quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Brutal Morticínio - Obsessores Espíritos das Florestas Austrais (2014)




Brutal Morticínio - Obsessores Espíritos das Florestas Austrais (2014)
(Cianeto Discos/ Luanegra Distro/ Terceiro Mundo Chaos/ Blasphemic Art/Infernal Rites Distro/ Metal Reunion/ Violent Records/ Terrorismo Produções/ Ihells Produções/ Deathsquad Records/ Merchant of Death/ Interior Sou Distro/ DFL Productions)

01 – Intro
02 – Não Darei a Outra Face
03 – Para o Eterno Sofrimento de Cuathemoc
04 – Evocando os Espíritos Obsessores das Florestas Austrais
05 – Vingança Ancestral
06 – Anacrônico tempo, Obsolescência da História
07 – Densas Nevoas das Profundezas
08 – Estúpido e Podre Homem Branco Cristão

O Brasil tem uma tradição em bandas de qualidade no que tange a vertentes mais extremas do Metal e diversos são os nomes respeitados mundo afora. E nessa área, a região sul do Brasil consegue rivalizar com Minas Gerais na capacidade de gerar bons grupos. Não sei se á algo na água que bebem por lá, mas a verdade é que sempre me deparo com material de qualidade vindo daqueles lados. E de lá, mais precisamente do Rio Grande do Sul, que vem o Brutal Morticínio, horda que aposta no Black Metal e chega a seu segundo álbum, que vêm suceder o bom Despertar dos Chacais...O Outono dos Povos (08). Vale destacar aqui que esse novo trabalho dos gaúchos está sendo lançado por uma união de 12 selos e distros. É o underground se unindo e mostrando sua força.
A aposta aqui (assim como no debut) é em um Black Metal mais voltado as raízes do estilo e que na maior parte do tempo, não investe tanto em melodias. Apesar de nitidamente estarem mais maduros que em seu álbum de estréia, isso não alterou em nada a música do grupo, que continua pesada, agressiva e brutal, com diversas passagens onde a rispidez dá o tom do trabalho. Ajuda muito também no bom resultado final de Obsessores Espíritos das Florestas Austrais, o fato do trio formado por Tormentor (vocal e guitarra), Mielikki (baixo) e André Rodrigues (bateria) equilibrar muito bem as passagens mais velozes com as mais cadenciadas, evitando aquela impressão que muitos trabalhos de Metal extremo nos passa, de estarmos ouvindo a mesma faixa ad eternum. As letras, também muito interessantes, abordam o anti-cristianismo e o paganismo, focando principalmente na cultura latino americana. Os maiores destaques ficam com “Não Darei a Outra Face”, “Para o Eterno Sofrimento de Cuathemoc” (com um ar épico), “Vingança Ancestral” (bem melódica) e “Densas Nevoas das Profundezas”.
A produção ficou a cargo de Roger Fingle e deu a sujeira e rispidez necessária para a sonoridade do Brutal Morticínio. Já a parte gráfica é simples, mas bem feita e no encarte você irá encontrar as letras em português e inglês. Fazendo jus ao nome e praticando um Black Metal bem cru e opressivo, algo que faz falta a cena, os gaúchos lançaram um dos melhores cd’s do estilo no Brasil em 2014. Se curte um Black Metal mais de raiz, tem que escutar essa horda.

NOTA: 8,5













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