sexta-feira, 29 de julho de 2016

Dark Funeral - Where Shadows Forever Reign (2016)


Dark Funeral - Where Shadows Forever Reign (2016)
(Century Media Records - Importado)


01. Unchain My Soul
02. As One We Shall Conquer
03. Beast Above Man
04. As I Ascend
05. Temple Of Ahriman
06. The Eternal Eclipse
07. To Carve Another Wound
08. Nail Them To The Cross
09. Where Shadows Forever Reign

São quase 25 anos de carreira, 20 desde o lançamento do clássico The Secrets of the Black Arts, mas Where Shadows Forever Reign é apenas o 6º álbum de estúdio do Dark Funeral. Para o leitor ter uma noção, praticamente nesse mesmo tempo, bandas contemporâneas como o Marduk (lançou mais que o dobro de álbuns) e o Enthroned (foram 10 CD's) se mostraram muito mais produtivas. Ainda bem que quantidade não é sinônimo de qualidade.

Obstante Attera Totus Sanctus (05) e Angelus Exuro pro Eternus (09), seu dois trabalhos anteriores, estarem um pouco abaixo dos antecessores, passam longe de serem álbuns sem qualidade, até porque a horda capitaneada por Lord Ahriman nunca lançou um trabalho que possamos chamar de fraco. Com relação a Where Shadows Forever Reign, a expectativa se dava por este marcar o primeiro álbum sem a presença nos vocais do grande Emperor Magus Caligula, e ser a estreia de Heljarmadr na função em estúdio.

Pois bem, você, prezado leitor que é fã dos suecos, pode ficar tranquilo. Aqui temos exatamente o que esperamos de um álbum do Dark Funeral. Clima apocalíptico, partes rápidas e brutais mescladas com ótimos momentos mais cadenciados e muita energia. Em resumo, passam longe de passagens orquestrais, ambientes ou progressivas que tomaram conta do cenário nos últimos anos. È Black Metal puro e simples, como fizeram durante toda a carreira.

Da primeira até a última música, temos uma verdadeira viagem no tempo, retornando diretamente aos anos 90 e em muitos momentos, ao seu debut, The Secrets of the Black Arts. Aliás, reparem como a capa remete diretamente ao mesmo. Não seria exagero dizer que Where Shadows Forever Reign é uma versão mais técnica e madura deste. Heljarmadr estreia com o pé direito e sua voz cai como uma luva no estilo do Dark Funeral. Os fãs não poderão reclamar nesse sentido. Acompanhado de Chaq Mol, Lord Ahriman (que também toca baixo na gravação) despeja riffs cortantes, ferozes e brutais, enquanto Dominator espanca sem dó nem piedade seu kit de bateria, dando grande peso às canções.

Das 9 aqui presentes, todas violentíssimas, destaco como minhas preferidas “As One We Shall Conquer”, “Beast Above Man”, “As I Ascend”, “To Carve Another Wound”, “Nail Them To The Cross” e “Where Shadows Forever Reign”. A produção ficou a cargo de Lord Ahriman e Daniel Bergstrand, também responsável pela mixagem ao lado de George Nerantzis, que cuidou da masterização do mesmo. Muito boa qualidade, talvez a melhor produção em um trabalho do Dark Funeral. Já a capa, como fica meio óbvio, foi feita por Necrolord, o mesmo que há 20 anos atrás foi o responsável pela de The Secrets of the Black Arts.

Transbordando ódio, violência e uma aura demoníaca, o Dark Funeral mais uma vez não adere a modismos e faz o que sabe fazer de melhor. Black Metal violento e impiedoso. Vale lembrar que  Where Shadows Forever Reign está saindo no Brasil através do selo Valhall Music, tanto em versão simples como em uma versão Deluxe limitada as 500 cópias numeradas à mão. Em resumo, não tem porque deixar de ter sua cópia.

NOTA: 8,5

Dark Funeral é:
- Heljarmadr (vocal)
- Lord Ahriman (guitarra)
- Chaq Mol (guitarra)
- Dominator (bateria)

3 comentários:

  1. Parabéns pelo site, muito legal o conteúdo e seus texto. Se me permite algumas críticas, que espero sejam construtivas, para melhorar ainda mais:

    - Fale o que o disco significa para você dentro da discografia da banda, e dentro do estilo em geral. É uma evolução, volta às raízes, uma ruptura, amadurecimento;

    - Descreva mais as músicas, com adjetivos e comparações/referencias a outros artistas maiores ou tão grandes quanto. Ex.: tal música é rápida, tal música é alegre, tal trecho lembra música tal, o refrão é assim, a estrutura é oposta a usada em X;

    - Mencione um pouco mais sobre as performances individuais dos músicos em determinados trechos: muita técnica, tem feeling, o que o músico parecia pretender, e se ele conseguiu;

    - Como são as composições, todas iguais estrofe/refrão/estrofe, são únicas, músicas grandes, músicas curtas, muito clichê, clichês bem utilizados;

    - Eu gosto muito de ler sobre quem mixou, masterizou, onde foi gravado, quem produziu, acho que enriquece bastante o texto, mas faltou dizer por exemplo quem é George Nerantzis, com quem ele já trabalhou, o que ele já fez;

    - Você aponta músicas demais como suas preferidas, só aqui você apontou dois terços do tracklist como suas preferidas. Assim o destaque fica para as que ficaram de fora, parecendo ser muito ruins. Escolha um terço ou menos do tracklist e diga porque essas são as melhores, ou as mais indicadas para conhecer o trabalho.

