Podemos observar boas melodias e elementos orquestrais aqui e ali, além de um flerte interessante com o Black metal, o que torna tudo ainda mais avassalador. Para deixar tudo ainda melhor, uma atmosfera angustiante permeia a audição do início ao fim.


É interessante como apesar de não ser inovadora e até mesmo teoricamente datada, a música do Sinsaenum consegue soar atual. O trabalho vocal de Attila e Sean se complementa, se contrapondo e dando uma dinâmica muito interessante às canções. Isso pode ser observado por exemplo, em “Army of Chaos”, que, aliás, possui guitarras poderosas e participações especiais de Schmier (Destruction), Dr. Mikannibal e Mirai Kawashima (Sigh). Por sinal, Frédéric e Buriez formam uma bela dupla, e durante todo o álbum despejam uma quantidade absurda de riffs pesados e agressivos. “Splendor & Agony” e “Inverted Cross” são dois ótimos exemplos disso. Já “Dead Souls” tem uma pegada mais Doom, arrastada, onde se destaca o baixo de Heimoth. Mas as duas melhores canções aqui presentes estão mais para o final do trabalho, “Anfang des Albtraumes”, diversificada, veloz, com boas melodias e destaque inapelável para a bateria de Joey Jordison e a infernal “Echoes of the Tortured”. Vale destacar também que das 21 faixas que constam no track list, 10 são interlúdios curtos. Felizmente não atrapalham a fluidez do álbum e tornam sua audição até bem agradável.

A produção ficou a cargo de Leclercq e da banda, com mixagem e masterização do onipresente Jens Bogren. Ótima qualidade, como já era de se imaginar. Já a capa foi obra de Costin Chioreanu, que já trabalhou com nomes como Arch Enemy, Arcturus, Mayhem, At The Gates, dentre outros. No final, temos um belo álbum de Death Metal, que vai agradar em cheios aos apreciadores do estilo, principalmente os mais tradicionalistas. E fica também a lição de que radicalismos musicais não nos levam a nada.

NOTA: 8,5

Sinsaenum é:
- Attila Csihar (vocal);
- Sean Zatorsky (vocal);
- Frédéric Leclercq (guitarra, baixo, sintetizador);
- Stéphane Buriez (guitarra);
- Heimoth (baixo);
- Joey Jordison (bateria).

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