sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Ne Obliviscaris – Citadel (2014)




Ne Obliviscaris – Citadel (2014)
(Season Of Mist – Importado)

01. Painters Of The Tempest (Part I)-Wyrmholes
02. Painters Of The Tempest (Part II)-Triptych Lux (Movement I-Creator Movement II-Cynosure-Movement III-Curator)
03. Painters Of The Tempest (Part III)-Reveries From The Stained Glass Womb
04. Pyrrhic
05. Devour Me, Colossus (Part I)-Blackholes
06. Devour Me, Colossus (Part II)-Contortions

O australiano Ne Obliviscaris é uma das bandas mais interessantes e instigantes surgidas nessa década e seu álbum de estréia, Portal of I (2012), uma pequena pérola que mistura Black Metal e Metal Progressivo de uma forma muito harmoniosa. Ok, você pode simplesmente dizer que hoje diversas bandas adotam essa proposta e bem, isso é a mais pura verdade, mas poucas a fazem com tanta categoria e identidade como esse sexteto australiano.

O que temos em Citadel é o amadurecimento e a evolução natural do que escutamos em seu debut e se sua música já instigava, agora o faz mais ainda. Progressivo, Black, Death, Sinfônico se juntam para formar composições carregadas de identidade e personalidade. Aqui, os vocais rosnados de Xenoyr dividem espaço com vocalizações limpas de Tim Charles (que também faz um belíssimo trabalho ao violino, uma das marcas da banda), o peso e o bom gosto das guitarras de Benjamin Baret e Matt Klavins dividem espaço com belíssimas passagens acústicas e a parte rítmica composta pelo baixista Brendan “Cygnus” Brown e o baterista Daniel “Mortuary” Presland é diversificada, complexa, intrincada e ainda sim, longe de ser chata e pedante. A carga de emoção presente em cada uma das composições é imensa e perceptível já na primeira audição e as transições entre estilos que ocorrem dentro das músicas se dão de uma forma tão natural que o ouvinte mal percebe. Os destaques aqui são “Painters Of The Tempest (Part II)-Triptych Lux”, com seus três movimentos e mais de 16 minutos, “Pyrrhic” e “Devour Me, Colossus (Part I)-Blackholes”. A verdade é uma só. Aquela banda absurdamente promissora de Portal of I não só passou no teste de fogo do segundo álbum, como consolidou todo o potencial mostrado no mesmo.

Citadel foi produzido por Tim Charles e a mixagem e masterização ficaram a cargo do incansável Jens Bogren, o cara que certamente já trabalhou com ao menos umas três ou quatro bandas que você curte pra caralho. O resultado disso é uma produção de excelente qualidade, com tudo ficando claro e limpo, permitindo que o ouvinte possa usufruir assim de todo o poderio do álbum. Obviamente que a música aqui presente não é de fácil digestão ao headbanger médio que vive arraigado aos tradicionalismos do estilo, já que a mesma foge da simplicidade e do comercialismo que dão o tom nos dias de hoje, mas se você tem a mente aberta para o Metal e curte esse tipo de proposta, não vai escutar nada superior a Citadel nesse momento. Se continuarem nesse rumo, o futuro do Ne Obliviscaris será brilhante.

NOTA: 9,0




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