quinta-feira, 28 de maio de 2015

Black Oil – Resist to Exist (2015)




Black Oil – Resist to Exist (2015)
(Sliptrick Records – Importado)

01. Rise Up
02. Justified
03. Callate
04. Exoskeleton
05. Combustion
06. Revolution
07. Stand Against Everything
08. Paperslave

Bem, estou nessa vida de fã de Metal há 26 anos e não nego, adoro escutar aquelas bandas dos anos 80 e 90 responsáveis pelo meu caso de amor pelo estilo. Mas isso não significa que eu tenha parado meu gosto musical no tempo. Por isso nada me irrita mais do que esse povo que denigre sonoridades mais modernas e bate no peito afirmando que só escuta as “bandas das antigas”, pois só essas possuem qualidades. Ok, concordo que ninguém é obrigado a curtir tudo e todos possuem direito a ter suas preferências, mas vai uma distância imensa entre isso e o ódio puro e simples por qualquer banda que não pratique aquele mesmo som de 20, 30 anos atrás. O fato de uma banda não praticar o som do seu agrado não significa que a mesma não possua qualidades inerentes. Se não curte, não escute e o problema esta resolvido.

O Black Oil vem da Califórnia e em seu segundo trabalho continua apostando em uma mescla muitíssimo interessante de Death, Groove, Thrash e música étnica, cortesia do talentosíssimo guitarrista brasileiro Adassi Addasi, um estudioso no que tange a música em todas as suas vertentes. O resultado disso é uma sonoridade moderna que surge como uma lufada de ar fresco no meio do Metal. Uma prova dessa abrangência são as participações especiais de nomes totalmente externos ao meio do Metal, mais precisamente dos brasileiros Silvério Pessoa (ex-Cascabulho, um gênio no que tange a fusão de ritmos nordestinos com outras sonoridades e um desses nomes injustamente mais respeitados no exterior do que por aqui. Quem tiver cabeça aberta, vale a pena conhecer seu trabalho) e Ricardo Vignini (grande violeiro e produtor musical), o boliviano Hector Guerra (expert em ritmos latinos) e Zero, que faz parte do trio de Hip Hop El Vuh. Já na parte especializada, temos as participações do baixista Tony Campos (Fear Factory, Ministry, Asesino ex-Prong, ex-Soufly), do baterista Aaron Rossi (Ministry, ex-Prong) e do igualmente baterista Raymond Herrera (ex-Fear Factory, ex-Asesino e ex-Brujeria).

Musicalmente, em cerca de 30 minutos o Black Oil despeja em nossos ouvidos um som absurdamente agressivo e pesado, com ótimos riffs de Adassi, vocais brutais de Mike Black e uma parte rítmica absurdamente técnica e variada. O que mais chama a atenção aqui é tudo soa muito natural, apesar do amplo espectro de estilos abordados na musica dos californianos. Isso só mostra o grande talento de todos os envolvidos, pois quando se trabalha uma sonoridade dessa forma, sempre se corre o risco de algumas misturas soarem forçadas. Chama a atenção também os ótimos refrões aqui presentes, desses forjados para grudar na cabeça como chiclete no cabelo. Destaques aqui para “Rise Up”, “Callate”, “Combustion”, “Revolution” e “Stand Against Everything”.

A produção da maior parte das músicas ficou a cargo de Cristian Machado, do Ill Niño, mas também contou com a participação de Logan Mader (ex-Machine Head, ex-Soufly) e Erik Reichers. O resultado é um trabalho que deixou o som da banda claro e cristalino, mas também absurdamente brutal e pesado. Coisa realmente fina! Já a capa é mais uma bela obra do paulistano Will Ferreira (Project46).

Pesado, brutal, agressivo, caótico e moderno. Mostrando muita técnica, criatividade e intensidade, o Black Oil presenteou a todos com um trabalho de inegável qualidade e que vai agradar em cheio todos aqueles fãs de sonoridades mais modernas. Já turma do mimimi citada no início da resenha, bem, esses terão mais combustível para seu choro. Interessou-se? Fique atento, pois em breve Resist to Exist irá ganhar uma versão nacional.

NOTA: 8,5

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