Dorsal
Atlântica – Imperium (2014)
(Heavy
Records – Nacional)
01. Ave Imperium (Intro)
02. Imperium
03. Amaldiçoados
04. Mestres (Ficam Cegos, Surdos São os
Servos)
05. Crise (Anunciada Antes da Verdade
Revelada)
06. Grotesca Essa Terra É
07. Centro, Direita, Esquerda
08. Deus Que Dança
09. Perfídia
10. Exilium
11. Vos Perdôo Me Perdoem
12. Ave Imperium (Grand Finale)
Falar da Dorsal Atlântica é falar da
figura de Carlos Lopes. Falar de Carlos Lopes é falar da história do Metal no
Brasil. A verdade é que dificilmente conseguimos desvincular a imagem da Dorsal
da figura de seu líder e mentor. Falar de Carlos e da banda que capitaneia,
também é falar de polêmica e controvérsia, já que se trata de uma pessoa de
idéias e convicções fortes, não tendo medo de expressá-las em entrevistas ou
mesmo nas letras que escreve. Mas acima de tudo, falar dos dois é falar de
Metal de qualidade.
Responsável por clássicos do Metal
Nacional, como Ultimatum (85), Antes do
Fim (86) e Dividir e Conquistar (88),
a verdade é que não se esperava um novo trabalho da Dorsal após 2012 (12), o tão propagado e anunciado
último álbum da banda, lançado através de uma campanha de financiamento
coletivo entre seus fãs. Mas felizmente, eis que surge Imperium, uma Ópera Metal que trata da Monarquia no Brasil e traça
paralelos entre essa época e o período atual (como podemos ver na letra da
faixa título) de forma bem interessante. Devemos lembrar que esse conceito de
Opera Metal não é uma novidade na história da banda, já que possuem uma
trilogia, Searching For The Light (89),
Musical Guide From Stellium (92) e Alea
Jacta Est (94), que segue justamente essa linha. Assim como em seu último
álbum (que acabou não sendo o último), o lado Metal da Dorsal é mais explorado,
o que não significa que suas influências Punk/Hardcore foram ignoradas. Essa é
uma marca registrada da Dorsal e isso nunca vai mudar. Como não poderia deixar
de ser, Imperium é carregado de riffs
certeiros e rápidos, além é claro de muita agressividade. Aqui não tem espaço
para frescura e tudo acaba soando bem direto e sem enrolação. Durante a audição
do trabalho, o ouvinte mais atento irá perceber que o trio original, formado
por Carlos, Claudio Lopes (baixo) e Hardcore (bateria) está mais afiado do que
nunca e que conseguiram dar uma cara atual a música do grupo, mas sem perder as
características que sempre marcaram sua carreira. Destaques para “Imperium”, “Amaldiçoados”, “Mestres (Ficam
Cegos, Surdos São os Servos)”, “Grotesca Essa Terra É”, “Centro, Direita, Esquerda”
e “Vos Perdôo Me Perdoem”.
O trabalho é bem produzido e tudo soa
muito heterogêneo, complexo e atual. A apresentação também é muito legal, pois
o cd vem encartado em uma capa dupla para compacto, dando a impressão que se
trata de um vinil. Muito bem bolado. Mostrando a competência de sempre e
deixando claro que ainda tem muita lenha para queimar, a Dorsal Atlântica
mostra que ainda pode prestar serviços para lá de relevantes ao nosso Metal.
Que Imperium não seja o último álbum
da banda, mas se o for, fecharam seus mais de 30 anos de história com chave de
ouro.
NOTA:
8,5
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