Unmasked
Brains – Machina (2014)
(Independente
– Nacional)
01.
Numbers
02.
The New Order of Disorder
03.
A Máquina
04.
Cloistered Life
05.
Lost Control
06.
Controversies of the War
07.
Little God Ivory
08.
Life Has no Meaning
09.
Corrupt
O fato de hoje não ser um estilo que
esteja entre os mais populares, vendendo milhões de cópias e tocando em rádios,
não significa que o Metal deixe de refletir a nossa sociedade. Assim como na
mesma, temos um confronto entre “conservadores” versus “progressistas”. De um
lado, aqueles que apregoam que o estilo não deve se renovar, mantendo assim a
música amarrada a regras e refém de coisas feitas há 30 anos. Já do outro,
aquele grupo que acredita ser necessária uma renovação que rompa as amarras do
estilo, que traga a modernidade para o Metal. Já eu, gosto de música de
qualidade, independente dela se manter presa a tradicionalismos ou buscar
inovações. No fim, acredito que isso é o mais importante.
Os cariocas do Unmasked Brains surgiram
no início dos anos 90 e passaram por um hiato na carreira, retornando
definitivamente no ano de 2011. Talvez seja o “elo perdido” entre esses dois
grupos. Musicalmente, se encaixariam no grupo dos progressistas que relatei
agora a pouco, já que os próprios definem sua música como “All Metal”, mas não
deixam de manter um pé no tradicionalismo. Na base de seu som, temos o Thrash
Metal, de muita qualidade, por sinal, mas a sua volta orbitam influências
diversas que fazem com que a alcunha de “All Metal” que eles se dão, consiga
surpreendentemente não soar pretensiosa, como é de costume em bandas que fazem
esse tipo de coisa. Ecletismo,
criatividade e tradicionalismo são palavras que me vieram à cabeça durante toda
a audição de Machina. Ao mesmo tempo
em que inovam utilizando elementos externos ao Metal, como passagens
jazzísticas, percussivas, clássicas (o baixista Denner Campolina é membro da
Orquestra do Teatro Municipal do Rio de Janeiro) e até mesmo choro, mantém os
pés firmes no Thrash com riffs agressivos, baixo e bateria técnicos, criativos
e que seguram bem o peso e excelentes vocais, a cargo de Reinaldo Leal. Essa
capacidade impar de equilibrar agressividade e melodia faz com que o Unmasked
Brains não se perca meio a tanta variedade musical, algo raro em quem adota
essa proposta. Os maiores destaques em um trabalho equilibradíssimo ficam por
conta de “Numbers”, “A Máquina”,
cantada em português, “Cloistered Life”,
“Lost Control” e “Corrupt”.
A produção também é de alto nível e
mesmo deixando tudo muito limpo e totalmente audível, ainda sim manteve o peso
e a agressividade presentes na música do quarteto carioca. A capa também é
muito bela e se encaixa dentro de todo o conceito musical e visual da banda,
demonstrando o grande profissionalismo aqui presente. Com um trabalho muito
pesado, bem elaborado, criativo e eclético, o Unmasked Brains já consegue em
seu álbum de estreia surpreender e se colocar como sério candidato ao
primeiro escalão do Metal nacional. O material se encontra para download
gratuito no site da banda, mas sinceramente, Machina é desses trabalhos que vale apena se adquirir o material
físico. Um dos melhores Cd's nacionais do ano.
NOTA:
8,5
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