    No geral a resenha deve dar ao leitor uma ideia clara do que esperar e ser instigante o suficiente para ele querer ouvir e concordar ou não contigo. É óbvio que tem que ser uma boa leitura, agradável, mas isso seus textos já são, e essa é a parte mais difícil.

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  2. Críticas são sempre muito bem vindas, já que assim é possível ver onde posso melhorar.

    Curiosamente, no início do A Musica, eu tinha o costume de fazer essa abordagem das músicas, mas com o passar do tempo, o fluxo de material que chegam até mim foi crescendo, e para tentar desenvolver a escrita de forma mais rápida, já que o tempo é curto para escrever as resenhas (trabalho, família, etc), acabei mudando um pouco o estilo do texto. Mas eventualmente, penso em voltar a colocar esses apontamentos.

    Agradeço os apontamentos feitos por vc, já que o foco é sempre buscar mehorar.

    Um abraço!

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  3. Você só precisa falar sobre músicas que tiverem algo a ser dito, bom ou ruim, não uma resenha faixa a faixa, isso fica para oportunidades especiais, ou discos fora da curva, onde tudo se destaca, como o Dark Side of the Moon, ou Reign in Blood.

    O mesmo para as performances, não precisa dissecar todos os músicos, apenas o destaque, seja positivo ou negativo.

    Nos detalhes técnicos, se o cara que mixou fez apenas um trabalho correto e/ou é um desconhecido do público em geral não precisa mencionar. Já se o produtor só fez o feijão com arroz, mas for alguém famoso, ou alguém que vem ganhando destaque, ou já tem uma assinatura reconhecível vale a pena. Não tenha medo de não citar um desconhecido que não fez um trabalho tão bom com medo dele se tornar grande no futuro, pois poderá citá-lo em outras resenhas, quando valer a pena, inclusive podendo dizer "que já trabalhou em tal disco".

    Já quanto ao seu tempo, nessa mesma resenha você deu a resposta, basta segui-lá "Ainda bem que quantidade não é sinônimo de qualidade.". Não sei quanto aos seus compromissos e pretensões com o site, mas busque privilegiar a qualidade, por que exemplo: indicar os 10 melhores lançamentos do mês é muito legal, mas também parece muito trabalhoso e injusto com o SEU tempo. Talvez você pudesse fazer listas trimestrais, ou indicar menos álbuns por mês, e até mesmo, se não for lhe atrapalhar, resenhar menos discos.

    No geral eu acho que a palavra chave para o que quero dizer é comprometimento, entende? Indicar as melhores músicas de um álbum significa se comprometer escolhendo as que você gostou mais, e isso quer dizer até duas ou três. Não significa que não possa falar das outras músicas, mas apenas se tiverem algum destaque, se forem músicas boas, mas nada excepcional, nem sempre é preciso mencionar, somente em um contexto geral. O mesmo vale para as performances, e os "melhores discos de(o/a)".

    Por exemplo, dia desses me deparei com uma lista dos cem melhores álbum de death metal de 2015. É um objeto bem específico, logo indicar 100 discos não é uma "verdadeira lista de melhores", apenas um amontoado de bandas e discos sem qualquer direcionamento/comprometimento de quem fez a lista, claro que tem discos bons ali, mas em meio a uma infinidade de discos razoáveis para ruins, o que tira toda a razão de ser de uma lista dessas.

    De outra vez vi uma lista dos "Cinco melhores álbuns do Death". Sério?! O Death tem sete álbuns, isso não é uma lista de melhores, é uma discografia comentada incompleta.

    Comprometimento significa fazer escolhas, e o quão claro você consegue justificar essas escolhas é o que enriquece seu trabalho, sempre vai aparecer alguém para discordar, mas isso é normal e desejável, pois é sinal que seus textos estão chegando nas pessoas. Se chegarem pessoas que acham que sua opinião está errada simplesmente por ser diferente das delas isso é um problema delas, não seu.

    Comprometer-se não significa que você não pode mudar de ideia, apenas significa que para fazê-lo é preciso justificar bem, e mais.

    Por fim li alguns de seus textos antigos e realmente vi que muito dessa abordagem você meio que abandonou, mas em contrapartida sua escrita melhorou, mas um ponto central permanece, que é a falta de descrição da música em si. Por exemplo, em "Falkenbach - Asa (2013)" você diz: "a rápida e enérgica 'Wulfarweijd', a intensa 'Bronzen Embrace' e a ótima 'Stikke Wound'". Quão rápida e enérgica? Intensa como o que? Por que ótima? Eu não sei exatamente o que esperar dessas músicas. Já em "Deeds Of Flesh – Portals To Canaan (2013)" eu percebi que é um álbum basicamente brutal, rápido e técnico, mas isso é possível se dizer de qualquer álbum de Brutal Death Metal, mas no que ele se destaca? Onde ele é único? Por que mereceu nota 9?

    Por isso falo em se focar em menos músicas, para descrevê-las melhor, ao ponto de dar uma imagem a quem nunca ouviu.

    Enfim, é por ai, espero não estar lhe aborrecendo.

    E novamente, parabéns pelo site e um abraço!

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