Megadeth – Dystopia
(2016)
(Universal Music –
Nacional)
01. The Threat is Real
02. Dystopia
03. Fatal Illusion
04. Death From Within
05. Bullet To The Brain
06. Post American World
07. Poisonous Shadows
08. Conquer Or Die
09. Lying In State
10. The Emperor
11. Foreign Policy
Acho que a muito tempo um álbum do Megadeth não causava
tanta expectativa no público. Muito disso se deu devido a entrada do
guitarrista Kiko Loureiro (Angra) e do baterista Chris Adler (Lamb Of God), o
que gerou um misto de e esperança e apreensão nos fãs, que estavam mais do que
ávidos por saber o que essa nova formação seria capaz de fazer. Seria a trupe
comandada por Mustaine capaz de recuperar o brilho do passado ou repetiriam o
fraco desempenho de Th1rt3en (11) e Super Collider (13), os dois últimos
trabalhos da banda?
Pois bem amigos, respirem aliviados, pois o resultado aqui é
o melhor possível. Se você fez parte da turma que torceu o nariz para a entrada
de Kiko, apenas por não gostar do Angra ou por achar que um brasileiro não pode
chegar tão alto, sinto lhe informar que quebrou feio a cara, já que ele é um
dos destaques aqui, com ótimos riffs e solos de qualidade. Já Adler dispensa
qualquer comentário, pois é apenas um dos maiores bateristas da atualidade e
não se esperava menos do que excelência por parte dele. Sem exageros, os dois
revitalizaram um Megadeth que vinha capengando a muito tempo.
Seria ridículo esperar um álbum do porte de um Peace Sell...But Who’s Buying (86) ou de
um Rust In Peace (90), clássicos
absolutos da história do Metal. Isso nunca vai voltar a ocorrer, não por falta
de qualidade dos músicos envolvidos, mas simplesmente porque os tempos são
outros. O mundo mudou, a música mudou, as pessoas mudaram e uma volta ao
passado, a não ser que você tenha um DeLorean e se chame Marty McFly, vai
apenas soar como um pastiche forçado (por mais que de certa forma tenhamos um
pezinho no passado aqui). Deixemos para as bandas mais novas, copiarem o que os
mestres fizeram 20, 30 anos atrás.
Esse é a priori, um álbum de Thrash Metal como a muito o
Megadeth não o fazia. Aqui, passado, presente e futuro se misturam em uma
música pesada, agressiva, técnica (algo que sempre encontramos de sobra na
música do grupo) e que possui um toque atual, moderno. Literalmente um Megadeth
versão 2016. Mustaine continua com seu vocal inconfundível e marcante, mas mais
agressivo do que de costume e mantém seu contumaz brilhantismo na guitarra.
Kiko se mostra uma aquisição de rara felicidade e tem tudo para construir uma
história na banda tão gloriosa quando Marty Friedman. Além de mostrar a técnica
que todos nós conhecemos, esbanja felling e uma precisão absurda. Haters,
aceitem, o cara realmente é foda. Já David Ellefson e Chris Adler são um
espetáculo à parte, pois o preso e variedade que imprimem as canções beira o
absurdo. Uma das melhores partes rítmicas do Metal na atualidade.
Ok, em alguns poucos momentos a banda me soou um pouco
forçada tentando remeter aos primeiros álbuns, assim como senti falta de uma
maior quantidade de músicas mais velozes (a maioria possui um andamento
mediano), mas isso não tira em nada a força das canções presentes em Dystopia. Destaques principais ficam por
conta de “The Threat is Real”,
“Dystopia”, “Fatal Illusion”, “Death From Within”, “Poisonous Shadows” (com
partes orquestradas e Kiko tocando piano), “Lying
In State” e “Foreign Policy”.
Soando revitalizado, moderno, mas ainda com cara de
Megadeth, Mustaine e Cia mostram que ainda tem muita lenha para queimar e muito
a contribuir para o Metal. Isso é claro, se essa formação tiver vida longa, o
que esperamos. Facilmente o melhor trabalho da banda nos últimos 20 anos.
NOTA: 8,5
Megadeth é:
- Dave Mustaine
(Vocal/Guitarra)
- Kiko Loureiro
(Guitarra)
- David Ellefson
(Baixo)
- Chris Adler
(Bateria)
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