Ne Obliviscaris –
Citadel (2014)
(Season Of Mist –
Importado)
01. Painters Of The Tempest (Part I)-Wyrmholes
02. Painters Of The Tempest (Part II)-Triptych Lux (Movement
I-Creator Movement II-Cynosure-Movement III-Curator)
03. Painters Of The Tempest (Part III)-Reveries From The
Stained Glass Womb
04. Pyrrhic
05. Devour Me, Colossus (Part I)-Blackholes
06. Devour Me, Colossus (Part II)-Contortions
O australiano Ne Obliviscaris é uma das bandas mais
interessantes e instigantes surgidas nessa década e seu álbum de estréia,
Portal of I (2012), uma pequena pérola que mistura Black Metal e Metal
Progressivo de uma forma muito harmoniosa. Ok, você pode simplesmente dizer que
hoje diversas bandas adotam essa proposta e bem, isso é a mais pura verdade,
mas poucas a fazem com tanta categoria e identidade como esse sexteto
australiano.
O que temos em Citadel é o amadurecimento e a evolução
natural do que escutamos em seu debut e se sua música já instigava, agora o faz
mais ainda. Progressivo, Black, Death, Sinfônico se juntam para formar
composições carregadas de identidade e personalidade. Aqui, os vocais rosnados
de Xenoyr dividem espaço com vocalizações limpas de Tim Charles (que também faz
um belíssimo trabalho ao violino, uma das marcas da banda), o peso e o bom
gosto das guitarras de Benjamin Baret e Matt Klavins dividem espaço com
belíssimas passagens acústicas e a parte rítmica composta pelo baixista Brendan
“Cygnus” Brown e o baterista Daniel “Mortuary” Presland é diversificada,
complexa, intrincada e ainda sim, longe de ser chata e pedante. A carga de
emoção presente em cada uma das composições é imensa e perceptível já na
primeira audição e as transições entre estilos que ocorrem dentro das músicas
se dão de uma forma tão natural que o ouvinte mal percebe. Os destaques aqui
são “Painters Of The Tempest (Part II)-Triptych Lux”, com seus três movimentos
e mais de 16 minutos, “Pyrrhic” e “Devour Me, Colossus (Part I)-Blackholes”. A
verdade é uma só. Aquela banda absurdamente promissora de Portal of I não só
passou no teste de fogo do segundo álbum, como consolidou todo o potencial
mostrado no mesmo.
Citadel foi produzido por Tim Charles e a mixagem e
masterização ficaram a cargo do incansável Jens Bogren, o cara que certamente
já trabalhou com ao menos umas três ou quatro bandas que você curte pra
caralho. O resultado disso é uma produção de excelente qualidade, com tudo
ficando claro e limpo, permitindo que o ouvinte possa usufruir assim de todo o
poderio do álbum. Obviamente que a música aqui presente não é de fácil digestão
ao headbanger médio que vive arraigado aos tradicionalismos do estilo, já que a
mesma foge da simplicidade e do comercialismo que dão o tom nos dias de hoje,
mas se você tem a mente aberta para o Metal e curte esse tipo de proposta, não
vai escutar nada superior a Citadel nesse momento. Se continuarem nesse rumo, o
futuro do Ne Obliviscaris será brilhante.
NOTA:
9,0
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