Semblant
- Lunar Manifesto (2014)
(Shinigami
Records - Nacional)
01. Incinerate
02. Dark of the Day
03. What Lies Ahead
04. The Shrine
05. Bursting Open
06. Mists Over the Future
07. The Hand That Bleeds
08. Selfish Liar
09. Ode to Rejection
10. The Blind Eye
11. Scarlet Heritage (Legacy of Blood
Part III)
Quando no ano de 2008, os curitibanos do
Semblant lançaram o EP Behind the Real,
mostraram possuir muito potencial com seu Dark/Gothic Metal. Mas de nada vale
uma banda ter tal potencial se simplesmente optar por estagnar musicalmente seu
som. Felizmente no debut, Last Night of
Mortality (10) e no EP subsequente, Behind
the Mask (11), o septeto paranaense demonstrou traços de tal evolução,
deixando claro a todos que as expectativas iniciais não eram equivocadas. Ainda
sim, ouso dizer que tal fato não nos preparou para o próximo passo do Semblant.
Ao final da audição de Lunar Manifesto, confesso que meu queixo
estava caído. Não prezado leitor, não estamos diante de um álbum comum de
Gothic Metal, com uma dupla de vocalistas que se limita a vocais no estilo Bela
e a Fera enquanto a banda ataca com um Death Melódico ao fundo, como 90% dos
nomes do gênero. Aqui nos deparamos com um trabalho muito mais amplo e
criativo, que funde de forma absurdamente criativa e coesa, não só os estilos
citados acima, como também Black (principalmente nos guturais), Progressivo,
Metal Sinfônico (me remeteu em alguns momentos, as passagens mais pesadas do
Epica), Doom, Heavy (preste atenção nos ótimos solos presentes no álbum) e se
você for bem chato e procurar bem, até mesmo algo muito discreto de Metalcore
(alguns vocais e riffs me remeteram a bandas do estilo). A dupla Mizuho Lin e
Sergio Mazul procuram sair do lugar comum quando o assunto são as vocalizações,
com o segundo variando seu vocal entre o gutural, o rasgado e o limpo, fora o
fato de suas vozes soarem bem harmônicas. Já a dupla de guitarristas Juliano
Ribeiro e Sol Perez não só despeja em nossos ouvidos riffs agressivos como
também consegue nos presentear com solos carregados de ótimas melodias. A
“cozinha”, com João Vitor (baixo) e Welyntom “THOR” Sikura (bateria), não só
mostra ótima técnica, como também é capaz de imprimir peso e variedade as
composições, enquanto o tecladista J.Augusto consegue encaixar seus teclados
nos momentos certos e sem os exageros cometidos por alguns. Destaques para “Incinerate”, “Dark of the Day”, “What Lies
Ahead”, “The Shrine”, “Bursting Open”, “The Hand That Bleeds” (que solo,
meus amigos), “Selfish Liar” e “Scarlet Heritage (Legacy of Blood Part
III)”.
A produção, masterização e mixagem
ficaram a cargo do “fodástico” Adair Daufembach (Project46, Hangar, A Red
Nightmare, dentre outras), sendo um dos grandes destaques do trabalho, já que
deixou a sonoridade limpa, mas agressiva, moderna, mas sem soar modernosa. A
capa (uma das mais belas que já vi em se tratando de Metal Nacional) é uma obra
de Carlos Fides, sendo um retrato perfeito do que escutamos em Lunar Manifesto. Complexo, devido à
variedade de estilos encontrados, mas ao mesmo tempo fácil de ser assimilado
pelo ouvinte, pesado, agressivo, criativo e carregado de personalidade, esse é
certamente um dos melhores álbum já lançados na história do Metal brasileiro.
Simplesmente obrigatório a todos que apreciam musica pesada que qualidade.
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