Saint
Spirit – Mea Culpa (2015)
(Independente
- Nacional)
01. Arbalest (intro)
02. Solitude Collective's Train
03. Release the Kraken
04. Pregnant Women
05. City of Roses
06. Iceberg
07. Volt
08. Mea Maxima Culpa
09. Tortura
10. Hellyard
11. Nameless
12. Bonsai
13. Roger That
14. Indestructible
Não que isso influa de alguma forma para
mim, mas os “truezões ultramegasblasterfodõespicadasgalaxias” certamente
ficarão de mimimi com o Saint Spirit por dois motivos. Influências de Metalcore
em seu som e o fato de abordar o Cristianismo em suas letras, mesmo que de
forma totalmente distante do que é feito pelas religiões constituídas, as quais
a banda é muito crítica. Então, se você se encaixa nessa discrição, pare por
aqui mesmo e leitura e vá escutar um álbum do Varguinho enquanto realiza seu
ritual satânico do dia. Como não me prendo a esses preconceitos bobos (tanto
que também curto muito Black Metal) e coloco a musica, uma expressão puramente
artística e consequentemente livre de dogmas e regras em primeiro lugar, vamos
seguir com a resenha.
Na estrada desde 1994 e vindo de Belfod
Roxo/RJ, o Saint Spirit possui 3 cd’s e um EP lançados, sendo esse seu 4°
trabalho completo de estúdio. A praia dos cariocas sempre foi o Thrash Metal,
mas quem teve a oportunidade de escutar seu álbum anterior, Vanitas Vanitatum (11), já tinha
percebido a inserção de alguns elementos de Djent em sua música. Pois em Mea Culpa essa proposta não só foi
amadurecida como também ampliada, já que podemos ver não só elementos de Djent
aqui, como também Hardcore, Metalcore, Groove e Death Metal. A afinação mais
baixa deixou o som do Saint Spirit ainda mais pesado e moderno e vêm
acompanhado de ótimos riffs e solos (onde temos boas doses de melodias), vocais
muito agressivos e uma parte rítmica com boa técnica e que dá ótima variedade
as músicas (além de segurar bem toda a porradaria). O conceito do álbum também
ajuda muito a deixar tudo ainda mais pesado e perturbador. Mea Culpa fala do Hospital Colônia de Barbacena, uma Instituição
que teoricamente era voltada para tratamento de pessoas com doenças mentais,
mas que na pratica foi utilizada como instrumento de eugenia pelas autoridades
da época. Digamos que estava muito mais para um Campo de Concentração do que
para um local de tratamento e atrocidades terríveis foram cometidas com total
anuência da sociedade, que fingia não ver o que ali ocorria. Recomendo aqui a
leitura do livro “Holocausto Brasileiro:
Vida, Genocídio e 60 Mil Mortes No Maior Hospício do Brasil”, de Daniela
Arbex. Voltando a parte musical, os maiores destaques aqui ficam por conta de “Release the Kraken”, “City of Roses”
(com participação de Frank Lima, do Maieuttica), “Volt”, “Tortura” (com participação de Bruno Max, do Puritan), “Hellyard” e “Bonsai” (com participação de Daniel Monteiro, do Folhas de
Outono).
A produção é excelente e conseguiu
deixar todos os instrumentos 100% audíveis, mas sem tirar a crueza e a
brutalidade da música aqui presente. Já a capa é belíssima e tem conexão direta
com o conteúdo lírico do álbum, causando forte impacto assim que se visualiza a
mesma. Em Mea Culpa o Saint Spirit
conseguiu encontrar o tão almejado caminho das pedras para dar uma
personalidade própria a sua música, o que acabou resultado nesse que deve ser
um dos melhores lançamentos nacionais de 2015. Se achou interessante, o álbum
esta disponível no Bandcamp para audição e compra digital. Deixe seus
preconceitos de lado e solte o Kraken dentro de você!
NOTA:
8,5
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