segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Unmasked Brains – Machina (2014)




Unmasked Brains – Machina (2014)
(Independente – Nacional)

01. Numbers 
02. The New Order of Disorder
03. A Máquina
04. Cloistered Life
05. Lost Control 
06. Controversies of the War
07. Little God Ivory
08. Life Has no Meaning
09. Corrupt

O fato de hoje não ser um estilo que esteja entre os mais populares, vendendo milhões de cópias e tocando em rádios, não significa que o Metal deixe de refletir a nossa sociedade. Assim como na mesma, temos um confronto entre “conservadores” versus “progressistas”. De um lado, aqueles que apregoam que o estilo não deve se renovar, mantendo assim a música amarrada a regras e refém de coisas feitas há 30 anos. Já do outro, aquele grupo que acredita ser necessária uma renovação que rompa as amarras do estilo, que traga a modernidade para o Metal. Já eu, gosto de música de qualidade, independente dela se manter presa a tradicionalismos ou buscar inovações. No fim, acredito que isso é o mais importante.
Os cariocas do Unmasked Brains surgiram no início dos anos 90 e passaram por um hiato na carreira, retornando definitivamente no ano de 2011. Talvez seja o “elo perdido” entre esses dois grupos. Musicalmente, se encaixariam no grupo dos progressistas que relatei agora a pouco, já que os próprios definem sua música como “All Metal”, mas não deixam de manter um pé no tradicionalismo. Na base de seu som, temos o Thrash Metal, de muita qualidade, por sinal, mas a sua volta orbitam influências diversas que fazem com que a alcunha de “All Metal” que eles se dão, consiga surpreendentemente não soar pretensiosa, como é de costume em bandas que fazem esse tipo de coisa.  Ecletismo, criatividade e tradicionalismo são palavras que me vieram à cabeça durante toda a audição de Machina. Ao mesmo tempo em que inovam utilizando elementos externos ao Metal, como passagens jazzísticas, percussivas, clássicas (o baixista Denner Campolina é membro da Orquestra do Teatro Municipal do Rio de Janeiro) e até mesmo choro, mantém os pés firmes no Thrash com riffs agressivos, baixo e bateria técnicos, criativos e que seguram bem o peso e excelentes vocais, a cargo de Reinaldo Leal. Essa capacidade impar de equilibrar agressividade e melodia faz com que o Unmasked Brains não se perca meio a tanta variedade musical, algo raro em quem adota essa proposta. Os maiores destaques em um trabalho equilibradíssimo ficam por conta de “Numbers”, “A Máquina”, cantada em português, “Cloistered Life”, “Lost Control” e “Corrupt”.
A produção também é de alto nível e mesmo deixando tudo muito limpo e totalmente audível, ainda sim manteve o peso e a agressividade presentes na música do quarteto carioca. A capa também é muito bela e se encaixa dentro de todo o conceito musical e visual da banda, demonstrando o grande profissionalismo aqui presente. Com um trabalho muito pesado, bem elaborado, criativo e eclético, o Unmasked Brains já consegue em seu álbum de estreia surpreender e se colocar como sério candidato ao primeiro escalão do Metal nacional. O material se encontra para download gratuito no site da banda, mas sinceramente, Machina é desses trabalhos que vale apena se adquirir o material físico. Um dos melhores Cd's nacionais do ano.

NOTA: 8,5






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